Há várias razões de chamar o suplemento Ipsílon do jornal Público de "Imbecílon". Se calhar demasiadas mas o discurso não seria para explorar as falhas editoriais porque seriam sempre migalhas de algo superior que se instalou na sociedade portuguesa, nomeadamente o fenómeno terceiro-mundista que é a "fuga dos cérebros" - ou seja, os melhores talentos e intelectos a partirem para outros países onde possam ter uma maior realização profissional (monetária ou não). O Portugal Rural parece um estigma para sempre marcado neste país pobre, de fracos recursos, com incapacidade para investimento e inovação.
L.M.O. (Luís Miguel Oliveira) é crítico de Cinema neste suplemento e apesar do pobre-diabo não poder saber que na mesma semana que escrevia sobre um filme qualquer - Tu que vives - tinha inaugurado a exposição Tintas nos Nervos e que o seu colega de redacção José Marmeleira escrevia um artigo (menos inspirado que o habitual, por acaso) sobre a dita exposição, não impediu de fazer a relação anacrónica do filme ser "cartoon" ou "bd". Cartoon (cartum?) quer dizer piadas e anedotas, tudo bem, o filme parece ser pleno de anedotas pelo que li da resenha. BD para dizer a mesma coisa (piadas e anedotas) é imbecil e intolerável quando se mostra uma bd há muito livre do espartilho do humor e da caricatura. Mas se calhar cada um merece o têm, o L.M.O. merece estar neste suplemento cultural desconexo.
PS - ainda sobre o Público, jornal que comemora 20 anos em decadência - longe vão os tempos que era inovador e ousado - como é que na Segunda-Feira da inauguração da exposição, o artigo sobre a exposição consegue creditar o fotógrafo sem creditar os desenhos da Jucifer que eram a totalidade e foco total da fotografia publicada? Ou como nem se quer havia uma referência à autoria da obra fotografada no texto? Ao ler a legenda pensa-se que o desenho será do fotógrafo e não da autora. Não é uma lamechice o que digo, nem se reporta para a eterna insultada bd, infelizmente já vi isto acontecer com outras exposições, em que existe uma incidência sobre uma obra - e não sobre o espaço expositivo ou outros elementos - e quem fica creditado é o fotógrafo. No mínimo usa-se uma legenda para a obra fotografada... Um blogue-zine a ensinar jornalismo ao grande Público? Até parece um "cartoon"...
PPS - lembrei-me de outra nesta relação Público / BD / fuga de cérebros... para um jornal que há 20 anos apostou em bd (Pedro Cavalheiro, Vasco Colombo, ...) e na ilustração (as edições ilustradas quando inauguravam o Salão Lisboa ou a Ilustração Portuguesa) é engraçado que nunca se lembrou de falar no estado inerte da Bedeteca de Lisboa, desde 2006, quando a Câmara Municipal de Lisboa deixou cair a Ilustração Portuguesa. É estranho que nunca no Público se tenham questionado «olha, este ano ainda não fizemos uma edição ilustrada do jornal!?» Pelos vistos preferem a bedófilia homoerótica do Alix ao serviço comercial da Asa / LeYa...
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
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