quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Yo! Oi!


Ena! Fui convidado pela Zerowork para fazer o "artwork" do CD do Phantom.
Tudo correu às maravilhas ao contrário de outras experiências!
Grande Rattus!

Dizem e com razão: A urgência do hip hop cruzada com a violência do punk. O sarcasmo do rap em forma do it yourself no estado mais puro. Um murro no estômago para os mais desprevenidos!



o original... ou parte dele...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Fuck Príncipe I got Kussondulola


Em 1995 o Mikas, guitarrista dos Primitive Reason, comprou o Tá-se Bem (EMI-VC; 1995) dos angolanos, residentes em Portugal, Kussondolola (que prontamente gravei para k7) com o statement sempre radical dele que era este o melhor disco do ano em Portugal, senão o de sempre. Agarrado aos Rocks achei aquilo (muuuuito) exagerado. Passados 24 anos acho que até lhe dou razão. O álbum sai incólume ao teste do tempo, tem o melhor groove de dança alguma vez feito em Portugal, as letras de Janelo mantêm-se cantaroláveis, contundentes e emblemáticas, numa fusão inteligente de Reggae e Afro-Pop. A produção mais limpa que um rabinho de bebé (ah!?) na altura chocou-me um bocado mas mais do que nunca fez e faz todo o sentido, todos os bongos ou teclados ouvem-se com a clareza que Jah (zeus!) desejaria para os seus guerrilheiros músicos passarem a mensagem ao mundo. Um dos melhores discos dos anos 90 para começar!

Que belo natalixo, Dr. Fon-Fon!

domingo, 20 de janeiro de 2019

Curiosidades sonoras



Dois livros comprados na Blackwell (uma alternativa para quem acha que não há formas de combater a merda da Amazon e sua subsidiária Book Depository). A History of Silence :  From the Renaissance to the Present Day (Polity; 2018) do francês Alan Corbin desilude quem espera algo mais cronológico e organizado. Corbin salta pela Literatura, Arte e Filosofia vários temas relacionados com o silêncio, seja no seu aspecto mais íntimo ou repressor. Aos dias de hoje pouco chega, talvez porque vivemos em ruído absoluto e panóptico. The Sound of Nonsense (Bloomsbury; 2018) do inglês Richard Elliott é uma tese engraçada sobre justamente o que soa o "sem sentido" na música, como ele está muitas vezes disfarçado por outros elementos mais "sérios". Partindo da Literatura até à música Pop, é dada comida pró cérebro. São dois livros que mereciam tradução portuguesa. Senão já sabem, antes que o Brexit dê cabo da circulação de livros, são edições inglesas e se há quem saiba fazer livros são os porcos dos ingleses!

sábado, 19 de janeiro de 2019

Que bem! O gato vai ter livro!


O Gato Mariano : Críticas Felinas (2014-2018) 
 de 
Tiago da Bernarda

A lançar dia 19 de Janeiro de 2019 na Casa Independente.





 A música portuguesa sob o escárnio de um gato desbocado.

Peludo, porte médio, língua afiada. É assim que Tiago da Bernarda descreve o seu alter-ego, mais conhecido como Gato Mariano, o crítico felino que vagueia os confins da Internet. É nesse lugar amorfo e amoral que, desde 2014, tem vindo a discutir sobre os mais recentes projectos da música alternativa portuguesa.

 O que começou como webcomic vira agora uma antologia que reúne as melhores tiras dos últimos quatro anos, num intenso volume de  144 páginas, muitas delas a cores (18x25cm) e uma super-capa com cortante de gato assanhado!

 O Gato Mariano é uma das grandes criações da década (estimativa conservadora) em Portugal. Possivelmente nunca lhe será feita devida justiça, até porque um dos encantos que tem é a "subterraneidade", o traço e as reflexões como nos grandes mestres de apelo clandestino na BD do final do século passado. Não é um Kochalka português, nem um Tony Millionaire português, nem um Mike Diana português; é um Tiago da Bernarda português. 
Samuel Úria

...


Volume 13 da Colecção Mercantologia, dedicada à recuperação de material perdido no mundo dos fanzines e afins. Editado por Marcos Farrajota, design de Joana Pires e publicado pela Associação Chili Com Carne, o presente volume apresenta uma selecção de várias BDs da série O Gato Mariano publicado originalmente em várias plataformas em linha, desde 2014, com o nome Críticas Felinas (actualmente em instagram.com/ogatomariano_), no sítio Rimas e Batidas, nos zines O Gato Mariano Não Fez Listas em 2015O Gato Mariano não fez listas e confrontou um fã que disse não perceber as suas reviews em 2016 e O Gato Mariano não fez listas em 2017 e nos dois números do fanzine Mariano (2016-17).

Esta edição teve o apoio do IPDJ, Lovers & Lollypops e Thisco.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Letra para uma banda Crusty

Em Agosto de 2014 escrevi uma letra baseada nesta fotografia:



teu cérebro é anónimo 
fala do Fawkes 
produto Hollywood 
e nada sabes do Moore 

metes a máscara 
armado em anti-capitalista 
palhaço do caralho 
"made in China" 'tá fora da tua vista


O título é P for Punheta... Os FDPDC aceitaram fazer a música mas mudaram a letra por questões de métrica e não sei o quê. Fez parte da colectânea em CD do(s) livro(s) Punk Comix / Corta-E-Cola lançado no dia 10 de Junho de 2017 na Feira do Livro de Lisboa, pela Chili Com Carne e Thisco em colaboração com a Zerowork Recordings.

Só depois de tema gravado é que me lembrei que afinal é "made in Brazil" e pior é nem me ter lembrado disto:



Entretanto sobraram cópias do CD e está para ser lançado um graphzine com 13 autores a ilustrarem as músicas dos disco. Eu fiquei com a minha, mesmo à egocêntrico!






quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Byron Coley e Branden Joseph: Hungry for Death: Destroy All Monsters (Boston University Art Gallery; 2011)

Os Destroy All Monsters são daquelas bandas que aparecem em mil referências mas nunca se liga a elas, não sei porquê, é como os Pere Ubu (que são da mesma altura) ou os Metal Urbain, mesmo sabendo que são obrigatórias e sem elas não existiriam os grandes Big Black, Sonic Youth, Pixies, etc...
Foi por mero acaso que cai neste livro com CD, que é um catálogo de uma exposição dedicada à banda que tem uma formação complexa quase de colectivo aberto ou mutante como os Amon Düül, Scritti Politti ou dUASsEMIcOCHEIASiNVERTIDAS com todas devidas distâncias. Pelo que se percebe do livro mais o CD com 30 anos de gravações a banda era mais virada para um esquema de Arte do que um circuito roqueiro, embora o tenha frequentado. Vê-se pelas imagens que dilapidam o lixo Pop à sua volta, muitas das imagens eram produções para um fanzine homónimo. As gravações durante anos foram limitadas a poucos registos oficiais e quase tudo que foi editado é posterior à existência da banda ou às suas segundas e terceiras vidas (já vista como uma referência musical). A postura era experimental no espírito dos Velvet Underground embora nos registos oficiais se oiça mais Punk Rock (com membros de Stooges e MC5 a passaram por aqui) do que neste CD que mete o dedo na ferida do Drone, pedaços áudio e experimentalismo Rock brutinho, sobretudo ao vivo, onde pelos vistos a performance seria mais importante que a música. Enfim, tudo para descobrir! Foram avisados ! (Se calhar já alguém vos tinha indicado os DAM mas não ligaram, né?)

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

O melhor disco de 2018 é de 1998 e de 2019


A Rastilho quase só reedita nulidades mas no final de Dezembro do ano passado acertou na mosca: The Privilege Of Making The Wrong Choice dos Zen. Os Zen foram apenas a melhor banda de Rock dos anos 90, com um som original que passado este tempo todo ainda nem sei como definir: há Rock garageiro, Funk, Groove, Soul, Blues mas não é nada disto ao mesmo tempo. Esta é a terceira edição do disco, pela primeira vez em vinil, aproveitem, caragu!
Se a Rastilho reeditar os dois primeiros de Primitive Reason, o primeiro de Kussondolola e as demos dos The Astonishing Urbana Fall, podemos fechar o século passado e seguir em frente. Ah! E caso queiram saber o que sobreviveu de Zen, é fácil chama-se Plus Ultra.