O livro em português que me faltava deste escritor finlandês! Sempre naquela promoção de 5 paus na Feira do Livro de Lisboa. Parece-me que este é o livro que acusam Paasilinna de porco sexista porque mete um capitalista (um empresário é um capitalista?) a foder dez mulheres em 24 horas (!). Um proeza digna dos 12 trabalhos de Hércules e sendo um trabalho de 2001 de certeza que há aqui uma sátira ao Viagra - criado ou autorizado anos antes, em 1998. Nem é bem "foder foder", algumas mulheres que o inDUSTrial visita não acontece cópulas substituindo por alguma candura e amor. Elas ao saberem das demasiadas visitas do maroto SEXagenário vingam-se na sua segunda ronda de visitas que realiza nas festas de final de ano.
Numa era P.C. é um livro que pode ser realmente mal entendido mas é estranho que mesmo que o velho Rauno seja um porcalhão (é um coche, admito) é ainda mais estranho as pessoas achem que as personagens de um escritor tenham de ser necessáriamente os seus avatares tout-court. Não poderá um escritor pôr-se na pele do lobo, sendo ou não ovelha? Fingir-se ser um cabrãozinho? Ou será inveja do público conservador terem de admitir que os velhos gostam de pinar e que tem as mesmas fantasias de predação sexual do rapazito cheio de vigor?
Este livro não é impressionante como o esqueleto do César Monteiro na cena de cama d'As Bodas de Deus porque Arto faz o de sempre com boa disposição, ou seja, mostrar o estado da situação da sociedade finlandesa. O leitmotiv pouco importa aqui mas realmente falta-lhe a extravagância dos excursionistas suicidas ou do protector anarquista da lebre. Por mais Viagra que tenha tomado para escrever este livro, ele saiu frouxo...
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