Comecei pela barulheira... O terceiro de Napalm Death, Harmony Corruption (Earache; 1990), recebeu críticas na altura que estava mais para o Death que para o Grindcore... não é à toa que Unfit Earth tem vocalizações de Glenn Benton (dos satânicos Deicide) e John Tardy dos Obituary, além da produção ter sido feita por Scott Burns - o gajo que produziu Obituary, Deicide, Sepultura, Malevolent Creation, Death, Cannibal Corpse, ou seja tudo o que podemos considerar de Death Metal produzido na sua gênese. Bom, é verdade as vozes sobretudo são chatas e soa um bocado tudo ao mesmo sem aquela sensação de emergência que define os Napalm. Parece estar tudo mais certinho e regrado ao agrado dos metaleiros. Não deixa de ser claro uma grande besta sonora que incomoda muita gente que o ouve.
Conhecidos por serem os Napalm da Holanda não conhecia os Consolation que me aparecem num single, The Truth (Displeased; 1994) de 5 temas Grindcore puro e duro. Podem ter um dos piores nomes de sempre mas não desiludem em rapidez, técnica e barulho. No lado A ainda oferecem uma faixa escondida com uma versão Grind de Smells like teen spirit dos Nirvana, a fugir aos cabrões do "copyright" e reduzida a poucos segundos. Nada mau, rapazes!
Voltando à Inglaterra, o segundo álbum dos Acid Reign, Obnoxious (Under One Flag; 1990) é uma supresa agradável. Na essência é uma banda de Trash com "riffagem" da melhor e muito boa composição musical. Lembra um bocado Anthrax e Metallica (com a vantagem de não ter o vocalista de Metallica!) mas como são britânicos levam a coisa prá brincadeira a dada a altura, como se topa nos dois últimos "trechos" do disco, ou seja, no tema Codes of Conformity, que são surpreendentes ou no mínimo divertidos. Imagino que deve ter chateado / chocado muito metaleiro na altura... Talvez por isso, quando a banda acabou, um dos tipos foi parar aos palhaços da Earache, os Lawnmoner Deth, e outro passou a fazer "stand up comedy"! Stooopid lads!
Por fim, o melhor do lote, The Accüsed com o seu segundo álbum More Fun Than An Open Casket Funeral (Rough Justice; 1987) que comprei muito sinceramente pela capa de S. Clay Wilson... Nada sabia da banda nem nunca tinha ouvido falar. A referência dada pelo vendedor era que era Crossover - como D.R.I. e afins - e faça-se justiça a esta banda de Seattle, é Crossover sim senhora, como uma agressividade rock'n'roleira que não há muita gente assim a fazé-la - talvez os Zeke. Merecem mais reconhecimento do que tiveram porque acabaram por ser uma banda influente para sub-gêneros que apareceram como o Crust e o Grindcore, bem como o Grunge - a banda gostava de chamar o seu som de "splattercore", pelo gosto de filmes de terror splatter. Está aqui tudo que carateriza o Crossover, a fusão da energia primária do Punk com a técnica e a precisão do Metal mas o que mais impressiona nesta banda é voz podre de Kevin Cochneuer. Sick sick sick!
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