É preciso ter tomates para por a Nelly Furtado na capa de uma revista de música. Ou a editora da gaja pagou muita bem à revista ou então a imagem de um editor com um testículo de boi na cabeça é digna de imaginarmos.
Não bastava os dinossáurios Rolling Stones no primeiro número do Blitz-Nova-Fórmula-Revista como agora temos uma campónia cujas músicas se resistirem um verão já é muito. O ano passado o Blitz andava em agonia, com sucessivos Directores a perpetuarem estupidez, mau-gosto e critérios mal-amanhados - o último saiu uma rica prenda, diga-se, foi ele que impingiu que uma capa boa para um jornal de música seriam os Abba, duas vezes seguidas os nojentos dos U2 ou qualquer coisa que se mexa e tenha mais de 40 anos de idade.
A desculpa desta decadência será o facto de não se vender tanto como nos velhos tempos por causa da 'net e outras desculpas esfarrapadas. Se calhar o que os editores esquecem é que não é pelo facto de haver mais informação livre e gratuita que isso possa equivaler à morte de um jornal ou revista. É (sempre foi) a capacidade de comunicar ou de ter conteúdos interessantes que fazem as revistas e jornais.
Ora essa "vontade" está cada vez mais ausente - se alguma vez esteve presente - nos meios de comunicação portugueses impressos. Pergunto-me a quem querem vender a revista? A jovens? Eles preferem as cabritas Shakira, Beyoncé e Britney Spears (é só escolher a pele, cabelo, ancas e rabo) e duvido que tenham tesão pela Nelly. Aos trintões para cima? Eles preferem ler as boas revistas inglesas que cada vez são cada vez mais fáceis de arranjar em presscenters - cada uma na sua área, como a Uncut (música e cinema), Mojo (arquealogia Pop) ou Wire (vanguardas e outros poemas) - com as vantagens que ao comprarem estas revistas ganham um CD e não parece que estão a comprar uma revista com aquelas das tipas das telenovelas e afins. E se puderem ir a Espanha sempre podem comprar a Rockdelux, que ao menos tem na capa os Gnarls Barkley no número de Julho-Agosto. É que os nossos irmãos ibéricos sempre souberam copiar bem o que vêem, e é por isso que a revista "sofre" de "moderno" e "arejado" e oferece como "regalo" um CD porreiro: Trojan: classic Jamaican sounds since 1968 (Trojan / PIAS Spain / Sinedín / Rockdelux; 2006) com Ibon Errazkin (um espanholito, ex-Le Mans e outros projectos), como "selector".
Não é porque tudo o que vêm de fora seja melhor mas que a parolada anacrónica tem de ser denunciada tal como as atrocidades dos infiéis norte-americanos e israelitas, lá isso tem!
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1 comentário:
É triste sim senhor!
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