domingo, 19 de maio de 2013
Uma noite, faltam mil!
Não, o Festival Islâmico de Mértola não é uma merda de uma feira medieval! Não é um carnaval, é uma celebração da cultura islámica deixada pela península Ibérica e é mesmo fixe! E sim pode-se beber álcool!
A vila (aldeia?) de Mértola é linda e mais linda fica porque se transforma num "souk" mas sem a chatice das javardices dos países muçulmanos - sim, neste caso admito que prefiro uma fabricação ocidental do mundo árabe do que ir à coisa verdadeira. Sou europeu numa europa decadente, é certo, mas gosto da minha "zona de conforto" e não me apetece apanhar com a ignorância dos árabes, para isso, já chega todos lisboetas do dia-a-dia: os "boys" do bairro, os vizinhos imbecis, os velhos fascistas, os salazarentos, os pindéricos, os porcos (há de vários tipos, dos que cospem no chão aos que dão prémios a si mesmos), os fanáticos da bola (que é toda a gente até as gajas nos dias que correm) enfim, um manancial de merda urbana que somos obrigados a viver com, quanto mais ir para um país que não se percebe a língua e também replica tudo isto mas de outras forma?
Por isso, viva o artesanato inútil que nunca irei comprar para casa, as roupas e afins, os produtos de higiene que nunca liguei pevas - embora goste do shampoo finlandês e da sauna! - e as bugigangas que não interessam a ninguém. Tenho prazer em ver toda estas futilidades apenas para criar uma ilusão temporária de exotismo que nunca irei pôr pé... mas claro, queijos alentejanos e os doces marroquinos não há forma de resistir sem encher a pança e o saco destas iguarias!
À tarde e de noite há concertos, workshops e conferências. Os concertos no Cine-Teatro Marques Duque esgotam ficando centenas de pessoas cá fora à toa como um ímpio embriagado no deserto - se cobrassem um euro isto já não aconteceria, certo? Por isso foi mesmo uma frustração estar a mongar pela aldeia por ter perdido os concertos da tarde. Conferência vi uma, sobre "agricultura e capitalismo" de um alucinado espanhol. Algumas pespectivas que referiu eram interessante, outras fossem já conhecidas, embora seja sempre bom relembrar que a Monsanto quer foder o planeta!
Concertos à noite custavam 3 euros por noite - embora isso não fosse referido no programa oficial do festival - e na noite de Sábado houve Mad Sheer Khan e Bombino. O primeiro era um velho com rastas francês de origens argelinas numa dilruba quitada e tinha uma parceira mais novinha com ar de francesinha que tocava um harmónio, juntos fazem uma espécie de Rock psicadélico com batidas Rave e Hip Hop, o poderia ser interessante se as batidas não fossem convencionais e muito chatas. Fiquei com a sensação de ver um velho chéché que começava todas as músicas como versões do Jimmy Hendrix para javardá-las mais tarde, como uma fraude de Aldeia Global para meter no mesmo buraco dos horríveis Gotan Project e afins. O segundo era bem melhor embora não tenha assim tanta admiração pelo "blues do deserto" que anda por aí... E depois do Mad Sheer cansar-nos, já não dava para aguentar a calmaria do trio que usava curiosamente instrumentos tradicionais... do Rock! Sim falo de baixo, guitarra e bateria! É curiosa estas trocas de instrumentos, os ocidentais a quererem pegar nos instrumentos "exóticos" e os "outros" a pegarem nas vulgaridades do Ocidente. Assim sendo, só lá faltava Çuta Kebab & Party e Jibóia. agora só daqui a dois anos!
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