segunda-feira, 6 de maio de 2013

Falha de memória



Omala : Relicon (Frequent Frenzy; 1991)

A loucura do presente? O presente da loucura? Vamos até 1994 ou 1995 quando descobri a compilação Art of Life (Fast Forward ; 1993) que para mim será sempre o melhor disco de música experimental - não só porque foi a primeira colectênea de música "fora" que ouvi mas porque os projectos têm realmente interesse. Entre eles encontravam-se os suecos Omala com um tema muito bonito e hipnótico, Helicoid, drone de oito minutos que pensava que era a onda do projecto.
Anos mais tarde, 2013 aliás, a Internet e a discogs.com  oferecem o que quisermos, basta ter alguns euros no paypal para satisfazer as nossas vontades. Lembrei-me dos Omala não sei porquê, e apesar de ter a hipótese de ouvir primeiro este disco antes de o comprar, decidi não o fazer porque sei que tudo o que saco para computador não oiço e/ou vai parar ao lixo mais tarde ou mais cedo.
Omala é uma segunda geração de som Industrial, e por isso é menos martelada pneumática e serrote amplificado e mais electrónico. Este álbum é uma compilação de temas que sairam no seu único disco de originais (?), juntamente com temas de instalações e performances enchendo o CD de informação / tempo, tornando a sua escuta integral tão pesada como tantos outros discos que andam por aí. Os momentos variam em música ambiental Dark e Synth Industrial, e até há situações que lembra os Goblin com as suas bandas sonoras para filmes de terror italianos. Talvez se possa meter os Omala numa intersecção entre Laibach e Skinny Puppy sem qualquer construção de canção. Os drones planantes e suaves à Helicoid é que nem "ouvisto". Nada.
É óbvio que me arrependi de comprar o disco, realmente mais valia ter "checado" antes no youtube ou descarregando o dito cujo invés de gastar dinheiro mas pelo menos sei que o ouvi como deve ser e com interesse, coisa que não posso dizer de tanta outras coisas que tenho descarregado... Estes gestos soam a anacrónico e a rídiculo, afinal como é que alguém em 2013 vai comprar um disco sem o ouvir primeiro na 'net? Mas considerando que o que é rídiculo mesmo é comprar discos a mais de 10 euros e que as melhores coisas da vida são aquelas que são conquistadas com esforço, acho que só assim é que vale a pensa ouvir música nos dias de hoje, não? Senão é fácil demais.
Uma batota positiva?

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