sábado, 28 de novembro de 2009

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

I wanna vocoder you (you already know)


Factor Activo : em directo do fim do mundo (Loop Recordings; 2004)
Malhavoc : The Release (Epidemic / Metalblade / Devotion; 1992)

O que liga isto tudo? Akon incluido (ver vídeo abaixo). Pouca coisa ou quase nada... Na mesma semana que oiço o Akon - uma experiência inacreditável sobretudo quando não se pode fugir - vieram-me parar às mãos dois CD's que também usam efeitos nas vozes mas com muito menos razões de vergonha que o Akon. Talvez em comum haja este ponto, todos eles são esquecidos da História (pelo menos espero que Akon venha a ser esquecido).
O primeiro caso é dos poucos casos em que o Hip Hop português deveria ter orgulho tal é a qualidade instrumental da banda que usa a Electrónica para fazer Hip Hop quente e texturado, ao contrário da falta de originalidade instrumental portuguesa (excepção para os MatoZoo, Nerve e pouco mais). Vindos da Covilhã é natural que tenham sido injustamente reconhecidos por mais que o Rui Miguel Abreu (editor da extinta Loop e jornalista) deva ter mexido os cordeis da sua influência na imprensa (há boas críticas em jornais e sites ao disco). As letras falam da vida no interior do país, seja lá o que isso quer dizer nos dias de hoje, e ainda tem o cliché "do interior" de um rap em francês (sigam este pensamento: interior -> emigração -> França) mas todo o disco tem "more than meets the eye". Vale a pena investigar mesmo que a banda parece ter desaparecido depois de gravar o primeiro álbum passado 14 anos de existência. Dizia noutro dia ao Dr. Fom Fom que em Portugal não há o famoso "difícil segundo álbum" como nos países civilizados, cá é mesmo o "díficil primeiro álbum" que geralmente gera no final da banda e pouco mais.
Os Malhavoc (que soa muito foneticamente em português: "malha-voc") tal como várias bandas do Canadá (NoMeansNo, Voivod, Skinny Puppy, por exemplo) é estranha, como explicar melhor? Há qualquer coisa nas bandas canadianas que soa sempre a bizarro, ao mesmo tempo que são tão funcionais como o seus vizinhos dos EUA mas sempre com algo de errático no "programa", geralmente orelhuda mas sem ser linear. No caso dos Malhavoc sendo seminal no Metal Industrial, ao lado dos Ministry e Godflesh, mistura guitarras Trash/ Death com ritmos electrónicos e Hip Hop com vocalizações distorcidas e samples de mass-media, talvez nada de novo e nada que valha mistificar numa resenha crítica. Pode ser algo pessoal (não necessáriamente nostálgico) ou pelo facto desta versão em CD incluir dois álbuns da banda The Release e Punishments em que há temas que se repetem com misturas que confundem a memória. De resto, o projecto acabou por ir perdendo membros e presença dos meados aos finais dos anos 90, investindo cada vez mais em Electrónica. No myspace - gerido pelo fundador e vocalista da banda, James Cavalluzzo (cavalo luso?) - dá para ouvir uma excelente versão de Human Fly (dos Cramps).
Boa sorte para quem for ver isto:


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Nem 8 nem 80


Pan Sonic vs Haino Kenji : Shall I download a blackhole and offer it to you / Live in Berlin 15.11.2007 (Blast First Petite; 2009)
Teemu Elon Puhuvat Eläimet : Hämmästyttävät Puhuvat Eläimet (Helmi Levyt; 2008)
O autor de bd e poeta Jyrki Heikkinen gostou tanto do CD do Kenji Siratori que lhe arranjei que me enviou dois CD's da zona da Finlândia em que vive. Um exagero latino de generosidade que lhe agradeço apesar das várias e repetidas audições terem se mostrado pouco enriquecedoras.
O primeiro disco é javardeira Noise, que se calhar ao vivo terá sido uma performance brutal não fossem os interveniente uns monstros do som, de um lado os finlandeses Pan Sonic, cromos de electrónica extrema e do outro o japonês Haino Kenji. É o último que ganha o combate sendo ele omnipresente com gritos das trevas e guitarra barulhenta (muito muito barulhenta). Em disco, é apenas um disco desconexo e irritante em que nem se quer se ouve os Pan Sonic. Acontece muitas vezes os encontros das montanhas parirem ratos...
O segundo disco a banda chama-se algo como "Os animais falantes de Teemu Elo (Timóteo Vida)" e se isto já parece complicado devo dizer que as letras (não estão escritas nem traduzidas no disco) são escritas acompanhadas com crianças, fazendo desta banda uma espécie de "conto de fadas espacial" ou "psicadelismo de crianças". A parte instrumental é mais ou menos convencional nos terrenos pantanosos do Prog Rock e do Psicadelismo, que tem uma enorme tradição e fragmentação na Finlândia. Infelizmente estamos mais para os lados da tradição. Gosto sobretudo da capa (e desdobragens) da artista Venla Martikainen que só vem provar que na Finlândia não é só na bd que se gosta de cores garridas.

domingo, 15 de novembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Regards from Laibach (-1)


Andrej Šifrer : Od šanka do šanka (RTV Ljubjana; 1979)
Pomaranča : Peklenska Pomaranča / Heavy Metal Shock (RTB; 1981)
Não se pode ganhar sempre e no caso das compras vinílicas na Laibach-lândia foram péssimas. O primeiro é um cantor Pop, estilo agrada todos de tão melódico que é com incursões ao Country FM - a música mais óbvia Kolorado acho que fala em bd (desculpem a cromaria!). A capa até prometia, com uns velhos a darem no acordeão no meio da rua, podia até ser horrível para os eslovenos mas giro para ouvidos não-eslovenos. Erro! E sem remédio... 
Já os Laranja (é o que quer dizer em esloveno Pomaranca) é das primeiras bandas da ex-Jugoslavia de Heavy Metal, e quando digo Heavy Metal é mesmo daquele clássico tipo Deep Purple, Judas Priest (os rapazes estão todos de coiro e picos na foto da contra-capa) ou ainda na onda da New Wave of British Heavy Metal (N.W.O.B.H.M.). Já esperava xungaria e a capa não enganava: uma laranja que dispara um raio lazer e provoca um cogumelo atómico não podia ser melhor que algumas divertidas compras que fiz no passado. Sem remédio mas não foi um erro... agora só tenho de encontrar um metaleiro que queira ouvir os estridentes vocais em esloveno, até porque a parte instrumental e produção parecem estar ao nível anglo-saxónico, pergunto-me se em Portugal estariamos a este nível? Acho que não...  

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Regards from Laibach (0)


KK Null / John Wiese : Mondo Paradoxa (Aufabwegen; 2007)

A discussão já vai "longa" e "distante" de que valor e significado poderá ter o Noise nos dias de hoje... Uma verdade poderá ser que só um "nerd" poderá distinguir o que faz o quê num caso como este disco em que se junta dois cromos importantes como KK Null (também conhecido pela excelente banda Zeni Geva - lê-se Zeni "Geba", corrigiu-me o sr. Null depois do concerto no Menza - e John Wiese, que colaborou com os mais-que-fodidos Man is The Bastard e Bastard Noise. Quem fez o quê? Trocaram ficheiros pela 'net - nada de novo, ver Nevermet Ensemble - e Null produziu numa projecção sonora super-"clean", paradoxalmente para algo "noise". O resultado é um disco de (con)trastes digitais que tanto vão ao feedback mais branco, ao Techno Transe, aos glitches'n'bitches numa viagem nem sempre linear e sim cheia de paradoxos sem resolução de quem trocou ficheiros enquanto lavava a louça e preenchia o formulario de IRS em linha.
Se o Dr. Gama ainda ler este blogue, espero que tenha algo para trocar por este CD...

Super Zine Soup


O Super Fight II ( ESGOTADO!!!!) aparece na edição Zine Soup!
- André Lemos dixit

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Porque não morreu antes o António Sala ou o António Freitas!?

Graças a ele ouvi pela primeira vez Morbid Angel, Ministry, Miranda Sex Garden, Naked City, Optimum Wound Profile (acho porque aquela voz de nicotina não permitia perceber bem o que dizia ou então eu já estava com sono quando ouvia os seus programas) entre outros que não me recordo ou não registei em k7's gravadas entre a meia-noite e as duas da manhã.

Alá é mesmo estúpido!

Juventude Neo-Salazarista

domingo, 1 de novembro de 2009

Regards from Laibach (1)


Num estúdio de serigrafia, lá estava um fotolito de um cartaz dos Laibach, a grande banda eslovena que sempre provocou meio-mundo a começar pelo nome que significa Ljubjana em alemão - durante a ocupação nazi.
O desenho do proletário é originalmente uma gravura feita pelo pai do baterista.
Era Quinta-Feira de manhã, chovia a potes e este fotolito não deixava dúvidas que este era o meu primeiro dia na "Laibachland"!