quinta-feira, 30 de abril de 2015

IndieFestMagInterview


Entrevista para a IndyFest Magazine (EUA)... 
Até pode ser uma revista digital mas ainda assim estou na capa!
:)

Tintim Voodoo, novos desenvolvimentos...






Merci David!

sábado, 25 de abril de 2015

#26


Edição MMMNNNRRRG. Capa de Dr. Uránio. BDs de Marcos Farrajota. Design: Joana Pires
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Este novo Mesinha de Cabeceira faz uma conclusão com este ciclo de números (o 24 e 25) que publicam BDs autobiográficas realizadas na Saari Residence, na Finlândia. É o terceiro capítulo de Desobediência é um artigo de colecção, um romance gráfico que fica aqui concluído ou não - não sabe / não responde.
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Edição limitada de 333 exemplares. Lançado na Feira Morta (25 de Abril 2015)
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28p. A5 p/b, capa a cores
PVP: 3€ à venda EXCLUSIVAMENTE na Chili Com Carne, sendo que dia 2 de Maio está disponível na Mundo Fantasma
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Em digital e grátis é ver aqui.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Lovefool

É incrível o que os suecos fazem para nos agradar! Ninguém sabe porque o fazem, talvez porque ninguém lhes liga peva mas a verdade é que este país desenvolveu os ABBA, a pornografia popular, os Europe, móveis simpáticos prá malta, Ace of Base, uma sociedade quase igualitária, Dr. Alban, Roxette, o som de Gotemburgo (ou Death Metal melódico), The Hives, a editora Cold Meat Industry (pffff), I'm From Barcelona, Melanie is Demented (um génio Pop este puto!) e os Cardigans. Este últimos até fizeram uma das melhores versões de Sabbath Bloody Sabbath e não é de admirar que nesta linhagem tenham aparecido os Ghost, banda mariquinhas de Metal que conquistou o mundo inteiro de um dia para o outro, fazendo já "escola" - ou se preferirem, bandas a quererem explorar o filão aberto, como os "nossos" A Tree of Signs.
Ouvir Opus Eponymous (Rise Above; 2010) é um miminho que saca com muito bom gosto e pica o que se fez nos anos 70 no Hard Rock e Heavy Psych bem como nas bandas sonoras de filmes italianos de Terror (Goblin) mas com um sentido Pop extremamente apurado que se deve aos Beatles, ou será antes ao Pop sueco? É neste ambiente que vão desfilando temas satânicos e negros - como o da nossa querida Erzsébet Bathory - tornando-os em docinhos e de tão orelhudos que até qualquer mãe poderá gostar de os ouvir. Sem sabermos estamos a cantarolar que venha praí o Grande Bode e/ou o Anti-Cristo enquanto se aspira a casa, que curtimos Bruxas e orgias de sangue enquanto se lava a loiça ou fazemos um inconsciente alegre chamamento 666 enquanto se muda a areia dos gatos. Os Ghost são uma verdadeira subversão que deve ter deixado a Igreja de boca aberta, e por isso muito mais eficiente que as discografias de Marilyn Manson e de Immortal todas juntas. Talvez por isso que eles guardem as suas identidades de forma secreta como os Residents. Ou isso ou então é porque tem vergonha de ter feito uma versão dos ABBA. Pouco importa, no fundo no fundo, são uns luteranos "kiduxos" como todos os suecos. Amén!

EGOtripping tio!

Marcos Farrajota es una de las personalidades más interesantes en el panorama independiente de edición gráfica a nivel europeo (...) además de ser autor prolífico, sarcástico e inquieto. (...) su artículo “Comix Remix”, en el que da un repaso por algunas obras y autores que trabajan (o han trabajado) en los límites de la narración gráfica a partir del collage, el ensamblaje, el found footage entre otras técnicas. En tiempos ya bien entrados en una era digital y sociedades sumergidas en la información instantánea, el artículo de Farrajota nos pone en perspectiva, primero trazando un paralelismo con la música (cómo no hablar del remix sin empezar por el sampleo), y nos plantea cómo dentro de la creación, surge también la idea de edición. Después de todo, de eso se trata mezclar. Caracoles! Muchas gracias Martin!!! (30/07/13)

Und... depois deste elogio o artigo continua a seguir por aí! Tradução para alemão às mijinhas no Drei Mal Alles dirigido por Christian Maiwald e em Agosto será em sueco numa nova revista sobre BD...


segunda-feira, 20 de abril de 2015

Vanity Blues


Ir à Feira da Ladra de Lisboa já pouco adianta, tudo está inflacionado para sacar mais Euros aos turistas, as colecções de discos, BD e livros dos portugueses são pouco interesantes (devido à pobreza do país e às décadas de isolamento imposto pelo beato Salazar) e como todos os portugueses apesar de pobretanas todos têm smartphones e acesso à 'net em banda larga para saberem o valor real das coisas que estão a vender... Ou seja, a hipótese de ir à Ladra à procura de aventuras culturais já acabou mas... uma vez ou outra até de apanham coisas curiosas por tuta e meia como um livro de Edogawa Rampo, uma edição portuguesa ilustrada da Afrodite do Masoch ou um disco de Blues como este Bluescene USA, Vol. 1: Rhythm & Blues of Chicago (Storyville; 1975). Edição luso-espanhola de 1982 além de trazer para casa um género pouco ouvido, tem uma boa selecção de temas e uma contra-capa com um texto crítico que desmistifica os clichés do Blues (em inglês!). Do som à capa tudo é vintage no objecto, custou um Euro e é este o preço que as velharias deveriam custar. Afinal ainda há esperança prá Ladra e amanhã é dia dela...

sábado, 18 de abril de 2015

King for a Day, Fool for a Lifetime

Os Faith No More vão voltar, e parece que vai ser mais um "cash-in comeback"... Duvido que consigam voltar ao génio de 1992, ano em que a banda acabou sem eles saberem disso.
Fizeram a Obra Prima Angel Dust (Slash) e tudo o que fizeram depois é derivativo e sem pica. Em parte talvez porque deixaram de ter o seu guitarrista white trash Jim Martin e digo "white trash" porque esta era a imagem que transmitia, para além de que depois deste álbum passou a cultivar abóboras - Wikipedia dixit.
Disse ele que saiu da banda porque neste álbum as composições deram mais destaque à voz (de Mike Patton) do que às guitarras - como deveria ser em The Real Thing. Parece uma declaração da treta porque ambos discos referidos tem trabalhos de guitarras de excelência, Patton neste disco parou de ser um clone do primeiro vocalista que gravou com a banda (Chuck Mosley) e o resto da banda acompanhada por uma samplagem alucinante conseguiu fazer uma massa sonora única - os sons samplados, já agora, eram de gente grande como Z'EV, Kronos Quartet, passando ainda por Simon e Garfunkel (!) à Diamanda Galás...
E claro, tal como Martin os metaleiros não perceberam a Obra Prima, tudo bem, muito mais pessoas alinharam no disco demonsrado pelo sucesso nos Tops e tournês mundiais. Não é um disco que se possa meter num saco do género "funk metal" que se inventou na altura ou de "nu metal" que ainda não existia e não faz sentido referir. É um dos (poucos) discos pós-modernos dentro do Heavy Metal ou da "música pesada" - no ano seguinte iria sair outro ao mesmo nível: Bloody Kisses dos Type O Negative - e "pós-moderno" no Metal não deveria significar as modorras do pós-metal daquelas bandas que fazem Neurosis ad nauseaum.
Depois deste disco, os FNM passaram a soar a mil bandinhas de Rock MTV que na realidade eram imitações "softcore" deles mesmos - como os betos dos Incubus. Como dizia Jules Renard: Se tens talento, Corvo, imitam-te. Se te imitam, estás na moda. Se estás na moda, passas de moda...

sábado, 11 de abril de 2015

Je suis Charlie



Mussolini Headkick : Themes For Violent Retribution (World Domination; 1989)

Com a Suástica não se brinca... nem com os judeus... e agora nem com os muçulmanos... Meu, 2015... que seca! Mas nos anos 80 ainda se podia ter nomes bizarros e ter estas capas sugestivas ou de mau-gosto, se preferirem. É claro que os Mussolini Headkick não são nazis nem fachos, aliás, o nome deve-se ao facto de quando a besta do Mussolini foi abatida no final de Abril de 1945, com a derrota total aparente, tentou fugir para a Suíça, porém, foi rapidamente capturado e sumariamente executado próximo ao Lago de Como por guerrilheiros italianos. Seu corpo foi então trazido para Milão onde foi pendurado de cabeça para baixo em uma estação petrolífera para exibição pública e a confirmação de sua morte. E ao que parece levou com pontapés na cabeça após execução ou quando o cadáver estava exposto publicamente. Para tanta fotografia gloriosa que o seu regime de propaganda criou nos anos 30 é mesmo um final um coche triste, não? E por este final moralista que esta banda inglesa usa este nome? Claro que a explicação mais rápida será que sacaram o nome ao tema dos Cabaret Voltaire já para não falar dos DAF... Não muito mais para escrever, o álbum é de um Synthpop / EBM / Industrial na linha do primeiro disco de Nine Inch Nails - ou dos primórdios Front 242 para os mais velhos - com temas para paramilitares dançarem, e outros que parecem interlúdios para a malta cortar os pulsos (actividade lúdica dos anos 80) ou pegar numas uzis e dar uns tiritos na escola (actividade lúdica dos anos 90 para cima).

domingo, 5 de abril de 2015

Sepul culture


Os mortos não descansam no mundo do "anarquivismo" da web.2. Se é fácil ressuscitar Elvis para mais um passo de dança-mash-up, lançar campanhas publicitárias de refrigerantes da nossa infância, descobrir toda a produção fonográfica High Life do Gana e mais algo que me escape ao meu cinismo cultural. Faltava a má-onda em ressuscitar a própria Morte, ou melhor os seus registos excluindo o circo colorido do Pop. O English Heretic soa a um cruzamento gótico de Negativland com Pink Floyd ou Death in June geneticamente transformado em Trip Hop, ou ainda This Mortal Coil a transmitir um "podcast" com o registo perturbado electro-magnético do Ian Curtis (RIP). É verdade, o disco The Underworld Service (2014) soa a isso tudo... e também a ingleses a molharem "scones" no chá, enquanto lêem uma biografia sobre o alquimista Fulcanelli [quem? não sabe / não (deve) responder] enquanto bomba na TV uma "soap-opera" merdosa da BBC. É de incluir ainda Monges do Vietname, Zombies, Hiroshima, Polanski, mausoléus, catacumbas, ossadas (a lembrar Infiltrate Assimilate Propagate Disseminate de Nomex) e toda uma reinterpretação de factos culturais mórbidos, ficcionais ou reais, num caldeirão sonoro e literário - pode-se comprar o disco com um livro mas este último objecto é tão hermético que não se consegue ler sem pensar que estamos a perder tempo... para a Morte. A música no entanto é bastante agradável... tanto como morrer afogado pelo que se diz.

Vendendo Cabo Verde ao quilo


Incrível o que o dinheiro faz... E obrigado ao Camarada Fom Fom por ir contra a maré. Há menos de 5 anos atrás, comprar Bonga ou um disco de Afropop lusófono significava duas coisas: 1) comprava-se essa magnífica música a menos de 5 euros por LP / vinilo e 2) não se encontraria quase nenhuma informação sobre o disco ou banda ou editora ou seja o que for...

Mas como África está na moda e Lisboa cheia de franceses e outros bifes que seja como for sempre tiveram mais cuidado na preservação da Cultura - seja ela qual for - do que os toinos lusitanos, os discos das Áfricas aumentaram de preço. Se o Camarada Fom Fom não me tivesse oferecido este Pepé Lopi (ed. de autor; 1976) eu nunca iria saber como eram os Tubarões antes de entrarem naquele binómio do resto da carreira discográfica deles: uma música para bailar, seguida por um "slow", e repete! É o primeiro disco, gravado na Holanda (o que faz sentido com a diáspora caboverdeana para este país), com conteúdo politizado e músicas mais focadas nas raízes mas também aberta para o mundo -oiçam o orgão de Strela Negra. O disco parece mais significativo que outros que ouvi no passado.

Agora que já sei quais são os outros discos deles porque a Carbono ou outros privados já colocaram entradas no Discogs da discografia [(re)conhecida] da banda para poderem vender as suas cópias, fico a saber que pedem por qualquer álbum dos anos 70 e 80 uns 25 euros para cima! Já para não falar dos que pedem 100 euros... Enfim, é África, a eterna explorada pelos europeus.

E agora que se começa a ter uma ideia destas discografias, falta realmente escrever algo crítico sobre o que foi a História da música Pop da África PALOP... mas isso será mais díficil porque não dá guita, né?