sábado, 31 de dezembro de 2011

10 + 1 de 2011




Halloween : A Árvore Kriminal (Sonoterapia)
Secret Chiefs 3 : Masada Book 2 : Book of Angels 9 : Xaphan (Tzadik; 2008)
Monotonix (ZDB; 27 Fev)
Feira do Jeco (Maus Hábitos; 2 e 3 Abril)
v/a: Tinta nos Nervos (CCB; Jan-Mar + catálogo)
Çuta Kebab & Party (Chili Com Carne + Faca Monstro)
Stealing Orchestra : Deliverance (YANSR)
D.R.I. (Revólver; 11 Mar)
Melanie is Demented : Melanie är Demented + MXLXNXXXSDXMXNTXD (Wormfood)
Neuro : Neuro-Trip (MMMNNNRRRG) + expo Trem Azul (24 Jun - 30 Jul)


+ Aaron Shunga : Vacuum Horror (MMMNNNRRRG)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Daniel Guisé : "The Doors Comics" ($ociedade Radioativa; 2007)

O autor brasileiro de bd Daniel Gisé é fã dos Doors e em 2003 criou um site onde publicou várias bds sobre a banda. Mais tarde esse material foi recolhido pela $ocidade Radioativa em formato A6 - tal como a Patte de Mouche, Quadradinho, Filme da Minha Vida,... Fim da história! Tal como tenho vindo a "queixar" há uns quantos "posts" no blogue da CCC (clicar no título onde diz Brasil para aceder todos para trás), os brasileiros encaram a bd ora como algo para fazer humor ou então para psicadelia barata como se a última vez que tiveram acesso a cultura contenporânea foi nos anos 60 ou 70. Neste caso junta as duas coisas - humor e nostalgia pelos loucos 60s.
Estamos perante um enredo circular envolta dos Doors em formato de "gags" que nem sempre se concretizam - mas o próprio autor nunca pretendeu que fosse assim, puro humor. Cada "tira" é um "slice of life" mais ou menos divertido que não pretende criar uma biografia dos Doors ou do Jim Morrison [et al] mas mais um estado de espírito daqueles tempos e dos elementos da banda. Até ponto é conseguido embora no final ficamos meio insatisfeitos com tão pouco, questionando para quê todo este trabalho - também não foi muito, são apenas cerca de 30 páginas. Pior mesmo é a paginação do livro com pranchas na horinzontal para cada lado, isto é, nas páginas pares a tira é colocada de forma a ler-se prá esquerda e logo a seguir as páginas impares temos de voltar prá direita. Drogados!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

CIA info 75.0



Houve Festa de Despedida do Alex Vieira, editor da revista brasileira de "bd, punk e psicadelismo" Prego! Ontem no bar do WIP / Rua Garett, 60 (onde esteve a CHILI ao QUADRADO) onde algumas pessoas conheceram este convidado especial da 19ª Feira Laica e que não podia ir ao Porto. O Alex Vieira como artista gráfico participou em duas antologias da Chili Com Carne, MASSIVE e Seitan Seitan Scum mas é mais conhecido como editor da revista Prego que acaba de lançar o número 5 num evento off do Rio Comicon, dedicado ao "som" e onde entre vários autores da "nova bd de autor brasileira" também participo. A passagem pelo tema "som" não é inocente uma vez que Alex Vieira tem uma enorme ligação ao Punk / Hardcore.



Na festa, além de copos baratos e as melhores chamuças da cidade, poderam ver os trabalhos que Alex trouxe do Brasil prá Feira Laica bem como zines e livros de bd. A animar a festa fiz uma exceptional sessão de unDJing com os meus piores discos para serem trocados - mas tal não aconteceu por que não apareceu o habitual Dr. Gama! Alguém ainda se lembra da troca de discos?



Um excerto de uma bd que mostra a minha versão da geneologia Punk. Talvez venha a integrá-la no novo livro... quem sabe...

sábado, 17 de dezembro de 2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Infecção Urinária da Finlândia (VI)


E com este texto fecho os relatos sobre as minhas aventuras sonoras nórdicas durante a minha estadia na Finlândia. Na última semana ainda consegui ir a Turku e comprei um CD-R enganoso. Intitulado Avarrus Suomesa (trad.: Finlândia espacial?) de 2006 (?) é um “set” de dois DJs, Prof. Roland Fender e Prof. Megatron Holaris (ligados à bd? Adquiri numa loja de bd) que misturam músicas Pop sobre o espaço cósmico numa pespectica descendente de 2020 a 1959 seja lá como isso é possível. Pensava que era um disco do colectivo experimental Avarus, que fez a banda sonora da exposição Glömp X patente na Bedeteca de Lisboa em 2009 mas não, é uma “mix-tape” de kitsch em que o único nome conhecido é Jimi Tenor com um “tango espacial”. No fundo, isto só tem piada pelas letras que nos transportam para uma era perdida e inocente (o passado é sempre considerado inocente mesmo que tenha sido bárbaro!) em que se ainda sonhava com a conquista do Espaço. Não percebendo patavina da lingua “suomi” é mais fácil imaginar este objecto deslocando-o para uma versão portuguesa em que teriamos misturadas fatais de um tema de 10.000 anos depois entre Vénus e Marte de José Cid com a Amália a cantar o Sr. Extraterrestre seguido de Planet Lakroon dos Pop Dell’Arte, as Doce com Starlight, os Space Boys, Stealing Orchestra, etc…Talvez esta tenha sido a minha pior despedida cultural de sempre!

“Pop Will Eat Itself” é capaz de ser o melhor nome e manifesto para música urbana pela forma canibalesca e autofágica como vemos as fórmulas repetirem-se até à exaustão, com uma indústria fonográfica a gastar mais dinheiro em promover lixo do que a incentivar à criação – aliás, como seria possível de outra forma? A música é um negócio capitalista, e o Capitalismo é o Rei do Trash! Talvez pelo avanço na minha idade vou tendo menos paciência para a Pop e o Rock e infelizmente também para os outros géneros que se foram cristalizando como o Punk, Hardcore, Metal, Hip-Hop, etc… Ouvir estas formas de criação que insistem em serem eternamente jovens quando a maior parte delas já têm pelo menos 30 anos de História provocam-me vómitos e enjóos fáceis. Talvez por isso prefiro ouvir Noise, música árabe ou Africana do que a última sensação Pop sueca anunciada pelo Imbecílon… Ops! Caí na esparrela agora! Porque ando louco a ouvir Melanie Is Demented e os seus últimos dois álbuns online Melanie är Demented e MXLXNXXXSDXMXNTXD, ambos editados este ano pela sua label Wormfood. Mas como é uma coisa DIY, a imprensa oficial não vai ligar patavina, estou livre de culpa!

MID é uma “one-band man” que tem vivido em instituições psiquiátricas a gravar estes maravilhosos discos, é sueco e não finlandês mas serve para fechar este ciclo de artigos. Conheci-o em Estocolmo em 2008 durante o SPX (festival de bd alternativa) nas condições descritas nesta bd mantendo um contacto permanente com este jovem perturbado mas com uma sensibilidade Pop/Rock apurada. É aquele tipo de gajo que consegue sacar o famoso e obrigatório “orelhudo” em todos os seus temas mesmo quando canta em sueco, completando a famosa equação do “indie” Pop/ Rock para ser viciante - sem deixar de ser "inteligente".

Para mim é uma espécie de Frank Zappa pelas ideias de fusão e ruptura (não a forma superficial) em versão “bedroom punk”. Há partes da voz que lembra David Bowie, outras Butthole Surfers, onde aliás, instrumentalmente acaba por haver alguma ligação com a banda texana que na sua última fase investiram num Rock Electrónico não muito longe do que MID faz: loops, samples, ritmos Hip-Hop ou Drum'n'Bass com guitarradas balizadas entre o Blues e Rock. Enquanto os Butthole desapareceram sem glória, MID tem todo o sangue na guelra e sente-se a poderosa evolução de registo em registo. As letras tratam de assuntos endérmicos de quem escolheu o Rock como expressão criativa, passando por uma forte crítica ao negócio fonográfico e as suas bandas atrasadas-mentais, ao fascismo dos Sociais Democratas, à Globalização, aos abusos da polícia e à apatia social. MID escreve numa componente autobiográfica e irónica que é contudente e longe da futilidade do “teenage love” ou “teenage angst” como 99% da música que se ouve. Quando ele dedica um tema ao Batman não é para se armar em Gótico da pacotilha mas para criticar o alter-ego da personagem, Bruce Wayne, que é um filho-da-puta de um beto rico. Quando canta um tema sobre pastilhas elásticas não é para celebrar o gozo de mastigar este produto pueril mas para lembrar que ele é feito de dinheiro sujo de países explorados do terceiro mundo.

O estranho é como ele o faz de forma armadilhada onde podemos encontrar em doses idênticas de militância, energia, crítica, astúcia, empatia, desordem, desobediência e humanismo. Características de um verdadeiro artista. MID é um “filho de uma colisão cultural” (roubo descaradamente a expressão ao meu tema favorito dos Urban Dance Squad!), que obviamente tanto se passa a ouvir Stoner Rock como Gangsta. Um híbrido da civilização Ocidental que não se alinha no conforto zombie da boa integração social, especialmente o da sueca que pretende que os seus cidadãos sejam humildes e que escondam qualquer forma de exibicionismo. Ora isto é uma missão impossível para este tipo, ainda o ano passado enviou-me uma foto dele a mostrar a pila em frente ao monumento (não menos fálico) do centro de Estocolmo. Havia um contexto, ainda assim, que era a comemoração dos 10 anos da MMMNNNRRRG e o lançamento do livro Pénis Assassino do Janus mas ainda assim eu não precisava de ver os seus genitais… Freud explica!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CIA info 73.7

O novo Pindura chegou! É GIGANTE e com brinde como sempre!!!
Desta vez, de Portugal participaram eu e os camaradas André Lemos e Pepedelrey. Esperamos alguns exemplares deste louco calendário para o evento-espaço CHILI ao QUADRADO
O melhor é fazer reserva porque só haver 7 exemplares para Portugal! +info compra AQUI
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Lá pró Brasil a malta anda-se a divertir com festas de lançamento e cervejas à borla, bandas e novidades editoriais... Mas eu já me diverti também e COMO!!!!