quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Terminal city



Terminal 11 : Illegal Nervous Habits (Cock Rock Disco; 2005)

Pois é a Matéria Prima em Lisboa vai fechar! Alguns já devem saber mas nunca é tarde de chamar a atenção que Lisboa não é só uma cidade desinteressante como é uma capital desinteressada... Não é porque "já não se vendem discos" porque boas lojas de discos continuam haver em qualquer capital europeia. É mesmo porque esta cidade tem sido destruída para ser um resort de hoteis e hostels que trazem turismo que vem aproveitar o sol, a cerveja barata e onde o facto que ainda se pode fumar nos bares... A oferta cultural rege-se por pequenas resistências aqui e acolá mas que não são capazes de ter uma estratégia comum. O espaço de eleição, o Bairro Alto, degradou-se nos últimos 15 anos para os betos bêbados, que continuam a reproduzir-se como coelhos e já tomaram de assalto o Cais do Sodré com a benção de empresas de imobiliárias e da Câmara que até deixa pintar o pavimento de cor-de-rosa - como um bom popular disse "mas agora o Cais do Sodré é para os paneleiros?" Homofobias à parte, o senhor tinha razão, havia regras de ouro em Lisboa. Sítios que eram só para certas pessoas mas agora tudo é para todos num descabido Big Brother, tudo serve para fotografar e colocar no facebook imeditamente, servindo de controlo policial jamais sonhado por qualquer ditador. Estamos em 2014, atrasados 30 anos da distopia de Orwell mas finalmente chegamos lá!
O que vale é a Matéria Prima continua no Porto e até ao final do mês está a fazer promoções nos discos para livrar stock, do tipo um disco terá um desconto de menos 10% do preço normal, 2 a 20%, 3 a 30 e 4 discos fica em 40%!!! Tenho de ir lá! Entretanto lembrei-me que tenho para aqui a última compra que fiz há alguns meses e que me parece agora adequada para resenha. Trata-se o segundo disco da editora de Jason Forrest, e o terceiro disco do artista norte-americano Terminal 11 (que merda de nome) que pratica um som que faz média entre o IDM e o Breakcore. Glitches a rodos são ordenados a ponto de não ser Noise ou música para bater mal da cabeça, embora seja sentimos sempre um nervosismo em todo o disco que impede de ser usado para dançar. A produção é bastante limpa embora seja óbvio que a matéria-prima seja lixo (pop?) alheio (quase de certeza mas é irreconhecível) a lembrar algo do catálogo da Warp. Nada de inovador por aqui mas é um álbum que mexe com o lado esquerdo do cérebro enquanto a parte direita responde a e-mails chatos...

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