quarta-feira, 27 de abril de 2022

Russia: A small town clings to its Soviet past | DW Documentary

Pills 'n' Thrills and Bellyaches


YEAH!!

Mas é às 15h e não às 10h como anunciam aqui, aliás, como é que um boémio deste calibre conseguiria estar de manhã a tratar de zines? Só vomitando. 

No programa diz que é entre as 15h e 18h. Ah! E o palpável Rei da BD Portuguesa Rudolfo vai ajudar no workshop!

domingo, 24 de abril de 2022

Mesinha de Cabeceira #32 : HOT


2022 é ano de comemoração do fanzine mutante Mesinha de Cabeceira!

E nada melhor do que voltar às raízes como uma produção simples e imediata - que é o que se espera dos fanzines, seja como for. O bicho (não falamos de covid) já se tinha metido o ano passado quando pegámos n'A Fábrica de Ericsiton de André Ferreira, e depois com o La Terrible Histoire des Trois Cervaux de Magnólia de Alexandra Saldanha. Assim neste ano contamos publicar vários números com trabalhos de sobretudo novos talentos na banda desenhada, alguns serão "stars" amanhã, a minha voz profética avisa-vos!

Para a sexta edição da sobrevivente feira de edições independentes Raia lançamos dois números do Mesinha. Hot do André Ruivo é um deles. São 20 páginas A5 coloridas de desenhos de rabiosques, pilinhas e maminhas mostrando que o Sexo pode ter piada outra vez neste mundo sombrio que vivemos.

Raramente o Mesinha alinha na onda do "graphzine" - em 30 e tal números só o fizemos duas vezes com o André Lemos e o João Maio Pinto! - mas estes desenhos alegres de Ruivo fizeram-nos abrir uma excepção! E vão perceber porquê!

Esgotado - exemplar disponível para consulta na Bedeteca de Lisboa

DEA report

 


João Paulo Cotrim, Marte e João Fazenda no lançamento do primeiro livro do Loverboy. Bedeteca de Lisboa. 

Segundo um recorte do jornal Blitz que encontrei o lançamento foi na noite de 26 de Março de 1998! 24 anos, boy!


Eis uma foto do público presente, uma sandes-mista do caraças: pais do João, amigos meus e dele ou comuns - Rafael Gouveia, Catarina Alfaro, Leonor Gomes, Pedro Baptista (dos grandes Damage Fan Club), Vânia Oliveira, Ricardo Blanco e o seu irmão, Miguel B., Luís, Rafael Dionísio e Ana D. -, gajos da BD que não interessam a ninguém, uma jornalista da TSF que me ficou com a demo-tape da banda do Geral (os Needs) para fazer a banda sonora da peça), Hugo-futuro-gajo-do-GAU, Ricardo Blanco, Isabel (companheira do João Paulo), Sandra Amaro (na altura namorada do Pedro Brito) e o Pitchu! E muita gente que não reconheço... Olhando para trás, lembro-me que foi algo electrizante, esta confusão de gente e de meios, realmente apontava para o facto que estávamos a fazer História. Não é armar ao cagão mas a verdade é que começamos todo um movimento de edições em livros, a preto e branco com temas contemporâneos - que no passado não existiram ou apenas com pequenas experiências (Arlindo Fagundes, José Carlos Fernandes) ou a BD com temas actuais estava fora do circuito do livro, existia nos jornais como o Relvas e o Diniz Conefrey, no Se7e e Blitz, respectivamente, ou ainda em experiências nas revistas Lx Comics e Quadrado. Aqui foi o arranque para muitos livros de novos artistas pelos finais dos 90 e século novo através da Polvo, Bedeteca de Lisboa, ASIBDP / Mundo Fantasma, Chili Com Carne, MMMNNNRRRG, Witloof, Círculo de Abuso, Nova Comix,... e mais tarde com a El Pep, Imprensa Canalha, Plana Press e Quarto de Jade.

Antes disso, em Portugal no que diz respeito a Romances gráficas só havia dois títulos / três livros que valiam a pena comprar sem passar vergonhas: O Diário de Jules Renard lido por Fred  e os dois volumes de Maus de Art Spiegelman.

sábado, 23 de abril de 2022

Pio neiro



O Santo Graal dos discos: descobrir o pecado original. O primeiro gajo ou banda que [preencher qualquer coisa aqui] na música. Apesar das certezas há sempre descobertas, o que mete em causa o que é a originalidade e a sua validação no discurso artístico. Então, agora apanhei este Song of the Second Moon (Fifth Dimension; 2015) de Tom Dissevelt e Kid Baltan (soa a contemporâneo este nome por cauda do "kid") um disco de 1962, gravado entre 1957 e 1961. É considerado o primeiro "disco de electrónica com popularidade" ao ponto de ter sido considerado por Kubrick como banda sonora para o seu 2001. Antes há os descobridores sonoros - Martenot ou Theremin - ou os compositores sérios - Stockhausen, Varèse. A dupla holandesa são uma segunda vaga de gajos mais funcionais como os torturadores de circuitos da banda sonora do filme Forbidden Planet (1956) e os vendedores televisivos - o tema da série de TV Dr. Who (1962) - estando aqui com um disco que pretende ser "espacial". Os sons artificiais devem ter demorado eternidades a fazer, falamos ainda de fitas magnéticas a serem cortadas e remontadas até à exaustão, construindo ambientes e cenários que serão mais tarde expandidos para a psicadelia "Krautrock" e o Techno mais dançável ou mais "chill". Para o fim do disco há Swing e Jazz a lembrar o Dean Elliott - curiosamente Zounds! também é de 1962 - talvez para acalmar e satisfazer as necessidades do "normie" de 62.

O Pecado Original dos discos: satisfazer o Santo Graal do mercado. Coil vende! Aliás, é a única coisa que ainda vende... Ao ponto que ao fazerem a reedição comemorativa dos 30 anos de Love's Secret Domain (1991) a Wax Trax! é trazida dos mortos. Loja e mais tarde editora de Chicago que foi o berço do Industrial norte-americano - Ministry. Revolting Cocks, KMFDM, Controlled Bleeding,... Mas não é verdade, a companhia regressou em 2014 mas parece que só lida com reedições do seu catálogo mítico. Voltanto atrás, sim Coil vende e com razão, pareciam estar sempre à frente de tudo e de todos. Este é mais um disco que prova isso, em estado de graça no admirável novo mundo do sampler e MIDI, onde o Techno e Rave são mastigados para algo que irá aparecer passado um ano ou dois - seja os ambientes de Aphex Twin seja o trip-hop dos Massive Attack. Não é música de dança embora use os seus ritmos e padrões. O dramalhão da música deles mantêm-se, claro, senão não era Coil. Boa reedição com bom texto de um gajo de Matmos / Soft Pink Truth.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

CIA info 91.3


26 de Março foi feito o lançamento da nova edição Vade-Retrum-Mécum-Magnum-Ó!tupus-Moto-Cangurulatório A R A R A  X + II. Um livro que comemora os 10 (mais dois) anos deste colectivo e oficina do Porto. A festinha foi nas suas instalações Rua Anselmo Braancamp, 519 com performances pós-musicais de Nuno Pinto + Os Favelas, Héctor Arnau, Dr. Uránio apresenta Rádio Sonoplasmática e Von Calhau. Ah porque raios divulgo isto? Porque participo no livro com um texto sobre a revista Buraco.

Entretanto já tenho o livro. É uma mera colecção de imagens soltas e nada se aprende, a não ser com o meu texto e ainda com os do Valerio Bindi (do festival Crack) e do José Feitor (Imprensa Canalha). Não se pode dar dinheiro aos artistas, gastam-no mal e perdem o pio... Ainda bem que não fui ao lançamento... ufa!

#31: Cerveja Depressão apresenta Das Schwarze Loch


O número 31 do Mesinha de Cabeceira é do jovem Marco Gomes (Hamburgo; 1995) que começa uma série de BD, Cerveja Depressão, com uma história intitulada Das Schwarze Lock (trad.: O Buraco Negro). 

Cerveja Depressão é um mergulho nas fantasias perversas e depressões que andam de mão em mão com o fundo de cada garrafa, copo ou lata (para os menos refinados) do qual tanto usufruímos para nos adormecer da realidade por uns breves momentos, mas que nos atira para um vazio sem fim. 

Das Schwarze Loch é uma aventura num mundo embriagado criado na sua própria mente onde é obrigado a enfrentar dos seus mais profundos medos. 

O ritmo é alucinante e faz de Marco um potencial autor a conquistar os mercados do mundo. 

Força, meu!

Esgotado - exemplar disponível para consulta na Bedeteca de Lisboa

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Marco Gomes : "Lethal Dose" (Void Books; 2022)

 


Eis um objecto simpático e uma primeira obra de um jovem autor. É um livro em formato horizontal, uma edição limitada de uma antologia de Marco Gomes em que ele adapta para Banda Desenhada letras de várias bandas de powerviolence / crust / black / isso... O grande problema é o imaginário das letras de bandas que já vão na terceira ou quarta geração dos (sub)géneros musicais se acharmos que tudo foi criado nos anos 80 e 90. Já dizia o outro que era mais fácil imaginar o fim do mundo que o do Capitalismo, e na verdade até esse imaginário apocaliptico já foi usado e abusado em milhares de capas de discos de punk e metal, no "gótico americano" dos filmes de Terror ou nos animes de Miyazaki & cia. Gomes meteu-se a jeito e está para lá perdido sendo que sei que sairá deste abismo estético, porque n\ao só tem idade para isso como sobretudo tem o talento necessário - a adaptação de Machine dos Bas Rotten já é prova disso. 

Quando sair deste mundo fechado de referências vomitadíssimas, irá abrir outros horizontes e poderá partir a loiça toda - agora é só os copos e garrafas. Aliás, tudo começa com uma bebedeira, pelos vistos, e Gomes vai ser o próximo autor com uma BD no próximo Mesinha de Cabeceira, numa espantosa BD sobre as maleitas da cerveja, em que está cheia de ritmo e acção. Depois do vómito e ressaca pode ser que Gomes comece a dizer outras coisas mais interessantes. Para já mostrará, que será um grande autor de BD numa linha mais comercial da à qualidade técnica do trabalho. Não arredamos é o pé deste gajo, quando ele for grande e famoso, vai-nos meter numa "guest-list" de um grande evento ou estes primeiros livros vão render milhares no crypto-bayᵀᴹ. Foram avisados!