Fui a correr quando soube que havia no Montijo uma loja que trocava discos - até pensava que a Troca de Discos tinha sido materializado - mas não é bem assim. O Hey Joe troca mais ou menos... compra primeiro (ou dá um valor à mercadoria) e depois podem comprar (trocar) por outros discos e livros. Resta dizer que a selecção presente em CD e vinil é bastante boa e coerente, tanto que consegui algumas pérolas porreiras!
A melhor de todas é Airshow 2000 (Man's Ruin; 2001) dos Fuckemos, que peguei pelo o incrível nome estúpido e artwork parvo, e o que me sossegou foi o facto de ser da editora do Frank Kozik. Depois de pesquisar o que ouvi é que percebi porque raios esta banda é mais um "Alien Rock" que estava mesmo a precisar de ouvir! É do Texas como outros muitos outros mamados - como os Butthole Surfers que inevitavelmente poderão ser comparados embora sejam menos extravagantes e ambiciosos que os Butthole e a voz é monocromática a lembrar a do Peter Steele (Type O Negative) que debita letras sobre 75% sexo bizarro e os restantes 25% outros temas algo sexuados como o tema Yer Family (Ruff) que tem esta bela letra:
You were my lover, so was your mother
And your father and your sister and your brother
I am so sorry that I left you feeling sad
Can't we just remember all the good times we had
...
There was noone like you and your family - and your family
I thought it was cool that they would have sex with me
They gave me food when I was hungry
They gave me love unconditionally.
Mas convenhamos, o Rock é só sobre sexo, sempre foi e sempre será... mesmo quando os Fuckemos mudam de registo e fazem uma versão de Judas Priest tão manhosa como a música original, caiem na redudância porque não há mais nada tão sexuado e manhoso que Judas Priest - e os metaleiros sabem disso... Por isso, qualquer trabalho dos Killing Joke nunca chegará aos calcanhares de uma música "vou-te saltar prá cueca!", mesmo que seja o seu (segundo) álbum homónimo (Zuma / Sony; 2003) com o Dave Grohl na bateria - depois de mostrar que era aí o seu lugar num disco dos Queens of the Stone Age, e não como compositor da xungaria Foo Fighters, armado em baterista traumatizado pós-Nirvana. Já agora, diz a lenda que o tipo não cobrou nada por este trabalho - mesmo sabendo que os KJ andaram para processar os Nirvana por plágio, tendo desistido do acto após o suicídio de Cobain.
Apesar da bateria convidada de Grohl nada muda na estrutura da banda, que continua o seu misto de barulho tribal pós-punk com algo de celebração Pop. E sendo Pop vai viciando a cada audição...
Por fim, o último disco dos Godflesh, Hymms (Music For Nations; 2001), percebe-se porque o projecto acabou, pouco adianta ao que foi feito no passado e prepara Justin K. Broadrick para o seu actual projecto Jesu - aliás, a última música deste CD intitula-se Jesu.
Denso, pesado, lento, industrial, metalizado e insuportável como qualquer pessoa sã poderá gostar e exigir que houvesse uma banda assim. O baixo tem dentes, a bateria desta vez é humana e mais Rock (porque não é uma drum machine como acontecia no passado), riff dronados, a banda sonora original para um mundo que se desmonora a olhos vistos em 73 minutos. Cospe-se em Jesus?
sexta-feira, 16 de abril de 2010
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