quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Invisual 11.2 || RÁDIO ZERO

Esta Quarta, às 20h vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a 11ª emissão da "segunda temporada" do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
Produzido por
Marcos Farrajota, este programa terá como convidado repetente João Maio Pinto, ilustrador e um dos Mamede. O programa deverá se reger pelas habituais pérolas e novidades ligadas à bd e à música, escolhas do convidado, a continuação do "dossier Finlândia" e o ciclo de músicas dedicadas ao sub-anormal do Super-Homem com o tema Sunset Superman retirado do álbum Dream Evil (Reprise; 1987) de Dio.
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É repetido no Sábado, às 13h. Playlist: Löbo, Vince Guaraldi Trio, Yello, The Wolfgang Press, Anssi 8000 e Lightning Bolt.
Podcast aqui depois da emissão.

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Tiago Guillul "IV" (FlorCaveira)
Fricara Pacchu "Midnight Pyre" (Lal Lal Lal)
Nerve "Eu não das palavras troco a ordem" (Matarroa)
The Dirtbombs "We have you surrounded" (In The Red)
Girl Talk "Feed the animals" (Illegal Art)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Vinilo Natalixo


Judas Priest: Turbo (CBS; 1986)
Yello: Flag (Mercury; 1988)
Dois álbuns dos anos 80's que se beijam em colisão frontal. Adquiridos nesta quadra natalixa, o primeiro durante a Laica, o segundo trocando uma prenda "falhada" na Louie Louie. Ambos tem sucexxxos incontornáveis: Turbo Lover (JP) e The Race (Y)... e talvez por isso achava que os álbuns seriam melhor do que são. 
No primeiro caso esperava Speed / Heavy nojentito e... Bem! É nojentito sem dúvida mas mais Glam Metal do que nunca - ao que parece é um álbum em que os JP se venderam, segundo os fãs porque passaram a incluir sintetizadores. É capaz que eles tenham razão... Também, custou só um Euro e o rídiculo Turbo Lover só por ele já vale esse Euro! 
Os suiços Yello são um caso estranho da Pop, a começar porque deve ser a única banda que não tem uma base de "working class heroe" como acontece com toda a Pop - desde sempre sabe-se que os seus elementos são milionários e cheios de pasta... ou pelo menos o vocalista Dieter Meier é rico com quintas de vinho. Tem como hobby fazer filmes e cantar nos Yello. Flag (soa a "fag", que é o que o vocalista dos Judas é) é daqueles álbuns que sofre a injustiça tecnológica. Apesar de já haver CD's em 1988 não havia o ainda o terrível hábito que se institui nos anos 90 de preencher os 80m / 80MG dos CD's. Por isso Flag soa a pouco com as suas oito músicas - quatro que não chegam aos 4m e as outras quatro entre os 5 e os 8m. O excelente The Race - a razão de ter pegado neste álbum - é a tal dos 8m (com um vídeo fabuloso, afinal até os ricos fazem coisas boas!), um épico trágico-cómico que aguenta o sabor do tempo porque foram os Yello que deram o sabor "latin lover" às máquinas Kraftwerk - muito antes das tentativas tolas do Señor Coconut - e como se sabe o Latino ganhará o mundo segundo o Fernando Pessoa. As restantes músicas ando a saborear, ficando surpreso desde já com Tied Up que abre o álbum que é extremamente parecido com The Race (será uma prequela?). O resto parece abaixo dos "templates" do álbum Claro que si! (Vertigo; 1981) mas com o tempo de certeza que a coisa irá ao lugar ao contrário ao que a capa sugere - já agora, excelente capa de Ernst Gamper, o artista que fez a maior parte das capas da banda nos anos 80.

Mercantologia 3: Noitadas, deprês & bubas


«É extremamente díficil escrever um livro medíocre. O livro conseguido está na ordem do dia. Falhar em literatura é um gesto de pura rebeldia. Um péssimo romance é um acto de terrorismo. Só uma miopia extrema, ainda assim fàcilmente corrígivel, pode conduzir ao desastre. A possibilidade de errar foi reduzida ao mínimo indespensável que mantém as aparências e evita o escândalo. Só nos resta escrever livros certos e vendê-los a um público certo. Um público obedientemente entusiástico e atento. (...) O que antes era puro empirismo ou um difuso ritual feiticista tem agora um método de infabilidade. A improvisação e o gesto institivo estão desactualizados. Pior, são nefastos. O escritor deve actuar com rigidez e concisão. O êxito é a meta. O êxito é a única saída.» - Artur Portela, filho in Feira das Vaidades (Atlântida Editora; 1959)
É com palavras da juventude de "alguém que foi para a Alta Autoridade para a Comunicação Social", que apresentamos um livro novo de Marcos Farrajota. De novo quase nada têm, a não ser uma bd inédita de 10 páginas (para o #5 do zine A Mosca que nunca chegou a sair), porque o livro insere-se na colecção Mercantologia, uma colecção da Chili Com Carne dedicada à reedição de bd's perdidas no mundo dos zines.
São bd's autobiográficas de Farrajota, publicadas entre 1995 e 1997, nos números (esgotados) 6 ao 12 do Mesinha de Cabeceira, antecedentes ao É sempre demais... (Lx Comics #2, Bedeteca de Lisboa; 1998), apresentam o grosso da exploração da autobiografia no seu trabalho. Género esse pouco habitual em Portugal, mesmo depois do "boom" e da implosão da bd portuguesa, ao qual o autor acabou por subverter e abandonar gradualmente.

E como na vida, há de tudo nestas bd's: sexo juvenil, amores de recorte Primavera/Verão, uso de drogas leves, vida suburbana em Cascais, relações sociais (envolvendo desde vários autores de bd a músicos como os Primitive Reason), deambulações urbano-filosóficas de quem andava à toa, rapinanços de conteúdos alheios (Mão Morta, Julie Doucet, Einstürzende Neubauten, Madman) e participações alheias de amigos - como acontece na bd Die Fliege II com textos de Miguel Caldas.
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volume 3 da Colecção Mercantologia ... 72p. p/b 21x22,5 cm, capa a cores, edição brochada ... com prefácio de Daniel Lopes e apoio técnico de Pepedelrey
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Apoio: Instituto Português de Juventude
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algumas páginas aqui.
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PVP: 8€ (50% descontos para sócios CCC).
à venda no site da CCC e na BdMania, Cave, Fábrica Features, Matéria Prima, Mongorhead, XM, Mundo Fantasma, Central Comics, Utopia (Porto), Ao Sabor da Leitura (Moura), Dr. Kartoon, Livro do Dia, Kingpin Books, Rastilho (mail-order), Shop Suey, Letra Livre, Neurotitan (Berlim), Casa Ruim (Torres Vedras), Para-Livro (King + Mercado da Ribeira), CDGO.com e Carpe Diem.
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historial: Lançado na 10ª Feira Laica ... Nomeado como Melhor Argumento Nacional pelos Troféus Central Comics
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feedback: Os meus sinceros parabéns por teres sempre conseguido pôr a alma a nu, sem concessões nem comiseração! Ondina, The Great Lesbian Show ... É excelente sem favor! Belo trabalho! João Chambel, co-autor de Heróis da Literatura Portuguesa ... os registos variam, da autobiografia à crítica ou ensaio sarcástico, a fantasias sexuais. Também em termos formais ultrapassa o desenho para explorar a colagem, faz citações a partir do uso de fotografias, bocados de outras b.d.’s (caso do período gigante da Julie Doucet ou capa do Kill Your Boyfriend), letras de música, cartões da J.S., que cruza com apontamentos do seu diário gráfico. Afonso Cortez-Pinto in Umbigo [ler aqui artigo completo] ... é o delírio, mesmo! excelente a tua ideia de compilares tudo e editares. dei comigo a rir sozinho enquanto via o teu livro (e a rever-me em algumas das situações ;) tens ali um documento de grande fôlego (e talvez seja o livro de BD menos pretensioso que alguma vez vi ;) e isso dá-lhe uma força brutal. agora é pensares numa compilação "não tavas lá?!" e coleção de discos UnDj... daqui por mais um 10 anitos!! Nuno Moita, Grain of Sound


+ feedback: Acho que agora te fiquei a conhecer perfeitamente! Eh, eh, eh! Tiago Guillul, FlorCaveira ... é necessário tomar em conta que os acontecimentos retratados nestes pequenos episódios, alguns solitários – a própria criação dos trabalhos, a masturbação, as migalhas, as paranóias dos charros, as fantasias mentais, as reflexões sobre a vida – outros colectivos – saídas à noite, festas, concertos, passeios, férias, conversas – vivem em torno de uma cultura noctívaga, de um certo grau de rebeldia em relação à imposição da “normalidade social”, de uma ansiedade em relação ao futuro e àquilo a que nos parece obrigar, que se revela no próprio modo de trabalhar a banda desenhada: os traços nervosos, a flutuação dos estilos, as complicadas ou grotescas composição de página, as inclusões de material alheio (...), as diatribes contra a “normalização” aventada acima, etc. Pedro Moura in Ler BD ... Gostei muito, irmão! Bacana! Jakob Klemencic, autor esloveno de férias em Curitiba! ... O livro está do caralho!! Lembro-me de uma ou outra coisa mas ler tudo de uma só vez é completamente diferente. Li aquilo em duas vezes e a meio já ganhava o hábito de andar a rodar o livro para ler as letrinhas no fundo e referências. Acho que as histórias funcionam bem melhor num todo do que fragmentadas! Gostei particularmente da do ano 2000, o pesadelo da droga (ainda sonho com isso!!) e aquela sobre nosso Portugal está brilhante (mesmo que tenhas gamado o texto!). A do Salão do Porto fez-me lembrar montes de coisas dessa altura, acho que esse foi o melhor festival que fizemos cá! Está tudo muito porreiro, desde a história das calinadas (hehe) até às desventuras amorosas. O problema da BD autobiográfica é o de se descobrirem os podres todos: vodka na cona é naquela... mas cartões do PS?? arrggghh Hei, quando é que sai o próximo?? Rui Ricardo, ilustrador ... parecem polaroids dessa década. muito fumo de charros, mão morta, fantasias na carreira do 414? sem guita, música em altos berros, existencial. um trabalho interno rico e muito interessante que não começa nem acaba com este livro. in thefootballer-vs-thepugilist.blogspot.com ... it's crazy. I liked it. It is something in between Andrea Pazienza and Edika MP5, ilustradora italiana ... pura “BD Gonzo”, híbrida entre o egocentrismo de Hunter S. Thompson e a semi-psicopatia de Larry David David Soares, escritor ... gostei do livro, acho que foi mesmo boa ideia compilar tudo numa mesma edição. Apanhei uma valente gripe (...) e as primeiras gargalhadas, foram provocadas pela leitura de tiradas tuas decorrentes das vicissitudes da tua lúgubre existência. A “tua dor de braço” ser uma possível doença psicossomática resultante da tua timidez, quase que me deslocava os maxilares. Paulo, Division House MAS COM RESPEITO AO TEU LIVRO, ESTA LIDO E DIGERIDO. (...) FIQUEI COM BOA IMPRESSAO DO AUTOR. UMA PESSOA HUMILDE, QUE DEMONSTRA CUIDADOS MUITO HUMANOS NO TRACTO COM OS OUTROS, ESPECIALMENTE COM AS MULHERES; QUE DEMONSTRA INTERESSES ALTRIUSTAS PARA ALEM DO CULTO DA POPCULTURE, UMA GRANDE QUALIDADE EM DEGENERAÇAO NOWADAYS; QUE DEMOSNTRA SABER COMUNICAR-SE COM O MEIO FISICO E SOCIAL INTERCAMBIADO AS SUAS FRAILIDADES E DEBILIDADES (UMA VEZES MELHOR OUTRAS VEZES PIOR É CERTO), O QUE O MANTEM NUM PROCESSO CONSTRUTIVO DE AMADURECIMENTO E CRESCIMENTO EXISTENCIAL MUITO VALIOSO; ESSENCIALMENTE DEMONSTRA GRANDES QUALIDADES PARA DOMINAR UM TIPO DE DESENHO LIVRE QUE EU PARTICULARMENTE APRECIO EM CONJUNTO COM O SEU GREEDY MEAN WAY EM QUE SE AUTO-CRITICA TORNAM O TEMA "EGOCENTRISMO" MUITO INTERESSANTE IN A FUNNY WAY, E ATÉ EDUCATIVO, E A LEITURA VIVA, RICA E ...ESSENCIAL! VERA SUCHANKOVA ... Gostei muito do teu livro, o periodo em que foram escritas as tuas histórias corresponde à altura em que vivi em Lisboa e identifico-me com muitas das coisas de que falas(música, timidez, charros, copos, filmes....) André Ferreira, Ao Sabor da Leitura / Goran Titol ... Back then, the guy was young; he thought important to write down the names of fave bands as many times as possible (the way less creative colleagues do on schoolbags and tables (...) occasional innovative solutions in using and combining words and pictures, that several times reach across the standard comic language in Stripburger #48... Bom, o pacote chegou (...) Caí primeiro no seu porque foi uma surpresa, não esperava por isso, não sabia que você estava preparando um livro e é realmente muito bom, ainda estou nele. (...) parabéns pelo livro. Fábio Zimbres
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Entretanto o pessoal começou a contar histórias de "coincidências das nossas vidas" que acho hilariantes - ler aqui a primeira.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Jesus é panasca


Não foi o Mike Diana que fez isto no Bairro Alto... Feliz Natalixo!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Invisual 10.2 || RÁDIO ZERO

Esta Quarta, às 20h vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a décima emissão da "segunda temporada" do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
Produzido por
Marcos Farrajota, este programa terá como convidado especial Margarida Borges, ilustradora (autora do zine Gente Cega e do "nosso" desenho da Guestlist desta segunda temporada) e pertencente ao colectivo Hülülülü.
O programa deverá se reger pelas habituais pérolas e novidades ligadas à bd e à música e escolhas da convidada.
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É
repetido no Sábado, às 13h. Playlist: Dynamite, Sonic Youth, Fiona at Forty, Joy Division, Lustmord e The Whitest Boy Alive.

Podcast aqui depois da emissão.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Aurea Mediocritas

Roubando o nome do blog do Camarada Caldas, eis um "post" de discos que se foram acumulando por aqui nem sei bem porquê... Até sei porquê... a qualidade mediana dos ditos sujos auto-infligiram a sua perdição nas dezenas de CD's que pairam por estas bandas...
Still Alive (Anticon / Sabotage; 2007) do Dj Mayonnaise é uma seca de quem nos EUA não soube do fenómeno da Electrónica dos anos 90 vinda de Viena: batidas Hip Hop com camadas de sintetizadores, scratch pacífico e samples inofensivos que em 1997 ainda poderiam impressionar os incautos. Uma edição que mostra que a Anticon pode ser irregular apesar de ter um DJ com um nome porreiro para uma petiscada ligeira e uma posterior grande cagada - visão tão inevitável como ir parar à secção de segunda mão da Feira Laica, amanhã no Furacão Mitra.

Next, A Whisper In The Noise com Dry Land (Exile on Mainstream / Sabotage; 2007) é melancolia gótica sem de termos de pensar em vampiros e brumas mas mais próximo de um "Gótico Americano" na Era da Informação. Soa bem para um dia de Inverno porque cheira a erva molhada e bostinha ainda quente despejada pelos animais de uma quinta próxima. Os pianos suportam as vozes Xanax e o Rock minimalista ao longo 54 minutos gravados pelo Steve Albini. Tempo mais que perfeito para um álbum "light" para quem gosta de de depressão desfocada. Tudo certinho como é normal nestes tempos de "standards" que vivemos - excepto a explosiva música Sons (a faixa 6 - sempre a faixa 6 a melhor dos discos!) que soltam-nos da letargia. Acho que ainda ei-de ouvir este disco num dia mais calmo... só para ter a certeza que ele não é assim tão desprezível porque de vez em quando, eu sei, eu sei..., sou um bocado estúpido. Depois digo-vos algo, se me lembrar!

Por fim, som Black pela dupla Yes King via Rock This World (Grand Central / Time Warp; 2008). Uma cena tão manhosa como as estórias envolta das editoras que sustentam este disco - faliram porque não pagaram "royalties", no mundo "online" não se encontram as referências certas, enfim, quase que cheira a Casablanca. Depois é dezenas de participantes, alguns conhecidos como Dawn Penn outros novos talentos como Ayak que mais parece uma compilação de R'n'B, Dancehall, Hip Hop, Dance e Reggae para MTV mostrar. Uma faixa ou outra até não são más mas no global leva-me a perguntar como é que isto veio cá parar... Não tenho mínima ideia! Mas sei perfeitamente onde irá parar... Até amanhã!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Mitra sound baby


A primeira semana do Furacão Mitra em termos de registos aúdio não me correu nada mal - se esquecermos o desastroso directo para a Rádio Zero. Primeiro veio-me prás mãos o vinil de 10" dos [f.e.v.e.r.], The Laptop Mixes (Raging Planet, 2008) que edita a passagem da banda pela sessão "3 pistas" comissariadas por Henrique Amaro e a Antena 3. Editado em vinil branco ao sabor de produção DIY para fã desnaturado... Interessante sem acrescentar nada de novo. O mesmo para o novo single dos Haxixins, Depois de um Lsd / Espelho invisível (Groovie Records; 2008) em vinil verde radioactivo... Radioactivo ou retroactivo? Conforme quiserem, são uma verdadeira máquina do tempo para gostava de ter vivido a Swinging London com o fuzz eléctrico das drogas... giro mas eu prefiro o Século XXI!
Depois houve Traumático Desmame com a banda a atirar k7's ao público - pertença antiga do Dr. Gama - apesar de estar a fazer um directo pró Invisual de alguma forma consegui uma k7 de 90m com Ancient Wisdom (Doom Metal chato) e Dark Funeral (Black Metal que ainda não ouvi com atenção). Troca feita com o Gama e resultou no Split-DVD dos Desmame com Josué o Salvador em Busca da Perdição (Useless Poorductions; 2008). Ainda não tive tempo para ver... o Furacão não tem sido Mitra mas tem sido um furacão na minha vida!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Invisual 9.2 || RÁDIO ZERO

Esta Quarta, às 20h vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a nona emissão da "segunda temporada" do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
Produzido por
Marcos Farrajota, este programa será mais um especial em directo do Furacão Mitra em que pelo menos o polémico autor norte-americano Mike Diana será entrevistado.
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É repetido no Sábado, às 13h. Playlist: Albert Fish, Lobster, We Are the Damned, Karma to Burn, Te Voy a Matar e Euthymia + Kenji Siratori.
Podcast aqui depois da emissão.
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Já agora, fiquem com a programação musical desta semana:

--- Festival Rajada Famélica: dia 19: Löbo + The Sound of Typewriters ::: 3€, às 22h
--- DJ's: GoldenShower (dia 17), The Criminal Sound System of Great Jucifer (dia 18), Psiquiátrico (dia 20).

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Mitra, Mamede e Desmame

Mamede (Filipe Abranches + João Maio Pinto + Ricardo Martins) na inauguração do Furacão Mitra



Depois Traumático Desmame (Filipe Leote + João Gama + João Trovão)

Invisual 8.2 || RÁDIO ZERO

Esta Quarta, às 20h vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a oitava emissão da "segunda temporada" do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
Produzido por
Marcos Farrajota, este programa será um especial em directo do Furacão Mitra em que pelo menos o polémico autor norte-americano Mike Diana será entrevistado e se calhar ainda poderemos ouvir os Mamede - cujo um membro da banda fez o cartaz do evento ------>
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É repetido no Sábado, às 13h. Playlist: Traumático Desmame (ao vivo), Iron Monkey e Authopsy Protocol.
Podcast aqui depois da emissão.
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Já agora fiquem com a programação musical do evento:

--- Inauguração com Mamede e Traumático Desmame ::: gratis, às 19h

--- Festival Rajada Famélica
dia 11: I had Plans + Kill me Tomorrow (usa) ::: 5€, às 22h
dia 12: HüsqVarna + The Living Dead Orchestra ::: 3€, às 22h
dia 19: Lobo + The Sound of Typewriters ::: 3€, às 22h

--- DJ's: Ardo Zilef (dia 10), Festa FUCK 80's com GoldenShower e Slug (dia 13), GoldenShower (dia 17), Milkshake dos Campeões do Yé Yé (dia 18), Pirata (dia 20, a confirmar)...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Invisual 7.2 || RÁDIO ZERO

Esta Quarta, às 20h vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a sétima emissão da "segunda temporada" do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
Produzido por
Marcos Farrajota, este programa terá como convidado especial José Feitor, ilustrador, organizador de eventos e editor da Imprensa Canalha. O programa deverá se reger pelas habituais pérolas e novidades ligadas à bd e à música, a continuação do "dossier Finlândia" e o ciclo de músicas dedicadas ao sub-anormal do Super-Homem com o tema Tails of the Unexpected retirado do álbum Music Frå Hybridene (Kirkelig Kulturverksted; 1997) dos Farmers Market.
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É repetido no Sábado, às 13h. Playlist: Mindflayer, Country Teasers, Cleaning Women, Mekons, Bob Sakuma, Pontos Negros, Modern Lovers e Camper Van Beethoven.
Podcast aqui depois da emissão.

30 000 macacos me mordam!


Lightning Bolt: Wonderful Rainbow (Load; 2003)
Mindflayer: It's always 1999 (Load; 2004)

É assim que se faz uma "cena": um armazém (um espaço!), um montão de gente que é permanente ou está em trânsito, e vontade de criar sem medos... Assim foi nos meados dos anos 90 até 2000 e qualquer coisa com o Fort Thunder de onde saíram vários artistas e músicos (des)alinhados pelo "brutismo" e o "ruído" do mundo Pop que vivemos.
Dos artistas mais conhecidos é sem dúvida Brian Chippendale - publicado em Portugal no zine Mesinha de Cabeceira - que não só é alucinante com os paus-lápis a fazer bd's lixadas como é com os paus-baquetas da bateria dos Lightning Bolt - e outros projectos. Pegar num álbum dos Lightning Bolt é poder ter acesso aos dois mundos: a capa e desenhos de interior do CD e claro com a rodela no leitor, a música feita de baixo e bateria - e de vez em quando uma voz qualquer de gnomo bêbado - que assaltam os ouvidos como um cabo de alta tensão que só os mais fortes conseguem resistir. Ainda podemos falar de Rock e acrescentar o Noise e o Improv assim como se Slayer fosse tocado por dois putos de 9 anos... É bom, é...
Mindflayer parece uma banda sonora para um jogo de computador ou aqueles de "Dragões e Matrafonas" (Masmorras digo!) não fosse a banda constituída pelo Chippendale (bateria) e Matt Brinkman (electrónica). Brinkman também desenha e faz bd "bruta" sendo conhecido - relativamente, por isso não perguntem a um "bedófilo" - o livro Teratoid Heights (Highwater; 2000) onde também poderemos descobrir a filosofia da sua música. A razão porque It's always 1999 parece um jogo de computador tem haver com a forma sincopada e a sensação de marcha ou de caminho que a música transmite - tal como na BD Teratoid assistimos a um percurso de um monstro - e talvez por isso que os títulos das músicas lembram também batalhas improváveis entre baleias ou criaturas fantásticas. Brinkman deve ser um "nerd" daqueles que passou a secundária toda a jogar Warhammer ou o Magic mas não foi "nerd" o suficiente para começar a tocar Power-Metal ou a desenhar bárbaros com machados. Invés disso temos Rock Noise de sabor de Providence / Fort Thunder, longe do discurso Rockeiro de Albini ou Sonic Youth (e essa geração anterior). Com o uso de electrónica de Brinkman mais facilmente parece que estamos numa festa Techno Hardcore do que um concerto Rock, apesar de não estarmos nem numa coisa nem noutra. É «nem carne nem peixe», claro! É carne radioactiva de Troll cheia de calorias lo-fi e sabor a aço!!!