terça-feira, 9 de março de 2010

O "pós" já tem mais de 30 anos logo já é pós-pós...


Jason Forrest : The Unrelenting Songs of the 1979 Post disco Crash (Sonig; 2004)
Pere Ubu : The Art of Walking (Rough Trade; 1989)

Começo pelo segundo caso que é uma reedição horrorosa em CD do LP original de 1980 - em que a discografia da banda ao ser reeditada em "formato digital" fizeram um desenho gráfico comum para a colecção, resultado, as capas tem todos uma moldura de ambiente de trabalho de Mackitosh à antiga (a capa neste "post" é da edição original). Mas quem vê caras não vê corações, e o quarto disco de originais desta banda é sempre uma conquista para novos domínios do Pop/Rock mesmo que já tenha 30 anos em cima. Ou por causa da voz delirante de David Thomas (realmente não há Pixies sem ele) ou por causa da entrada de Mayo Thompson (Red Krayola) para a guitarra (e outros instrumentos e letras), podemos ouvir sons de um período que se move no pós-Rock e caminha prá No Wave - os baixos e teclas não enganam - como ouvimos sons abstractos e concretos que poderão irritar os mais incautos - pergunto se um tema pica-miolos como Lost in Art é irónico ou se eles estavam mesmo perdidos... É um álbum de ruptura do Rock e da própria banda que até hoje terá mil e outras formações mas sempre sob batuta de Thomas. Bizarro q.b.
Não sei se Forrest era criança ou jovem em 1979 mas provavelmente deveria ser um "nerd" cuja música Disco deveria ser a única coisa que conhecia como "música fixe", e diga-se de passagem se tiveres uns 7 anos, nada melhor que Disco: músicas divertidas, fatos extravagantes, coreografias e poses homo-eróticas como todos os putos de 7 anos querem e gostam (nunca se irá perceber porquê, é como a merda do Wrestling nos dias de hoje). Talvez por isso sendo um produtor de música electrónica extrema não deixa de gostar de reviver o seu passado e utilizar o pior da música dos anos 70 como matéria-prima para algo novo e fresco como um Breakcore não muito violento mas como sempre iconoclasta. De uma ponta à outra, ou seja, daquela "tro-la-li-ró" sinfónico à guitarrada vomitante de Rock FM tudo é afundado em batidas novas e reconstruído para diversão e (des)concentração mental - lembram-se deste vídeo? O chavão seria enquanto o corpo pensa e a mente dança mas há outro que se ouve num sample de Talking Heads, diz "This is no Party / This is no Disco" e é verdade... embora lembra End pelo excesso.

Sem comentários: