sexta-feira, 27 de abril de 2007

xixi allin

O Opuntia fez uma ilustração do GG Allin pró Entulho Informativo quando este zine ainda era alguma coisa de jeito... esta versão não foi publicada até aos dias de hoje, creio - nem pelo próprio Opuntia?

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Are you vynil experienced?

Anda em Portugal mexidas editoriais subterrâneas bem interessantes mostrando com agrado que o futuro da indústria fonográfica tem os dias contados. Vejam um caso como a Groovie Records que edita discos Rock em vinil. A escolha do formato é feita porque o vinil é melhor enquanto formato musical, mais sexy na questão material e gráfica do objecto e demora algum tempo a aparecer na internet permitindo que os discos tenham alguma rentabilidade financeira para quem edita - o disco tem de ser convertido para formato digital, o que dificulta a entrda nas músicas para a voragem da Internet...

Este ano acabou de lançar mais um single de 7", que é aliás um split-single dos brasileiros Autoramas - surf-rockers ao nivel de uns Man or... Astroman ou dos nossos Dr. Frankenstein, actualmente uma das maiores bandas brasileiras alternativas e em digressão em Portugal ESTA SEMANA - e os portugueses Green Machine, a nova coqueluche do Rock'n'Roll nacional que cheira a Blues Explosion até mais não. A capa graficamente apelativa e a embalagem foi feita por quem sabe destas coisas. Uma editora exemplar a seguir... [3,5; à venda na shop da Chili Com Carne]

O ano passado foi a estreia da Groovie no formato 10" com um EP dos The Act-ups intitulado Take me home que tem 5 temas de Rock'n'Soul - ou talvez não só isso uma vez que o lado B é totalmente prenchido com uma versão dos alemães Can, o tema Mushroom que está mais para o psicadélico do que para os outros géneros habituais desta banda do Barreiro. Disco simpático - os vinis de 10" tem esse carisma... - ouve-se e curte-se bem. Há também uma outra versão, Woman dos The Ballyhoos, banda que integra elementos dos Act-ups. [3,6; guardar na colecção dos 10"]

sábado, 21 de abril de 2007

Festa 10 anos Chili Com Carne || CLUBE RIO DE JANEIRO, LX





















Espera-se uma grande festarola para comemorar os 10 anos da CCC, até porque já falámos destas bandas todas por aqui: Old Fucking God (Drunk Metal) são os antigos Sick Soul (que roubaram protagonismo aos Morte Forte e Great Lesbian Show num concerto em Cascais - lembram-se da tira?), os Lacraus (Panque Roque do Senhor - Flor Caveira), são a boca de Cristo com um grande sentido de humor e uma pica tal que adoramos ouvir recentemente, do projecto shhh... vs Sci-Fi Industries (Breakbeat - Thisco) só podemos dizer que foi o melhor disco da Thisco na nossa humilde opinião e sobre os Lobster (Noise Rock Dinamic Duo), que preparam um álbum para a Bor Land, o único defeito é o cabelo 80's Metal do baterista de resto é Noise Rock do melhor!

A entrada para a Festa / Concerto será de 4€ com oferta de um zine com trabalhos inéditos de Marte, André Lemos, Rafael Dionísio, Claudio Parentela (It), Jucifer, Tommi Musturi (Fin), João Cabaço, Mário Augusto (A Mosca) & Sílvia, Jakob Klemencic (Esl), Christopher Webster (Ing), Nunsky (primeiro trabalho passados... 10 anos!!!), JCoelho, Pepedelrey, André Ruivo, João Louro (Ups!), Ana Ribeiro, José Feitor e Rafael Gouveia... Isto promete!!!

O Inferno são @s outr@s...

Psychic TV / PTV3: "Hell is invisible... Heaven is her/e" (Sweet Nothing / Cargo / Ananana; 2007)

O "pandrogénico" Genesis P-Orridge voltou com a terceira versão / vida dos Psychic TV - por favor investigem pormenores sobre Genesis e os PTV (3) nos sites oficiais da banda e editora, wikipedia e allmusic antes de continuar a ler esta resenha... Já está?... Ok! Continuem: - que tal como uma máquina do tempo psicadélica volta às raízes culturais de Genesis quando era um jovem Mod. Dai que daqui não vamos ouvir "Industrial" nem "Acid House" nem "Experimental" nem "World Music". Iremos ouvir alguns desses elementos mas em segundo plano, o primeiro plano está reservado para o Rock psicadélico que irá assimilar os outros.
Este álbum reúne uma banda de cromos como não poderia deixar de ser - entre eles pessoal de Toilet Boys e Butthole Surfers. As faixas nunca são abaixo dos 5 minutos cada e o primeiro tema Higher & higher assusta... até parece que foram os nojentos dos U2 que gravaram mas pouco a pouco vamos entrando no disco sempre com aquela voz de old fart britânico. Para quem tem estado na vanguarda (contra-)cultural este até será um objecto "conservador" mas ainda assim com um carisma próprio difícil de superar por outra banda - o Gibby Haynes até podia aprender alguma coisa com esta colaboração depois da merda que tem feito nos últimos discos dos Butthole... Um bom álbum Rock para quem já se propõs destruir o Rock.

Qualidade numérica: 4/5 Objectivo pós-audição: dúvida existencial mas tudo indica que é um disco para ficar na colecção.

sábado, 7 de abril de 2007

GoldenShower @ Bunny Weekend || LAC (Lagos)


DJ GoldenShower em Lagos!

Evento Bunny Weekend no LAC com uma Feira de Zines da Chili Com Carne...

- é clicar nas imagens para mais informações -

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Força Angola!


v/a: "Portuguese Nuggets, vol.2" (Galo de Barcelos, 2007)

O 50 Cent já veio a Portugal pela produtora Casablanca e já cá está o segundo volume do Portuguese Nuggets pelos angolanos Galo de Barcelos Records. Quem disse que as empresa angolanas são uma galhofa?
Eis mais um volume de gozo auditivo total com mais pepitas perdidas do Rock português entre 1965 e 1969 só que desta vez mais virada para o Psych e o Garage - e também com as primeiras divulgações de bandas das "ex-colónias": Conjunto Night Stars (Moçambique) e Os Gambuzinos (Angola). O que é engraçado nestas colectâneas é encontrar as coisas como a versão Surf de Oh! Rosa arredonda a saia dos Tártaros, os temas sociais dos Steamers mucho weirds, I am a Chancho que mostra com um humor bizarro a miséria que era o Portugal salazarista e Se assim até morrer a lembrar os Doors mas com o pé no Alentejo (I shit you not!), um tema dedicado ao Eusébio pelos meninos Sheiks... E claro, há sempre bons temas como o demoníaco Jezebel do Conjunto Académico João Paulo e o romântico Se eu enlouquecer de Daniel Bacelar & os Gentlemen, que acabou de ser revisitado pelos Capitão Fantasma ainda este ano!
Só ainda não se percebe porque raios o Zé do Rock ainda não apareceu nestas colectâneas... Então Angola!?

Qualidade numérica: 4,5/5 Objectivo pós-audição: guardar, claro! até porque deu um trabalhão a encontrar isto no mercado negro!!!

domingo, 1 de abril de 2007

Rock de amigo / nem sempre estamos contigo

Na última Troca de Discos, o Mike levou alguns discos manhosos meus e apesar de ter demorado algum tempo lá apareceu com qualquer coisita, nomeadamente um bootleg dos Black Crowes, "A southern fried treat: live in the U.S.A. 1995" (Alemanha?, 1995?) que mostra o que eles são: uma merda de banda Rock sulista melosa até à última casa. O tema High head Blues até nem é mau, lembra algo de Santana quando este ainda era fixe. O resto é de fugir a sete pés... [1,1; despachar rápido na próxima festa!!!]

Depois temos o Opuntia que nunca levava discos para as festas de Troca de Discos... também demorou para trocármos algumas coisas. Nem vou falar das tretas com que fiquei dele porque entre elas apanhei uma coisa porreira: "Veterans of Disorder" (Domino; 1999) dos Royal Trux. Confesso desconhecer completamente o trabalho da banda, tirando o facto de saber que vinham algures dos barulhentos Pussy Galore... Aqui, um álbum ao que parece menos caótico que os anteriores (segundo o All Music) que lembra os White Stripes nos antípodas - o casal Trux é todo queimado, enquanto que o casal White é clean - e com a diferença de uma década de carreira a separá-los... Rock Indie, Bluesy & Noisy, contaminado com outras fontes como excertos de Jazz, Ragtime, Latino - como o tema Lunch Money. Valeu! [3,5; irá aguentar uns tempos de certeza]

O Pepe emprestou-me os dois últimos CD's dos Texabilly Rockers: "Bop Cat Bop!" (Part; 2004) e "Bop Potion Nr.5" (Part; 2006), banda com uma carreira de 14 anos limitada ao espectro do Rockabilly em que - aposto que isto deve ser uma espécie de elogio - quase não conseguimos saber se o som veio mesmo das trevas dos anos 50 ou se foi gravado no novo milénio tal é a capacidade de mimetismo desta banda. Quase que o espírito do Cash anda por em algumas faixas, as guitarras são cristalinas, a qualidade da banda parece intocável mas tratam-se de edições só para especialistas e/ ou nostágicos de uma época não vivida - em que o mito de uma Época de Ouro não só é sempre falsa como ridícula. Ouvem-se bem, bate-se o pézinho, vamos buscando referências do que conhecemos (Squirel Nut Zippers, Elvis, Johnny Cash, etc...) mas a sensação que apanhamos uma interferência temporal marada na aparelhagem. Não necessariamente uma sensação má mas igual a que temos quando vemos uma banda de covers num bar qualquer, divertimo-nos mas provavelmente não nos lembraremos do que ouvimos no dia seguinte. O virtuoso Dr. Frankenstein André Joaquim toca por aqui, desde 2004. [3,2]

E por falar no Diabo, A. Joaquim também faz parte dos Capitão Fantasma que regressaram em grande forma com "Viva Cadáver" (Raging Planet; 2007) depois de passar 12-anos-12 sem gravar!!! Sim, o segundo registo Contos do imaginário e do bizarro (União Lisboa; 1995) já lá vai, esquecido injustamente - como aliás, o primeiro Hu uá uá (Polygram; 1992) e a carreira da banda - e digo injustamente porque enquanto a maior das outras bandas são preguiçosas ao cantar em inglês-para-inglês-ver, os Capitão dão-lhe no português puro e duro - com um calão do caraças - sem que uma ponta da qualidade lírica ou instrumental seja afectada. Os Cramps e os Meteors serão as balizas que aqui se explora num Psychobilly cheio de Freud (Sexo & Morte a rodos) de qualidade inegável, pica e foclore mórbido. Fazem uma óptima versão de um tema Rock'n'Roll (claro!) de 1965, Se eu enlouquecer de Daniel Bacelar & os Gentlemen (recentemente recuperado no segundo volume dos Portuguese Nuggets), já a versão nova d'Os Mortos (do primeiro disco) é a única coisa que não convence neste Cadáver. Ah! bem como o artwork do CD - é o que dá considerar os tatuadores como artistas. [4; vale a pena ter este disco!]