sábado, 23 de janeiro de 2010

OSAMAsecretLOVERS is Dead! Long live Allah!


Abdel Gadir Salim All-Stars : Merdoum Kings Play Songs Of Love (World Circuit; 1991)
Mahmoud Fadl (feat. Khamis Henkish) : The Drummers of the Nile (Piranha; 1997)

Curiosamente depois de ter acabado com os OsL é quando ando a consumir mais música do Médio Oriente... Estes dois discos foram comprados numa feirinha de Natal («Puta Heresia!» diria Alá!) na Casa da Achada, assim à toa - e porque eram baratinhos... E nisto da "world music" temos de ter cuidado com os histerismos dos Balcãs, gaitices ibéricas, palhaçadas latino-americanas e manhosices africanas... Um disco de árabes funciona sempre bem mesmo sem grandes referências embora no caso da Piranha é reconhecida a qualidade das propostas editoriais. As propostas, e não sendo conhecedor destas ondas, correram bem.
Mahmoud Fadl com o projecto Drummers of the Nile faz uma recolha de música pelo Nilo abaixo, começa pelas ruas de Cairo, passa pelo coração do campo núbio entrando por um casamento, tribos "fellah" indo até ao Sudão. Um "road-movie" sonoro de percurssão que vai variando de paisagens e texturas mas sempre com "batucada" - o que poderia ser um drama para quem não suporta o freak do djambé mas não é o caso, aqui sabe-se o que se faz e o que se toca. Música para sessões de fumo de haxixe? Não necessariamente, em estado sóbrio é mais do que convincente pela riqueza da música e a qualidade de gravação - o tema A Night on Modamed Ali Street : Aament Bellah é um exemplo de elegância e de sensualidade das "1001 Noites" contrapondo aos ritmos Núbios que são secos e quase que "roqueiros". Uma busca pela 'net soube que este projecto ainda teve mais dois CD's, o último em 2003.
E se Fadl chegõu ao Sudão talvez possa ter-se cruzado com Abdel Gadir Salim, o mais respeitado músico da música sudanesa, que ainda recentemente (2005) gravou um disco com um rapper cristão do sul do país - a maioria da população é muçulmana. Salim canta músicas de Amor e sobre o Sudão (porque o governo obriga a isso) de forma harmoniosa e boa-onda que até podia estar a cantar sobre as alforrecas mutantes do Tejo que não dariamos por isso, graças a Alá! Também não se percebe nada do que diz, é preciso ler em inglês as letras claro está... e seria melhor que as letras fossem alforrecas mutantes do Douro. Os sete elementos que o acompnham para além da percurssão arabesca dão uma dimensão orquestral "romântica" para qualquer burguês apreciar... Bom! Dá vontade de ser unDJ de música Oriental, seja lá o que isso quer dizer...

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