Discos vindos da Suécia, após a visita ao SPX. Não foram muitas as aquisições musicais, na realidade dividem-se em duas situações, compras na loja Repulsive e trocas com pessoal da bd na SPX.
Começo pelos últimos, e começo pelo mais bizarro que é The Wonder Boys e o EP Den Flygande Värmlänningen (Lystring; 2008). The Wonder Boys é o alter-ego de David Liljemark que ao que parece, é uma espécie de ícone da estética lo-fi sueca que tanto dá para o noise como para a Pop caseira. Aqui temos dúvidas se ouvimos os anões de David Lynch ou os mongoloídes do Reino (série de tv de Lars Von Trier). Uma intro e três versões de "música elitista sueca" disfiguradas do Hip Hop (Las Palmas), Pop vintage (Robert Broberg) e Noise-Rock (Brainbombs). O que vale é que ainda troquei com o David a antologia de bd From the shadow of the northern lights pelo glorioso Mutate & Survive, e este disco por uma colectânea parva de música portuguesa, espero que ele também sofra a ouvir aquilo...
Da Noruega e Finlândia, o DVD Free for all : live at Media Centre Lume (Geoglyph; 2006) dos Nazca, que tal o nome indica é um bocado panasca... Embora, o deserto de Nazca (Peru) seja conhecido pelos geóglifos de bonecada pré-Inca no solo para os Deuses poderem admirar ou algo assim. Infelizmente este Nazca é feito por Índios que tinham como base de operações em Helsínquia, são daqueles que gostam de ser calmos, introspectivos, planantes, cinematográficos e uma série de adjectivos sacados ao allmusic.com. Por mim, é uma chatice que deixei de ter paciência à muito, para além do que o pior é reconhecer as influências, como os Tindersticks que nunca gostei, ou achar que a música In Féria lembra Make believe, uma faixa rara dos Pixies... A influência é confirmada quando os Nazcas acabam o concerto com In Heaven, música do Eraserhead (o medonho filme de David Lynch) com que os Pixies costumavam acabar os concertos na primeira fase de carreira - não sei se ainda fazem neste "comeback" nojento. O concerto - não posso esquecer que isto é ao vivo e que tem imagem - esforça-se para ter uma tónica política e pós-11 de Setembro. Os Nazcas estão vestidos a rigor e transmitem tanta emoção como o público sentadinho nas cadeiras do Centro Cultural. Cantam em inglês e tem uns vídeos projectados tão emocionantes como a banda. A banda parece que já acabou, se calhar nem valia ter escrito nada se o vocalista e guitarrista Karstein Volle (que faz umas bd's humorísticas) não tivesse sido simpático com esta oferta.
De quem tenho MESMO que falar é do Melanie is Demented e o álbum de estreia Unleash destruction with precision in 1st person view mode (Wormfood; 2007), banda / projecto de um puto sueco. Só pelo CD dele valeu a pena ir a essa terra dos bimbos que é Estocolmo... imaginam Mr. Bungle em versão "bedroom punk"? Há partes da voz que lembra David Bowie tanto como outras lembra Butthole Surfers (do início), enquanto que a parte instrumental rockeira usa uma caixa de ritmos (que de vez enquando salta para o Hip Hop ou Drum'n'Bass) e guitarradas bastante variadas. As letras são cantadas em inglês e tratam de assuntos endérmicos de quem escolheu o Rock como expressão criativa - havendo uma série de bocas ao negócio fonográfico oua bandas atrasadas-mentais. Há uma voz feminina que vai aparecendo nas 20 músicas deste CD que aumenta a diversificação do som do projecto. História gira, na mesma manhã que percorria Estocolmo vi um autocolante de um gajo com ar estúpido com uma racha entre os dentes de meter inveja à Madonna (não resisti a digitalizar essa imagem). Por acaso não fixei o nome do sítio que fazia publicidade, pensei que era mais um designer armado em artista street... à tarde, o "Melanie" apareceu, apresentou-se, depois de comprar um Sourball Prodigy (bom gosto, hein!?), como músico sem guita que curtia trocar o CD dele por outro (dos [f.e.v.er.])... sinceramente, acho que fiquei a ganhar!
Indo prás compras na loja de Metal, o menos Metal possível: Front Line Assembly: Millennium (Roadrunner; 1994). Banda canadiana electro-industrial da qual tenho boas memórias deste álbum não pela capa do Dave McKean (o tipo que mais imitado na década de 90 nestas coisas de Design e Ilustração Digital e que estará connosco este fim-de-semana no Festival de Beja!) MAS porque era daqueles discos de Industrial à Ministry, ou seja, de guitarras Metal sampladas - neste caso vindas de Slayer e Pantera bem como umas originais de Devin Townsend (Strapping Young Lad) - mas com uma Electrónica mais dançante, e pasme-se até Rap numa das faixas - aposto que deve meter nojo aos Góticos e afins.
Comprei porque era barato - foi em segunda mão tal como foi Rebegin (Invisible; 1997) dos Tribes of Neurot, o projecto freak dos poderosos Neurosis que mete inveja a qualquer freak! Os Neurosis para além de serem a banda mais copiada pelo Metal nos últimos anos - chamam-lhe de "Post-Metal" a uma série de secas monumentais editadas por aí, inclusive pela própria editora dos Neurosis sabe-se lá porquê -, dizia, os Neurosis a dada altura começaram a desenvolver discos de música fora do formato Rock, mais "ambientais" e "experimentais". A esses discos criaram a identidade Tribes of Neurot em que existe uma assumida política de participações externas para criar outros sons - o projecto depois desenbocou pelos vistos na criação da editora com o mesmo nome. Este álbum, originalmente editado como dois EP's temos uma faixa de 20 minutos dedicada ao Sol e mais quatro faixas de 5m (em média) dedicadas aos Quatro Elementos (Terra, Ar, Fogo e Água). Não foge a um modelo de Dark Ambient / Industrial com os Loops & Drones, em que poderíamos comparar a Deutsch Nepal e afins, mas os Tribes of Neurot têm um espírito próprio que vale a pena continuar a ouvir, nas deambulações de precurssões tribais acompanhadas por intervenções Noise e samples ou efeitos electrónicos estranhos o suficiente para criar mundos. Vale a pena descobrir esta tribo...
sexta-feira, 23 de maio de 2008
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