sábado, 8 de março de 2014
Vou tentar dizer mal deste álbum...
Secret Chiefs 3 : Book of Souls : Folio A (Web of Mimicry; 2013)
Queria escrever que este álbum não é tão bom como os outros... E que aquela ideia do Spruance dividir os SC3 em outras 6 ou 7 sub-bandas não resulta porque cada vez mais elas soam iguais entre si - comparando com o primeiro volume desta trilogia, Book of Horizons (Web of Mimicry; 2004), quando ele começou esse conceito, as bandas tinham muito mais definição... Queria também escrever que numa altura que ninguém compra CDs, o "artwork" deste disco é feio e que se o mentor deste projecto diz que gosta de esoterismo, a julgar pela informação que coloca no livrinho do CD parece-me pouco profundo e até naíve. Enfim, o gajo é norte-americano, como poderia fazer algo esotérico num país que abateu os índios e vive pró dollar? Mas aí está, é norte-americano, sabe entreter e o disco just grows on you!
Rendição!
Como viram, tentei rejeitar o disco mas de audição em audição, os poucos 39 minutos levam a repetições infinitas e cada vez mais o álbum vai-se mostrando bonito. As fronteiras estão expostas daquilo que é SC3, ou seja, música oriental a rodos, o habitual Surf Death Metal, banda sonora de "gialo" existente ou não (por acaso até faz uma versão de um tema do Halloween de Carpenter), colagens cabotinas e canções Pop vintage - surpresa Mike Patton aparece neste disco em registo Mondo Cane, ou seja, volta a trabalhar com Spruance depois de anos de arrufos, numa versão de uma fantástica canção de Jacques Brel.
Nada de novo no horizonte, trata-se do aperfeiçoamento das fórmulas do som da banda. Os fãs até se queixam que muitos destes temas já sairam em singles nos últimos 9 anos entre os álbuns de originais desta trilogia que já agora chama-se Book of Truth. Ainda assim, apesar disto tudo, acreditem!, continua a ser da música mais excitante do planeta para se ouvir como novidade editorial. Também se pode dizer que o disco que fizeram com composições de John Zorn será a perfeição das fusões estílisticas dos SC3, só que este disco continua a ser bom, ponto.
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O meu coração é árabe
quarta-feira, 5 de março de 2014
Remexer no lixo
A Matéria-Prima fechou as portas em Lisboa no final de Janeiro como anunciei aqui. Fui lá comprar em promoções alguns discos, curiosamente todos caiem de uma forma ou de outra na repropriação / remix / re-qualquer-coisa.
Começo por um clássico que nem sabia que existia... Christian Marclay, que pelos vistos bate o John Oswald que era a minha referência para quem rouba e manipula a música de outros, na verdadeira atitude "plunderphonics". Este artista suiço-americano pelos vistos desde os anos 70 que faz destas coisas, trabalha música com o gira-discos como instrumento, em paralelo com a malta do Hip Hop - o que mostra que as ideias podem tanto fluir num tipo com educação universitário como como no "guetho". No caso de Marclay até é um bocado mais radical porque também trabalha os próprios vinis para além do gira-discos. Como se pode saber pelas notas de More Encores (ReR; 1997) na faixa de John Cage, ele chega a pegar em vários discos deste compositor, corta pedaços e colá-os fazendo um novo disco (literalmente). As faixas deste CD (originalmente lançado como um vinil de 10" em 1988) têm os títulos dos músicos que Marclay manipulou mas apesar de tudo não os descontextualiza, por isso John Zorn ou Fred Frith continuam a soar a "aliens" do Free, ou Martin Denny a sonhos exóticos... Talvez o caso mais radical será o de Jimi Hendrix que soa mais a uma fritaria feita em estúdio pelos Butthole Surfers do que Hendrix per se. Fruto de masturbação é Marclay manipular o seu próprio trabalho na última faixa. You know, artists...
V/VM diz-vos alguma coisa? Não!? James Leyland Kirby? Não!? E que tal The Caretaker? Ahhh... pois! Antes da moda dos termos "Hypnagogic Pop" e "Hauntology", especialmente neste último caso em que The Caretaker é o seu expoente máximo, o tipo fez parte da linha da frente da "música indefenivel" que explodiu especialmente após o myspace.com (teoria do Gamão dos Traumático Desmame). Se o Punk aproveitou a fotocopiadora e a k7 para cortar de vez os cordões umbilicais da cultura que tinha de ser feita sob um acordo social qualquer, com a Internet, ou melhor, a web.2 essa atitude popularizou-se ainda mais porque qualquer um pode publicar (no sentido de se expor e não no sentido tradicional de edição física) a merda que quiser. E quando escrevo "merda" não é para armar-me em escritor mal-criado que diz "merda" para dar estilo. Não senhor! É MERDA mesmo! Ao início ainda chamavam a este tipo de música de Noise mas como o Noise ainda assim era uma estrutura intelectual com gente séria (alguns até vinham da Direita) o termo não era suficiente. No máximo apanhou-se a vaga do "Mash Up" para rotular "isto". O pessoal já que fazia o que lhe apetecia, então porque também não se livrar dos espartilhos comuns e criar os seus próprios termos musicais? Talvez foi isso que fez aparecer o "shitcore" (ah pois!) ou "chungwave" (lá pra Braga). Pelo planeta deve haver milhares de pessoas a fazer esta música não muito séria, que usa tudo o que tem há mão, do Techno ao Grind, do Hip Hop à Pop, para gozar e desconstruir o que existe. É que existe muita merda para reciclar por aí - basta olhar para a capa deste disco, It's Fan-Dabi-Dozi! (V/Vm Test ; 2003). A V/Vm (editora) ou o V/Vm (artista) lançou singles, mini-CDs, CDs duplos (como é o caso deste), enfim todos os formatos possíveis, com V/VM ao leme, ou usando mil pseudónimos, ou com artistas na mesma onda. Nesta compilação vale tudo: Noise como é o caso de Cock ESP, o Porno Hop dos Suicidal Rap Orgy, músicas "cartoonescas" do Gorse, Breakcore de Toecutter, versões adulteradas e estupidificadas de Stevie Wonder, Whitney Houston (com a Kevin Blenchdom) ou Bangles - o Eternal Flame com voz Death é o sonho de qualquer gajo que cresceu a ouvir a merda dos 80s. Obrigado Rank Sinatra! Divertido e desafiante, ouve-se como se estivessemos a ouvir rádio, uma rádio cujas ondas passaram pela retrete da Interzona, claro, ou cujo director da estação são os Negativland num dia mau.
Já agora aproveito para relembrar que por cá também tivemos coisas do género como foi a compilação Xupa (Useless Poorductions; 2007), verdadeira marmelada de lixo psicótico. Hum... isto até dá que pensar em duas teorias...
Uma delas tem haver com este senhor: Albert Kuvezin e a sua banda Yat-Kha e o disco Re-Covers (2005). O CD é um disco de versões de temas Pop, passando pelo mais emblemático do que há no Blues, Rock, Hard Rock, Reggae, Electrónica, easy-listening,... Por isso temos Led Zeppelin, Kraftwerk, Hank Williams, Joy Division, Motorhead, Paul Mauriat, Bob Marley, Rolling Stones transformados em folclore transiberiano porque os senhores são de Tuva, em que a técnica gutural de música mongol também se aplica por aqui.
De resto nada de novo no factor exótico. Quarteto de cordas a fazer versões de temas Metal? Já é velho. Easy listening de Grunge? Claro que sim... Êxitos Pop em estilo Bossa Nova? Nem comento. Já para já não falar do grande Richard Cheese ou do Señor Coconut... Se já se tornou prática comum a versão de um estilo musical por outro, ou de um lado do planeta para o outro, só nos resta - e isto é uma das teorias - que um dia esse mundo oculto do Pop anglo-saxónico comece mesmo a fazer "trash" (shitcore?) como o da V/VM. Essa será a grande descoberta nos próximos anos, quando alguém da Somália fizer uma versão toda fodida de um tema popular de lá ou coisa que o valha.
Outro mestre que transforma lixo em luxo é Jason Forrest. Lady Fantasy (Sonig; 2005) é um EP que vale a pena ter em vinil porque tem um tema extra no labo B. Apesar do susto inicial da primeira faixa levarnos para sítios meramente "indie" ao segundo tema arranca o Breakcore / IDM respingador de Disco e o que houver dos anos 70 para samplar, modificar, acrescentar beats Techno e o que for necessário para identificar a música como Jason Forrest.
O lado ou tema B é a confirmação do som Forrest mesmo que a samplagem vá ao Jazz com pinta de careta e o ritmo abrande para um "chill-cool" de bar da moda. No entanto é isso que a samplagem ou a música feita sobre outras musicas têm de vantagem. Melhorar o que foi feito para trás e torná-lo excitante. A caveira cristalizada é justamente a antítese do que Forrest, ou ainda Otto Von Schirach ou End, fazem. É o ataque ao museu que os marialvas dos Futuristas não tiveram coragem de o fazer.
E se o EP de Forrest é acolhido cá em casa com o prazer por ser em vinil, já IIron (Mego; 2011) de CoH tenho as minhas dúvidas. Nada contra a música, muito antes pelo contrário mas porque a música dele confunde-se tanto com os problemas de ouvir vinil (ou seja, o disco estar sujo e riscado) que foi difícil perceber se estava a ouvir bem a obra, para além da seca que é ter de virar o disco para ouvir duas músicas de cada vez - é uma chatice a edição de álbuns em vinil-duplo!
Com tempo e coragem lá fui conseguindo entrar neste universo de Glitch-Metal. CoH é russo e neste disco recupera (recicla? não é este o tema deste "post"?) alguns riffs de Heavy Metal que ele tocou nos anos 80 quando este género de música era proíbido na Rússia - que país merdoso, não acham? A melhor forma de pensar neste disco é pensar como os sunn0))) fariam um disco de música electrónica - a associação até é meio óbvia porque a capa do disco é de autoria de Stephen O'Malley! Uma lógica de música electrónica - quase numa veia de Techno minimal - percorre o disco mas invés de procurar fantasmas nas máquinas ou os seus erros electro-magnéticos e digitais (um cliché da música electrónica nos últimos 20 anos), CoH escolhe como matéria-prima o ruído da gravação e da riffagem metaleira para construir um mundo épico para máquinas gadelhudas. Ainda não percebi se é música para estar no sofá a imaginar decadências ou se é para estar numa pista de dança pós-industrial. Espero que tenha sido considerado um dos discos do ano de 2011!
Peraí, não faltava uma outra ideia ou teoria ou lá o que é? Ah sim, que isto do "shitcore" e do "noise" são estilos realmente estranhos de criticar porque desde logo assumem-se como algo "mau" ou "anti-música", ou que mostra que ou vivemos uma sociedade sem critérios ou que a Anarquia já chegou e não sabemos ainda. É curioso que o Noise tenha sido o género que mais se tem destacado neste novo milénio pós-web.02, ou seja, numa altura que a informação tende para ser horizontal. Sendo díficil criticar Noise e afins, deixa de haver críticos, ou seja menos um intermediário e uma relação de poder. Não sei se isto faz sentido mas tenho de me ir embora agora!
Começo por um clássico que nem sabia que existia... Christian Marclay, que pelos vistos bate o John Oswald que era a minha referência para quem rouba e manipula a música de outros, na verdadeira atitude "plunderphonics". Este artista suiço-americano pelos vistos desde os anos 70 que faz destas coisas, trabalha música com o gira-discos como instrumento, em paralelo com a malta do Hip Hop - o que mostra que as ideias podem tanto fluir num tipo com educação universitário como como no "guetho". No caso de Marclay até é um bocado mais radical porque também trabalha os próprios vinis para além do gira-discos. Como se pode saber pelas notas de More Encores (ReR; 1997) na faixa de John Cage, ele chega a pegar em vários discos deste compositor, corta pedaços e colá-os fazendo um novo disco (literalmente). As faixas deste CD (originalmente lançado como um vinil de 10" em 1988) têm os títulos dos músicos que Marclay manipulou mas apesar de tudo não os descontextualiza, por isso John Zorn ou Fred Frith continuam a soar a "aliens" do Free, ou Martin Denny a sonhos exóticos... Talvez o caso mais radical será o de Jimi Hendrix que soa mais a uma fritaria feita em estúdio pelos Butthole Surfers do que Hendrix per se. Fruto de masturbação é Marclay manipular o seu próprio trabalho na última faixa. You know, artists...
V/VM diz-vos alguma coisa? Não!? James Leyland Kirby? Não!? E que tal The Caretaker? Ahhh... pois! Antes da moda dos termos "Hypnagogic Pop" e "Hauntology", especialmente neste último caso em que The Caretaker é o seu expoente máximo, o tipo fez parte da linha da frente da "música indefenivel" que explodiu especialmente após o myspace.com (teoria do Gamão dos Traumático Desmame). Se o Punk aproveitou a fotocopiadora e a k7 para cortar de vez os cordões umbilicais da cultura que tinha de ser feita sob um acordo social qualquer, com a Internet, ou melhor, a web.2 essa atitude popularizou-se ainda mais porque qualquer um pode publicar (no sentido de se expor e não no sentido tradicional de edição física) a merda que quiser. E quando escrevo "merda" não é para armar-me em escritor mal-criado que diz "merda" para dar estilo. Não senhor! É MERDA mesmo! Ao início ainda chamavam a este tipo de música de Noise mas como o Noise ainda assim era uma estrutura intelectual com gente séria (alguns até vinham da Direita) o termo não era suficiente. No máximo apanhou-se a vaga do "Mash Up" para rotular "isto". O pessoal já que fazia o que lhe apetecia, então porque também não se livrar dos espartilhos comuns e criar os seus próprios termos musicais? Talvez foi isso que fez aparecer o "shitcore" (ah pois!) ou "chungwave" (lá pra Braga). Pelo planeta deve haver milhares de pessoas a fazer esta música não muito séria, que usa tudo o que tem há mão, do Techno ao Grind, do Hip Hop à Pop, para gozar e desconstruir o que existe. É que existe muita merda para reciclar por aí - basta olhar para a capa deste disco, It's Fan-Dabi-Dozi! (V/Vm Test ; 2003). A V/Vm (editora) ou o V/Vm (artista) lançou singles, mini-CDs, CDs duplos (como é o caso deste), enfim todos os formatos possíveis, com V/VM ao leme, ou usando mil pseudónimos, ou com artistas na mesma onda. Nesta compilação vale tudo: Noise como é o caso de Cock ESP, o Porno Hop dos Suicidal Rap Orgy, músicas "cartoonescas" do Gorse, Breakcore de Toecutter, versões adulteradas e estupidificadas de Stevie Wonder, Whitney Houston (com a Kevin Blenchdom) ou Bangles - o Eternal Flame com voz Death é o sonho de qualquer gajo que cresceu a ouvir a merda dos 80s. Obrigado Rank Sinatra! Divertido e desafiante, ouve-se como se estivessemos a ouvir rádio, uma rádio cujas ondas passaram pela retrete da Interzona, claro, ou cujo director da estação são os Negativland num dia mau.
Já agora aproveito para relembrar que por cá também tivemos coisas do género como foi a compilação Xupa (Useless Poorductions; 2007), verdadeira marmelada de lixo psicótico. Hum... isto até dá que pensar em duas teorias...
Uma delas tem haver com este senhor: Albert Kuvezin e a sua banda Yat-Kha e o disco Re-Covers (2005). O CD é um disco de versões de temas Pop, passando pelo mais emblemático do que há no Blues, Rock, Hard Rock, Reggae, Electrónica, easy-listening,... Por isso temos Led Zeppelin, Kraftwerk, Hank Williams, Joy Division, Motorhead, Paul Mauriat, Bob Marley, Rolling Stones transformados em folclore transiberiano porque os senhores são de Tuva, em que a técnica gutural de música mongol também se aplica por aqui.
De resto nada de novo no factor exótico. Quarteto de cordas a fazer versões de temas Metal? Já é velho. Easy listening de Grunge? Claro que sim... Êxitos Pop em estilo Bossa Nova? Nem comento. Já para já não falar do grande Richard Cheese ou do Señor Coconut... Se já se tornou prática comum a versão de um estilo musical por outro, ou de um lado do planeta para o outro, só nos resta - e isto é uma das teorias - que um dia esse mundo oculto do Pop anglo-saxónico comece mesmo a fazer "trash" (shitcore?) como o da V/VM. Essa será a grande descoberta nos próximos anos, quando alguém da Somália fizer uma versão toda fodida de um tema popular de lá ou coisa que o valha.
Outro mestre que transforma lixo em luxo é Jason Forrest. Lady Fantasy (Sonig; 2005) é um EP que vale a pena ter em vinil porque tem um tema extra no labo B. Apesar do susto inicial da primeira faixa levarnos para sítios meramente "indie" ao segundo tema arranca o Breakcore / IDM respingador de Disco e o que houver dos anos 70 para samplar, modificar, acrescentar beats Techno e o que for necessário para identificar a música como Jason Forrest.
O lado ou tema B é a confirmação do som Forrest mesmo que a samplagem vá ao Jazz com pinta de careta e o ritmo abrande para um "chill-cool" de bar da moda. No entanto é isso que a samplagem ou a música feita sobre outras musicas têm de vantagem. Melhorar o que foi feito para trás e torná-lo excitante. A caveira cristalizada é justamente a antítese do que Forrest, ou ainda Otto Von Schirach ou End, fazem. É o ataque ao museu que os marialvas dos Futuristas não tiveram coragem de o fazer.
E se o EP de Forrest é acolhido cá em casa com o prazer por ser em vinil, já IIron (Mego; 2011) de CoH tenho as minhas dúvidas. Nada contra a música, muito antes pelo contrário mas porque a música dele confunde-se tanto com os problemas de ouvir vinil (ou seja, o disco estar sujo e riscado) que foi difícil perceber se estava a ouvir bem a obra, para além da seca que é ter de virar o disco para ouvir duas músicas de cada vez - é uma chatice a edição de álbuns em vinil-duplo!
Com tempo e coragem lá fui conseguindo entrar neste universo de Glitch-Metal. CoH é russo e neste disco recupera (recicla? não é este o tema deste "post"?) alguns riffs de Heavy Metal que ele tocou nos anos 80 quando este género de música era proíbido na Rússia - que país merdoso, não acham? A melhor forma de pensar neste disco é pensar como os sunn0))) fariam um disco de música electrónica - a associação até é meio óbvia porque a capa do disco é de autoria de Stephen O'Malley! Uma lógica de música electrónica - quase numa veia de Techno minimal - percorre o disco mas invés de procurar fantasmas nas máquinas ou os seus erros electro-magnéticos e digitais (um cliché da música electrónica nos últimos 20 anos), CoH escolhe como matéria-prima o ruído da gravação e da riffagem metaleira para construir um mundo épico para máquinas gadelhudas. Ainda não percebi se é música para estar no sofá a imaginar decadências ou se é para estar numa pista de dança pós-industrial. Espero que tenha sido considerado um dos discos do ano de 2011!
Peraí, não faltava uma outra ideia ou teoria ou lá o que é? Ah sim, que isto do "shitcore" e do "noise" são estilos realmente estranhos de criticar porque desde logo assumem-se como algo "mau" ou "anti-música", ou que mostra que ou vivemos uma sociedade sem critérios ou que a Anarquia já chegou e não sabemos ainda. É curioso que o Noise tenha sido o género que mais se tem destacado neste novo milénio pós-web.02, ou seja, numa altura que a informação tende para ser horizontal. Sendo díficil criticar Noise e afins, deixa de haver críticos, ou seja menos um intermediário e uma relação de poder. Não sei se isto faz sentido mas tenho de me ir embora agora!
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