sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Exposição "Free Dub Metal Punk Hardcore Afro Techno Hip Hop Noise Electro Jazz Hauntology" || MUNDO FANTASMA até 13 de Novembro
Marcos Farrajota (Lisboa; 1973) trabalha na Bedeteca de Lisboa desde 2000. Faz BD e fanzines desde 1992 quando criou com o Pedro Brito o zine mutante Mesinha de Cabeceira que ainda hoje edita. Criou a editora MMMNNNRRRG "só para gente bruta" em 2000 mas antes fundou a Associação Chili Com Carne em 1995.
Participou em vários fanzines, jornais, revistas e livros com BDs ou artigos sobre cultura DIY e BD pelo mundo fora. Criou a série Loverboy com desenhos de João Fazenda. Tem feito capas e cartazes para bandas punks e afins. Organizou ou fez parte de organização de vários eventos como a Feira Laica, bem como acções de formação, colóquios, rádio e "unDJing". Participou em várias exposições de BD colectivas como o Zalão de Danda Besenhada na ZDB (2000) ou Tinta nos Nervos na Colecção-Museu Berardo (2011) bem como em festivais como Xornadas de Ourense, Salão do Porto, Salão Lisboa, Komikazen em Ravenna e BD Amadora.
Exposições individuais só houve uma, Auto de Fé(rrajota) na Biblioteca da Universidade de Aveiro (1998), e é por isso que o autor aceitou com muito prazer o desafio de mostrar originais seus na galeria da loja Mundo Fantasma - inauguração dia 10 de Outubro, às 17h.
A acompanhar e de título homónimo será lançado o livro Free Dub Metal Punk Hardcore Afro Techno Hip Hop Noise Electro Jazz Hauntology. Tal como os seus livros anteriores, Noitadas, Deprês e Bubas (2008) e Talento Local (2010) ambos pela Chili Com Carne, este novo livro reúne mais BDs autobiográficas suas dispersas em várias publicações desde 2010, incluindo o livro do DVD do 15º Steel Warriors Rebellion Barroselas Metalfest.
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quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Finger lickin' good
Fudge Tunnel : Creep Diets (Earache / Columbia; 1993)
Meu, cada vez acho que os anos 90 foi a última década de música Rock à séria, ou pelo menos para o Rock "pesado"... E com isto admito ficar velho, quadrado e estúpido. Que se lixe... Nunca ouvi os Fudge Tunnel nos anos 90 embora soubesse que um tal de Alex Newport fosse da banda. Sabia que este cromo Newport era um produtor conceituado e soube que ele existia através daquela bomba de pregos "Indus-trash" que eram os Nailbomb - a única merda de jeito que o Max Cavalera fez fora dos Sepultura.
Fudge é Rock sujo, a roçar Hardcore e Metal, muito nas linhas de Helmet ou Nirvana-porque-não, são ingleses da mesma cidade da editora Earache e dos Napalm Death, por isso, se falamos de rock barulhento é isto. São do melhor. O resto pouco importa...
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Christoph Fringeli e Lynx : "Almanac for noise & politics 2015" (Datacide / Praxis; 2015)
Livro em formato A6 que faz uma espécie de "best of" do fanzine Datacide, publicação internacional que trata de "barulho e política". Se o livro "anarquista" do Rui Eduardo Paes apontava que o pensamento anarco-libertário foi ultrapassando o punk/ hardcore para outros géneros musicais, a maior falta que o nosso respeitado crítico cometeu foi não ter encontrado a ligação política ao Breakcore e à música pós-rave - a entrevista a Fringeli (cabeça da publicação e da editora Praxis) é bastante interessante sobre a intersecção entre música de dança que é essencialmente instrumental e a transmissão de ideias políticas, tema aliás que tem sido bastante debatido nos últimos números da Wire.
O Datacide tem conseguido fazer a ligação contemporânea sobre música e política, ora relembrando movimentos sócio-políticos que o status quo tenta apagar, alguns exclusivamente políticos como a "Autonomia" em Itália nos anos 70 outros alguns ligados à música de embate contra o Estado - a cena Rave inglesa dos anos 80 e a consequente "Criminal Justice Bill". Mas não é só relembrar o que se tenta ser apagado com a cultura dominante que a Datacide pretende fazer, noutros casos, também denuncia ou desmistifica situações como a de Boyd Rice - fuck, sinto-me envergonhado com isto - que se não é um Nazi mas apenas um provocador cultural então o seu narcisismo público e discurso artístico analisado como foi nesta publicação deixa poucas dúvidas sobre tal. E isto é o melhor que estas cento e poucas páginas fazem, dão-nos coordenadas novas para quem não quer estagnar culturalmente. Leitura obrigatória para 2015!
O Datacide tem conseguido fazer a ligação contemporânea sobre música e política, ora relembrando movimentos sócio-políticos que o status quo tenta apagar, alguns exclusivamente políticos como a "Autonomia" em Itália nos anos 70 outros alguns ligados à música de embate contra o Estado - a cena Rave inglesa dos anos 80 e a consequente "Criminal Justice Bill". Mas não é só relembrar o que se tenta ser apagado com a cultura dominante que a Datacide pretende fazer, noutros casos, também denuncia ou desmistifica situações como a de Boyd Rice - fuck, sinto-me envergonhado com isto - que se não é um Nazi mas apenas um provocador cultural então o seu narcisismo público e discurso artístico analisado como foi nesta publicação deixa poucas dúvidas sobre tal. E isto é o melhor que estas cento e poucas páginas fazem, dão-nos coordenadas novas para quem não quer estagnar culturalmente. Leitura obrigatória para 2015!
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Tristezas não pagam dívidas
Sleep Chamber : Siamese Succubi (Fünfundvierzig; 1992)
Industrial, EBM, Gótico, S/M, drogas, suspeitas de homicídios, Chaos Magick ... Ah! América! Ah! Os anos 90! Hoje seria impossível aparecer uma banda com mulheres em lingerie a executarem bondage em palco - as Barbitchuettes, só o nome... - com a banda a tocar. A primeiira reação que se pensam sobre isto é se isto seria uma forma de disfarçar os gajos feios da banda ou então o som manhoso. Ouvindo este disco e acusar isso à banda não faz muito sentido, o som é coerente com os temas pois todos eles são ambientes "erodark", que ora vão pela veia do Rock Pós-Punk ou pelo Rock Industrial. Curiosamente a música até resiste ao tempo e ainda mais curioso quando a formação (o projecto já teve dezenas de músicos mantendo-se sempre e apenas o agarrado do vocalista, John Zewizz) desta gravação é composta metade dela por mulheres - Elaine Walker (teclas, percussão, computador) e Laura Chopelas (saxofone).
Parece que os inícios da banda são mais experimentais na linha de Throbbing Gristle mas nos anos 90 o som da banda tornou-se mais funcional para alegrar (ironia espontânea) os sado-masoquistas que precisam de ritmo para copular e chicotear o parceiro. Uma surpresa este CD!
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Fucky fucky
Die Antwoord : Donker Mag (Zef; 2014)
Terceiro disco da banda mais excitante do novo milénio que baralha coordenadas a toda a hora. Ou talvez não, ao terceiro disco já há poucos mistérios e ilusões de quem é esta gente sul-africana que entretanto parece que vive em Los Angeles ao lado de outras estrelas de Hollywood.
A estratégia deste disco é "aumentar o volume" para dar nas vistas, uma vez que já serão poucos que não viram as fronhas destes "afrikaners artsy gunas góticos trash bling blings". Essa funcionalidade chega ao ponto que este disco até podia ser um dos Prodigy mas está lá ainda tudo que é dos Antwoord: som super-viciante cheio de micro-narrativas (algumas explicadas pelo livrinho do CD), roubos descarados a outras músicas mas com a capacidade de lhes dar novas vidas, representações cartoonescas da vida ao ponto de por todas as bestas humanas a dançar. A ambiguidade pela estética xunga continua a funcionar, o que se poderia querer mais aqui?
terça-feira, 3 de novembro de 2015
MdC na exposição SemConsenso. Banda desenhada, ilustração e política
Trata-se de uma mostra de trabalhos que compreenderá banda desenhada publicada em livros, jornais, revistas, publicações de vário cariz, assim como ilustrações editoriais, cartoons, e outros objectos menos comuns que, de uma forma ou outra, “abrem um novo espaço da política” (…). É uma constelação que não tem respostas nem pretende seguir os caminhos já trilhados ou pré-preparados para a “discussão séria”. Bem pelo contrário, são colocadas muitas perguntas.
Esta exposição contará com a presença de trabalhos dos seguintes autores, de forma mais alargada ou mais concentrada: Alice Geirinhas, Álvaro Santos, Amanda Baeza, António Jorge Gonçalves, Bruno Borges, Carlos Pinheiro, Cristina Sampaio, Daniel Seabra Lopes, João Fazenda, José Feitor, José Smith Vargas, Jucifer, Marco Mendes, Marcos Farrajota, Marriette Tosel, Miguel Carneiro, Miguel Rocha, Nuno Saraiva, Nuno Sousa, Pepedelrey, Tiago Baptista e ainda mural de Pepedelrey & André Lemos.
Ficam aqui algumas fotografias de trabalhos relacionados com o Mesinha de Cabeceira e o Mercantologia. Obrigado Pedro Moura pelo "fist fucking institucional"!
O Mesinha de Cabeceira #23 por ali... |
O Mesinha de Cabeceira #25 lá no canto... |
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