domingo, 5 de abril de 2015

Vendendo Cabo Verde ao quilo


Incrível o que o dinheiro faz... E obrigado ao Camarada Fom Fom por ir contra a maré. Há menos de 5 anos atrás, comprar Bonga ou um disco de Afropop lusófono significava duas coisas: 1) comprava-se essa magnífica música a menos de 5 euros por LP / vinilo e 2) não se encontraria quase nenhuma informação sobre o disco ou banda ou editora ou seja o que for...

Mas como África está na moda e Lisboa cheia de franceses e outros bifes que seja como for sempre tiveram mais cuidado na preservação da Cultura - seja ela qual for - do que os toinos lusitanos, os discos das Áfricas aumentaram de preço. Se o Camarada Fom Fom não me tivesse oferecido este Pepé Lopi (ed. de autor; 1976) eu nunca iria saber como eram os Tubarões antes de entrarem naquele binómio do resto da carreira discográfica deles: uma música para bailar, seguida por um "slow", e repete! É o primeiro disco, gravado na Holanda (o que faz sentido com a diáspora caboverdeana para este país), com conteúdo politizado e músicas mais focadas nas raízes mas também aberta para o mundo -oiçam o orgão de Strela Negra. O disco parece mais significativo que outros que ouvi no passado.

Agora que já sei quais são os outros discos deles porque a Carbono ou outros privados já colocaram entradas no Discogs da discografia [(re)conhecida] da banda para poderem vender as suas cópias, fico a saber que pedem por qualquer álbum dos anos 70 e 80 uns 25 euros para cima! Já para não falar dos que pedem 100 euros... Enfim, é África, a eterna explorada pelos europeus.

E agora que se começa a ter uma ideia destas discografias, falta realmente escrever algo crítico sobre o que foi a História da música Pop da África PALOP... mas isso será mais díficil porque não dá guita, né?

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