segunda-feira, 25 de novembro de 2013

20 anos de Loverboy...

Uma BD de Marte e João Fazenda na revista 20 anos (1998)

Loverboy na Feira das Vanessas
por
Marte, João Fazenda, Jorge Coelho
e ainda António Kiala, Arlindo Yip Sou, Miguel Falcato, Nuno Nobre, Pedro Brito, Rui Gamito e unDJ GoldenShower

Capa a cores, 16 páginas a 2 cores (16,5x23 cm) e 32 a preto e branco (A5). Edição da Chili Com Carne, 7º volume da Mercantologia, colecção que recupera material perdido do mundo dos fanzines. Design de Joana Pires; Capa e fotos de olhos(«Ä»)zumbir realizadas no estúdio da União Artística do Trancão e em Sede Adres, com apoio à produção de xoscx e Adres. Bonecos realizados por Miguel Rocha e Alex Gozblau para a exposição "Loverboy Store: Liquidação Total" no Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada 2001, na Cordoaria Nacional.

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Compilação de “raridades” e “efémeras” relacionadas com a série / personagem Loverboy que não foram publicadas nos três livros oficiais, pela Polvo entre 1998 e 2001. Encontramos a reedição da “origem” da personagem em BDs ainda desenhadas por Marte – relembramos que os livros foram escritos por ele e desenhados por João Fazenda - e publicadas originalmente no zine Mesinha de Cabeceira entre 1993 e 1995. Participações em outros zines (Amo-te), antologias (a seminal Mutate & Survive) e revistas como a 20 Anos (oito BDs desenhadas por Fazenda),  em alguns casos com as participações de outros ilustradores como Arlindo Yip Sou, Miguel Falcato e Rui Gamito. Algum “fan-art” de Pedro Brito, Jorge Coelho e Nuno Nobre (que fez um comic-book nos EUA sobre a Angeline Jolie!!!). São mostradas ainda curiosidades como os bonecos das capas, que foram feitos para uma exposição no Salão Lisboa 2001; e ainda apropriações das personagens por Marcos Farrajota (em Noitadas, Deprês e Bubas) ou na série Psycho Whip - série de BD de unDJ GoldenShower (a) e Jorge Coelho (d) para a revista sobre música gótica-industrial Elegy Ibérica. A história da série é contada por António Kiala, um académico que foi fundador do Mesinha de Cabeceira, que é bastante mais crítico e interessante que o material reunido, analizando o processo desta edição e da forma como a cultura DIY se vulgarizou na mitomania.

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O livro está à venda no site da Chili Com CarneFábrica Features, Trem Azul, Feira do Livro de Poesia e BDMundo Fantasma, BdMania, Matéria-Prima, Abysmo, Artes & LetrasKingpin Books e Pó dos Livros. Brevemente na Letra Livre.

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Feedback: olha já li o Loverboy, boy!! tá muita bom, gostei do todo. o fanzine do interior marca pontos, gostei bastante de rever o traço do Fazenda, o Coelho desenha mesmo pra c...(deviam ter continuado com a cena do Psycho Whip!!) curto bué a história do coquinado, a da descoberta da punheta e claro a do taxista impotente. como sou fã do Loverboy desde as minhas primeiras borbulhas no nariz,devo dizer-te que é me praticamente impossivel falar mal do Loverboy mesmo sabendo que ele é uma má companhia... tanto o Loverboy,o Astarot e o Leonardo, são personagens muito bem construidas, com vida própria e estão de tal maneira interligadas que me é impossivel dizer de qual gosto mais, mas uma coisa é certa sempre achei a irmã do Loverboy sexy... ps - tão importante como as histórias e o desenho é o texto do Kiala que nos mostra o percurso por trás das histórias, são 20 anos parabéns!! David Campos

sábado, 23 de novembro de 2013

Podiam ser mais se fossem menos...



Godflesh : Slavestate (Earache; 2009)
They Might Be Giants : Mink Car (Restless + Play It Again Sam; 2001)
v/a : Judgment Night o.s.t. (Sony; 1993)

Acho que sou tão tótó como a banda They Might Be Giants, aliás, só os tótós é que gostam desta banda de tótós assumidos. Tinha escrito aqui que nunca mais iria pegar na discografia dos TMBG depois de 1992, quando passam a ter uma banda verdadeira completa para além dos dois fundadores, John Flansburgh e John Linnell que tocavam vários instrumentos e eram acompanhados por leitores de k7s e uma "drum-machine" - aliás, as boas bandas são as que não tem bateristas como Big Black ou Godflesh, certo?
Ops I did it again! Mink Car sofre por tudo e por nada, começa com uma música techno que se queixa do barulho nas discotecas, tem um tema acelerado-punk-indie que foi aproveitado para a divertida série de TV Malcolm in the middle, uma baladinha hiper-amorosa que só o título diz tudo o quanto é genial (Another first kiss), etc, etc, etc,... temas sempre porreiros e orelhudos mas cuja a soma das partes não faz um bom disco sabe-se lá porquê. Mas pior é saber que a versão europeia / inglesa deste disco tem menos temas que a original (um disco de TMBG com menos de 18 temas não é um disco de TMBG!) e o alinhamento dos temas foi alterado (!). Porra, estamos em 2001 e é um CD! Porque fizeram isto? Que idiotas que são os bifes!!!  Não sei se explica o álbum ser pouco carismático porque os problemas pós-1992 continuam lá mas aposto que não ajuda em nada! Ainda assim, é a única banda Pop que sou capaz de ouvir...
E por falar nos Godflesh, este EP junta mais uns remixes e um single (Slateman) tudo do ano da Graça do Senhor de 1991. Em 2009 continua a ser reeditado porque foi quando todos se lembraram que os Godflesh foram das bandas mais importantes de sempre. Em 1991 a Earache devia-se estar bem a cagar para eles porque afinal que banda é esta que mete três guitarristas, samplagem e "drum-machine" a fazer um som pesado metálico, no limite do Industrial e neste caso, é quando os Godflesh se começam a virar para a música electrónica e o Dub. Para o metaleiro da altura deve ter sido um choque começar a abanar o rabo a ouvir ritmos de Techno... Um clássico este disco! Com ou sem extras!
Outro clássico e que devia ser dado em qualquer aula sobre música urbana porque é um dos melhores discos de sempre é o Judgment Night, mesmo sendo uma banda sonora para um filme merdoso - é o que se diz do filme, nunca o vi nem tenho curiosidade para não estragar o prazer que tenho sobre este disco. Se o encontro da América racialmente dividida gerou o Rock nos anos 50, nos anos 90 teremos o Nu Metal que rapidamente, tal como no Rock, se despachou dos negros. A história antes dos porras Korn ou Limp Bizkit é mais interessante, e surge em três momentos altos da música Pop. O primeiro foi uma conspiração de Rick Rubin em meter juntos os Run D.M.C. (grupo de Rap em ascenção) e os já então caquéticos (musicalmente) Aerosmiths a tocarem Walk This Way em 1986. Mais tarde outro grande momento: Bring the noise com os Public Enemy e Anthrax, se em 1986 o tema original é dos braquelas, a versão original desta vez é dos Public Enemy. Por fim, em 1993 a fórmula "rock + hip hop" é abusada em 11 temas para fazer este álbum que junta Helmet com House of Pain (não vale porque os House são branquelas!), Teenage Fan Club com De La Soul, Living Colour com Run-D.M.C. (ei! também não vale ambos são negros!), Biohazard com Onyx, Slayer com Ice-T (que de Rap nada fazem, porque Slayer é Slayer e ainda fazem uma rapsódia de temas dos punks The Exploited), Faith No More com Boo-Yaa T.R.I.B.E. (o melhor tema do álbum tal é o ritmo e a demência vocal de Patton com os descendentes-baleias do Samoco, digo, da Samoa), Sonic Youth com Cypress Hill (o tema de amor à Marijuana mais narcótico de sempre), Mudhoney com Sir Mix-A-Lot, Dinosaur Jr. com Del The Funky Homosapien, Therapy? com Fatal (não deviam ter colocado os irlandeses com os House of Pain já a gora?) e ainda Pearl Jam (oh não!) com os repetidos Cypress Hill (não havia mais niggas!?). Se no inicio a ideia era juntar o som mais branco pesado, ou seja Hard Rock e Metal, é interessante ver que nesta antologia o encontro passa por bandas Indie e sónicas como Sonic Youth or Dinosaur Jr. que trazem alguma "coolness" que nos outros encontros não era possível dado às metralhadas de rimas e riffs de guitarradas. Em Portugal os borregos dos Blind Zero e Mind da Gap foram logo atrás da fórmula a ver se sacavam guito disto mas sem sucesso. É que é preciso ter personalidade para que um projecto destes funcione, ora quando se é cópia de outras coisas não se pode chegar a lado algum... tal como se pode verificar 20 anos depois.

Ah! Os discos foram adquiridos na Glam-O-Rama no Imaviz Underground, novo espaço "alternativo" em Lisboa.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

As origens de Loverboy


Loverboy na Feira das Vanessas
Marte, João Fazenda, Jorge Coelho e ainda António Kiala, Arlindo Yip Sou, Miguel Falcato, Nuno Nobre, Pedro Brito, Rui Gamito e unDJ GoldenShower

Capa a cores, 16 páginas a 2 cores (16,5x23 cm) e 32 a preto e branco (A5). Edição da Chili Com Carne, 7º volume da Mercantologia, colecção que recupera material perdido do mundo dos fanzines. Design de Joana Pires; Capa e fotos de olhos(«Ä»)zumbir realizadas no estúdio da União Artística do Trancão e em Sede Adres, com apoio à produção de xoscx e Adres. Bonecos realizados por Miguel Rocha e Alex Gozblau para a exposição "Loverboy Store: Liquidação Total" no Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada 2001, na Cordoaria Nacional.

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Compilação de “raridades” e “efémeras” relacionadas com a série / personagem Loverboy que não foram publicadas nos três livros oficiais, pela Polvo entre 1998 e 2001. Encontramos a reedição da “origem” da personagem em BDs ainda desenhadas por Marte – relembramos que os livros foram escritos por ele e desenhados por João Fazenda - e publicadas originalmente no zine Mesinha de Cabeceira entre 1993 e 1995. Participações em outros zines (Amo-te), antologias (a seminal Mutate & Survive) e revistas como a 20 Anos (oito BDs desenhadas por Fazenda),  em alguns casos com as participações de outros ilustradores como Arlindo Yip Sou, Miguel Falcato e Rui Gamito. Algum “fan-art” de Pedro Brito, Jorge Coelho e Nuno Nobre (que fez um comic-book nos EUA sobre a Angeline Jolie!!!). São mostradas ainda curiosidades como os bonecos das capas, que foram feitos para uma exposição no Salão Lisboa 2001; e ainda apropriações das personagens por Marcos Farrajota (em Noitadas, Deprês e Bubas) ou na série Psycho Whip - série de BD de unDJ GoldenShower (a) e Jorge Coelho (d) para a revista sobre música gótica-industrial Elegy Ibérica. A história da série é contada por António Kiala, um académico que foi fundador do Mesinha de Cabeceira, que é bastante mais crítico e interessante que o material reunido, analizando o processo desta edição e da forma como a cultura DIY se vulgarizou na mitomania.

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O livro está à venda no site da Chili Com CarneFábrica Features, Trem Azul, Feira do Livro de Poesia e BDMundo Fantasma, BdMania, Matéria-Prima, Abysmo, Artes & Letras e Kingpin Books. Brevemente na Letra Livre.

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Feedback: olha já li o Loverboy, boy!! tá muita bom, gostei do todo. o fanzine do interior marca pontos, gostei bastante de rever o traço do Fazenda, o Coelho desenha mesmo pra c...(deviam ter continuado com a cena do Psycho Whip!!) curto bué a história do coquinado, a da descoberta da punheta e claro a do taxista impotente. como sou fã do Loverboy desde as minhas primeiras borbulhas no nariz,devo dizer-te que é me praticamente impossivel falar mal do Loverboy mesmo sabendo que ele é uma má companhia... tanto o Loverboy,o Astarot e o Leonardo, são personagens muito bem construidas, com vida própria e estão de tal maneira interligadas que me é impossivel dizer de qual gosto mais, mas uma coisa é certa sempre achei a irmã do Loverboy sexy... ps - tão importante como as histórias e o desenho é o texto do Kiala que nos mostra o percurso por trás das histórias, são 20 anos parabéns!! David Campos

sábado, 9 de novembro de 2013

Cabeça de Ogre



OhGr : SunnyPsyOp (Spitfire; 2003)
Pailhead : Trait (TVT; 1993)

OhGr é o Ogre dos Skinny Puppy mais um gajo, Walk, que faz as programações. Ando por aí a dizer que não tenho paciência para o Pop e Rock mas sou um mentiroso, quando há coisas como este segundo álbum dos OhGr não resisto a ouvir dias a fio e pavio. Não é todos os discos que puxam desta forma, para o tribalismo electrónico, para o Cartoon com trago de Tim Burton, para uma gaguez do software e de vez enquando um trólóró com vocoder. Se Skinny Puppy sabe a um cadáver a ser arrastado pela lama por mulas mutantes, OhGr é esse cadáver a ser acordado de manhã a mamar bebidas energéticas e palmiers recheados. Talvez por isto tudo que o imaginário da banda passa pela capa realizada por Camille Rosa Garcia... Mas nada é óbvio aqui, este projecto produz faixas que mostram que se pode fazer música imaginativa sem copiar outros ou sem reproduzir os seus próprios chavões ad nauseam como todas as bandas que andam para aí - tirando Die Antwoord e Otto Von Schirach, claro! OhGr devia estar no Top+ (ainda existe essa merda?)
Foi por causa de Soulfly que fui recuperar os Pailhead... Grupo de registos fragmentados e que são todos compilados neste CD porque só fizeram seis músicas ou se preferirem três singles entre 1987 e 1988. Pailhead eram o Ian MacKaye (Minor Threat, Fugazi) com os dois mamados da fase dourada dos Ministry (o Al Jourgensen e Paul Barker) que nos anos 80 e 90 tinham projectos com toda gente alternativa nos EUA - PTP, Lard, Revolting Cocks, 1000 Homo DJ's (melhor nome de sempre!), Acid Horse, Lead Into Gold, etc... Pailhead é mais uma peça do puzzle dessa época magnífica que girava em volta da editora Wax Trax! (de Chicago) e a invenção do Rock Industrial pelos norte-americanos - daí a inclusão deste disco com o de OgHr porque acabam-se por tocar pela história comum de ligações Ministry / Skinny Puppy / Pigface. Este projecto soava mais a Hardcore ou Crossover do que a Electrónica ou Industrial, com um pé nos Killing Joke, onde se topa um baixo potentíssimo (a lembrar Ministry, claro!) e a voz (e letras) de MacKaye, esse ícone do DIY. Grande dúvida como é que o gajo Straight Edge andava com dois gajos agarradíssimos à heroína? Talvez ainda não fossem, Pailhead é anterior ao The Land of Rape and Honey que mostrou ao mundo como se fazia Metal com maquinarias, embora aqui falte o ruído bizarro de fundo que eram a marca dos Ministry. Grande som Rock! Afinal nem tudo é mau vindo de Soulfly!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Não estamos a vender bonecos!


Já várias dezenas de pessoas nos abordaram à nora com esta nossa promoção do livro Loverboy na Feira das Vanessas... alguns pensam que estamos a fazer bonecos do Loverboy (em vestimenta de beto e outra de grunge), Leonardo e Astarot. Errado! É um novo livro com BDs da emblemática série Loverboy. As fotos tem uma história antiga é certo. Eis uma ficha técnica que resolve alguns dos problemas colocados:

Sétimo volume da colecção Mercantologia; Publicação da Associação Chili Com Carne; Edição de Marcos Farrajota; Design de Joana Pires; Capa e fotos de olhos(«Ä»)zumbir realizadas no estúdio da União Artística do Trancão e em Sede Adres, com apoio à produção de xoscx e Adres. Bonecos realizados por Miguel Rocha e Alex Gozblau para a exposição "Loverboy Store: Liquidação Total" no Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada 2001, na Cordoaria Nacional.
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O livro Loverboy na Feira das Vanessas está à venda no site da Chili Com Carne, no stand da Pedranocharco da BD Amadora (até 10 de Novembro), Fábrica Features, Trem Azul, Feira do Livro de Poesia e BD e Mundo Fantasma.