terça-feira, 19 de julho de 2016

Soul Jazz à 'tuga!


A k7 voltou! Ou melhor regressou de vez porque se foi sempre existindo como um formato de oposição  à voracidade dos meios digitais ("googlar", descarregar, ouvir, despejar) para uma música que se pretende melhor e que requer atenção, não se esperava que também fosse usada para reedição de "música antiga" - mas porquê o espanto? Quando a k7 apareceu, não disseram que ia dar cabo da indústria fonográfica porque era um meio fácil de piratear?
O Instituto Fonográfico Tropical é o R.S., um gajo omnipresente em todas as festas e sítios populares (pós-lumpen não hipster, atenção!) e pelos vistos é um coleccionador de música perdida em singles e EPs que já ninguém quer saber. Faz de DJ (ou será unDJ?) por onde o Império Romano passou - ou seja, de Roma a Évora - com estas pérolas "afrosulamericanas". Não está a fazer um trabalho de pesquisa como a Soul Jazz, Soundway ou Awesome Tapes of Africa porque não há materiais de contextualização (fotografias, ensaios, fichas técnicas, etc...). São apenas umas compilações para a malta curtir no auto-rádio - 77,8% dos ouvintes de k7s afirmam ouvir exclusivamente no carro - como naqueles tempos em que se parava numa estação de serviço à cata de uma cena fixe para se ouvir para a viagem.
Ainda só ouvi a de Cumbia e de Coladera, na primeira k7 parte-se a loiça todo com os orgãos ácidos e ritmo de engate barato - destaque para La Chichara de Hugo Blanco! - e na outra curte-se como um doido graças ao Bana, Tubarões e cia - mesmo com o som sujo do vinil que o IFT gamou a malha. Nice!


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