1. Alberto Manguel : Uma História da Leitura (Presença; 1998)
2. Olivier Schrauwen : Arséne Schrauwen (Fantagraphics; 2014) + Cinzas (MMMNNNRRRG + Mundo Fantasma) + Olá, o meu nome é O. Schrauwen (exposição Mundo Fantasma)
3. Almanac for noise & politics 2015 (Datacide / Praxis)
4. Allen Halloween : Híbrido (ed. de autor)
5. AtilA : V (Bisnaga / Signal Rex)
6. Chris Hedger + Joe Sacco : Days of Destruction, Days of Revolt (Perseus; 2012)
7. Die Antwoord : Donker Mag (Zef; 2014)
8. Aaron Lange : Trim (3 números, The Comix Company; 2014-15)
9. Plus Ultra (k7 + concerto Milhões de Festa)
10. Nerve : "Trabalho & Conhaque” ou “A Vida Não Presta & Ninguém Merece a Tua Confiança" (Mano a Mano)
11. Verney + Tardi : Putain de Guerre! (2 vol.; Casterman; 2008-09)
12. Ghost : Opus Eponymous (Rise Above; 2010)
13. Tournê dos 15 anos da MMMNNNRRRG (5-10 Maio)
14. Alan Moore + Melinda Gebbie : Lost Girls (Top Shelf; 2012)
15. Maurice Louca : Salute The Parrot (Nawa; 2014)
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
Comprei um disco de Emocore...
Pensava que podia comprar um disco de Drumcorps sem pensar em ouvi-lo e ficar louco por ele à primeira audição (todos procuramos o áudio virgem, certo?) porque o álbum anterior, Grist (Ad Noiseam; 2006), foi das melhores coisas que ouvi nos últimos tempos. Falling Forward saiu agora, é o segundo disco deste projecto e é uma valente merda!
Não sou um fã de Breakcore do tipo dogmático - como os punks bestas ou metaleiros com palas - mas este disco parece que é Emocore! Armado em Rock Star de merda? Um trabalho para fazer guita? Eis perguntas estranhas... a verdade é que o Breakcore que teve uma explosão de criatividade na primeira metade deste milénio não conseguiu - e ainda bem! admito, afinal, ter uma costela dogmática e fanática - saltar de um grupo mais ou menos pequeno de radicais para esquemas comerciais, como aconteceram com todas as outras subculturas urbanas. O que acontece é que neste disco há uma série de músicas cantadas por Aaron Spectre (é assim que se chama o gajo de Drumcorps) numa onda tão Emo que até mete nojo...
Sua bestinha, esta é a razão porque se ouve barulho Breakcore, é justamente para não ouvir trampa!! Por causa disso (nada contra projectos Breakcore com vozes) funciona como um produto para massas, sem muito a transmitir, tipo Nine Inch Nails desde que eles se tornaram irrelevantes. Há faixas que mostram Spectre sabe des/cons/truir "beats" completamente alucinantes que o deveria protagonizar como uma vanguarda do corpo morto e putrefacto do Metal - um género incapaz de ter ideias novas há uma década. Drumcorps é maquinaria mas também é uma guitarra de riffs metaleiros, daí a aproximação possível à Arena Rock sem desdenhar a pista de dança.
A sua vozinha de mosca morta estraga o que poderia ser apenas um bom disco mesmo que a parte instrumental não tenha ideias assim tão brilhantes como há 9 anos atrás. Está num beco sem saída? Pior, que faço eu com isto agora!? Prendinha de Natalixo de certeza... Vingança final: uma pontuação à fanzine Metal: 3,2 em 5, toma lá ó vendido!
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Nadja em triplicado!
Triplicado? Como assim?
Nadja a banda, certo!
Nadja a BD, certo!
Dia 17 de Dezembro vão perceber SE aparecerem!
Co-organização ATR e MNRG
Nadja a banda, certo!
Nadja a BD, certo!
Dia 17 de Dezembro vão perceber SE aparecerem!
Co-organização ATR e MNRG
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José Smith Vargas,
MESINHA de CABECEIRA,
Nunsky
Feliz Natalixo!
Mesinha de Cabeceira #27 : Special XXXmas : Nadja - Ninfeta Virgem do Inferno de Nunsky
Publicado pela MMMNNNRRRG ... 44 páginas a cores 16x23cm
PVP: 9,5€ (30% desconto para sócios da CCC) à venda na loja em linha da Chili Com Carne, El Pep, BdMania, Artes & Letras, Letra Livre e este fim-de-semana chegará à Mundo Fantasma, Matéria Prima e Utopia.
Nunsky (1972) é um criador nortenho que só participou neste zine, o Mesinha de Cabeceira. Assina o número treze por inteiro, um número comemorativo dos 5 anos de existência do zine e editado pela Associação Chili Com Carne. Essa banda desenhada intitulada 88 pode ser considerada única no panorama português da altura (1997) mas também nos dias de hoje, pela temática psycho-goth e uma qualidade gráfica a lembrar os Love & Rockets ou Charles Burns. O autor desde então esteve desaparecido da BD, preferindo tornar-se vocalista da banda The ID's cujo o destino é desconhecido. Nunsky foi um cometa na BD underground portuguesa e como sabemos alguns cometas costumam regressar passado muito tempo...
Em 2014 o regresso deste autor foi feito com o romance gráfico Erzsébet (Chili Com Carne), 144 páginas que regista a brutalidade da Erzsébet Bathory, a infame condessa húngara que assassinou centenas de jovens na demanda da eterna juventude. O livro venceu o Melhor Desenho do Festival de BD da Amadora em 2015.
Em 2015 Nunsky apresenta-nos este Nadja - Ninfeta Virgem do Inferno... verdadeiro deboche gráfico anti-cristão para quem curte bandas de Hair Metal de Los Angeles dos 80, fãs distópicos do RanXerox e revivalistas da heroína. A MMMNNNRRRG nunca deseja "Feliz Natal" aos seus amigos mas com a Nadja até... ehhh
Historial: lançado no dia 17 de Dezembro 2015 no Lounge Bar com o concerto da banda canadiana Nadja, organizado pela Associação Terapêutica do Ruído.
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Muito boa BD, me inspira para criar logotipos - Lord of The Logos
Erzsébet, o livro, é o relato implícito, emudecido, de um receio: o de que a morte escape definitivamente ao controlo masculino. Afinal, é a morte que conduz cada um e todos os passos da humanidade, tal e qual como vem anunciando a estética gótica em todas as suas formas. Nunsky recorda-nos isso mesmo com esta edição… - Rui Eduardo Paes
Consegue ter aquele espírito dos filmes do Jess Franco e afins, em que por vezes é mais importante a iconografia e a imposição de elementos simbólicos / esotéricos ou fragmentos de actos violentos e ritualizados (como as mãos nas facas ou as perfurações e golpes) do que termos uma continuidade explicita e lógica da narrativa, o que cria toda uma tensão e insanidade ao longo do livro e de que há forças maiores do que a nossas a operar naquele espaço. - André Coelho
o romântico está presente antes na sua dimensão histórica e o trágico se aproxima do monstruoso. - Pedro Moura
Mesinha de Cabeceira #27 : Special XXXmas : Nadja - Virgin Teenie From Hell (promo)
Published by MMMNNNRRRG. Released 17th December in Lounge Bar (Lisbon) with Nadja gig, organized by Associação Terapêutica do Ruído.
Nunsky (b. 1972) is a comics artist from the north of
Portugal and has published most of his work in the Mesinha de Cabeceira zine. In 1997 he made an incredible 39 page
comix for the 13rd issue and the 5th anniversary of this mutant zine. Actually
this was the first professional looking book that the Chili Com Carne Association
made, starting an important publishing history in the Portuguese scene. The comix
was entitled 88 and was a unique comix in Portuguese panorama at the time -
and still is nowadays! Not only the "psycho-goth" ambience was different
from all Portuguese comics but also the graphic quality was astonishing for
such artist coming from nowhere. It reminded the Love & Rockets and Charles Burns but had it’s own voice. Since
Nunsky is such a lone wolf, almost nobody knows about him and his whereabouts.
After the 88 comix he created a rock
band called The ID's and that's it. Or that’s what we thought…
In 2014 he
returned with the graphic novel Erzsébet (published by Chili Com
Carne), a 144 pages black and white document of Erzsébet Bathory, the infamous
Hungarian countess that slayed hundreds of young girls in search of the eternal
youth. This book won the Best Drawing
Prize in 2015 by the Amadora Comics Fest - the more important mainstream
Comics festival in Portugal. The book was appraised by music and comics critics
but also by other artists... Here’s some Erzsebet
brouhaha:
Very good comic, inspiring to make logos!!!
- Lord of The Logos (Belgium artist known for this work for Metal
bands logos, he is really the meister of the black art!)
He gets that spirit from Jess Franco movies,
where the most important is the iconography and esoteric symbols than a logic
narrative, which builds a tension and insanity during the book...
- André Coelho (Portuguese artist and
musician in Sektor 304, Méchanosphère, Pagan)
So… in 2015
Nunsky is presenting this Nadja - Virgin Teenie From Hell comix
for all you fans of L.A. Hair Metal sleazy bands, RanXerox fucked up dystopians
and heroin revivalists. This graphic novel is full color and it's a blast! It's
published in Portuguese language but we are offering this poor one-color-only
promotion edition to you because we want to find some publishers with balls to do
this book somewhere in the world!! So come on, take a speedball and contact us
by e-mail [ccc@chilicomcarne.com] or facebook.com/nunskycomics.
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Nunsky
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
Linha Clara
Eis o segundo disco de Fay Lovsky & La Bande Dessinée intitulado Numbers (Basta; 1997). Porquê, ó Farrajota? Cheguei a esta senhora holandesa da forma estranha, pois sou um fã incondicional da banda sonora de Natural Born Killers (não do filme, atenção!) e como preparo uma BD sobre isso andei às voltas de uma das faixas de uns tais A.O.S. Projecto esse que não existe para além do elegante tema da banda sonora e cujos elementos são Klaus Buhler (compositor), Thomas Wilbrandt (condutor de orquestra) e a cantora Lovsky que grava desde 1980.
Entretanto descobri na discografia da cantora este CD com um tema dedicado a Portugal, capa do autor de BD Joost Swarte (pró ano e aqui poderão ler um texto sobre ele, estejam atentos), uma banda chamada de "banda desenhada" e o discogs.com a bombar barato... como não comprar tal coisa?
Revelou-se feio o objecto fonográfico em que só a capa de Swarte é que se safa. O resto é uma americanice com fundos orquestrais, tudo bom gosto como aliás A.O.S. já prometia. O tema Portugal é realmente fixe e a melhor coisa do disco, nacionalismo-barato à parte.
E agora?
Volta para o discogs, né? Podia ter passado no Invisual se ainda fizesse rádio, bah!
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
Tascas e Rãs
Não muita gente que goste do meu trabalho de BD como autor (snif snif) mas os poucos são bons e alguns passam pelo transhumanismo como é caso de rãs leitoras! Oh yeah!
Onde é que elas estão? No balcão da Tasca Mastai (na rua da Rosa 14, Bairro Alto, Lisboa), um “comix bar”! O que é isso? Sacando daqui a explicação: Por favor limpe as mãos da bebida e da comida antes de pegar nos livros de BD portuguesa e italiana. Um casal muito simpático fartou-se de Bolonha, trouxeram para cá este conceito híbrido de bar e livraria de BD como também a apetitosa bebida “spritz”! De tasca é que não tem nada…
A autoria do mural do balcão é de Andrea Tarli
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Zeichnungen Des Patienten O.T.
Texto prá newsletter da Flur no âmbito do lançamento do Breakdance do André Ruivo, no dia 8 de Dezembro.
Esta semana a grande má notícia é justamente esta, dois jornais de notícias vão deixar de existir. Não que tenha muita pena que o Sol e o I desapareçam, não eram lá grande espingarda mas dá no que pensar…
Realmente existe toda esta questão da desmaterialização da cultura, ora porque estamos a ficar habituados a encontrar todos os conteúdos na Web, ora porque por “novo-riquismo” acha-se melhor não ter objectos culturais amontoados nas estantes de casa para estarem todos enfiados num “i-qualquer-coisa” ou no disco rígido do computador. Esta atitude irá trazer mazelas no futuro (se é que já não está a acontecer agora!) porque sem objectos não há referências para a memória, sem memória a ignorância passa a ser o padrão comum. Por isso e antes de mais: viva a Flur e outras “discotecas” que ainda existem para termos nas mãos música… e livros!
Asger Jorn, artista do COBRA e do Situacionismo, escreveu algo curioso em 1962: When one sees the colossal spread of the modern strip cartoon, one wonders why newspapers do not formulate their news in the same way. Como já disse, os dois jornais referidos não eram lá muitos bons mas apostaram em “imagem”, sobretudo o I publicou informação em BD, ilustração e infografia e com isso conquistou algumas gerações perdidas consumidoras de jornais. Em contraponto, olhando para a edição dos 25 anos do Público, alarvemente afirma que os desenhos de Álvaro Siza são “BD e/ou flip-book” porque sim. Na fundação do Público, o seu director Vicente Jorge Silva trouxe muita BD para este periódico, será que foi por isso que ainda gostamos de pensar neste jornal como uma referência?
A verdade é que se os jornais e revistas cada vez vendem menos, parte da culpa é a falta de cultura visual dos seus responsáveis – directores e redacções. Na música já se percebeu que grafismo e discos têm de andar de mãos juntas mesmo que seja para boiar num bandcamp.
Portugal intitula-se um país de poetas mas seria bom mudar isto, seria mais interessante se fosse um país de “poetas gráficos” ou “poetas músicos” já agora.
Entre 2003 e 2010 fiz “tiras humorísticas” sobre discos e concertos. Foi com alguma resistência que consegui metê-las em algumas publicações nacionais – na Finlândia foi muito mais fácil, diga-se, além do que o director da publicação era espanhol! – até que desisti porque… também não sobraram muitas publicações em papel.
Algumas dessas tiras foram reeditadas no meu novo livro, Free Dub Metal Punk Hardcore Afro Techno Hip Hop Noise Electro Jazz Hauntology. Sei que sou um desenhador medíocre e só faço esta auto-publicidade desenvergonhada (desculpem lá!) não porque queira promover-me mas sim porque quero promover é esta ideia de retratar música em BD, e que é o desenho que vai salvar a imprensa portuguesa e o mercado fonográfico e tudo mais. Aliás, já há acólitos que acreditam piamente nesta ideia como é o caso do Tiago da Bernarda, topem lá as criticasfelinas.tumblr.com.
Sim, é isso que queria dizer, olhando prá miséria da imprensa nacional…
Esta semana a grande má notícia é justamente esta, dois jornais de notícias vão deixar de existir. Não que tenha muita pena que o Sol e o I desapareçam, não eram lá grande espingarda mas dá no que pensar…
Realmente existe toda esta questão da desmaterialização da cultura, ora porque estamos a ficar habituados a encontrar todos os conteúdos na Web, ora porque por “novo-riquismo” acha-se melhor não ter objectos culturais amontoados nas estantes de casa para estarem todos enfiados num “i-qualquer-coisa” ou no disco rígido do computador. Esta atitude irá trazer mazelas no futuro (se é que já não está a acontecer agora!) porque sem objectos não há referências para a memória, sem memória a ignorância passa a ser o padrão comum. Por isso e antes de mais: viva a Flur e outras “discotecas” que ainda existem para termos nas mãos música… e livros!
Asger Jorn, artista do COBRA e do Situacionismo, escreveu algo curioso em 1962: When one sees the colossal spread of the modern strip cartoon, one wonders why newspapers do not formulate their news in the same way. Como já disse, os dois jornais referidos não eram lá muitos bons mas apostaram em “imagem”, sobretudo o I publicou informação em BD, ilustração e infografia e com isso conquistou algumas gerações perdidas consumidoras de jornais. Em contraponto, olhando para a edição dos 25 anos do Público, alarvemente afirma que os desenhos de Álvaro Siza são “BD e/ou flip-book” porque sim. Na fundação do Público, o seu director Vicente Jorge Silva trouxe muita BD para este periódico, será que foi por isso que ainda gostamos de pensar neste jornal como uma referência?
A verdade é que se os jornais e revistas cada vez vendem menos, parte da culpa é a falta de cultura visual dos seus responsáveis – directores e redacções. Na música já se percebeu que grafismo e discos têm de andar de mãos juntas mesmo que seja para boiar num bandcamp.
Portugal intitula-se um país de poetas mas seria bom mudar isto, seria mais interessante se fosse um país de “poetas gráficos” ou “poetas músicos” já agora.
Entre 2003 e 2010 fiz “tiras humorísticas” sobre discos e concertos. Foi com alguma resistência que consegui metê-las em algumas publicações nacionais – na Finlândia foi muito mais fácil, diga-se, além do que o director da publicação era espanhol! – até que desisti porque… também não sobraram muitas publicações em papel.
Algumas dessas tiras foram reeditadas no meu novo livro, Free Dub Metal Punk Hardcore Afro Techno Hip Hop Noise Electro Jazz Hauntology. Sei que sou um desenhador medíocre e só faço esta auto-publicidade desenvergonhada (desculpem lá!) não porque queira promover-me mas sim porque quero promover é esta ideia de retratar música em BD, e que é o desenho que vai salvar a imprensa portuguesa e o mercado fonográfico e tudo mais. Aliás, já há acólitos que acreditam piamente nesta ideia como é o caso do Tiago da Bernarda, topem lá as criticasfelinas.tumblr.com.
Sim, é isso que queria dizer, olhando prá miséria da imprensa nacional…
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