sábado, 9 de novembro de 2013
Cabeça de Ogre
OhGr : SunnyPsyOp (Spitfire; 2003)
Pailhead : Trait (TVT; 1993)
OhGr é o Ogre dos Skinny Puppy mais um gajo, Walk, que faz as programações. Ando por aí a dizer que não tenho paciência para o Pop e Rock mas sou um mentiroso, quando há coisas como este segundo álbum dos OhGr não resisto a ouvir dias a fio e pavio. Não é todos os discos que puxam desta forma, para o tribalismo electrónico, para o Cartoon com trago de Tim Burton, para uma gaguez do software e de vez enquando um trólóró com vocoder. Se Skinny Puppy sabe a um cadáver a ser arrastado pela lama por mulas mutantes, OhGr é esse cadáver a ser acordado de manhã a mamar bebidas energéticas e palmiers recheados. Talvez por isto tudo que o imaginário da banda passa pela capa realizada por Camille Rosa Garcia... Mas nada é óbvio aqui, este projecto produz faixas que mostram que se pode fazer música imaginativa sem copiar outros ou sem reproduzir os seus próprios chavões ad nauseam como todas as bandas que andam para aí - tirando Die Antwoord e Otto Von Schirach, claro! OhGr devia estar no Top+ (ainda existe essa merda?)
Foi por causa de Soulfly que fui recuperar os Pailhead... Grupo de registos fragmentados e que são todos compilados neste CD porque só fizeram seis músicas ou se preferirem três singles entre 1987 e 1988. Pailhead eram o Ian MacKaye (Minor Threat, Fugazi) com os dois mamados da fase dourada dos Ministry (o Al Jourgensen e Paul Barker) que nos anos 80 e 90 tinham projectos com toda gente alternativa nos EUA - PTP, Lard, Revolting Cocks, 1000 Homo DJ's (melhor nome de sempre!), Acid Horse, Lead Into Gold, etc... Pailhead é mais uma peça do puzzle dessa época magnífica que girava em volta da editora Wax Trax! (de Chicago) e a invenção do Rock Industrial pelos norte-americanos - daí a inclusão deste disco com o de OgHr porque acabam-se por tocar pela história comum de ligações Ministry / Skinny Puppy / Pigface. Este projecto soava mais a Hardcore ou Crossover do que a Electrónica ou Industrial, com um pé nos Killing Joke, onde se topa um baixo potentíssimo (a lembrar Ministry, claro!) e a voz (e letras) de MacKaye, esse ícone do DIY. Grande dúvida como é que o gajo Straight Edge andava com dois gajos agarradíssimos à heroína? Talvez ainda não fossem, Pailhead é anterior ao The Land of Rape and Honey que mostrou ao mundo como se fazia Metal com maquinarias, embora aqui falte o ruído bizarro de fundo que eram a marca dos Ministry. Grande som Rock! Afinal nem tudo é mau vindo de Soulfly!
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