quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Que se lixe os 80, eu quero a minha vida de volta dos anos 90!


A cultura que vivemos é de "retromania" como demonstrou o excelente livro de Simon Reynolds, e é curioso que existem vários fenómenos de revivalismos noutros países apesar de estarem sobre o jugo do do imperialismo anglo-saxónico.
São os fenómenos locais, como por exemplo, Portugal que não tinha uma tradição de Pop eis que 20 anos depois do aparecimento dos execráveis Resistência ou das popularuchas digressões “Portugal ao vivo”, ei-las a reaparecerem nos últimos meses para oferecer um conforto nostálgico à primeira geração 100% Pop portuguesa.
Onde fica a série de BD Loverboy no meio disto? Não sabemos mas esperemos que não fique entre o sem-pescoço do Tim e as moustaches-de-quem-precisa-de-sair-do-armário dos Pólo Norte! Iiiiirc....
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Novo livro Loverboy na Feira das Vanessas já está à venda no site da Chili Com Carne, no stand da Pedranocharco da BD Amadora (até 10 de Novembro), Fábrica Features, Trem Azul, Feira do Livro de Poesia e BD e Mundo Fantasma.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Se os Black Sabbath podem...


E os Sex Pistols, Blondie, Rage Against the Machine, Faith No More, Ornatos Violeta, Bauhaus, Zen!!! E até os Queen, Dead Kennedys, Doors, Christian Death, etc... Mau! Se tudo que é gato-sapato de banda pode voltar porque não o Loverboy & cia.?
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Novo livro Loverboy na Feira das Vanessas já está à venda no site da Chili Com Carne, no stand da Pedranocharco da BD Amadora (até 10 de Novembro), Fábrica Features, Trem Azul, Feira do Livro de Poesia e BD e Mundo Fantasma.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Na Feira das Vanessas


O livro já está na BD Porcalhota na banca da Pedranocharco e assim comemora-se 20 anos de existência da série quando foi lançada a primera BD no Mesinha de Cabeceira #1.
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Sétimo volume da Mercantologia, colecção dedicada à recuperação de material perdido no mundo dos fanzines (embora neste caso também se tenha ido às revistas)

Publicação da Associação Chili Com Carne; Edição de Marcos Farrajota; Design de Joana Pires; Capa e fotos de olhos(«Ä»)zumbir realizadas no estúdio da União Artística do Trancão e em Sede Adres, com apoio à produção de xoscx e Adres. Bonecos realizados por Miguel Rocha e Alex Gozblau para a exposição "Loverboy Store: Liquidação Total" no Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada 2001, na Cordoaria Nacional.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Parece mentira...



Dan Hill : 66/33 Sounds Electronic (CBS; 1966)

A África do Sul está a aparecer-me com cada parvoíce que até mete medo. Ainda no Sábado vi um documentário sobre Sixto Rodriguez, o emocionante filme Sugar Man, que hoje ao investigar o que era um manhoso LP que comprei nas férias num Cash Converters e descobro que o tal Dan Hill tem uma série de LPs intitulados de Sounds Electronic e todos eles com capas eróticas censuradas. Claro que comprei o disco justamente pela capa tal como já aconteceu antes, e especialmente neste caso comprei porque topava que o soutien da moça era desenhado por cima da fotografia - a capa original para quem já foi ao link do músico já percebeu que estavamos perante um "topless".
De resto nada a dizer sobre a música, de electrónico nada tem (só se forem os sintetizadores!?), são apenas  versões lounge de temas famosos (como é normal neste género até hoje) em meddley tal como fazia Paul Mauriat e outros da altura. É Nancy Sinatra / Lee Hazelwood com Beatles, Tchaikovsky com Paul Simon, etc... Era assim que se divertiam na África do Sul? Não admira que tenham parido estas criaturas!

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Belo e a Monstra



Eno : Taking Tiger Mountain (by strategy) (EG / Virgin; 1991?)
Jarboe : Anhedoniac (Atavistic; 2004)

O primeiro é um disco de Brian Eno, o homem que fez de tudo: parecia um mau cosplay nos tempos Glam, fez templates para o Glam, Pop, Punk, Goth, Electrónica, Ambient e até falsa música do mundo, é o gajo que vendeu os U2 ao mundo (eis qualquer coisa de horrível num currículo invejável para além do mau cosplay dos anos 70), enfim, e com aquele ar sério de larilas aristocrático britânico que tem agora ainda é artista visual e multimedia. Este é o seu segundo disco a solo, de 1974, que mostra que sempre foi um génio da música Pop e que não precisamos de ouvir as rabetices tipo "Ariel Pink não-sei-o-quê" quando em 2013 este disco continua actual e cristalino. É Pop com laivos negros e surrealistas que ainda hoje suscita discusões sobre o que as letras significam ou se o que ouvimos é mesmo aquilo - ao que parece Eno nunca quis as letras escritas em papel. O tema Third Uncle aparece aqui, mais tarde versionado pelos Bauhaus, e ao que parece é uma inspiração enorme para o Punk que viria. Difícil de bater este disco, não admira que o David Bowie andou a namorá-lo para fazer discos em conjunto...
O disco de Jarboe é de 1998 e reeditado em 2004 com fotografias de Jarboe em pose erótica gótica-fetichista - cortesia do erotic-master Richard Kern. Creio que é quarto álbum a solo desta cantora e o primeiro após o fim dos Swans. Já agora ela vêm em Novembro à ZDB meter-nos medo! Se ela continuar a fazer coisas como faz neste disco, haverá muita gente a sentir-se mal no cubículo da ZDB mesmo que ela mostre as mamas em palco - o que eu duvido que aconteça. Neste disco como moino-mutante nova-iorquina que é, os temas directos e ambientes escatológicos vão mudando de peça a peça, por isso Jarboe vai despejando lenga-lengas para adultos, impropérios animalescos, melodias para amansar bestas e até gospels para serem cantados em casinos sempre com ambientes sonoros próximos do que foi feito em Swans, ou seja Drones para bater com a cabeça na parede ou para justamente para deitá-la no sofá a pensar num doce suicídio. Tal como na fotografia vemos uma desafiadora mulher-animal enjaulada a olhar para nós (ai de ti se fizeres um gesto em falso!) é isto que também o que ouvimos na rodela. O Kern sabe o que fotografa!

sábado, 12 de outubro de 2013

Porcos imperialistas!



Jucifer : за волгой для нас земли нет (Mutants of the monster; 2013)

Não é a Jucifer da BD que se fala aqui antes demais! É de um casal nómada norte-americano que passa a vida em "tour" pelas América do Norte e Europa. Vi-os em Barroselas em 2012 e não foi à toa que foi a única banda que dei realmente atenção no livrinho do DVD. Ao vivo são brutais, tocam um metal pesado que parece improvisado tais são as várias referências e a complexidade dos temas. Comprar discos deles é que não!!! Pelo menos o que (ou)vi nos youtubes era de uma piroseira "indie pop" inacreditável a roçar Teen Goth Metal e digo-vos que ninguém deve investigar esta banda pelos videos oficiais.
Agora se forem ao youtube ver vídeos ao vivo, e melhor ainda, se os poderem ver ao vivo (como voltei a fazer durante as férias em Barcelos, no Festival Ramboia) então serão uma agradável experiência sonora! Desde o Boring Europa que passei a ter um respeito pelas bandas em tournê. Percebi a dureza de vida que é e como o simples facto de comprar coisas à banda isso pode ajudar imenso no dinheiro do dia-a-dia. Apesar de ter jurado nunca comprar discos a esta banda - dada a escandalosa diferença entre o Pop nojento dos registos sonoros e o excelente Doom dos espectáculos - acabei por comprar o novo disco naquela... pode ser que eles até tenham atinado e agora sigam o triângulo Sludge / Doom / Stoner. Tive sorte, parece que eles de um álbum para cá que estão nessa! Ainda assim há umas vozes celestiais de virgem a ser sacrificada ao Grande Cabrão mas até assentam bem depois de 70 minutos de barulho.
É um álbum dedicado aos defensores de Estalinegrado (nome de Volgogrado entre 1925 e 1961) durante a terrível batalha contra os Nazis entre 1942 e 1943. Os habitantes dessa cidade participaram numa das maiores batalhas da Segunda Guerra Mundial, creio que foi a que teve o maior número de mortes e danos materiais, e as pessoas foram literalmente metidos entre a espada nazi e a parede estalinista, ou se preferirem entre a pressão da máquina de guerra nazi e da burocracia genocida de Estaline - este último obrigou os civis e militares a ficarem numa cidade sitiada para não perderem posição estratégica, condenando milhares de pessoas à morte.
O casal quis fazer uma homenagem à cidade que assitiu tantos massacres e momentos históricos - depois da batalha de Estalinegrado, começa o fim do poderio Nazi - mas parece-me estúpido. Há algum valor extraordinário em sobreviver e fazer frente ao inimigo quando não há mais alternativas? A homenagem é pelo sangue civil eterna vítima dos jogos de poder ou é um traque nacionalista? Traque ou truque? Claro que temas bélicos e das suas consequências são a matéria-prima favorita de bandas de Metal, o Metal é música para operários e militares como se sabe. Felizmente como colocaram em cirílico o título do álbum e dos temas e como não se percebe nada dos grunhos da vocalista Amber Valentine até se ignora todo o conceito. Só quando se lê as letras e notas da folha do CD é quse fica a saber de russas combatentes fanáticas e assassinas, tropas que disparavam sobre desertores, e todo um rol de horrores de guerra.
No fim de contas é preciso que naturais de um império para reconher valores idênticos de outro. A banda que vá ver o livro Imperium (1993) do repórter polaco Ryszard Kapuściński (1932-2007) para perceber o que caralho significa ser russo! Americanos ignorantes!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

supemongas


Otto Von Schirach : Supermeng (Monkeytown; 2012)

O meng surpreendeu todos os ignorantes do Milhões de Festa! Até eu fiquei parvo e fui lá só para o ver! Dancei feito um louco enquanto o público ainda tentava perceber o que estava a acontecer... Meng, o Rei do Breakcore 'tava em Portugal pela primeira vez, mexam-se, caralho! Respeito!
Fui procurar as últimas produções do meng e apanhei o mais recente disco, que infelizmente está muito longe dos tempo em que Otto fazia música vinda directamente da Interzona e que soava literalmente a baleias zombies a peidarem MDMA ou actrizes pôrno em êxtase zoofílico-sifilítico. Eram outros tempos mais metaleiros e menos para agradar gregos e troianos... Ouve-se o Supermeng e claro que é um disco fixe de música electrónica funcional que vai buscar referências musicais ao passado - há músicas aqui que podiam ser dos 2Live Crew ou dos Sigue Sigue Sputnik - e as novas tendências como o Dubstep - mas quem é que não faz Dubstep?
É divertido e funciona bastante bem em palco mas as letras e as ideias tornam-se numa banda sonora para "comics" de sci-fi ou super-heróis. Parece ele mais um "nerd" tipo Rudolfo, quando Otto é que foi a grande influência musical e estética para o Rudolfo. O mundo dá voltas estranhas, se calhar ele nunca mais irá ordenhar "glitches" que faziam as vacas mutantes cheias de febre aftosa esporrassem todas... O Otto envelheceu! Viva o meng!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Bitter Recordz ou Zef Komix?



Die Antwoord : Ten$ion (Zef / Downtown; 2012)

A banda mais excitante e misteriosa consolidou a excitação e o mistério com este segundo disco -  entretanto uma grande parte posto à descoberta com o recente documentário. Este disco é mais dançante e histriónico que o primeiro, e também não menos polémico devido ao imaginários dos seus vídeo-clips. No tal documentário, diz-se que neste disco quase não há participações de outros músicos mas se houve colaborações foi com artistas visuais - incluíndo o autor de BD Anton Kannemeyer, que assinava Joe Dog no zine Bitterkomix nos anos 90. Curiosamente o tema da pedófilia ariana na África do Sul que muitas vezes era alertada na publicação também pode ser observada no disco no "skit" Uncle Jimmy... Foi o Beck que disse nos anos 90 que as Boys Bands ainda seriam apreciadas no futuro, quando tivessemos alguma distância deles. O mesmo se poderia dizer o Euro-Dance que os Antwoord vampirizam entre mil referências que são óbvias as citações textuais (Kyle Minogue, Eminem) e musicais, que passam de estilos electrónicos populares contemporâneos como o Dubstep ao gangsta-rap ainda mais caricatural que os Puppetmastaz. Só faltam eles pegarem nos Backstreet Boys mas se calhar o Beck falhou na afirmação. O espírito pós-moderno está por aqui até à exaustão, aliás a crítica e a academia, já os consideram o único caso sério de pós-modernidade no século XXI. Um dos exemplos mais extremos é quando referem o "mundo ocidental" de "overseas", tal como um país colonial a referir-se à metrópole. Um gozo da banda que adora baralhar a imagem do que é um sul-africano nos dias de hoje. E é disso que se fala muito, a imagem da banda, tanto que na realidade comprei os CDs deles para ter algo visual deles. Foi Al Jourgensen que disse que Black Sabbath era "mais viciante que cona ou heroína". Perdoa-se o anacronismo dos anos 90 mas devia-se fazer um update, Die Antwoord é ainda mais viciante! E é inexplicável como se pode gostar das suas músicas sempre a roçar o mau-gosto popularucho e trash. Se no CD anterior faltavam músicas para a dança este Ten$ion é uma pujança total para mexer os ossos, em especial o tema (que goza com a Lady Gaga) Fatty Boom Boom. Se ainda há tema Zulu para chamar os Antwoord de "africanos" é este graças ao batuque lo fi que estrutura todo o tema. Merda! Ando a meses para escrever sobre este disco e não consigo estruturar uma única ideia, eis um disco que está demasiado próximo de nós para percebermos o que se passa aqui.