sexta-feira, 31 de agosto de 2007

DEA report on "Troca de Discos com unDJ GoldenShower || GRÉMIO LISBONENSE"


Correu bem e mal, como sempre, pouca gente mas montes de trocas, estranho. O som e aparelhagens do Grémio continuam a ser um desatino mas que se lixe, não é?
Trocas:
PM arranjou-me um concerto de Mondo Cane, novo projecto de Mike Patton dedicado ao vintage Pop italiano, um miminho - já havia indiações disto em alguns bootlegs dos Mr. Bungle... ah! isto é também uma cena ao vivo sacada da 'net, acho que ainda demorará sair um disco oficial do Mondo Cane, estejam atentos ao site da Ipecac... Chi morbido!

NM, ex-companheiro do zine Entulho Informativo (é verdade, lá despachei as revistas todas, se houver próxima sessão vão os últimos números em que participei onde poderão detectar a decadência da coisa) trocou os Hardcore-seca-Hardcore-é-seca embora estes queiram fazer um bocado de Core-Prog (existe este género?) Fucked Up com Hidden World (Jade Tree; 2006); Jazz-Improv-wallpaper (bom para misturar com outra cena) de Boxhead Ensemble com Nocturnes (Atavistic; 2006); os suficientemente famosos Xiu Xiu, que nunca ouvi mas parecem ser interessantes na primeira audição, com La foret (Acuarela; 2005); e, Boedekka com The piper, the devil, the poet & the priest (Mushroom Pillow; 2004), uma cena Freakdelic-Rock que podia ter saído dos anos 70 - escolhi pela capa e livrinho do CD que tem uns bonecos bem giros!

Irrmavep, trocou uns clássicos do Electro-Industrial: Kapital (Mute; 1992) dos eslovenos Laibach, Still & Raw (XIII Bis; 2003) dos belgas Front 242, e The Voice (Accession; 2001) dos alemães Cleen (aka para Daniel Myer / Haujobb), e ainda um CD xunga (daqueles de capa metalizada) do mestre James Brown (1933-2006).

Ah! Do Lucas Malucas veio um CD-R em mp3 cheio de material marado: Robert Crumb, Shellac, Boredoms, rock do Camboja (!), ... horas e horas para ouvir no PC.

Resta saber se há mais festas destas uma vez que para a semana o Grémio é capaz de fechar para sempre!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Touch Me I'm Sick!

Depois das tretas que foram Type O Negative e Tinariwen, o concerto de Mudhoney foi o melhor que vi este ano! Flyer pelo Esgar Acelerado

domingo, 19 de agosto de 2007

DEA report on "Troca de Discos com unDJ GoldenShower || GRÉMIO LISBONENSE"


Mais um asessão de Troca de Discos no Grémio Lisbonense - a próxima data será dia 30 e depois disso não sei porque o Grémio está para fechar as portas em Setembro, por ordem de despejo.
Das trocas maradas - os meus amigos trouxeram todos discos para trocar, finalmente! - o resultado foi um Folk-Rock sueco [Hoven Droven, Hia Hia (Xource; 1994)], indie-pop de meter dó [o primeiro álbum a solo de Tobin Sprout, Carnival boy (Matador, 1996) dos Guided by Voices], e Bossanova japonesa que o PC do trabalho não deixa ouvir [Spiritual Vibes, Before the words (Idyllic, 1997)], tudo isto vindo de um certo Escroque! Não do Dany Filth mas de outro ainda troquei The principle of evil made flesh (Cacophonous; 1994), o primeiro dos Cradle of Filth, os campeões olímpicos do Black Metal.
Depois, Jucifer quis ficar com os Disco Doom - trocamos hoje por um CD da "Studio One" pela exemplar Soul Jazz, o Opuntia ficou a xuxar no dedo - e a Quá-Quá vai-me trazer um álbum dos Garbage - não revelo o que foi trocado por questões éticas.
Por fim, não consegui trocar os 3 primeiros números do regresso do Underworld / Entulho Informativo nem se quer por um CD-R da Romana, deixei-as lá no Grémio... a próxima fornada de números antigos do Entulho serão da sua fase de oiro... é verdade, os números 14 ao 17 em que o Opuntia ilustrava brilhantemente Mitos Urbanos, eu escrevia a secção Entulho de Marte e as capas eram realmente boas!

Galactic Zoo Dossier #7 (Drag City / Ananana; Verão'07)

Já não há coisas destas (acordem-me!): um zine todo escrito à mão, dque ainda deve usar tesouras, x-axto e cola, quase todo ele ilustrado, dedicado ao Rock Psicadélico em sensu lato (cabe aqui Mod, Garage, Soul, Free-Jazz, Prog, etc…). O tipo que edita é um coleccionador louco, músico dos Plastic Crimewave (é um tipo com cabelo à Marco Paulo ainda por cima) e fã das bd’s dos anos 60 - como tal, põe-se a mostrar as vinhetas mais ridículas possíveis, ex.: como os Hippies ou os Mod's eram representados nas bd’s de super-heróis da DC Comics.
Não bastava a GZD ter 100 páginas como ainda oferece dois CD’s com um som de garagem e de bootleg manhoso, todos eles dedicados aos sons psicadélicos vintage e modernos - um dos CD's, Teenage Meadows of Infinity, é dedicado a raridades antigas (Stooges ao vivo), bandas perdidas na História dos vencedores, bandas fora do ambiente anglo-saxónico (pura e simplesmente inacreditáveis os bósnios Teska Industrua!), músicas de discos bizarros (algumas das melhores faixas deste CD vêm do ambiente escolar: Wheeling High School Jazz Band e The Ukeleles of Halifax) e até acetatos anónimos encontrados no meio do Michingan (faixa 14). From the Ashes (o outro CD) é da malta moderna: Devendra Banhart, Charalambides, Steve McKay & Radon Ensemble (o melhor da colectânea, um mutante Free Techno), Acid Mothers Temple e claro, a banda do gajo que edita isto, os tais Plastic Crimewave. Até o som das minhas K7's tem maior qualidade!
Quando a loucura parecia impossível de superar, o gajo-do-cabelo-à-Marco-Paulo que até desenha muito bem, oferece, como tem sido hábito, ainda “trading cards” (cromos norte-americanos) de “Deuses Guitarristas Alucinados” e "Deusas astrais do Folk". São 72 cromos ilustrados que celebram gente como Ike Turner, Eddie Fisher, Claude Olmos (dos Magma), Phil Manzanera (Roxy Music), Richard H. Kirk (Cabaret Voltaire), Link Wray, Nico, Gal Costa, Vashti Bunyan, Françoise Hardy, Marianne Faithfull, entre outros e outras.
Neste número aprendemos como o Blues influenciou o Rock e o Folk, Clive Palmer dos Incredible String Band é entrevistado, são dadas dicas sobre a Motown, são escritos artigos sobre The Index, Tiny Tim, The Nice e algumas obscuras bandas psicadélicas, também há um artigo sobre o Rock nos desenhos animados da Hanna Barbera, uma entevista ao grande ilustrador / autor de bd, Gary Panther, sobre os seus "espectáculos de luz"... ufa!!! É mesmo como os americanos dizem, é um "must-have"!

sábado, 18 de agosto de 2007

CIA info 38.3

Para os amantes de música, nesta exposição poderão encontrar imagens a imortalizar os Sigue Sigue Sputnik, Mata-Ratos (com uma versão à capa do Rock Radioactivo que curiosamente foi desenhada pelo Nuno Saraiva) e o concerto de 1992 dos Young Gods na Voz do Operário.
A Joana Figueiredo também pegou nos Slayer e no King Tuby, creio...

domingo, 12 de agosto de 2007

Guna Metal


foto tirada em Braga pelo Escroque, em Janeiro durante Desastres no Espaço. Há imenso tempo que não via "grafittis" de logótipos de bandas Heavy xunga dos anos 80, que fixe, man! Muito bom, muito bom mesmo, dá mesmo vontade de dar um "xuto"!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Grande Espectáculo Lésbico

Mais uma cena de concertos Rock do meu primeiro diário gráfico (1995) desta vez com um Grande Espectáculo Lésbico no saudoso Johnny Guitar.
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1995!? Como o tempo passa... Holly caramba, Mr. Spock!
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PS - serve também este "post" para anunciar que os GLS preparam o segundo álbum.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

End of Trip



Joaquim Costa: "Rock and Roll canta Joaquim costa" (Groovie; 2007)
v/a: "Portuguese Nuggets, vol.3" (Galo de Barcelos, 2007)

Os angolanos lançaram o último volume do Portuguese Nuggets fechando um ciclo de descobertas de pepitas musicais do Rock português produzido nos anos 60 e escondido do público por empresas fonográficas incompetentes. Não que 1500 exemplares (500 exemplares por volume) possam ajudar muito mas a partir de agora existe enquanto documento - pelo menos para a intelligentia - que não poderá branquear a história. Na folha do disco há mais biografias de bandas e uma lista de bandas portuguesas e das ex-colónias. Uma lista impressionante, diga-se, pela quantidade inimaginável de bandas que existiram nesta altura mesmo num regime opressivo do porco Salazar. Nada mais a declarar. Obrigado Angola pelo serviço público!
E o esforço já compensou, com a editora (portuguesa) Groovie Records a apanhar o comboío da reconstituição histórica, lançando o primeiro registo de Rock'n'Roll português, ou seja as gravações inéditas e perdidas do "Elvis de Campolide". Gravações essas realizadas em 1959, perdidas durante décadas, encontradas e compradas por Joaquim Costa na Feira da Ladra e só agora reeditadas com algumas edições extras de 1978. O carimbo "primitive rock" fica bem a Costa porque ele gritava um Rock de inglês "imitado fonéticamente" sem saber o que se diz - Costa não sabia inglês. Se Elvis estivesse vivo teria aqui um outro para lhe fazer concorrência, com a mesma idade - ainda na semana passada actuou no Maxime para lançar este EP em vinilo. Parabéns a todos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

DEA report on "Troca de Discos com unDJ GoldenShower || GRÉMIO LISBONENSE"

Talvez dada às temperaturas desta canícula que vivemos, infelizmente, a primeira sessão deste novo ciclo de Festas de Troca de Discos não correu bem dada a falta de público que se sentiu. Ainda assim, paradoxalmente, foi a festa que mais troquei! Tendo levado para casa discos de Jazz, Jazz-Metal, Metal, Industrial, Drone, Electro e Pop. Tudo graças ao Traumático Desmame Gama e ao Sr. Fred.

A começar pelas secas Drone, ou seja Kobi com Drone Syndrome (Silber; 2005) com um tipo dos Sigur Ros (por isso tão chato como os Sigur Ros apesar do ambiente opressivo que desenvolve), e Jeremy Boyle com Songs from the guitar solos (Southern; 1999), este último tem como curiosidade ser um exercício de solos de guitarra de Heavy (Kiss, Van Halen, Black Sabbath, Led Zeppelin e Jimi Hendrix) que são esticados, distorcidos e refeitos (não são remisturas mas os solos são apenas matéria-prima) até ficarem irreconhecíveis. Aliás, a simetria é evidente: de Riffs pesadões passam a fantasmagóricas "landscapes" mas ainda assim, ao que parece houve problemas legais por Boyle usar os sacro-santos deuses do Rock. Não se percebe porquê... a coisa é penosa de se ouvir e impossivel de associar aos AC/DC por exemplo a não ser pelo título.
Um clássico é Comprendido!... Time stop!... and world ending (Cold Meat Industry; 1997) de Deutsch Nepal em que se se pode incluir na divisão Drone, é claro associado a "ritualista", "industrial" e "dark ambient". No caso deste disco trata-se uma compilação de material disperso entre 1992 e 1997, em que mostra como se faz um áudio-hipnose sem ser chato ao contrário de tanto projecto sem talento que anda por aí. Como dizia, é um clássico... feito por alguém que é Homem o suficiente para se chamar Lina Der Baby Doll General (hohohohoho) e Menino o suficiente para ficar fascinado por um Esoterismo de um mundo que há muito Deus cagou de alto (hehehehehehe). O pessoal facho adora isto!

Continuando pela Suécia (Deutsch Nepal não é alemão nem do Nepal) mas desta vez pelos terrenos ferteís do Metal, perdão, pelo pseudo-Metal dos Tiamat com Judas Christ (Century Media; 2002) e Carbonized com Screaming machines (Foundation 2000; 1996). O primeiro caso é Goth-Metal ou Rock psicadélico onde se detecta semelhanças a Sisters of Mercy ou Pink Floyd, uma calmaria quase Pop pós-moderna que de Metal já quase não tem nada, como aliás acontece desde A Deeper Kind Of Slumber. O pessoal do Metal também é sensível como os chorosos Indies e Emos, só que deviam era ter vergonha de ainda serem metaleiros. E ainda deveriam ter mais vergonha em meter nos créditos do disco que "Tiamat drink PATRON VODKA exclusively". Também sem vergonha na cara a julgar pela capa nojenta mas fazendo um bom trabalho são os Carbonized. O nome poderia enganar: escatologia Death/Grind dos velhos tempos da Earache? Não! Jazz Metal cheio de incursões sónicas e psicadélicas, e paragens rítmicas que lembra o Jazzcore dos NoMeansNo. Muito interessante e de referir que os músicos fizeram ou fazem parte dos conhecidos Therion.

E por falar em Jazz: The Jazz Networks com Blues'n'Ballads (BMG; 1994) e Herbie Hancok com Piano genius (MCPS; ?) foram os discos deste género. Do último pelos vistos não é o que o Gama e eu procuramos do Hancock daí que tanto o Gama se anda a despachar deles como eu ando a aceitá-los. No caso deste disco, ele não passa de Jazz standard assim Bop como nos fartamos de ouvir sempre que se vai a qualquer bar de Jazz. Ao que parece, este CD nem faz parte da discografia oficial como basta olhar prá capa - que nem me vou dar ao trabalho de scanar e carregar para aqui como devem bem perceber. Os Networks são modernitos e tocam os monstros (Coltrane, Ellington, Gillespie) entre o Be-Bop, a Fusão e aquela sensação que já ouvimos isto umas mil vezes. Se ainda ao menos soubessemos que bebiam exclusivamente Vodka... sorry guys, but Rock'n'Roll rules!!!

Na onda da música de vanguarda, recebi um sampler-CD da revista Resonance, o volume 10 (London Musicians Collective; 2006?) dedicado a "Art Radio" com trabalhos de ClingRadio, Sherre DeLys, David Grubbs + RLW, Elsa Justel, Georges Perec (um escritor OuLiPoano), Ergo Phizmiz, Walter Ruttmann, John Wynne entre outros... Cacofonia über alles.

Lembram-se de uma coisa chamada Big Beat? Era aquela música Techno e Hip-Hop de "batidas gordas" em que o Fatboy Slim foi a figura de proa. Lonesome spaceboy (La Douce / Irma; 2001) de Tommy Bass é o que se pode chamar de uma banhada. Na altura com sons de Lounge e Cocktail Music ou Musak com as tais batidas cheias de banha funky podiam ser uma novidade e ter alguma piada, seis anos depois é quase impossível pensar que isto servirá para alguma coisa. Os Deelite envelheceram bem (sem relação ao Big Beat mas o seu ambiente de festa aparece neste CD), o Fatboy não sei porque não tenho ouvido mas o italiano Tó do Baixo é que não envelheceu nada, nada bem! C'est la vie!

Mais Pop europeia, o último álbum de originais dos franceses Rinoçérose, Schizophonia (V2; 2005) é Electro-Pop/Rock da linha dos New Order com toques a Nova Iorque via !!! ou LCD Soundsystem mas que consegue irritar quanto mais se prolonga e/ou se ouve o disco. O pior mesmo não é a parte instrumental que é competente e dançavel mas antes as letras num inglês da treta, exemplo: «oooh my bitch / oooh yeah yeah bitch (...) bitch / cause you're gonna be my bitch». Felizmente só ouvi este CD em casa duas vezes porque não dá para ouvir no PC do trabalho, ainda bem...
Ise dize Nu-Eurotrashe? Non, seulement des cons!

Último género musical desta "festa", os CD's de Industrial: primeiro com um blast from the past, ou seja, Filth Pig (Warner; 1996), um álbum incompreendido dos Ministry, dado ser mais virado para Stoner-Rock ou Doom Metal do que aquele Industrial Crossover que os fez ter sucesso no final dos anos 80 e príncipios dos anos 90. A heroína está cá toda na veia, no estúdio e nos instrumentos, começa com uma falsa partida, Reload, como para enganar os fãs do Psalm 69 mas depois é pura Lava Rock, "sabbathiano" até à medula tal como aliás o tema Scarecrow já indicava (no Psalm!) A versão de Bob Dylan permanece inexplicável passados 11 anos. Mas fazer o quê com pessoal agarrado?

E por fim, a colectânea One nation under surveillance : Arable Farmland Sampler Volume 3 (Arable Farmland; 2007) que trata de temas da terra do Asno-Bush e as conspirações 11/9. Vamos encontrar 17 faixas de 11 projectos vindos da Suécia (Smea - a lembrar misturas Dub dos Godflesh), EUA (Searad, ROPS56, RDS, Metagnathous, Crypto Fascist), Canadá (PIN) e Austrália (Pask, Flood of Rain, Empty). O Industrial que soa é mais velha-guarda que outra coisa, embora ROPS56 lembre mais Prog meloso. Algumas faixas são boas, outras não, como é normal nas colectâneas. O CD lembra aqueles tempos dos discos Hardcore cheios de informação anti-autoritária. [A maior parte destes CD's vai poder ser ouvida na próxima sessão.]

A grande novidade deste ciclo foi que revistas, zines e livros sobre música também podem ser trocadas mas como isso não foi suficiente para tirar as pessoas dos seus lares mais refrescantes, pensa-se em mudar os dias destas festas no Grémio Lisbonense [rua dos sapateiros nº226, 1º, rossio, lisboa] talvez para as quintas-feiras e lá prás 22h. Brevemente mais detalhes...