sábado, 25 de junho de 2011

Kebab & Festa


o poster-suplemento do disco de estreia de Çuta Kebab & Party está pronto! E o disco vai ser a partir! Deveria ser tão importante como foi Buraka Som Sistema em 2006 quando trouxeram África (negra) de volta a Portugal. Agora é o "Arabesco" para relembrar que somos mais sarracenos que celtas!
Esta co-edição da Chili Com Carne e da Faca Monstro vai ser lançado na Trem Azul, na Festa Laica, dia 25 de Junho a partir das 22h. Poderá vir a ser algo assim:

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Andrew Keen : The Cult of the amateur (Doubleday; 2007)

Eis um livro reaccionário sobre a Internet, em especial sobre a web 0.2 e a forma como o mundo virtual se organizou ao ponto da revista Time na edição de 2006 ter considerado a personalidade do ano "TU"!
"You", ou seja, todos nós que enchemos Wikipedia, Facebook, MySpace, Youtube de informação (real e ou enganosa) e que, segundo Keen, esta "democratização do mundo digital está a assaltar a nossa economia, cultura e valores". Segundo ele: "Os mais prestigiados jornais e revistas da actualidade, a indústria musical e cinematográfica são postos em causa por uma avalanche de conteúdos amadores criados pelos utilizadores das redes digitais. As receitas publicitárias tradicionais caem de forma acentuada com a oferta de anúncios grátis on-line; as cadeias de televisão são ameaçadas por canais de programação criados gratuitamente pelos utilizadores, de que o YouTube é o maior exemplo; a partilha de ficheiros e a pirataria digital devastam o negócio da música e atemorizam o cinema. Pior do que tudo isto, a cultura on-line do copy-paste – na qual a propriedade intelectual é facilmente trocada, descarregada e alterada – está a destruir os direitos de autor, espoliando artistas, autores, jornalistas, músicos, editores e produtores do fruto do seu trabalho criativo.
Num tempo de celebração do amadorismo, em que todas as pessoas, por pior informadas que estejam, podem publicar um blogue, disponibilizar um vídeo no YouTube ou mudar um artigo da Wikipedia, a distinção entre o profissional e o amador é perigosamente esbatida. Quando bloggers, podcasters ou videógrafos anónimos podem publicar sem os constrangimentos de padrões profissionais ou filtros editoriais, esbatem-se as fronteiras entre o verdadeiro e o imaginário."
Keen defende que um bom livro é um que tenha um editor por trás, como o caso do livro dele mas garanto que este deve ter sido o livro mais mal-escrito que li nos últimos tempos. Repetitivo e pouco estruturado, acaba por ser uma literatura tão "light" como a dos amadores que escrevem para as "vanity press" como Lulu.com, Papiro, Chiado, etc...
Todos os exemplos que Keen aponta, como carreiras destruídas pelo impacto mediático de um vídeo no Youtube, são realmente preocupantes. É verdade que é mais fácil um jornalista ser preso de que um bloguista irresponsável. É verdade que não sabemos se uma multinacional não estará a pagar a alguém para escrever bem sobre um gelado dos anos 80s provocando um reaparecimento desse produto. Já sabemos que as empresas e publicistas usam o sistema "viral" da Internet para vender produtos sob a forma de uma opinião de uma simples pessoa que têm um blogue. Etc... Mas há três coisas que Keen não consegue compreender porque ele é tão básico e sectário como aqueles que critica.
Primeiro, não desenvolve nenhuma teoria nova e passa 200 páginas a queixar-se quando o resumo que fiz "copy/ paste" do sítio da editora portuguesa onde foi publicado, resume de facto tudo o que ele escreve no livro inteiro. Não há mais nada. Ok, ainda há algo mais! Mas já ultrapassa as marcas do razoável com uma crítica aos jogos de Poker e à pornografia na 'Net...
Segundo, Keen esquece que graças à anarquia da 'Net um puto nos Trás-os-montes (ou do Iowa, uma vez que o livro todo ele é americano-cêntrico) pode ver o mítico filme Un chien andalou no Youtube porque em Portugal só há uma Cinemateca e as salas de cinema pelo resto do país foram destruídas pela oferta monocultural dos filmes da Lusomundo (empresa canina dos produtos yankees) - como será no Iowa? Sabem o que é uma "cinemateca"?
E terceiro, a decadência da nossa cultura não surgiu porque os amadores deram cabo dela, graças às suas "piratarias" e conteúdos grátis, que estão a levar ao fim dos jornais, discotecas como a Tower Records, livrarias, a indústria de Hollywood, rádio, TV ou a pesquisa académica. A questão já é muito anterior: a ganância das indústrias "culturais" que resultou numa bolha especulativa prestes a arrebentar é culpada há muitas décadas. São estas indústrias para nos fazerem engolir produtos de má qualidade que gastam mais dinheiro em Marketing e promoção fazendo com que um CD custe 20 euros ou um livro medíocre custe 17 euros (como é o caso da edição portuguesa deste livro!), ou 6 euros por um bilhete de um filme "template" de outros mil já vistos. São as mesmas que fizeram da TV e da Rádio e outros meios de comunicação OS SEUS meios de comunicação para nos bombardear com merda como U2 ou Editors ou Lady Gaga. Entre uma playlist de uma rádio controlada por 4 editoras fonográficas multinacionais ou um podcast de um puto que tenha seleccionado só bandas de Beer Metal e músicas sobre peidos o que é pior?
A 'net está a mudar-nos, é certo mas um lado positivo é agora vemos e ouvimos o que queremos - ou pelo menos o que procuramos. Não preciso de um crítico do Imbecilón a tentar vender um Britpop de forma tão subreptícia como um "reviewer" manhoso da amazon.com. Keen defende que só se consegue fazer bons produtos culturais se houver intermediários - profissionais com experiência como editores, produtores, promotores, revisores, etc... Profissionais esses que tendem a desaparecer quando todos nós estamos a oferecer e gerar produtos na 'net que valem zero Euros. E que ao ser tudo digital e barato a qualidade dos produtos também serão menores que obras como o álbum Dark Side of the Moon. Mas a revolução digital não é só distribuição de conteúdos passa também por formas de produção que já não precisam de um estúdio carrissímo como nos anos 60. E a música lo-fi dos ex-mendingos Konono Nº1 são menos psicadélicos ou interessantes que os Pink Floyd? Não acho...
Claro que nem todos os "amadores" poderão ser Kafka ou Pessoa. Curiosamente estes dois autores não precisaram de intermediários para escreverem alguns dos textos literários mais importantes do século XX. Nem foi a Academia que os criou - à parte, a Academia não gera obras artísticas só as valida e geralmente tarde demais. É certo que foram os intermediários que deram "voz" ao Kafka (que ao morrer queria a sua obra destruída) e ao Pessoa, que pouco publicou em vida. Da mesma forma que estes intermediários deram "voz" a este pobre livro de Keen.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Rui Eduardo Paes: "Cyber-Parker" (Hugin; 1999)

É sempre um prazer conseguir arranjar mais um livro do REP! Quem não sabe porquê que leia isto. Desta vez apanhei no stand da Letra Livre na paradoxal Feira do Livro de Lisboa.
Este é o terceiro livro de recolhas ensaístas, entrevistas e resenhas críticas de REP. Mais um híbrido (assumido logo no ínicio do livro) que será apanágio nos títulos futuros do autor, em que temos um ensaio sobre morte e desejo na Música (muito interessante!), um abordagem à Música espanhola - mas que só se fica por dois nomes: Fátima Miranda e Victor Nubla -, outro ensaio sobre Live-Electronics, um artigo sobre música com o advento da Internet e uma listagem crítca de discos de projectos portugueses.
A fragmentação dos temas e dos esquemas literários (só acho a carta de Sei Miguel dispensável) de longe tiram o interesse do livro como um todo. Os ensaios são importantes de ler para qualquer pessoa que se interesse por Arte ou Cultura, as "listagens portuguesas" acabam por compilar informação sobre um tipo de música que será difícil acompanhar quanto mais documentá-la e fazer dela História. O que o REP merecia era um reedição destes seus 5 livros mas desta vez com uma separação de águas, reestruturação dos artigos por temas ou por tipos de escrita para se chegar a uma coerência formal para cada livro. E já agora numa reedição seria bom arranjar capas menos podres... Quem é que vai querer fazer isso?

domingo, 12 de junho de 2011

Fuck Tony!


Amigos & amigas & tamagoshis & Amigochis:Porque o dia de Sto António não deve ser só turístico canibal e casamentos apadrinhados por mais um cristão idiota

Domingo a partir das 19h até às horas que nos chatearmos vamos montar no Largo da Achada o
Comix Bar
O conceito é simples: na compra de uma banda desenhada (livro / revista) oferecemos BAR ABERTO!!!
Apareçam se quiserem ter um abrigo da orgia de urina e vómito que acontece nas outras ruas
...
O ano passado foi assim

sábado, 11 de junho de 2011

Piolho Romântico & Gingão

Lá porque não há resenhas a discos manhosos não quer dizer que ando parado... Esta é uma das duas ilustrações que fiz entretanto para a "revista" de poesia portuense Piolho, dirigida por A. de Silva O. e as suas Edições Mortas. É tão raro pedirem-me desenhos que ficou sempre feliz por mais estranhos que sejam os pedidos... ou os resultados. Creio que prá semana já estará à venda.