terça-feira, 17 de julho de 2007
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz YEAH! zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
zZz: "Sound of zZz" (Howler; 2005)
Mais uma fufice gravada e oferecida mas desta vez menos étnica e mais Rock - embora o Rock já deveria merecer a denominação "étnico" uma vez que já tem uns 50 anos e repete fórmulas tradicionais instrumentais e vocais, hum... Os zZz são holandeses mas poderiam ser norte-americanos ou suecos pelo som de Rock ácido que fazem, a lembrar Jon Spencer's Blues Explosion com bocadinhos de Suicide e até Doors. A fórmula não é nova (Suicide): dois tipos com apenas bateria e orgão de igreja (o orgão custou 50 Dollars segundo as fontes oficiais) debitam psicadelismo garage rock com muita pica e convencem porque se sente a "soul". Originalidade? Pouca... It's Rock'n'Roll!
Curioso, fazem parte da mesma editora dos regressados Alice Donut - ainda valerão a pena estes tipos?
Qualidade numérica: 4/5 Objectivo pós-audição: vai prá troca! Bem, sendo um CD-R ofereço a alguém...
World Wide Music
v/a: "Hugh Masekela presents the Chisa years 1965-1975 (rare and unreleased)" (BBE; 2005)
Elena Horodniceanu: "Codrule, Maria Ta"" (Thisco + CM Almada; 2007)
v/a: "Borat: Cultural learnings of America for make benefit glorious nation of Kazakhstan" (Warner; 2006)
v/a: "Choubi, Choubi! Folk & Pop sounds from Iraq" (Sublime Frequencies; 2005)
O termo da World Music é como todos sabem que serve para colocar discos fora da prateleira do Rock / Pop - prateleira essa dominada durante décadas pela indústria fonográfica anglo-saxónica. De certa forma o termo é uma forma de colonializar o resto do mundo comandado pelos EUA e os cães ingleses. Ao aplicar um termo como "a música (do resto) do mundo" estamos a subjugar-nos à cultura pax romana em que não perdemos pitada dos artistas da metrópole Britney Spears ou Eminem ou Metallica que visitam de vez enquando as colónias.
Antes de haver o termo já era o Caos para as editoras norte-americanas... E apesar de uma editora como a Chisa ter namorado durante os anos 60 e 70, contratos de distribuição com as grandes editoras Buddah ou Motown, esta última não sabia o que fazer com a primeira no plano comercial, apesar de se viverem tempos de contestação negra nos EUA e em África ou apesar de artistas como o Stevie Wonder serem declaradamente fãs da música editada pela Chisa. A verdade é que tirando um sucesso inicial os colonos não estavam prontos para uma "música afro-americana" (ou seja o tradicional africano com cópulas com o Blues, Soul, Funk, Jazz, Ska) e o catálogo da Chisa, onde Masekela dirigiu, produziu e tocou em várias formações e bandas, parece ter sido esquecido e pode ser alvo de reedição e recuperação como é o caso desta colectânea de raridades e inéditos em volta de Ojah, Letta Mbulu, Baranta, The Zulus e Johanesbourg Street Band. Só o primeiro projecto é mais assumido como Afro-Beat sendo os outros mais ligados a um "popular urbano africano" vulgarizado com um folclore artificial desde os anos 80 (em que a colaboração de Masekela com Paul Simon terá a sua dose de culpa) mas aqui ainda está puro e se ao princípio podemos torcer o nariz e até achar algumas faixas "histéricas" com a segunda audição, ficamos a achar o som mucho cool. [3,8; fica bem ao lado do Ghana e Antibalas]
Seguindo para Leste, próxima paragem, a Roménia com o disco de Elena dificil-escrever-sem-olhar-para-a-capa-do-disco - também conhecida por Cucu... disco misterioso no meio do catálogo da Thisco... ainda mais misterioso que o execrável In Tempus. De electrónico Codule, Maria Ta" não tem nada!!! E de Dark também não - e digo isto porque parece que a Thisco tem tendências para o Dark-qualquer-coisa. Mas é assim mesmo, Codule (...) é um disco de música tradicional romena de uma "Diva Étnica" acompanhada por uma excelente orquestra e orquestração, Orquestra Rádio Difusão Chiginau (da Moldávia) e Anatol Golomoz e Nujnoi respectivamente. A festa dos Balcãs é facilmente reconhecivel em 13 faixas do disco mas apesar de tudo mais calma e com cheiros do Oriente. Em duas faixas parece que estamos a ouvir Fado, deve ser aqui que os nossos povos se tocam. Disco agradável de se ouvir mesmo depois de ter assistido a uma vergonhoso lançamento do disco no S. Luiz, em que a Cucu cantou por cima da música deste CD - isso mesmo, cantando até por cima da sua própria voz gravada... [3,5; Que se lixe os romenos, este também vai prá troca!]
Aprofundando o ex-império do mal, lá para o Cavaquistão ou parecido, temos a banda sonora do polémico filme humorístico de Sasha Baron Cohen que "humilhou" a gloriosa nação do Kasaquistão - que na realidade humilhou os EUA mas era mais fácil vender a indignação do Kasaquistão do que o mongolismo norte-americano. O disco é uma réplica do típico objecto discográfico xunga / pimba, ou seja, design foleiro, degradés e efeitos photoshops de quem pegou no programa pela primeira vez, uma capa que podia vir de qualquer ponto do planeta em que música popular colidisse com o expositor de CD's num café da província ou na gasolineira da auto-estrada. Desconfio até que as faixas estão trocadas ou os créditos no Media Player, síntoma de quem quer brincar ao Pimba até às últimas consequências, ao ponto até de editar música que vem de toda zona balcãnica menos do Kasaquistão (que fica a uns belos milhares de quilometros): Kocani Orkestar e Esma Redzepova são da Macedónia; Fanfare Ciocarlia, Stefan de la Barbulesti e Mahala Rai Banda (da Roménia); e Goran Bregovic (da Bósnia). Estranha manipulação e perversão da Aldeia Global intercalada com sketches do Borat e músicas preparadas pelo comediante. Divertido mas não excessivo... [3,1; emprestado e devolvido!]
Por fim, graças à Great Lesbian Lady fiquei a conhecer a música do Iraque para além da editora Subminal Frenquencies, de que já me tinham falado... Uma editora ímpar em captar som & imagem do mundo. Neste caso estas gravações são todas antes do fim do regime do saudoso Saddam Hussein, havendo até uma raridade vinda dos anos 70, Ja'afar Hassan, ligado aos movimentos socialistas. O impressionate desta música - e ao que parece, a que distingue do resto da música do médio-oriente - é a precursão de metralha que arrasa as músicas. A faixa 6 ilustra um homem a parir um camelo mas tirando isso é música do melhor que ouvi nos últimos tempos, dá quase para tudo: para relaxar (chill out para chic-freaks), para dançar e ainda a imaginar um batalhão de homens a cairem ao chão metralhados ou ainda o homem a parir o camelo... Excelente! Fica aqui a "track-track-list" para ver se conseguem sacar em algum lado já que o CD está esgotado.
1. They Taught Me - Ja'afar Hassan
2. Segue Bezikh - Unidentified
3. Oh Mother, The Handsome Man Tortures Me - Unidentified
4. Yumma, Al Hilou (Mother, Here's My Beauty) - Unidentified
5. Ahl Al Aqi (Oh, People Of Reason) - Unidentified
6. Hecha - Unidentified
7. Choubi Choubi - Unidentified
8. Ya Binaya Goumi (Oh Girl, Stand Up) - Bawin
9. Front My Hope - Ja'afar Hassan
10. Ala Honak (Take It Easy) - Sajada Al Ubaid
11. Mawal / Choubi - Unidentified
12. (Unknown) - Mohammed Al Madloul
13. Ashhad Biannak Hilou (I Admit You Are Beautiful) - Sadun Jabir
14. Walla (By God) - Salah Abd Alghafour
15. Palestinian - Ja'afar Hassan
16. (Unknown) - Souad Abdullah
[4,5; repeat!]
Etiquetas:
discos,
O meu coração é árabe
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Marcos Simpson... quem?
Crime Creme passou-se e diz que este é o Marcos Simpson... go figure! Na verdade o que se passa é que podem criar "avatares simpsons" no site. É divertido "desenhar" uma pessoa conhecida!
quarta-feira, 11 de julho de 2007
quarta-feira, 4 de julho de 2007
A sample(r) story
Tenho-me esquecido de fazer resenhas a revistas de música acompanhadas de CD's por motivos pessoais e profissionais - ou porque já colaborei nelas ou porque colaboro actualmente. Por isso invés de criticar as revistas ou até a qualidade geral das colectâneas aproveito apenas para divulgar as bandas que não tem culpa de nada, até porque já se sabe que este tipo de CD tem sempre altos e baixos no seu interior. Ou porque são demasiado especializadas (e pretendem agradar nichos de mercado) ou porque dependem das apostas das editoras que pagam as suas participações.
Da "bíblia dos metálicos", a britânica Terrorizer vêm sempre a colecção "Fear Candy" cujo número 39 apesar do Death brutal dos Aborted e Abscess o que fica na memória são os Unsane que regressaram este ano via Ipecac 4 anos depois do último de originais. Também da mesma editora os Hella destacam-se pela sua epilepsia rítmica mas percebo que seja demasiado Emo para convencer seja quem for.
O Entulho Sonoro 2 mantem a biodiversidade do número anterior divulgando o melhor que cá se faz como os regressados Capitão Fantasma, os divertidos "white-trashers" Clockwork Boys (devia ter feito uma tira do concerto que vi no Natal!!!), os industriais Waste Disposal Machine (a lembrar Ministry - desconfio que não devem ser muito bons se esta comparação apareceu assim tão facilmente) e Kronos (sem dúvida os mais originais neste volume); e do pior do que se faz e aí. E é há muita coisinha má sobretudo na cena Hardcore e Punk, para não falar das ridículos Dr.Salazar e Hyubris - que acreditam em Fadas!!!! Hohohohohohohoho
Da Elegy que já me safou uma vez tem havido CD's de qualidade medíocre (o penúltimo era uma desgraça Dark-francófona), razoáveis e realmente bons, como o número 44 com Depeche Mode, Alien Sex Fiend (outro regresso mucho fixe!), Knut (remisturado por Dälek), My Dying Bride,... acabando com Rock bêbado (?) de Pere Ubu. O mais recente CD é estranhamente (Dark) Pop inexpressivo a não ser as faixas de Dälek e Jesu - projecto de um tipo de Godflesh pegou no que havia da banda e meteu uns psicadelismos My Bloody Valentine por cima, interesante embora alguns álbuns de remisturas Dub dos Godflesh já tinham estas texturas. De resto, até os grandes Skinny Puppy desiludem.
Merda, falta-me escrever sobre a Wired de Dezembro mas já foi há bué e que sa-foda todos aqueles projectos de barulhos estranhos... ok, tem sempre coisas boas para ouvir, pode-se comprar sem medos! No mundo myspace, vale a pena consultar Orgasmo Renal e Catarro - vieram nos amigos do Dark Phalo e MC Satânanás. Portugal 'tá todo fodido!
Da "bíblia dos metálicos", a britânica Terrorizer vêm sempre a colecção "Fear Candy" cujo número 39 apesar do Death brutal dos Aborted e Abscess o que fica na memória são os Unsane que regressaram este ano via Ipecac 4 anos depois do último de originais. Também da mesma editora os Hella destacam-se pela sua epilepsia rítmica mas percebo que seja demasiado Emo para convencer seja quem for.
O Entulho Sonoro 2 mantem a biodiversidade do número anterior divulgando o melhor que cá se faz como os regressados Capitão Fantasma, os divertidos "white-trashers" Clockwork Boys (devia ter feito uma tira do concerto que vi no Natal!!!), os industriais Waste Disposal Machine (a lembrar Ministry - desconfio que não devem ser muito bons se esta comparação apareceu assim tão facilmente) e Kronos (sem dúvida os mais originais neste volume); e do pior do que se faz e aí. E é há muita coisinha má sobretudo na cena Hardcore e Punk, para não falar das ridículos Dr.Salazar e Hyubris - que acreditam em Fadas!!!! Hohohohohohohoho
Da Elegy que já me safou uma vez tem havido CD's de qualidade medíocre (o penúltimo era uma desgraça Dark-francófona), razoáveis e realmente bons, como o número 44 com Depeche Mode, Alien Sex Fiend (outro regresso mucho fixe!), Knut (remisturado por Dälek), My Dying Bride,... acabando com Rock bêbado (?) de Pere Ubu. O mais recente CD é estranhamente (Dark) Pop inexpressivo a não ser as faixas de Dälek e Jesu - projecto de um tipo de Godflesh pegou no que havia da banda e meteu uns psicadelismos My Bloody Valentine por cima, interesante embora alguns álbuns de remisturas Dub dos Godflesh já tinham estas texturas. De resto, até os grandes Skinny Puppy desiludem.
Merda, falta-me escrever sobre a Wired de Dezembro mas já foi há bué e que sa-foda todos aqueles projectos de barulhos estranhos... ok, tem sempre coisas boas para ouvir, pode-se comprar sem medos! No mundo myspace, vale a pena consultar Orgasmo Renal e Catarro - vieram nos amigos do Dark Phalo e MC Satânanás. Portugal 'tá todo fodido!
Diário Boys
Apesar de não me ter metido ao barulho quando foi feito o Dossier sobre os Tédio Boys pró Underworld - dei só a ideia. A dada altura o pessoal da revista andava à procura de "memorabilia" da banda e encontrei por acaso estes desenhos das poucas vezes que os vi. Curiosamente foram concertos emblemáticos: o dos famosos frangos a taparem a genitália em Coimbra (1995) e a javardice na FuNAC do Colombo (1998). Há mais coisas destas nos meus diários gráficos, quem sabe com o tempo vou publicando por aqui.
segunda-feira, 2 de julho de 2007
CIA info 33.0
Eis o desenho "original" de uma ilustração que fiz para um artigo sobre "música e anarquia" a sair na revista Umbigo #21.
Esta é a versão digital, ou seja, limpa, corrigida e reduzida a preto e branco... será isto que irá sair na revista ou o gráfico vai-se armar em esperto?
E armou-se! Mas sinceramente gostei do resultado! Aliás, para dizer a verdade são as únicas páginas que gosto de toda a revista. São as únicas que tem um Design simples & funcional & legível! Pode-se dizer que tive muita sorte a julgar pelo horror do resto da revista...
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