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Há um mês (creio) fui à Feira da Ladra e tive uma sorte! Cinco CDs de música Afro-Pop a Cinco Euros!!!!
Queria começar pelo mais xunga deles todos mas não encontro mesmo nenhuma informação. alguém sabe dos
Two Faces (nome da banda e do disco) editado pela
RMS (Reis Musica e Som lda) de
1997? São três elementos: Luis Rafael, Maya Cool e Bruno Castro... É uma espécie de Afro-Dance Music que lembra um kuduro "light", proto-kizomba e até mesmo reggaeton (o tema
Remexe). As letras são de ressabiado ou de tímido que queria fazer amor com uma gaja, o gajo que canta sofre e é sofrível - além de rídiculo, no caso do tema
2 Faces, tema cantado em português e em inglês:
O teu amor não é sincero / alimentaste o meu ciúme / nunca foi dado por inteiro / Não me amas-te de verdade [bla bla bla + um rap manhoso]
You got 2 Faces! Agradeceria informações se alguém souber alguma coisa deste curioso agrupamento pós-qualquer-coisa de origem angolana (?). Entretanto já digitalizei a capa...
Vamos para Cabo Verde com
Varela Monteiro Bodinho, um star do Funáná em balizas de Afropop bem definidas em que até de vez enquando entram guitarradas fatelas de Rock FM.
Um só coração (Cape Disco; 2001) têm meia-hora de festinha roça - convém sempre ter namorada nestas andanças africanas! - em que temas como
Projecto ou
Ta Pila dão vontade de fazer coreografias badalhocas com... a pila. Divertido apesar do aspecto betinho do Bodinho q.b.
Segue-se para
Raiss di Funáná que vão no seu terceiro registo com
Dja bêm (Afro-Line; 2003). O nome não engana estamos perante um colectivo de Funáná - original do Bairro da Pedreira dos Húngaros - que existe desde 1998 com este nome embora a sua história remote ao final dos anos 80 como um grupo de dança e musical
Pila-Kana. O primeiro tema do disco mostra que este grupo não são meninos com fraldinhas mijadas, aqui há seis homens de óculos escuros
mafia-style e uma
dúia com fúria de viver, que se atiram a ritmos altamente acelerados (que começa com um sample de carro a abrir!) que só com coca e speeds é que se consegue acompanhar isto! Parece que um gajo levou com a
pila depois de ouvir estes 41m de música africana bombada à velocidade estúpida do mundo ocidental. Brutal!
Também a viver em Portugal, na Buraca,
Jorge Nêto é um grande nome do Afropop com raízes em Cabo Verde, embora
Dia diferenti (Cabo Verde Productions; 2003) tenha sido gravado na Holanda - como aliás, acontece com
muita boa música de Cabo Verde! - quando o músico vivia por lá. Cheio de energia e percorrendo vários estilos: Kizomba, Funáná, Zouk, etc...
Por fim
Biere Noire (ou
Alain Deloumeaux?) é um granda alien! E não é porque tem pinta de bichona mas porque
Lé 3B : ou inme tchouye ou pe mo (Atis;199_?) começa logo com um orgão tirado do espaço, o ritmo Zouk é bom para roçar e a voz do mano... a voz do mano! Canta num francês crioulado da Guadalupe (ilha nas Antilhas) mas com um timbre afemininado e arrastado que muitas vezes parece um pato disléxico - alguém imagina tal coisa? Pois... Algumas música são do pior como
Maladie d'Amour, é do mais azeiteiro possível mas há outras de um mistério linguístico que encantam como
Ka yo dire sou moin.
Sendo das Antilhas não deveria se quer estar nests "post africano" mas como é tão misterioso ao nível da informação como os discos africanos, lixa-se e fica a aqui mesmo... Afinal, quem percebe este gajo que ora assina Biere Noire, ou
Jocelyne Bierre Noire ou Alain Deloumeaux? Que no blogue desactualizado dele tanto se auto-intitula como o "boss do zouk" como noutro lado qualquer na 'net é o "mendigo do zouk"? Descobrir a capa do disco? Ah! Tarefa de titã, tomem que digitalizei: