domingo, 28 de novembro de 2021

Nick Cave: "A Morte de Bunny Munro" (Alfaguara / Objectiva; 2009)

Lá porque um gajo é famoso no mundo da Pop não quer dizer que seja bom noutras áreas artísticas - vide os quadros da Patty Smith ou os seus livros incrivelmente chatos. O Nick Cave que faça Rock que faz isso muito bem, como escritor é apenas divertido. Verdade se diga, que papei o livro em dois dias e de forma frenética, nesse aspecto Cave consegue atrair a atenção do leitor ao relatar o percurso decadente e mortal de um tarado sexual chamado Bunny Munro (sim é o nome da criatura). As ligações a outras personagens são fracas (a sua família, as gajas que ele come ou tenta comer, um Diabo violador à solta) chegando-se ao fim do livro a pensar que lemos uma vulgaridade descartável, que o romance prometia mais do que ofereceu e que a capa é apenas horrorosa.
No entanto se conseguirem isto a menos de 5 paus na Feira da Ladra ou quejandos, não se roguem de comprarem por curtirem os discos dos Bad Seeds. Até porque, lembrem-se disto, há sempre pior, olha, como os livros da Smith que nunca tive alguma vez coragem de escrever sobre eles por vergonha alheia.

sábado, 20 de novembro de 2021

Conteúdo sifilítico

 


Há tantas formas de como abordar o LP de estreia dos franceses Treponem Pal (Roadrunner; 1989) que me perco. Uma delas é que esquecemos sempre a França como um país em que se encontra música que nunca é celebrada apesar da influência real que possa ter pelo mundo. Num esquema autofágico seria fácil pensar Métal Urbain -> Big Black -> Ministry -> Treponem Pal, sendo os primeiros e últimos franceses e os do meio gringos como bem se sabe.

Metal Industrial entre Godflesh e Young Gods - e não é só a voz de Marc Neves que lembra a de Francis José Conceição Leitão Treichler (sorry, não resisti) dos Young Gods que soa parecido mas também toda uma cadência sonora que lembra os primeiros discos de YG, para além de Treichler ter feito produção deste disco e de outros dos Trepo - ehm, onde ia? ... 

É um género muito datado entre 1988 a 1995, diria. Sons tensos e pesados para ninguém se sentir alegre e pateta. O problema sempre é o que fazer com isto depois de se fazer dois ou três álbuns repetitivos? No caso deles foram para o electro-dub mas sem gênio e claro quando o pessoal envelhece sempre mal, do puto magricelas giraço ao balofo tatuado e anéis que parece uma sucata onde as modas urbanas vão lá parar - por favor, não quero conhecer o Max Cavalera nem o Al Jourgensen agora. 

A coisa torna-se genérica e a música perde valor para "conteúdo" como agora se diz, porque haverá sempre uma nova série de bosta na Netflix que precisa de um tema "indus-metal" para uma cena qualquer. Este disco ainda parte loiça e dá para um valente "headbanging" caseiro quando a esposa não está na mesma sala, não vá ela pensar que anda com um teenager misantropo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

A minha assinatura vale 5000 Euros



A BD Amadora deve ter algo contra os "marianos". 

Gato Mariano cagaram de alto, com a Mariana Pita fizeram merda e da grossa - sem nunca responderem por tal - e agora com o Rodolfo Mariano (mais uma vez) colocaram um livro seu na categoria dos fanzines.

Ora, é sabido que eu, Marcos Farrajota, nunca me candidatei a prémios da Amadora quando percebi que produções editoriais de qualidade tinham quase nula hipótese de ganhar num festival que promove maior parte do tempo a mediocridade da BD. 

Este ano concorri porque, feito parvo, fui no isco do dinheiro - pela primeira vez ao festival deu um  prémio monetário. Falei com os artistas e eles, claro que concordaram. 

Além de todos os nossos livros no Júri terem sido ignorados ainda alguém (não se sabe quem, a organização da BD Amadora é uma caixa negra) colocou como nomeado o Bottoms Up numa categoria que não concorremos - concorremos para melhor fanzine com A Fábrica de Erisicton - e dada a humilhação, pedimos para retirar a nomeação imediatamente.

A organização lá o fez sem pedir desculpas pelo acontecido e mais tarde descarregando qualquer responsabilidade numa nota de imprensa da Lusa.

Para a Chili Com Carne usar um stand no Festival é preciso pagar em espécie, oferecemos então vários livros e destacamos um exemplar com a minha assinatura no valor de 5000 Euros. Porquê? Porque se impediram o Rodolfo Mariano de participar nos prémios de forma correcta, impossibilitando a hipótese de ganhar 5000 Euros por melhor prémio de 2021, e uma vez que eu recuso-me ao circo dos autógrafos, boto como valor a minha garatuja nesse mesmo valor. 

Assim sendo, a organização do Festival ficará em débito connosco nos próximos anos.

E por fim, meus queridos "fãs", os poucos que tem assinaturas e afins nos meus livros, já sabem o que eles valem de futuro no OLX, Coisas, Ebay e afins!

Gracias!