domingo, 21 de abril de 2024

24h


- Thierry Van Hasselt : La Véritable Histoire de Saint-Nicolas (Frémok; 2023)
- Saeed Roustayi : Os irmãos de Leila (2022)
- Anthony Burgess : 1985 (Arrow Books; 1980 -orig. 1978)
- Deborah Shamoon : Passionate Friendship - The Aesthetics of the Girl's Culture in Japan (University of Hawai'i Press; 2012)
- Michelangelo Setola : Les Déchets (Misma; 2021 - orig. 2019)
- João Abel Manta : Livre (Palácio Anjos, Algés)
- Claire Barel-Moisan & Matthieu Letourneux : Albert Robida - De la satire à l'anticipation (Les Impressions Nouvelles; 2022) 
- Bill Griffith : Three Rocks : The story of Ernie Bushmiller : The man who created Nancy (Abram; 2023)
- Anna Sommer : L'Encre (Frémok; 2023)
- Laï Tat Tat Wing : L'enfer de Jade (Casterman; 2007)
- Evin Collis : Litterpig (3 vol.; ed. de autor; 2020-2023) + Transcontinental (3 vol.; ed. de autor; 2016-2018)
- Jeanne Waltz : Vento assobiando nas gruas (2023?)
- Elias Suleiman : O que resta do tempo / The Time that remains (2009)
- BCC + Triunfo dos Acéfalos (24 Fev; Damas)
- Frederik Peeters : Oleg (Nemo; 2021 - orig. 2020)
- Ebisu Yoshikazu : I wish I was stupid (Breakdown; 2023 - orig:1982)
- A.T. Pratt : Dot Comics #1 (2023)
- Madeleine Pereira : Borboleta (Sarbacane) 
- João Canijo : Viver Mal + Mal viver (2023)
- Alison Brechdel : O Segredo da Força Sobre-Humana (Relógio D'Água; 2023 - orig. 2021)
- Nicolas Roeg : O Homem que veio do Espaço / The Man who fell to Earth (1976)
- Chlóe Cruchaudet : Mau Género (Iguana / Penguim-Random-House; 2023 - orig.: 2013)
- Mark Cousins : Women make film / As mulheres fazem Cinema (2018)
- João Dias : As operações SAAL (2007)

quinta-feira, 18 de abril de 2024

João Lisboa : "Provas de Contacto" (Assírio & Alvim; 1998)

 Passo a vida a queixar-me que há poucos livros portugueses sobre música e não entanto é como as Bruxas, não acredito nelas, mas que existem, existem! Descobri recentemente este aglomerado de entrevistas a cromos como Leonard Cohen, Tom Waits (maravilhosos conversadores!), John Cale, David Bowie (sempre espertinho), David Byrne, Laurie Anderson, Robert Wyatt e a princesa (na altura, hoje Raínha) islandesa Björk. Escreve Lisboa que a gaja dos Sonic 'tava armada em parva ou em punk (porque sempre foi, punk! Nada parva!!!) e não tava numa de lhe responder (imagino ela a topar o ar de beto de Lisboa, crítico do Expresso) mas está boa a entrevista. Rende! Lisboa faz boas perguntas, os textos estão bem encaminhados - não segue uma cronologia mas temas que se vão desenvolvendo ao longo das diferentes personalidades. É um testemunho de uma era que já lá foi, passam-se boas horas de nostalgia e há poucas descobertas para quem tenha andado por ali nos anos 80 e 90, sobretudo na faceta mais burguesa, como é óbvio Lisboa nunca irá perceber Ministry, por exemplo. Sonic Youth já é um pau barulhento para ele e o público do semanário dos cotas - o Expresso era dos cotas na altura e ainda o é, claro. 
Sem comentários em relação à capa mais chata do mundo!! Sempre ouvi falar na ignorância gráfica de quem escreve sobre música, e Lisboa não deverá ter culpa das escolhas da editora mas isto é quase tão grave como a do Baton!

sábado, 13 de abril de 2024

Borboleta nos Nervos


 

HOJE às 16h, na Tinta nos Nervos irei entrevistar / conversar com a luso-descendente francesa Madeleine Pereira acerca do seu livro Borboleta, que versa sobre a emigração portuguesa  dos anos 60/70.

Creio que será este o quarto livro de BD que tem esta temática ou pelo menos alguma componente sobre "as minhas origens portuguesas que desconheço" de uma segunda ou terceira geração de pessoas que nasceram em França de pais portugueses e que, depois de estabelecerem-se como classe média decidiram contar as suas raízes familiares (e pobres).

Não sei porque a Tinta me convidou, e apesar das minhas suspeitas que o livro não seria um livro que publicasse ou sequer que o apresentasse em público, e também, por ser um livro para "jovens adultos", apesar de tudo gostei da forma como a autora tratou o tema, através de uma sincera autobiografia e ligeira investigação, bem como um nítido esforço gráfico de apresentar da melhor forma as humilhações da emigração clandestina dos anos 60/70.

A bientôt!

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Estamos todos a ficar velhos... (II)


O Erradiador / My Nation Underground continua a desterrar "coisas" do passado, e agora foi ao My Precious Things, que começou como suplemento do Mesinha de Cabeceira, depois passou a ser uma publicação autónoma que era enviada por correio (a publicação era muitas vezes o "envelope") até ir parar aos emails, e, prego final no caixão do papel, com o advento da blogosfera, passei a escrever sobre as "minhas queridas coisas" (mais uma cena inspirada nos Big Black, claro) no blogue da Chili.

Vou dizer isto, armado em cinquentão cagão: bons velhos tempos!

segunda-feira, 11 de março de 2024

No comprendo

Para quê editar, espera, espera..., para quê escrever um livro como Charlie's Good Tonight : A vida, a época e os Rolling Stones (HarperCollins; 2023) de Paul Sexton? Iá, o baterista mais velho que os outros velhos que faleceu em 2021.

Biografia sem interesse de um novo rico sem interesse - as tentativas de mostrar que ele foi uma pessoa generosa, é de puxar os limites da bondade de um cinzento tecnocrata... Fuck!... Espera espera,... para quê ler esta merda? (porque me ofereceram...) 

Espera espera,... para quê escrever esta resenha!!??? Oh fuck... sei lá...

Já é a segunda vez que leio Sober living for the Revolution : Hardcore Punk, Straight Edge and Radical Politics (PM Press; 2010) de Gabriel Kuhn (edição), passado 30 anos depois de ver os X-Acto na Jukebox e conhecer esta subcultura ainda não percebi um caralho o que é o Straight Edge... A entrevista de Ian MacKaye (Minor Threat, Pailhead, Fugazi) é reveladora. Começou pela sua comunidade que para se proteger de gangues de xungaria, criaram espaços seguros onde pudessem curtir sem a violência dos Punks bêbados e agarrados. Não acreditando no niilismo da primeira geração Punk, afunilaram-se dois factos numa ideia, uma consciência política e a sobriedade. Depois disso, criaram-se manifestos de maninhos sem cultura (América, o que esperar dela?) que invés de dar frutos políticos radicais imediatos, deu antes em fanáticos, alguns até próximos de religiões organizadas, e dentro de pensamentos absurdos como anti-aborto e homofóbicos. Felizmente houve quem pensasse mesmo, e tenha ido mais longe com associações acratas ou progressistas. À primeira vista, até parece que serei contra a sobriedade, longe disso, será assim que se poderá ter acções realmente revolucionárias - como os anarco-ilegalistas Bonnot - ou como forma de defesa contra o Imperialismo Capitalista - que o digam as comunidades ameríndias, dizimadas pelo álcool europeu, ou como os Zapatistas baniram o seu uso para se defenderem contra o Estado mexicano. De resto, ainda não percebo a razão de existir desta "coisa" depois de um primeiro momento, no Punk sempre houve liberdade de pensamento e ideais revolucionários, quem ouviu Dead Kennedys ou Crass, sabe disso. Talvez num mundo de deuses zombies (disseram que Deus 'tá morto mas olhando para quantidade de malucos que andam por aí, parece que a notícia foi exagerada), o "X" seja um ritual de passagem espiritual, tal como noutras subculturas há outros. Só assim se explica, talvez... Momentos altos no livro: entrevistas a Jonathan Pollack (recentemente entrevistado também n'A Batalha) e a Nick Riotfag.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

O 42 é em 2024

 


Índios do mundo anotem lá na vossa rede social estas datas de lançamento do trabalho vencedor dos 5001000 paus de 2023!


18 de Fevereiro n'O Thigaz em Santo Tirso com conversa de VIPs (very important punks!) como Alexandra Saldanha (iá! a vocalista dos Unsafe Space Garden e que faz BD psicadélica), Marcos Farrajota (um velho, ainda lúcido, da cena) e Rudolfo (Rei da BD portuguesa e Conde do Chiptune)

$$$$$

24 Fevereiro na Tinta Nos Nervos em Lisboa conversa com o autor e à noite há concerto de Triunfo dos Acéfalos no Damas.

$$$$$


Isto para dizer que vai sair finalmente o 

Partir a Loiça (toda) 

de 

Luís Barreto


O fanzine com os maiores custos de sempre!!!

Este Mesinha de Cabeceira tem um CD a acompanhar cheio de fofura sónica com as bandas Sindicato do PunkEntre Outros e TINNITRUS, que saíram directamente da Banda Desenhada - uma tradição em Portugal que não é fácil de ignorar se pensarmos "nas" Garina Sem Vagina da chata série "Superfuzz" (2004) e os recentes Podre e Freiras Monomamárias do divertido fanzine Olho do Cu.

Impresso com papel amarelo, as 44 páginas em formato A5 fazem o regresso dos nossos conhecidos Danny e Arby e os seus amigos Cassie e Buddy a meterem-se num comboio e vão até à "Metrópole". Vão ao primeiro concerto do Sindicato do Punk, a banda de Bobi, um amigue do duo. A banda já ganhou alguma tracção com o seu EP de estreia por isso a sala está cheia de fãs ansiosos pela estreia ao vivo da nova sensação do punk nacional. O concerto é absolutamente caótico, envolvendo vibradores, confettis, finos entornados e muito, muito mosh. Mas a actuação do Sindicato do Punk é apenas o concerto de abertura para os TINNITRUS, uma banda local de noise extremo que destrói tímpanos e PAs por onde quer que passe. 

Co-edição da Chili Com Carne e Culetivo Feira.


$$$$$

Pode ser adquirido na shop da Chili e nas lojas Neat Records e Tinta nos Nervos.


$$$$$



As fotos não enganam as bandas da BD existem!!!


$$$$$


Ainda não saiu oficialmente e já o Pedro Moura, mais rápido que um Punk escreveu no Ler BD

(...) este projecto era a “cara” do catálogo da Chili, ainda que compreenda a diversidade editorial ofertada por esta plataforma (...).  Essa “cara” traduz-se aqui por uma atenção particular para com a realidade urbana portuguesa, real, ancorada, e jamais transfigurada em fantasias ou denominadores comuns que tentam domesticar a imagem da(s) cidade(s) e das gentes de uma forma fácil de consumir, vulgo “postal”. É algo que tem a imediaticidade da escrita diarística, apesar das suas roupagens representacionais, uma recordação de algo ainda quente na experiência, traduzido de forma simples, célere, e, pasme-se, divertida. Se não é um “espelho da sociedade contemporânea”, é um suficiente retrovisor e, como tal, talvez sirva para não sermos ultrapassados.