sábado, 31 de outubro de 2009

Regards from Laibach (2)


Nunca tive tanta coisa no corpo... Sexta-feira à noite tinha o carimbo do clube Menza (foto 1), Channel Zero (2) e um desenho (3) para me lembrar de oferecer o CD do Kenji Siratori para o Jyrki Heikkinen, falei-lhe do trabalho do japonês e disse que ele ia gostar do CD. Esta semana Jyrki enviou-me um e-mail a dizer que adorou o CD, que foi das melhores coisas que ouviu nos últimos tempos! 
Geralmente faço uma cruz na mão esquerda para lembrar de coisas importantes, deste vez fiz o símbolo dos Red Hot Chilli Peppers? Já devia estar bêbado... Resta dizer que nunca pensei em fazer tatuagens mas se fizesse seria uma pelo Igor Hofbauer, que fez o desenho do carimbo do Menza...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Regards from Laibach (3)


O finlandês Jyrki Heikkinen começa devagarinho e acaba em "party animal" perdendo os objectos pelo caminho. Em Ljubjana a grande noite da semana é Sexta-Feira e Jyrki perdeu o seu casaco. No Sábado de manhã, a caminho das grutas de Skocjanske Jame, já deixava a sua mochila que passou de um carro para o do Gasper Rus e Jakob Klemencic (no lugar do morto) - esta foto foi quando eu lhe devolvi a mochila em tom de partida. Jyrki já nos visitou, no Salão Lisboa 2005, um autor singular que faez bd quando era novo, desistiu preferindo uma carreira de Poesia, tendo voltado à bd há uns 10 anos. Num país que tem tantos bons autores de bd, seria óbvio dizer que é um dos meus favoritos, por isso pelo menos está no Top 10!
AH! o homem tem finalmente uma página decente: jyrkiheikkinen.com

De entrada para as grutas com guias que falavam inglês e italiano, à minha frente o Jakob e o Gasper.

Uma foto com o romeno Matei Branea, grande companheiro de turismo humorístico... várias vezes o guia chamo-nos atenção de estarmos sempre atrasados do grupo!

Photoshopada inútil de tentar apanhar a beleza do sítio com um "shot" de 15 fotos seguidas do tlm. É melhor ir ao link do sítio para ver boas fotografias.
Foi uma bela visita sem dúvida, as entranhas da Eslovénia são recomendáveis, imagino que os topos das montanhas também mas isso já é outro campeonato. Parece que há outras grutas que tem um comboiozinho para visitá-las mas deve ser mais doloroso ir com criancinhas e outros animais domésticos...

Eh!? Capacete azul gigante da NATO... Nem perguntei o que era de tão constrangedor kitsch que é...


Almoço: carne de urso... só é extravagante por ser o bicho que é, de resto, é uma carne monótona, ou então a Santíssima Trindade (Vaca - Porco - Galinha) já moldou o meu paladar.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Regards from Laibach (4)


Não, Igor Hofbauer, autor do excelente Prison Stories, e namorada não olham para o Defunto Presidente Tito, quadro no Clube Menza, retrato saudosista em que a orelha é deveras estranha. Hofbauer encontra-se numa residência artística neste clube - o grafismo do site é dele como dá bem para perceber - e estivemos juntos num concerto do "japanoise meister" KK Null (já editado em Portugal pela Thisco). É mais um clube na Metelkova, eis quartel militar "okupado" e transformado em histeria cultural alternativa.
Na noite anterior noutro clube, vi o The Publicist, baterista que tocou com os Trans Am, agora a solo a fazer um Techno Analógico. Fixe para dançar mas acabou mal com problemas de som... O concerto de KK Null (também conhecido pela poderosa banda Zeni Geva) não foi muito agressivo, o som estava baixo! Não há "Barulho" assim...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Regards from Laibach (5)



Moveknowledgement : Listen to Nebukadnezar (Kapa; 2007)
Žoambo Žoet Workestrao : Svakoga dana u svakom pogledu sve manje nazadujem (Manufracture; 2004)

De alguma devo ter acertado no alvo - péssima piada se tivermos perto das Balcãs - mas parece que as minhas outras aquisições musicais na Eslovénia foram parar à Fusão e Pós-Hardcore, o tal "pós-pós-neo-neo" dos 2 2 2 7 (ver "post" abaixo).
Não sei como se lê o Z com o chapelinho ao contrário mas para simplificar vamos chamá-los de ZZW (que na verdade quer dizer "Pelas Tempestades do Aborrecimento"), eslovenos com carreira vinda dos anos 90, Hardcore de raiz para chegar a composições Free em que vale tudo fragmentado. Já não se ouve Hardcore, a voz desapareceu (excepto num momento ou outro), por defeito do uso de saxofone e clarinete podíamos chamar de Jazzcore, porque não? O que me chateia nestes tipos e nos 2 2 2 7 e muitas outras é o excesso de nervosismo que transmitem com a vontade de mostrar que são muito virtuosos pecam pelo excesso de rupturas e mudanças, quase nunca dando tempo para respirar e apreciar algo. Ou para dizer a verdade, o que irrita é que já se ouve disto à muito tempo tendo como Joía da Coroa o álbum homónimo dos Naked City. Ainda assim devo guardar este CD porque a capa, aliás, todo o grafismo foi feito pelo croata Igor Hofbauer, alías foi por isso que o peguei. A tradução do título do álbum é «Todos os dias em todos sentidos arrependo-me menos»... não sei se concordo mas a cada audição vai melhorando...
Já os Moveknowledgement são o cruzamento pan-génetico de Parliament, Primus, Sofa Surfers e LCD Soundsystem, com toda a vantagem tec(h)nológica dos últimos. O som é puro e psicadélico para uma má "trip". A voz será a coisa mais fraca do conjunto mas não agride nem é fanhosa... Uma fusão deste milénio.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Regards from Laibach (6)



2 2 2 7 : No brains no tumors ; Bi Bi Bi Sabi (Stripcore ; 1995, 1998)

Da visita à Eslovénia, Santa Terra dos Laibach, trouxe claro alguma música. Por lá há muito Punk, aliás, por toda a ex-Jugoslávia. No último dia lá me lembrei de pedir à Katerina, chefona do colectivo Stripcore - que foram embaixadores da bd da Europa de Leste nos anos 90 através da revista Stripburger e várias antologias, aliás, a viagem deveu-se a uma delas - mas dizia que pedi à chefona por discos deles nos tempos que eles também estavam metidos na cena musical. O que me veio parar forma estes 2 2 2 7, grupo que soa na sua forma mais tradicional ao "Hardcore intelectual" dos Fugazi ou NoMeansNo mas que depois parte para tantos estilos quase impossíveis de citá-los todos, até porque para começar são acompanhados sempre por um violino. Sempre não, a partir do segundo álbum (No brains no tumors) até ao fim (depois de Bi Bi Bi Sabi) é que passam a ter um violinista com formação académica.
É um som dramático e angustiante que se desenvolve, um bocado como algum punk-klezmer que se ouviu nos anos 90 e que ainda contorna o Jazz, Dub, Funk e música oriental. E se 70% das músicas eram cantadas em inglês, em Bi Bi Bi Sabi entram num Babel com línguas "daqueles lados" (sérvio-croata, eslovena,...) e inglês. Apesar do "pós-pós-neo-neo" há algo que me cansa a ouvir estes CD's, talvez seja o Hardcore, estilo que nunca simpatizei, intelectual ou não... lembra de alguma forma os checos Už Jsme Doma, não pelo som mas pela vontade de misturar tudo, será uma anomalia espacial-sonora daqueles lados?
Há alguns extras nos CD's: no primeiro caso uma gravação de 1986 (completamente Hardcore), no segundo caso duas músicas usadas numa peça de Dança, em 1996, em que quase só há violino e a precisão do Neo-Clássico, como se um longo outro fosse.

à venda no site da Chili Com Carne - oferta da versão k7 de Bi Bi Bi Sabi ao primeiro comprador!

sábado, 24 de outubro de 2009

KK Null na Mesa

KK Null no Club Menza - vi este concerto, sim senhora!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

sofrimento nº1



Om Kalsoum : Anta fenn wel hob fenn (Sono Cairo; 1989)
Ela era egípcia. Ela é respeitada por árabes e israelitas. Ela é Om Kalsoum (1904-1975). Ela é a Ámalia do Falafel. Ela é a voz do Amor e Desgosto do Oriente. Quando morreu 4 milhões apareceram no seu funeral e cada um pegou no seu caixão, demorando três horas até enterrá-la na mesquita, numa derradeira performance quase tão longa como os seus concertos normais de seis horas em que cantava apenas duas ou três canções.
Ouvi falar dela pela primeira vez em 1993, pela boca do Joe Sacco (autor de Palestina e Safe Area Gorazde), na sua visita ao saudoso Salão de BD do Porto. Entretanto esqueci-me do nome e não havia 'net naqueles tempos. Só recentemente é que revi o nome dela num jornal e bateu-me a curiosidade.
Imagino que a discografia dela será um caos para qualquer ocidental. Para já porque ela deve ter gravado centenas de discos, depois a maior parte da edição e informação está em línguas e caractéres pouco acessíveis para os ocidentais, e claro, sendo daquelas bandas, a pirataria deve abundar sem controlo, fazendo por exemplo que as capas não signifiquem muito (por exemplo, neste caso, fartei-me de ver esta a fotografia dela com efeitos gráficos diferentes para dezenas de discos diferentes). Mas a 'net é amiga e pelo que percebi este tema foi gravado em 1960, e a letra diz algo como «O que é o Amor? (Onde estás tu e onde o amor?)» e foi escrita por Abeldwahab Mohamed. A música é composta por Balig Hamdi, o CD tem cerca de 50m, sempre com Kalsoum a cantar sobre uma orquestra "oriental-lounge" em que repete ad nauseam a letra, técnica dela em que cada frase repetida é sempre cantada de forma diferente com nuances emotivas. Há partes deste "concerto-disco" que ela canta como se tivesse a ser destroçada, a multidão manipulada delira, o ouvinte chora e ela é elevada à Glória, por Alá!
Troquei o CD por uns álbuns de bd do Moebius - acho que ele não se importa.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

inimigo nº1

Public Enemy : Yo! Bum Rush the Show (Def Jam; 1987)

Este CD foi trocado por álbuns de bd do Astérix e Tintim mas é neste CD que os Public Enemy referem ao Princípe Submarino Namor e o deus nórdico Thor (super-heróis da Marvel, pá!). É na faixa Raise the roof, já agora...
Este é o primeiro álbum dos PE, para muitos não tão bom como o mítico e imortal It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back (lançado um ano depois) mas está aqui o "template" da banda, seminal que irá percorrer até aos dias de hoje, críticas ferozes ao sistema norte-americano sob a pespectiva negra, "samplers" ruídosos e atonais (de origem "branca"), funk para o desastre e acidente mortal, Chuck D e Flavor-Flav omnipotentes, tensão pré-milenar antes da histeria e ainda "Headbagging" para os metaleiros. Como é possível trocar isto por Asterixes???

domingo, 11 de outubro de 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Combo


depois disto a nova aventura de Blu...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Invisual e anormal

Passado ainda estas semanas todas ainda não sei o que aconteceu com a última emissão do Invisual mas devo ter feito algo de errado ou nem se quer gravei o ficheiro de forma correcta... Por isso o "podcast" foi eliminado, sorry... A emissão até pareceu que correu bem com a ajuda do amigo mini-megafone (uma contradição: mini-mega?) e com bom Dub/ Noise por todo o lado.
Mas o pior é que a emissão da semana anterior também teve problemas (desta vez foram os servidores da Rádio Zero) e tinha anunciado um concurso do tipo: os primeiros cinco ouvintes que me enviassem um e-mail gravaria-lhes uma k7 com as minhas músicas predilectas.
Bom... só ((((h)))ouve uma pessoa a responder até agora - não sei se por que só há uma ouvinte ou se por causa dos problemas técnicos das últimas duas emissões mas o certo é que não houve mais respostas. Por isso a grande e única vencedora é a So What Saloon (que Fede a Naftalina) a quem lhe roubei esta "ilustração-invisualita" e a quem estou em dívida magnética - a pagar em breve porque só falta fazer a capa.
Caramba! A única vez que faço um concurso e só acontece problemas parvos, o Invisual não quer ser mesmo divulgado, o Invisual é um Anormal!!!
Até Outubro para a terceira temporada...
PS - entretanto apareceu um segundo ouvinte, o Tiago Soares, que me escreveu «Mas não faço patavina de qual foi a banda mais passada.. tenho direito a k7?». Tinha-me esquecido deste pormenor, também havia uma pergunta no programa que era "qual a banda que mais rodou no Invisual?" (para dizer também não sei mas desconfio que sejam os Lobster). Bom... vou-lhe gravar uma k7 também porque sou um coração-de-manteiga!