Lançado na 20ª Feira Laica pela MMMNNNRRRG, este novo número do Mesinha de Cabeceira é limitado a 333 exemplares, custa 3 euros (sem descontos nem não estará à venda em lojas excepto na loja em linha da Chili Com Carne) e tem 24 páginas A5, 16 delas a duas cores.
A capa como se pode verificar é a cores e é da autoria do Dr. Uránio.
Voltando ao formato "perzine" dos velhos tempos dos números 10, 11 e 12 nos anos 90 (reeditados há alguns anos pela colecção Mercantologia), este novo número inclui BDs inéditas de Tim Morris, Marcos Farrajota e Gigi i Gigi.
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Antes de apagar a luz (o editorial editado para este "post")
(...) se nos últimos números do Mesinha de Cabeceira as BDs dos autores eram pedidos trabalhos na forma de encomenda neste número e os seguintes (não sei quantos números serão esta série) tal não acontece [algumas das BDs foram "encontradas"]. Esta é uma das situações, a principal no entanto passa pela minha vontade de voltar ao Mesinha para publicar as minhas BDs que produzi em dois meses numa residência artística na Finlândia. Todo o projecto é uma pretensa "novela gráfica" de vários capítulos, dos quais só conclui três na minha estadia escandinava. É-me inconcebível pensar em fazer mais 60 páginas (serão?) para depois sair num volume único.
(...) Parte da inércia em acabar esta "novela gráfica" deve-se ao facto de ter dúvidas do que estou a fazer, da forma como estou a tratar os temas, etc... Sem qualquer "feedback" tirando o de um círculo íntimo de amigos, sinto uma enorme necessidade de mostrar publicamente o que já está feito - e usar isso como alavanca para concluir o trabalho. De certa forma é um regresso à fórmula "perzine" que caracterizou os números 10, 11 e 12 do Mesinha em que a vontade de publicar BDs auto-biográficas era complementada com participações de outros autores.
(...) Antes de ir para a Finlândia fartei-me do Mesinha de Cabeceira, e dado ao facto do próximo número ser o 23, possibilitei o enterro do projecto pelas mãos do Pedro Brito - para quem não sabe, fomos nós os dois que criamos este título em 1992, tendo o Pedro desistido dele por volta do número 6. (...) O ano de 2012 é a comemoração dos 20 anos do zine e seria uma óptima altura de acabar com ele, afinal de contas "20 anos é demasiado tempo de existência para um zine". Um volumoso volume (passe a redundância) está a ser preparado, sem o Pedro (não anda com tempo para nada) e incluirá velhos colaboradores (Rafael Gouveia, dice industries, João Chambel, Daniel Lopes), novos autores (André Coelho) e novos talentos da cena portuguesa (Zé Burnay). É preciso esperar por Outubro.
O Mesinha é para continuar! Tanto que até salta para o número 24 sem pensar duas vezes!
(...) Dr. Uránio que fez a capa. Ele é um dos segredos mais bem guardados do Porto! Mestre da restauração e acomodação é um insanciável respigador de falhas urbanas, talvez por isso tenha desenvolvido sob efeitos cibernéticos de talidomida essa técnica ubíqua dos séculos XX e XXI chamada de “colagem”. No passado poderão encontrar trabalhos desta douta pessoa no livro de poesia Y el hambre y los ciegos de Héctor Arnau e em várias edições fonográficas da Marvellous Tone.
(...) Tim Morris, ilustrador e argumentista inglês, nasceu em Sheffield a 20 de Abril de 1957, vive e trabalha em Leicester. "Mente perversa" e "O Escapista" são as suas duas únicas obras publicadas em Portugal, ambas em 2005 pela Campo das Letras. O autor é representado cá pelo artista Tiago Manuel que lhe encomendou esta BD para a revista Quadrado (...) A revista no entanto foi cancelada o que nos levou a contactar o Sr. Manuel - que no passado já nos tinha apresentado ao premiado alemão Max Tilmann - para que a BD deste britânico não ficasse nos arquivos bafientos da “instituição abandonada” da Câmara de Lisboa.
(...) a dupla eslovaca Gigi i Gigi também aparece aqui perdida, vítima da desilusão do tal número 7 da Quadrado - há rumores que a revista volte a ser publicada em breve mas por outra equipa editorial, numa quarta série! Esta BD marca o final da parceria artística entre os dois autores que adoptaram Portugal como sua casa.
(...) Portugal não gosta de movimento. Mais uma razão para não abandonar o Mesinha de Cabeceira.
Marcos Farrajota
Lisboa, 19 Junho 2012
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