terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A evitar

Por mais que um gajo se esforce em não ver/ouvir/ter TV ou radio, de uma forma ou de outra temos de apanhar coma a ubiquidade da cultura Pop-Trash. Ora como sabem, agora tenho um programito na Rádio Zero - o Invisual - que não é directo. Foi num dia para gravar que alguém da equipa que disse para levar umas promos que tinham para lá. Claro que olhando para as capas e alguns nomes já sabia que estava a levar merda e da grossa, mas a "cavalo dado não se olha a dente" e um gajo ainda se pode rir ou descobrir algo de bom ou usar como matéria-prima certas sessões de un-DJing. Entre CD-singles promocionais [alto! são mesmo o nojo total: CD's só com uma, duas ou três músicas... destruir os ouvidos ainda aceito, agora lixar o planeta desta forma é que já é pornográfico! Não é de espantar que as editoras multinacionais estejam com medo da "pirataria". Espero que a queda seja enorme.] de R'n'B 'tuga (Gutto é o homem romântico que devia ter um ataque de diarreia mortal), Pop porreirita (Brand New Heavies com Nicole Russo), Pop ordinária (Lara Fabian... Quem!? uma espécie de Alanis Morrisette...) e os miméticos do costume (Micro Audio Waves), o único álbum que estava por lá era Insistir no zero (auto-edição + Raging Planet; 2007) dos Kizomba, ops!, digo Rizoma, uma banda de restos-mortais dos Toranga (outra falácia nacional) que não deveria ter sido da gaveta ou da garagem tal é a modorra total de um pseudo-psicadelismo lerdo que não chega a chupar a mama da Pop nem a lamber os tomates do Rock. «Eu vou contar até três/ desta vez/ já não posso ouvir lamentar o teu modo triste e fraco» (cantam em Contar até 10)... exactamente aquilo que sinto.
Mais coisinhas más, ou uma. Este fim-de-semana fui parar a Elvas, onde encontrei umas feira marada de antiguidades que também tinha alguns discos - muitos do Paco Bandeira, ironicamente ou talvez não. Bem, foi lá que comprei por 3€ um CD com uma capa desenhada pelo grande Charles Burns (um dos autores de bd mais imitado nos últimos 20 anos). Trata-se de Teddy (Warner; 1998) do sueco Orup, que nem sei o que vos diga... O tipo de "teddy" nada tem, não passa de um canastrão Pop sueco - que ao menos tem bom gosto, porque gosta do trabalho do Burns e pediu uma capa ao autor. De resto, para quem gosta do Festival da Eurovisão ou ainda o Toy numa língua imcomprensível este é o disco! Por falar nisso, numa escala portuguesa quando é que Marco Paulo pede uma capa ao Filipe Abranches?

Sem comentários: