Na última Troca de Discos, o Mike levou alguns discos manhosos meus e apesar de ter demorado algum tempo lá apareceu com qualquer coisita, nomeadamente um bootleg dos Black Crowes, "A southern fried treat: live in the U.S.A. 1995" (Alemanha?, 1995?) que mostra o que eles são: uma merda de banda Rock sulista melosa até à última casa. O tema High head Blues até nem é mau, lembra algo de Santana quando este ainda era fixe. O resto é de fugir a sete pés... [1,1; despachar rápido na próxima festa!!!]
Depois temos o Opuntia que nunca levava discos para as festas de Troca de Discos... também demorou para trocármos algumas coisas. Nem vou falar das tretas com que fiquei dele porque entre elas apanhei uma coisa porreira: "Veterans of Disorder" (Domino; 1999) dos Royal Trux. Confesso desconhecer completamente o trabalho da banda, tirando o facto de saber que vinham algures dos barulhentos Pussy Galore... Aqui, um álbum ao que parece menos caótico que os anteriores (segundo o All Music) que lembra os White Stripes nos antípodas - o casal Trux é todo queimado, enquanto que o casal White é clean - e com a diferença de uma década de carreira a separá-los... Rock Indie, Bluesy & Noisy, contaminado com outras fontes como excertos de Jazz, Ragtime, Latino - como o tema Lunch Money. Valeu! [3,5; irá aguentar uns tempos de certeza]
O Pepe emprestou-me os dois últimos CD's dos Texabilly Rockers: "Bop Cat Bop!" (Part; 2004) e "Bop Potion Nr.5" (Part; 2006), banda com uma carreira de 14 anos limitada ao espectro do Rockabilly em que - aposto que isto deve ser uma espécie de elogio - quase não conseguimos saber se o som veio mesmo das trevas dos anos 50 ou se foi gravado no novo milénio tal é a capacidade de mimetismo desta banda. Quase que o espírito do Cash anda por em algumas faixas, as guitarras são cristalinas, a qualidade da banda parece intocável mas tratam-se de edições só para especialistas e/ ou nostágicos de uma época não vivida - em que o mito de uma Época de Ouro não só é sempre falsa como ridícula. Ouvem-se bem, bate-se o pézinho, vamos buscando referências do que conhecemos (Squirel Nut Zippers, Elvis, Johnny Cash, etc...) mas a sensação que apanhamos uma interferência temporal marada na aparelhagem. Não necessariamente uma sensação má mas igual a que temos quando vemos uma banda de covers num bar qualquer, divertimo-nos mas provavelmente não nos lembraremos do que ouvimos no dia seguinte. O virtuoso Dr. Frankenstein André Joaquim toca por aqui, desde 2004. [3,2]
E por falar no Diabo, A. Joaquim também faz parte dos Capitão Fantasma que regressaram em grande forma com "Viva Cadáver" (Raging Planet; 2007) depois de passar 12-anos-12 sem gravar!!! Sim, o segundo registo Contos do imaginário e do bizarro (União Lisboa; 1995) já lá vai, esquecido injustamente - como aliás, o primeiro Hu uá uá (Polygram; 1992) e a carreira da banda - e digo injustamente porque enquanto a maior das outras bandas são preguiçosas ao cantar em inglês-para-inglês-ver, os Capitão dão-lhe no português puro e duro - com um calão do caraças - sem que uma ponta da qualidade lírica ou instrumental seja afectada. Os Cramps e os Meteors serão as balizas que aqui se explora num Psychobilly cheio de Freud (Sexo & Morte a rodos) de qualidade inegável, pica e foclore mórbido. Fazem uma óptima versão de um tema Rock'n'Roll (claro!) de 1965, Se eu enlouquecer de Daniel Bacelar & os Gentlemen (recentemente recuperado no segundo volume dos Portuguese Nuggets), já a versão nova d'Os Mortos (do primeiro disco) é a única coisa que não convence neste Cadáver. Ah! bem como o artwork do CD - é o que dá considerar os tatuadores como artistas. [4; vale a pena ter este disco!]
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