Sara DeBell: "Grunge Lite" (C/Z records; 1993)
"Quem vê caras não vê corações" MY ASS!!! Para quem vê a capa deste disco percebe logo que é bom... quer dizer é aquele clássico «é tão mau que é bom». Uma tipa com o namorado (?) e o cão, ele com uma guitarra acústica vulgaríssima, com pinta de xunga e vestido à Grunge/Seattle anos 90. Vira-se a caixa e eles (menos o cão!) estão enroscados e começa-se a ler os títulos das músicas: "Smells like Teen Spirit" (Nirvana, portanto), "Even Flow" (Parolo Geme), "Them Bones" (Alice agarradita), "Rusty cage" (Soundgarden), "Touch me I'm Sick" (Mudhoney). Começa-se a perceber onde isto vai dar... abre-se a caixa e está uma foto de várias ovelhas vestidas coma a famosa flanela aos quadrados. Pois é, antes dos chatos Nouvelle Vague, do curioso e bailante Señor Coconut e o grande-e-único Richard nós-não-o-merecemos Cheese, já alguém se tinha lembrado de converter "clássicos" da "música alternativa" em algo divertido e de fácil consumo, ou antes, converter música agressiva num género de música "lite". Sara DeBell (que não é a tipa da capa!) até elogia esta sua iniciativa usando uma declaração do papá: «making difficult music "listenable"».
Estamos portanto em confronto com versões em "Lounge music" do mais foleiro que sintetizadores podem fazer. Não deixa de ser divertido (e relaxante para quem não quiser ouvir o feedback de guitarras das bandas originais) tal é a parvoíce. Desta senhora, creio que nunca mais saiu nada de jeito (a investigação" googliana" não revelou nada), o disco está esquecido - se é que tenha tido algum impacto? Aliás, cheira-me a piada entre amigos, dela e da C/Z, uma das editoras originais do "Grunge". Valeu a pena ter ido aquele buraco infecto que se chama Bruxelas para descobrir esta pérola.
Qualidade numérica: 3,4/5 Objectivo pós-audição: Festa de Troca de Discos... para passar a mensagem, claro está!
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