sexta-feira, 23 de novembro de 2018

yin yang


Black Sun Deve ser o único disco da Hyperdub que adormeci a ouvi-lo. Soa a pouco escrever isso, porque é um disco muito mais maior grande, ehm... Em 2011 o Dubstep já estava tão gigante que ninguém queria ser rotulado por tal, para não se pensar que isto era música para ma$$a$. Só que esta malta estava noutra, na via correcta e Kode9 & The SpaceApe (que falecia três anos depois) lançam um álbum potente, cujo livrinho inclui até uma BD xunguita. São beats urbanos de quem bomba nos headphones armado em Ghost Dog: The Way of the Samurai (1999), black music para o mundo inteiro mal sabendo que os neo-nazis estariam seis anos depois aí a céu aberto, bass music de sensações de arrepio e conforto em simultâneo, dance music para o Clubbing de quinta-feira à noite, kosmische musik para quem até 'tá sóbrio, arena music para hooligans e mitras andarem ao soco com grandas canhões de ganza entre os dedos... É raro haver álbuns "completos", com amplitude para tanta coisa, este é um deles.
Gracias Megastore by Largo!


Dois anos antes, saia um disco de Tricky com os South Rakkas Crew pela Domino, assim bem bom... O Tricky passa a vida a dar as voltas, quando está em editoras grandes faz discos lixados de ouvir no mainstream, quando está em indies faz discos acessíveis e que são delícia de pista de dança mais festiva ou mais má onda, conforme os shots baratos consumidos. Todo ele é um álbum Ragga & Grime com batidas que vão ao dito Dubstep como aos tribalismos de guerra e Dancehall. Sendo um disco de participações com outros artistas lembra o Juxtapose (1999) que tinha DJ Muggs e Grease. Voltando a ouvir o Tricky, estes discos aqui referidos e o Maxinquaye (1995) - a sua obra-prima - ele parece um pai para todo o catálogo Hyperdub e hype boys & girls da revista Wire, Yvan Tumor, Blunt and all that jazz... Tipo um Iggy Pop negro, que todos terão de venerar.

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