A primeira vez que ouvi os Exuma foi um tema (o que abre este disco, Exuma, the Obeah Man) numa compilação dedicada ao "pré-Disco", nomeadamente Nicky Siano's The Gallery (Soul Jazz; 2004). Realmente era uma faixa curiosa e "alien" no meio de todo aquela Funk e Soul. Mais tarde foi na Galactic Zoo Dossier, revista especializada em psicadelismo, que li um artigo sobre o homem/ banda, o que ainda me deixou mais curioso embora nunca me tenha lembrado de ir ao Google ou ao Soulseek procurá-los. Até que, numa feliz excursão em 2006 à Vinil Experience, descobri esta reedição em CD (também há compactos na loja) do primeiro álbum - originalmente, da Mercury (1970). A edição de 2003 era da Reportoire, editora alemã que se dedica à reedição de Pop / Rock dos velhos tempos... É uma editora (tal como s Soul Jazz) que faz "serviço público" não só pela selecção do material, mas também pela qualidade das embalagens e a inclusão de artigos sobre o disco ou a banda (ou o contexto histórico-musical), geralmente assinados pelo jornalista Chris Corner.
A carreira de Exuma foi incompreendida desde a sua estreia discográfica com o lançamento de dois discos em 1970, um primeiro homónimo e um segundo era Exuma II (que entretanto adquiri comprando a um alemão qualquer na Discogs). Ambos não tiveram sucesso comercial e os fracassos nas vendas foram constantes ao ponto do mentor do projecto, McFarlane Anthony McKay, ter abandonado as gravações nos anos 70, dedicando-se à pintura e só voltando ao show-biz nos anos 80 com o sucesso que ganhou nas Bahamas, a sua terra natal. A razão do fracasso norte-americano, poderá parecer ridícula nos dias de hoje mas alguns dos motivos apontados são: não haver uma única imagem da banda nos discos (as capas são umas pinturas assustadoras feitas por McKay), os discos terem sido lançados no mesmo ano (sem deixar os produtos "respirarem"), falta de investimento na promoção e sobretudo porque o som era (é!) difícil de catalogar nas lojas e para passar na rádio - Shaman Folk? Country Reggae? World Music Psicadélico? Soul tribal? Pop Pagão? Realmente, percebemos a (feliz) alienação deste projecto, Exuma pega nas raízes caribeanas do Voodoo e vai construindo um álbum ritmado, simultaneamente negro, quase que catártico, com alguma crítica social, uivos de cães e zombies a mastigarem carne humana nham-nham-nham...
4 comentários:
esta capa não é assustadora,é bem fixe!
tens de ver a do segundo álbum!
uuuuuuuuuuuuuuu
Fiquei curioso com estes gajos
e com razão,né?
Enviar um comentário