A
Ananana fechou o mês passado (talvez continue online) e fez promoções brutais e eu, claro, aproveitei. Só não tenho tido tempo nenhum para fazer umas resenhas críticas ao material adquirido tal como ainda antes não fiz nada com o álbum
Got Live Ratx (Drag City; 2008) dos
RTX que a Ananana distribuí. Pensava fazer
uma tira ou algo assim mas com o Furação Mitra e a
CHILI não deu para isso. Para além disso como poderia bater os desenhos de
Andreas Jenne que fez a capa. Ficam aqui as desculpas públicas ao Filipe Leote que me arranjou a promo.
Do lote de promoções arranjei Sons dos Dadas - ou melhor
Voices of Dada (LTM; 2006) que recolhe entrevistas dos seus fundadores como
Richard Huelsenbeck ou
Marcel Duchamp, como ainda alguns poemas recitados por
Hans Arp ou
Kurt Schwitters (
Die Sonata in Urlauten de 1932).
Vindos dos Dadas porque foram eles que "inventaram tudo o que é multimedia até aos dias de hoje" também veio para casa Hip Hop de
DJ /Rupture [Special Gunpowder (Very Friendly / Tigerbeat6; 2004)], Breakcore dos
Duran Duran Duran [
Very Pleasure (Very Friendly / Cock Rock Disco; 2005)] e o último dos
Mouse on Mars [Varcharz (Ipecac / Sabotage; 2006)].



Paralelamente comprei dois volumes dos
American Primitive (Revenant; 1997-2005) que tem uma apresentação luxuosa (impressão em serigrafia), textos super-interessantes sobre a música norte-americana vistos sobre o prisma da religião e da exploração fonográfica. Dois volumes equivale a três CD's cheios de Blues, Gospels, Jazz e Folk "primitivos" editados originalmente em discos de 78 rotações - objectos de fetiche para gente como o
Robert Crumb que procura no "primitivismo" a beleza pura de uma sociedade ainda não destruída pelo capitalismo selvagem - não é a toa que os dois temas de
Geeshie Wiley, que são bonitos até à quinta casa, aparecem no segundo volume de
American Primitive [
Pre-War Revenants (1897-1939)] e na b.s.o. do filme-documentário
Crumb.

E ainda o álbum
Metal Music Machine (
Small Town Super Noise; 2006) dos quem-me-dera-ter-uma-banda-para-soar-assim
Jazkamer! A banda norueguesa é composta por John Hegre e
Lasse Marhaug (já editado em Portugal pela
Thisco), os cérebros, e para este disco convidaram "Black Metaleiros" para gravar um disco memorável. O Metal como já percebram é aceite como Arte nas elites e como tal tornou-se inofensivo. Graças aos sunn 0))) qualquer gajo quer fazer uma cena de Metal como é este o caso. A vantagem destes tipos é a inteligência usada para não fazer mais "drones" chatos disfarçados. O primeiro tema
Friends of Satan é disso prova - o "drone" é um loop de bateria Death que não pára de torturar durante seis minutes em verdadeiro autismo metaleiro que nenhum metaleiro teria coragem para o fazer... Depois há ambientes negros, Noise e até "trashalhada" para aliviar a coisa mas tudo à queima-roupa. Brutal mâmêne!