1ª parte de 2º Capítulo do novo livro concluído.
Respectivo name-dropping: Lisboa, Jucifer, "Casa Fantasma", pilhagem, João Queiroz, carta astral, Lourenço Marques 1960, Futuro Primitivo, Nuno Franco, Malformed Earthborn, Specials, Hans Bellmer, João Chambel, André Lemos, ...
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Um tempero para esta semana...
É natural chegar ao aeroporto de Helsínquia e apanhar logo com uma loja do Moomin, criação de Tove Jansson (1914-2001) que começou com livros ilustrados para a infância em 1945 seguido por uma geniais tiras de bd em 1954, que têm sido alvo de reedição em inglês (via Drawn & Quarterly) e em francês (melhor edição, diga-se, pela Le Lézard Noir). Os desenhos são de uma elegância tal como esta deverá ser a família mais anarca da história da bd. O humor é tão inteligente e sensível que merece muito mais o cunho "para todo o público" do que os sobrevalorizados Astérixes e Tintins.
Talvez por isso que os livros tiveram o impacto que tiveram na Finlândia - e pelo mundo fora. Claro que estas criacções acabam estampadas em cuecas, canecas, refrigerantes manhosos (primeira imagem!) e afins. E a Finlândia deve ter o seu orgulho "Moomin-mania" em que os bonecos ultrapassam os desenhos animados que ultrapassam os livros ilustrados que ultrapassam a bd... Topei que muitos finlandeses nem percebem que existe a bd - realço, de uma qualidade imbatível! Tanto que até as instituições que defendem este património parecem ignorar a bd também. Estive hoje em Tampere, cidade que acolhe o Museu Moomin, com um espólio de 2000 obras da autora e relacionado. Tira de bd? Nem uma! Há belas ilustrações é certo como já se pode ter visto em Lisboa na exposição Truth or tales: Exposição de ilustração de Livro para a Infância (org. pela Bedeteca de Lisboa no Palácio Galveias em 2008) mas tiras de bd? Zero! Talvez porque as bds ao terem sido originalmente publicadas para o jornal inglês Evening News tenham sido destruídas (como aconteceu com muitos originais de bd no passado, cujos editores não ficavam com os originais como não os conservavam) ou então é alguma treta com copyrights com o jornal. Ou então os tipos do museu ignoram a bd de propósito. Muito estranho...
Depois do Museu, almoço com o Tommi Musturi e Jarno Latva-Nikkola num indiano (alguma vez irei a um restaurante com comida finlandesa?), seguido por visitas a lojas de discos e exposições pela cidade. A última foi dentro de um centro comercial feita por estudantes (?) de Artes que resistiram a um mini-escândalo qualquer - um dos trabalhos foi retirado não sei bem porquê. Seja como for, os artistas alugaram ou convenceram a direcção do centro para fazer uma exposição com o tema "Anti-matéria". Algumas peças tinham força...
A "Globalização + Capitalismo Selvagem + União Europeia" não poupa nem os mercados nórdicos. Cada vez há menos lojas de pequenos negócios e cada vez há mais espaços comerciais fechados / abandonados tal como acontece em Portugal, por exemplo. Nestes países (como o nosso com a devida distância) deixarem fazer acções deste tipo saí fora do comportamento normal dos senhorios / proprietários. Nada como uma boa crise económica para mudar as atitudes? Pode ser que moda chegue à Baixa Lisboeta um dia destes...
Kiitos aos companheiros de viagem Mikko Orpana e Agatha. São chatas as estradas finlandesas!
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
With a little help from my friends
Faço um novo capítulo do livro de bd que produzo na Residência Saari. Este capítulo é respeitante a uma "casa fantasma" que existia no mesmo prédio onde habito no verão de 2009. Estando fora do país foi preciso pedir ajuda a amigos que também visitaram esta casa para poder reactivar algumas memórias.
Kiitos João Chambel pelas fotos, e ainda Pedro Nora e Isabel Carvalho.
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segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Free Farrajota
No Festival de BD de Helsínquia encontrei o António Diaz, espanhol residente nos países bálticos e editor da Free Magazine, que é tempos foi um jornal que colaborava com as tiras-resenhas-críticas de discos in DJ GoldenShower Record Collection.
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Portuguese artist and old colaborator Marcos Farrajota visited Finland during the Comic Festival hold in Kamppi, so we had the chance to talk to him about his views on Finland and his current exhibition in Helsinki Comic Centre:
Hi Marcos. You are currently in Finland for the comic fair, and you have visited this country a few times in the past. Can you tell us your impressions about Finland, and what brings you here so often?
I come because of the comics fest. I like Finland culture: music and comics, and I think Finns funny…. They are more latins somehow that look at first sight!
Were there any works-artists that you especially liked during the comic fair in Helsinki?
I think this year the festival looked more commercial so I actually missed some older artists of the Finn scene and didn’t found brand new blood or something that blow my head like in the past. But the best one should be OLIVIER SCHRAUWEN
You told me that you are going to spend time in a residence for artists near Turku. What are you going to be doing there during the next weeks?
I’m doing my new comic book. It’s about people that collect stuff, archives and piracy. Should look like an essay but as usual with autobiographical episodes…
You have a new comic book, where you have put together the works of many artists that send you stories. Can you explain a bit more in detail about the project?
For starters it’s called Futuro Primitivo (Primitive Future in English, Primitiivenen Tuleivassus in Finn), ripping off a Sepultura song, hahahaha! Well, I fed up of doing anthologies and decide to make a new concept for this… So I decide to make somekind of “narrative DJing” which means that I ask to 40 artists to send comics with a “post-apocalitic” theme but in 2 strips per page so that then I could remix the sequences and turning 40 stories in just one story. I guess nobody made this and this opens a new way to work in comics in the future. Also, you can download for free the soundtrack of the book /exhibition on the net-label You Are Not Stealing Records.
You have a current exhibition in Arabia in Helsinki. Can you say a bit more about what the visitors can find there, and until what date will be running?
Until 1st October, you can see the original work / drawings of the book, so it can see a contemporary comix from Portugal authors. You have all kind of images and graphic styles, I guess this is good for starters, then you can see / buy also Chili com Carne (the label of the publisher of the book) editions and the silkscreens – some also are “graphic DJing”, we ask some graphic designers to pick up images of the comix book to make a new image / poster / silkscreen.
What are your next projects after your stay in Finland?
Actually the show goes to Mälmo (Sweden) to open there in 14th October… I try not to think about the future (primitive or not) because I’m focusing in my new book so going to Sweden is already something real… And then in December is the Independent Edition Fair in Portugal – in Porto, at Maus Hábitos venue. Go there!
Ele aproveitou para fazer uma curta entrevista pró site - depois da fase jornal a publicação tornou-se digital e decadente como poderão ver mas já que mais ninguém está atento...
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Portuguese artist and old colaborator Marcos Farrajota visited Finland during the Comic Festival hold in Kamppi, so we had the chance to talk to him about his views on Finland and his current exhibition in Helsinki Comic Centre:
Hi Marcos. You are currently in Finland for the comic fair, and you have visited this country a few times in the past. Can you tell us your impressions about Finland, and what brings you here so often?
I come because of the comics fest. I like Finland culture: music and comics, and I think Finns funny…. They are more latins somehow that look at first sight!
Were there any works-artists that you especially liked during the comic fair in Helsinki?
I think this year the festival looked more commercial so I actually missed some older artists of the Finn scene and didn’t found brand new blood or something that blow my head like in the past. But the best one should be OLIVIER SCHRAUWEN
You told me that you are going to spend time in a residence for artists near Turku. What are you going to be doing there during the next weeks?
I’m doing my new comic book. It’s about people that collect stuff, archives and piracy. Should look like an essay but as usual with autobiographical episodes…
You have a new comic book, where you have put together the works of many artists that send you stories. Can you explain a bit more in detail about the project?
For starters it’s called Futuro Primitivo (Primitive Future in English, Primitiivenen Tuleivassus in Finn), ripping off a Sepultura song, hahahaha! Well, I fed up of doing anthologies and decide to make a new concept for this… So I decide to make somekind of “narrative DJing” which means that I ask to 40 artists to send comics with a “post-apocalitic” theme but in 2 strips per page so that then I could remix the sequences and turning 40 stories in just one story. I guess nobody made this and this opens a new way to work in comics in the future. Also, you can download for free the soundtrack of the book /exhibition on the net-label You Are Not Stealing Records.
You have a current exhibition in Arabia in Helsinki. Can you say a bit more about what the visitors can find there, and until what date will be running?
Until 1st October, you can see the original work / drawings of the book, so it can see a contemporary comix from Portugal authors. You have all kind of images and graphic styles, I guess this is good for starters, then you can see / buy also Chili com Carne (the label of the publisher of the book) editions and the silkscreens – some also are “graphic DJing”, we ask some graphic designers to pick up images of the comix book to make a new image / poster / silkscreen.
What are your next projects after your stay in Finland?
Actually the show goes to Mälmo (Sweden) to open there in 14th October… I try not to think about the future (primitive or not) because I’m focusing in my new book so going to Sweden is already something real… And then in December is the Independent Edition Fair in Portugal – in Porto, at Maus Hábitos venue. Go there!
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Guantanamo questionnaire,
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Suomi
sábado, 24 de setembro de 2011
Animal Collectors (feito)
1º Capítulo do novo livro concluído.
Respectivo name-dropping: Stanislaw Lem, Jesus Marx, Apocalipse, Thomas More, Skype, Deus & Lucifera, descendência, José Machado Pais, Desmond Morris e Yonnet.
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Marcos Farrajota,
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sábado, 17 de setembro de 2011
Infecção Urinária da Finlândia (I)
+ material para uma Infecção Urinária de Marte, a minha página sobre discos na revista metaleira & online Infektion. Disco-mistério de Arka pela label DIY Siko Records. Fica para o número de Novembro...
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Infecção Urinária da Finlândia (0)
Segundo volume da "Histeria Árctica" comprada na Digelius, loja de música em Helsínquia que existe desde 1971. A sair uma resenha crítica ao disco na Infektion Magazine de Outubro.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Duas torres, sff
bd autobio de Tea Tauriainen sobre a nossa estadia na casa de verão de uma pessoa da Sociedade Finlandesa de BD a caminho do ITE. À noite, para além de sauna seguida de mergulho de pelota no lago, jogamos este jogo das peças de madeira que formam uma torre, é preciso tirar uma peça à vez e colocar por cima da torre. Claro que isto cria uma torre fragilizada e perde quem a deixa cair. Com os copos tudo isto tem mais piada, claro!
Creio que fui eu a relembrar o glorioso 11 de Setembro mas só mereço ficar de costas na bd, deve ser para me proteger de americanos estúpidos.
domingo, 11 de setembro de 2011
sábado, 10 de setembro de 2011
Too sexy for my Koran
Graças ao Super-Turunen fiquei a conhecer o alfarrabista de Turku mais cheio de bd, música e livros. Gastei logo 10 euros em música árabe. O CD duplo, Arabia the essencial album, um dos CDs é foleiro - a Pop árabe também têm limites de piroseira mesmo para ouvidos que nada entendem da "algarviada" que se ouve. Reconheci os nomes da Natacha Atlas e Mahmoud Fadl para me convencer a comprar uma vez que a capa cor-de-rosa e lilás já tudo diziam que é produto de super-mercado apesar de haver boas malhas.
The Best of Bellydance from: Egypt, Lebanon, Arabia, Turkey também é vigarice pra turista pelo tratamento gráfico e créditos mas ouve-se muito bem. Música do melhor até me inspirou a investigar estas beldades:
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Ano 2012 acabou!
Eis uma continuação das bds "Ano 2000 (o ano em que afinal o mundo não acaba)" publicadas originalmente no Mesinha de Cabeceira #8 (1995) e Osso da Pilinha #1 (2001), mais tarde reeditadas nos livros Noitadas, Deprês & Bubas e Talento Local.
Intitula-se "2012 (mais um ano em que o mundo afinal não acaba)" e são 3 páginas para manter a tradição das bds antecedentes. Talvez venha a fazer parte do corpo de trabalho a desenvolver na residência... ou talvez não. Eventualmente faria sentido editá-la num zine qualquer mas tal coisa já não existe em Portugal, pelo menos. Se alguém estiver para fazer um zine de fotocópia barata e precisa de colaborações ofereço esta bd na boa!
Entretanto é curiosa a ideia de publicar em fotocópia porque esta forma de publicação mudou na imenso na última década. Não e só a questão se ainda há ou não pessoas as fazê-lo após a revolução digital que temos sofrido - basta lembrar o tufão Rudolfo que publica os seus zines monográficos como ainda a antologia Lodaçal - mas é preciso reparar que a própria tecnologia das fotocópias ao fazer melhoramentos tecnológicos modificou-se radicalmente. As fotocopiadoras agora são todas a lazer, o resultado final da reprodução é sempre "slick" (vistoso, brilhante) igual ou até melhor que uma revista profissional impressa... Já não é mais aquela cópia granulosa mas precisa, de reprodução ríspida e quase táctil. Havia uma estética própria da cultura zine que não vinha só dos "erros" dos editores e criadores mas também da própria (falta de?) qualidade das máquinas. É uma estética para sempre perdida, se formos a pensar bem porque não pode ser recuperada como aconteceu com a serigrafia porque as condições tecnológicas são muito mais complexas - são máquinas para as quais que já não há peças, assistência nem consumíveis. Curioso, não?
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quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Saari Residence
Desde 1 de Setembro até 31 de Outubro estou numa residência artística na Finlândia, Saari Residence. Ambiente maravilhoso para trabalhar. Nos últimos 10 anos a minha produção foi diminuindo quase ao zero. Nos dias que tenho estado tenho recuperado um bocado o gosto pelo desenho e vontade de escrever "coisas". Venho com a ideia de fazer um livro de 60 páginas. Talvez seja um exagero mas vamos ver o que acontece.
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terça-feira, 6 de setembro de 2011
This is Suomi
O trabalho que desenvolvo na Residência será um futuro livro - assim o espero - de bd sobre coleccionismo e arquivos - basicamente porque raios as pessoas acumulam coisas!
Claro como sou também um cromo, logo nos primeiros dias arranjei coisas - para ir carregado para Portugal feito burro... Enfim!
Em Turku, nas lojas de segunda mão encontrei um livro de 1952 dedicado ao turismo na Finlândia. Curiosamente parece que nada mudou a não ser alguns anúncios da MacMerda e outras multinacionais. O país é verde, cheio de lagos e mais lagos, com casinhas de madeira espalhadas aqui e acolá e nos dias de hoje, há realmente, no meio do nada um centro comercial gigantesco em cada 100 kilometros mas a é isso! A Finlândia é bela e "boring". Um conhecido tinha me avisado mas não podia acreditar nisso até ficar provado mais tarde na viagem ao ITE, em Kokkola, depois de 4 horas a guiar por este enorme país, começamos a vomitar florestas, lagos, lagoas e árvores. Penso como em Portugal, país muito mais pequeno, realmente a paisagem muda de distrito para distrito. Parece que é preciso à Lapónia para ver a paisagem finlandesa a mudar... hum... acho que não o quero fazer porque teria de fazer muitas boring horas - talvez de avião, um dia?
The Georges Cowboys
Na primeira excursão a Turku, numa loja de discos, a 8 Raita, comprei a 2 euros este CD dos extintos canadianos Les Georges Cowboys. Uma treta arstsy-fartsy 2006. Ainda por cima confundi com os Leningrad Cowboys, banda finlandesa que estou farto de ouvir falar... Prá semana vou tentar livrar-me disto num alfarrabista cheio de tralha, o Alfa Antika...
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Sonho semi-suomi
Sonho da primeira noite da Residência Saari... não tenho scanner para melhor imagem... percebe-se bem o monstro porque veio daqui.
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Marcos Farrajota,
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