quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Brix Smith Start : Rhe Rise, The Fall, and the Rise (Faber & Faber; 2016)

 Verão e biografias de roqueiros e outros loucos relacionados. I love it! Total sucker! E saiu-me esta Brix - nome vindo pelo seu amor (partilho o mesmo) pelo tema Guns of Brixton dos Clash, e da música punk e post-punk britânica.

Princesinha californiana que foi parar ao pesadelo do proletário inglês e as suas morcelas, Brix é daquelas figuras que teve mais vidas que um gato e cujas relações ultrapassam os famosos "seis graus de separação". Rodeada por uma família disfuncional, com problemas de auto-estima (que inclui bulimia e anorexia), abusada sexualmente (esse desporto nacional dos EUA - perdoem-me a piada mas é uma nação culturalmente baseada em "rape culture" e já não há paciência para o que se passa por lá até as mulheres americanas tomarem os ensinamentos de Solanas e Bobbitt de vez) e que conheceu, apaixonou-se e casou-se (e divorciou-se) do Mark E. Smith (1957-2018) dos The Fall
 
A única coisa de boa que este peido velho (e morto) de Manchester foi de lhe dar (e tirar) confiança para investir na música - ao que parece ela fez parte de um período dourado dos The Fall, entre 1983 e 1989 mas sinceramente não faço mínima, nunca foi banda que me tivesse interessado. Confiança que esgotou a dada altura, tendo-se dedicada à moda desde 2002. Entretanto desde 2016 que voltou com bandas suas que ainda não tive tempo para ouvir.
 
Sincera - como é normal nestas obras autobiográficas - sem filtros, sem ser ordinária a lavar roupa suja ou à procura de vingança barata, eis um livro perfeito para as férias ou para os transportes públicos de regresso ao trabalho. Só digo mais isto, Brix ainda teve relações com o Rato Mickey (shit you not!) e o foleiro Nigel Kennedy. Os seis graus vão ainda às Bangles e Hole... e Donovan! Ufa! Intenso! Aliás, intensa!

Uma nota final: no sítio da Faber atrevem-se a dizer que The Fall foi "most powerful and influential anti-authoritarian postpunk band in the world"... WTF!? Anti-autoritária? Toda gente sabe, e não é preciso ler este livro, para saber que Smith era um filho da puta de primeira! E autoritário! JIIsus fuck! Pelo som da banda parecer tão "free form", lembra o que escreveu em tempos o Rui Eduardo Paes sobre Sun Ra, Zappa, Kuti e Captain Beafheart que também pareciam todos estes líderes de bandas (e a palavra "líder" não engana) uns grandas malucos, anarquistas, improvisadores sem hierarquias mas são sabidas as histórias como todos estes gajos despediam, torturavam, abandonavam nas estradas estrangeiras das tournês e oprimiam os seus "colegas" músicos. Está tudo louco!

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

100 Trabalho


Esqueci-me de anunciar esta exposição em que participei com uma velharia do Talento Local... Entretanto esta nova fica já aqui assente, o novo projecto do australiano Michael Fikaris Human Work. + info: aqui