terça-feira, 31 de dezembro de 2019
Dear 2019
- Ian F. Svenonius : Censorship now!! (Akashic; 2015)
- Charlotte Salomon : Vida? Ou Teatro? Charlotte Salomon. Berlim, 1917 – Auschwitz, 1943 (Museu Colecção Berardo) + Life? Or Theatre? (Taschen; 2017)
- Halfdan Pisket : Dansker (Presque Lune; 2018)
- Pietro Citati : Israel e o Islão : As Centelhas de Deus (Cotovia; 2005)
- Ian F. Svenonius : Supernatural Strategies for Making a Rock 'n' Roll Group (Akashic; 2013)
- Zen : The Privilege Of Making The Wrong Choice (Rastilho; 2018 - orig. 1998)
- Olivier Schrauwen: Vies Parallèles (L'an 2 / Act Sud; 2018)
- Jafar Panahi : Dayereh / O Círculo (2000)
- Bill Griffith : Zippy Quarterly #1-18 (Fantagraphics; 1993-98)
- Mark Beyer : Agony (NYRC, 2016 - orig. 1987)
- Ema Gaspar (curadoria) : Sunshowers (5 Jan - 3 Fev; galeria da Ler Devagar)
- Beherit : Electric Doom Synthesis (KVLT; 2017 - orig. 1996)
- Mark Greif : Against Everything (Verso; 2017)
- Seth : Clyde Fans (Drawn & Quarterly)
- Enda Walsh : Ballyturk (Artistas Unidos; 16/04)
- Rafael Álvarez, "El Brujo" : Ésquilo, nascimento e morte da tragédia (Festival de Teatro de Almada)
- Marcel Schmitz e Thierry Van Hasselt : Vivre à / Living in FranDisco (Frémok; 2018)
- Amedeo Bertolo : Anarquistas e orgulhosos de o ser (Barricada de Livros; 2018)
- Ethel Grodzins Romm : The Open Conspiracy: What America’s Angry Generation is Saying (Avon; 1971)
segunda-feira, 30 de dezembro de 2019
Tal como na BD...
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
Xenotopia
De tudo de excelente que se pode dizer de Musique de France (Crammed; 2016), álbum de estreia dos Acid Arab, o melhor ainda é o próprio título. Estes dois produtores electrónicos que assinam o trabalho são franceses (um até é luso-descendente), são branquinhos, são europeus e usam músicas orientais com música electrónica de dança ocidental para melhorar ambas. O título não deixa margens para acusações de apropriação cultural pós-colonial.
O fascínio pelo lado arabesco por europeus não é novo, relembro os nossos Çuta Kebab & Party ou o confuso Muslimgauze, ou ainda indo aos pioneiros Byrne & Eno. Da mesma forma que se encontra o inverso como Ahlam ou Maurice Louca... O que vale é que aqui estamos no "state of the art" deste "género", acho que nunca se ouviu de forma tão nítida e bem produzida este híbrido, que faz todo o sentido se misturar.
Em parte percebe-se que há também uma comunidade de músicos do médio-oriente a ajudá-los como Rizan Said (ligado ao Omar Souleyman!) ou Rachid Taha. Entretanto saiu o novo disco deles com mais participações "genuínas" para os que se preocupam tanto com a pureza das coisas...
sábado, 14 de dezembro de 2019
E Justiça para todos...
Cupid in Reverse (Plastic Head; 1990) é o segundo LP dos The Justice League of America e está classificado no Discogs como Gótico e Post-Punk. Qualquer pesquisa que realize sobre estes gajos ou dá, claro, desenhos animados de super-heróis ou o disco à venda em qualquer lado. Eis a 'net em 2019, a minha pesquisa já deve estar viciada ou por ser uma banda obscura q.b., não se pode encontrar nada mais. Também há sempre a probabilidade de a banda ser medíocre e ter tido uma carreira pouco ou nada interessante que alguém se tenha dado ao trabalho de escrever sobre ela. O disco não é mau de todo, pedaços de Rock Industrial, Indie e sim Gótico... assim todo distribuído sem nunca alcançar um momento alto. Assim como a Internet...
terça-feira, 10 de dezembro de 2019
Renda barata e outros cartoons de Stuart Carvalhais n'A Batalha
Quando o nome de Stuart Carvalhais (1887-1961) é referido pela segunda vez no diário A Batalha, a 22 de Fevereiro de 1921, dificilmente se poderia augurar um futuro radiante para o cartoonista nas publicações periódicas ligadas à Confederação Geral do Trabalho. Nessa data, o jornalista Mário Domingues escrevia as seguintes linhas: “O sr. Stuart de Carvalhais, colega de Jorge Barradas, sujeito como este a ser amanhã vilmente caluniado por aqueles que ora o afagam, não se envergonhou de aceitar apressadamente o cargo de director do ABC a rir, sabendo como foi injustamente tratado o que o antecedeu. O sr. Stuart Carvalhais julga os seus actos como entende, bem sei; procede a seu bel-prazer. É possível que considere correcta a sua acção. Eu, porém, classifico-a simplesmente de traição”. (...) Apenas dois dias depois, Domingues retratar-se-ia deste duro julgamento. Alegadamente, o Barradinhas teria mesmo merecido ser despedido, mas isso não impediu o jornalista de sublinhar que “no lugar do sr. Stuart, não [aceitaria] esse lugar, não porque isso acarretasse para [si] rebaixamento moral, mas porque esse acto poderia fazer crer ao público, desconhecedor dos bastidores da questão, que não tinha sido leal a sua forma de proceder”.
Por esta altura, o percurso de Stuart estava ainda afastado do periodismo libertário (...) tinha já colaborado proficuamente no Século Cómico, O Zé, Gil Blas, A Lanterna ou na Ilustração Portuguesa. Em 1914, contribui para o monárquico O Papagaio Real, sob a direcção artística de Almada Negreiros. No ano seguinte, regressa ao Século Cómico, onde inicia a série «Aventuras do Quim e Manecas», e em 1920 junta-se a Barradas em O Riso da Vitória. Depois de se tornar director do ABC a rir, colaborará no ABC e no ABCzinho. Até que se chega a 1923, mais precisamente a 30 de Novembro, e logo na primeira página do n.º 1539 de A Batalha pode ler-se: “Inicia hoje a sua colaboração em A Batalha o conhecido caricaturista e nosso prezado amigo Stuart Carvalhais, cujo lápis exímio e irreverente irá dar aos nossos leitores monumentos de incomparável prazer. Stuart Carvalhais, cujo mérito está acima dos nossos elogios, principia a sua colaboração no nosso jornal com uma série de desenhos, plenos de graça, de comentário ao caso da falsificação dos bilhetes de Tesouro, que tanto tem dado que falar”.
Os diferendos entre Stuart e a redacção do jornal estariam, agora, plenamente sanados, iniciando-se uma colaboração de três anos com a Secção Editorial de A Batalha. Durante este período, não houve periódicos que tenham recebido mais contributos de Stuart do que o diário, o Suplemento Literário e Ilustrado de A Batalha e a Renovação. Significa isto que Stuart se teria convertido à Ideia anarquista? Ou que teria passado por uma fase monárquica, por ter colaborado em O Papagaio Real e na Ideia Nacional, de Homem Cristo Filho? Provavelmente o mais sensato será rejeitar qualquer uma destas conclusões apressadas. Talvez Osvaldo de Sousa não esteja muito longe da verdade quando afirma que “Stuart era um céptico na política, um anarquista na destruição ideológica e um político-desenhador na expressão do sofrimento, miséria e vida do povo”.
(...) Ao viver de avenças, de uma produção de uma “média de 15 desenhos por semana”, certamente que não se pode afirmar que Stuart foi, pelo menos nesta década de 1920, “um homem livre” (...) Stuart foi um fura-vidas, que provavelmente viu nas publicações de A Batalha uma forma de se sustentar a si e à sua família e também um conjunto de jornais e revistas que seriam a casa natural para receber o seu golpe de vista impressionista sobre a desigualdade, a exploração infantil, o desemprego, a fome, a crise da habitação, a mendicidade, a prostituição e a questão feminina.
(...) Apesar de a colaboração de Stuart se iniciar no diário A Batalha, no qual publicou 23 cartoons até à edição de 25 de Dezembro de 1925, é no Suplemento Literário e Ilustrado de A Batalha, fundado em Dezembro de 1923, que se podem encontrar mais trabalhos gráficos da sua autoria. Ao todo são 66, entre cartoons e ilustrações.
(...) Stuart não mais regressaria aos periódicos de A Batalha, que passavam por uma situação interna complexa: além da instauração da ditadura militar (...), a direcção da secção editorial estava sob fogo do jornal O Anarquista, que acusava os colaboradores do Suplemento, do diário e da Renovação de serem jornalistas profissionais, sem ligação ao meio operário. (...) Não será displicente considerar-se que esta também foi uma das razões para que Stuart não mais emprestasse a sua caneta a A Batalha e que aqui terminasse a sua aventura libertária: à sua espera estava agora a redacção do Sempre Fixe, que o acolheu até à sua morte em 1961.
As várias monografias acerca da vida e obra de Stuart (...), pecam todas pela quase total omissão da sua passagem pelos periódicos libertários. Se estas falhas são voluntárias ou mero desleixo pouco interessa aqui, mas certo é que as breves e raras menções a esse período se resumem a um punhado de reproduções gráficas, a considerações genéricas sobre o seu “anarquismo de rua”(?), tudo enquanto se aflora en passant que o autor também fez uns bonecos para as publicações libertárias.
(...) Sirva então este modesto livro para dar melhor conta, a um tempo, da riqueza múltipla do trabalho de Stuart, sem no entanto cair numa ardilosa hagiografia do seu papel autoral, nem reivindicar uma actualidade que cabe apenas a cada leitor avaliar. E, por outro lado, para mostrar como Stuart foi, entre muitos, um importante contribuidor para a feitura da obra colectiva e centenária de A Batalha. - António Baião no prefácio do livro
sábado, 7 de dezembro de 2019
domingo, 1 de dezembro de 2019
Olive Metal
sábado, 30 de novembro de 2019
Tipo... não!
sexta-feira, 29 de novembro de 2019
CRAZY!
terça-feira, 12 de novembro de 2019
Amusing regime uvula
terça-feira, 5 de novembro de 2019
Chaka chaka boom
domingo, 20 de outubro de 2019
Exposição É Só Vaidade! Colecção da Fundação Farrajota (dias 10 a 20 Outubro) @ Casa José Joaquim Santos
imagem: Tiago Baptista in fanzine Cleópatra (2006) |
Workshops por Patrícia Guimarães (dias 19 e 20 de Outubro)
Novidades Editoriais
Instant Gratification (Paperview) de Abdrew Kuykendall
O Colecionador de Tijolos (Chili Com Carne) de Pedro Burgos
...
Exposição É Só
Vaidade!
Colecção da Fundação Farrajota
Os Fanzines poderão ser um artesanato urbano da Era da
Informação, publicações amadoras em marginalidade bibliográfica, galerias
nómadas e precárias, reacções à tirania da História. Desde os anos 30 que
sofrem mutações e provocam dores de cabeças a todos que gostam de gavetas
bibliográficas. Nesta exposição, da colecção particular de Marcos Farrajota,
são mostradas uma série de publicações independentes deste universo, buscando
mostrar a sua riqueza de temas e formatos, tudo graças à sua livre circulação.
A selecção de títulos foi pensada em grandes temas dos
fanzines espalhados em sete mesas -
música, BD, literatura, cultura, política, arte, culinária – para além
de obras de referência e nove capas de formatos grandes que “rockam” (passe o
anacronismo)!
Fanzines de Música
Um dos grandes
géneros de fanzines, que durantes décadas divulgavam bandas e discos que a
imprensa oficial não queria (e continua a não querer) saber.
- Mouco #1 (1999?; Porto) Edu & Luís, fanzine de Indie Pop
- Garagem #1 (2000, Guimarães), Garagem, fanzine acompanhado pelo primeiro disco de drum’n’bass português
- Headless'zine #2 (Set'95; Pragal), Gonçalo Prazeres, fanzine de Metal
- Underworld / Entulho Informativo #16 (Jul'05, Lisboa) Joaquim Pedro, importante fanzine no meio português underground, sobretudo no espectro Metal, Hardcore e Punk. Capa de Fredox (França)
- Ice Cream Star#1 (Dez'94; Lisboa) Elsa Pires, fanzine de música Indie Pop, ligada à editora Beekeeper
- Anita #2 (Primavera 2014, Portugal/China?), Joana Matias, perzine e zine de viagem de Joana Matias na China, este número dedicado à música.
- Neural Therapy #7 (Primavera 1998, Reguengos de Monsaraz) Jorge Mantas, fanzine de Música Extrema
- Sanabra Enxebre (Dez'09, Porto) Latrina do Chifrudo, fanzine de Música satânica
- Maximumrocknroll #396 (Mai’16, EUA), fanzine Punk, criado em 1982 e extinto este ano
- Punk Magazine #17 (Mai'79, Nova Iorque), John Holmstrom, mítico fanzine de Punk, e que vulgarizou o termo nos EUA
Fanzines de Culinária
Vegetariana
Antes da
popularização da Internet, era normal encontrar informação alternativa em
fanzines, como é o caso do vegetarianismo. Comer também é um acto político.
- Grime
+ Nourishment : A Vegan Cookbook (200_, Londres) 56a Infoshop
- Como manter um Panda Gordo (2012,
Porto) Joana Valente / O Panda Gordo
- Lo Pikante Natural (199_?, Portugal), ?, acompanhado com um panfleto anti-MacDonalds
- Comilona : Vegetais e mais (2003,
Caldas da Rainha), Filipa Pontes
- Guia de Alimentação Vegetariana (Out'97,
Lisboa), Cadernos para a Autosuficiência
Fanzines politizados
Os movimentos
libertários desde sempre usaram a “pequena imprensa” para disseminar pensamento
e crítica política. Nesta selecção há um enfoque nas publicações de BDs politizadas.
- Suburbano : Fanzine Implicativo com a Situação [s.n.] (2001?, Lisboa), ?, fanzine de recortes de imprensa, saíram dezenas de números (sem numeração ou data)
- Os Bárbaros #3 (2001?, Coimbra), Hurso
- Plain Rapper Comix #2 (1992?, Inglaterra), Pete Loveday / AK Press, número dedicado à cultura canábica
- Last Hours #17 (2008, Londres), Indy & Ink
- World War Illustrated #49 : Now it’s time of Monsters (2018, EUA), AK Press, fundada em 1980 por Peter Kuper e Seth Tobokman
- It’ Ain’t Me Babe (1970, São Francisco), Last Gasp, primeiro livro de BD produzido inteiramente por mulheres, incluindo as autoras Trina Robbins e Barbara "Willy" Mendes.
- Inguine Mah!gazine #6 (2005, Itália), Coniglio
Publicações de
Referência
Dada a efemeridade e
a falta de oficialidade dos fanzines, começaram a serem editados fanzines dedicados
aos fanzines (directórios ou “metazines”), bem como livros técnicos ou de
História desta cultura.
- Computer Arts Projects #99 (Julho 2007; Inglaterra) Future Publishing, estranha temática deste número desta revista em que explica como replicar as estéticas underground através de ferramentas digitais!!
- D.I.Y. : The Rise of
Lo-Fi Culture
(2005; Inglaterra), Amy Spencer / Maron Boyars
- Whatcha mean, what’s a zine? (2006, EUA), Mark Todd &
Esther Pearl Watson / Graphia
- Catálogo Expofanzines 2000/2001 (2001, Galiza), Colectivo
Phanzynex
- Fancatalog (2008, Almada), catálogo da IX Feira Internacional do Fanzine de Almada, um dos primeiros eventos dedicados ao tema
- Na Silu / By Force :
Submit of cheap laser graphics (2010; França / Sérvia), Turbo Comix
Fanzines e a Literatura
Os fanzines são mais
conhecidos nos meios da música ou BD mas sempre trataram de “mil” assuntos
diferentes. Desde os primeiros de Ficção Científica nos anos 30, passando por
assuntos culturais até aos diários de vários escritores com assuntos tão pessoais
que a designação “fanzine” deixou de fazer sentido (fãs de quê?). Nos países
anglo-saxónicos começou-se a usar a terminologia “zines” ou “perzines”
(personal zines / zines pessoais).
- Divided by Zero (1999; Inglaterra), Noek K. Hannan / Antkh, Fanzine de Ficção Científica
- Mondo Brutto #23 (2001, Madrid), El Viejo de la Montaña & cia, Revista espanhola dedicada ao lixo cultural
- Zundap #11 [#6] (2002?, Lisboa), José Feitor, Fanzine cultural
- Conto de Natal para Crianças (1972, Lisboa), Mário-Henrique Leiria / Forja, Edição de autor com fotomontagens
- Escavações Arbitrárias (2012, Cascais), Rafael Dionísio, Zine de poesia (ou plaquete?)
- Murder Can Be Fun #9 (1998, EUA), John Marr / Slave Labour, comic-book baseado no fanzine
- Murder Can Be Fun #20 (2007, EUA), John Marr, Fanzine dedicado a homicídios
- Safety Zone #3 (1996; Cascais), Afonso Cortez, perzine
- Laca #3 (2003; Porto), A. Afonso, F. Gingão e S. Dias, fanzine cultural, especial tecnologias
Graphzines
Fanzines gráficos são
verdadeiras galerias de arte nómadas, algumas baratas outras com requintes de
luxo com impressão em serigrafia, por exemplo. O movimento mais influente deste
tipo de zines veio de França e os colectivos Bazouka (1972), Elles sont de sortie (1976) ou Le Dernier Cri (1995). Em Portugal
de referir a enorme existência deste tipo de zines nas Caldas da Rainha a
partir dos anos 90 com a abertura da ESAD.
- Nótibó (200_?; Caldas da Rainha),
João Cabaço
- Ex-Man (2001; Porto) Miguel Carneiro
- As aventuras de qualquer coisa
(2018, Lisboa), André Ruivo / Stolen Books
- Mix Tape (2008?, Dinamarca), Allan
Haverholm
- Patau (2012, Coimbra), Manuel
Pereira / Black Blood Press
- El Temerário #8 (2012,
Valencia), Ediciones Valientes
- Hopital Brut #5/6 (2001, Marselha),
Le Dernier Cri
- Revue 1.15 # 24 (2017; França), Loïc
Largier
- Elles sont de sortie #40? (1994,
Espanha), Bruno Richard & Pascal Doury/ 10 000 Humans
Fanzines de
Banda Desenhada
Num meio débil de edição de BD em Portugal, os fanzines foram uma forma de desenvolver obra com a vantagem da sua completa liberdade formal e de conteúdos – formatos minis ou gigantes, numerações negativas, o troco já incluído, nomes jocosos, jogos de narração, paginação em acordeão, mapas, desdobráveis, enfim, o que for necessário para não ser… quadrado! Um movimento que curiosamente aparece antes do 25 de Abril de 1974.
- Herpes Labial (Out’97, Alverca),
Geral & Derradé
- Pintor & Meio #3 (1991?,
Almada?) Rodrigo Miragaia
- Não ‘tavas lá!? Especial Tremor #4 (2017, Chili Com Carne), Marcos Farrajota, BD reportagem do festival Tremor (nos Açores), um desdobrável distribuído ao público na última noite do evento.
- Aleph #2 (Mar’74; Lisboa), José Morais C. de Faria, dos primeiros fanzines portugueses, dedicada ao estudo da BD, número de cisão maoísta
- G.A.S.P. #1 (1992?, Lisboa), [Diniz Conefrey], número especial “BD no feminino”
- Besta Quadrada #3 (2008, Caldas da Rainha), André Caetano & Tiago Baptista, zine que se dá conta neste terceiro número que houve outra “Besta Quadrada” nos anos 90
- Sub #3+5 [8] (Out’99; Lisboa), Pitchu, capa em alcatifa, mais tarde o seu autor andou a promover a ideia que o próximo número teria uma capa em pele humana!
- História em que o autor apaga a própria
história (2012, Lisboa), Xavier Almeida
- The Thin Thing (2008?, Noruega), Dongery
- Que Suerte! # Petróleo [9] (2001, Madrid), Olaf Ladousse
- Sing it out (2008, Noruega), Pitchu, Bendik Kristoffer &
Flu / Dongery
- Há Festa na Selva (1994?, Lisboa), João Chambel
- Lisboa #4 (2008?, Noruega), Sindre Goksoyr & Kristoffer / Dongery, noruegueses obcecados com Lisboa!
- Bio Edificio 421 (2012, Itália), Lök, mistura de tiras de BD com várias narrações possíveis!
- Succedâneo #-29 (Mai’03, Porto), João Bragança, o mais extravagante dos títulos que alguma vez apareceu em Portugal (1996-2006) usando toda a espécie de materiais para embalar a publicação, desde carteiras do Pekemon até luvas de jardineiro. Número dedicado ao trabalho.
- Reencontre Fortuite (1997, França), Carole Toulose & Sébastien Détreq / Des Gribouillis, duas BDs que se cruzam a meio do fanzine
- Petit Paresseux (Jan’19, Angoulême), Thy-Lane Monnet / Trés
Trés Bien
- ? (201_?, China), Nhozigna
- Totentanz (2012, França), Marcel Ruijters / Garage L, impresso em serigrafia, paginado em acordeão
- Boswash (2000, EUA), Nick Betozzi / Lux, desdobrável
- Brilliant Inc. (2003, Finlândia), Mikko Väyrynen, desdobrável
Paula Ferreira (Portugal) – Leitmotiv #1 (1980)
Rigo 23 (Portugal) – Ganmse (1986)
André Ruivo (Portugal) – Retratos (MMMNNNRRRG + The Inspector Cheese Adventures; 2017)
Hetamoé (Portugal) – QCDA #2000 (Chili Com Carne; 2014)
Harukawa Namio (Japão) – Callipyge (United Dead Artists; 2008)
Tommi Musturi (Finlândia) – Specter (Kuti Kuti; 2012)
Amanda Vähämäki (Finlândia) – Cani Selvaggi (Canicola; 2013)
Pauliina Mäkelä (Finlândia) – Mystic Sessions, vol. I (Kuti Kuti; 2006)
Mat Brinkman (EUA) – Multiforce (Picture Box; 2009)
quinta-feira, 26 de setembro de 2019
terça-feira, 25 de junho de 2019
JAMM #1 (Fábio Lopes; Abr'19)
terça-feira, 4 de junho de 2019
Especialista em Shoegaze
terça-feira, 28 de maio de 2019
Eles nitidamente precisavam de mais tempo para gravar...
terça-feira, 21 de maio de 2019
Homis ta tchora també
Nem sempre se pode acertar, Mentis Afro (Edietox; 2008) dos Mundu Infernal é um CD de hip hop consciente com rap crioulo tuga. Pena que seja chato, mesmo com o crioulo a descoordenar as palavras deste pula, não bate, muito USA, apesar da boa produção e gravação. Ironia das ironias a melhor faixa do disco intitula-se Deja vú... Mas nunca se sabe quando se acerta! Terra Terra e o seu Volume 1 (auto-edição; 2007) já uma babilónia de sons cabo-verdianos e Hip Hop sem vergonha como se fosse um programa de rádio de "black music" (termo que não me agrada mas que serve para o mínimo denomidor comum). Disco que vai crescendo dentro de ti / It growns on you, iá! Informação na 'net, zero. Tocar no PC também não dá porque está com um programa marado (anti-pirataria?), como não perder tempo com este underground luso-africano? Adoro!
quarta-feira, 15 de maio de 2019
Arabi Jazz
Antes de Amir ElSaffar e antes das foleiradas da ERC Records, em 1958 já se tinha fundido o Jazz com os sons das Arábias, graças a Ahmed Abdul-Malik (1927-1993) a tocar oud no East Meets West (Riverside). Nascido nos EUA, dizia que o pai dele era sudanês, mas "wikis" consultados dizem que o pai era das Caraíbas, bof, talvez por isso que Abdul-Malik não voltará a fazer discos assim (a peta não pegou?) - FAKE, volta a fazer um disco este-encontra-oeste em 1963!
No primeiro LP a fórmula ainda está para se descobrir mas é melhor que o segundo disco e mais tarde e melhor em Jazz Sahara (RCA, 1960) porque tem faixas mais longas, e por isso, mais adequadas às expansões melódicas da música árabe - especialmente a faixa El Haris / Anxious. Há muito saxofones intrometidos ao ritmo dromedário da coisa mas mais tarde ou mais cedo calam-se. Uma boa descoberta que me faz esquecer o excesso de ElSaffar...
terça-feira, 7 de maio de 2019
RIP Barbosa, RIP RE, RIP MMP
Faleceu o Barbosa e com isso qualquer hipótese de voltar a ver os Repórter Estrábico ou ouvir discos novos. Significa também que se já nem ouvia bandas Pop/Rock portuguesa - ficava-me por ler as tiras do Gato Mariano mas nem ia ouvir a merda que se produz - agora nada irá mover-me para ouvir o quer que for desse espectro. Foram os melhores!
sexta-feira, 26 de abril de 2019
Prova dos Nove
Tomb of Finland adquiri pelo nome parvo associado ao grande fazedor e ícone de BD gay Tom of Finland, só por isso valia a pena pegar nele se Frozen Death (Target; 2018) não fosse dos discos mais chatos de Doom/Death do mundo, e de sempre! São finlandeses gordos, bem na vida sem nada para dizer a não ser banalidades, curtem a Morte? Olham suicidem-se agora em Abril que é a altura mais popular para essas acções na Escandinávia. Ainda por cima tive de esperar uma eternidade para que o vendedor soubesse o preço desta merda, além que foi o mais caro do lote que trouxe e ainda ouvi a boca "isto é Doom com onda Death mas não é para Hipsters!". Ou o CD é uma grande merda ou eu sou uma grande merda de hipster, o que me estou bem a cagar porque sei que irei vender isto no discogs.com e recuperar o meu guito... E foi o que aconteceu, uma semana depois foi para um grego com falta de bom gosto!
Felizmente trouxe dois CDs de Beherit que deixam qualquer um K.O. Engram (KVLT; 2016) é de 2009 e é o mais purista na forma, ou seja Black Metal. Desta banda finlandesa que volta a ser banda e não projecto de um músico só. Vamos lá ver, Beherit faz parte da segunda geração de Black Metal, digna de rivalidade com os broncos noruegueses mas que rapidamente se desfez ficando Nuclear Holocausto (voz, guitarras e sintetizadores da banda e sim é o pseudónimo de um músico), dizia, Nuclear Holocausto ficou sozinho a criar mais dois discos electrónicos de má onda ambiental. Engram é puxado para os ouvidos virgens de BM, Aqui e acolá ouve-se uns samplers de Ambient a completar a coisa, mas mostra de quem sabe sabe e que não é preciso mais gente neste subgénero de música. Electric Doom Synthesis (KVLT; 2017) já é outro campeonato, é dos tais discos electrónicos de (Dark) Ambient, de 1996, e parece mesmo música feita para festa do Santo Cabrão, sobretudo impressiona por ser dinâmico na sua estrutura, pouco dado a repetições e drones tão na moda do século XXI. Lembra Throbbing Gristle que tinha feito algo 20 anos antes, tudo bem, mas um metaleiro é um metaleiro e vice-versa. Álbum impressionante que deve ter posto muita gente a pensar no futuro da música e na ninfa loura com maminhas à mostra do livrinho do CD - em LP deve ser melhor, claro!
quarta-feira, 17 de abril de 2019
Senior Metal
A sério, o Metal é a terceira idade! No pior sentido do envelhecimento, ou seja, rabugice, hábitos inalterados, lentidão, nostalgia, incapacidade física, paternalismo e imposição da vontade por mais irracional que possa ser. Deveriam abrir novos Centros de Dia só para esta malta - bem que armaram-se em engraçadinhos o ano passado em Vagos, mal sabiam eles que estavam era antes a revelar a sua verdadeira face.
Em defesa da revista, não deixa de ser admirável que ela pura e simplesmente exista. O/a Blitz foi à vida no ano passado - adeus! Ninguém sentia a sua falta desde 2001 anyway! Porque que é que a Loud existe? Simples, o público metaleiro é fetichista e ainda compra discos, CDs ou vinilo, em pleno deleite de coleccionista completista, sem critério ou gosto. É o humano mais amigo do Capitalismo a seguir ao "normie", sem ele saber, apesar da sua dita oposição ao Sistema. Com um público fiel, o Metal ainda existe apesar da sua forma artística estar morta desde 2001 - só para coincidir com o Blitz!
A Loud! tem tudo como qualquer outro "template" de revista de música Pop/Rock: agenda, bisbilhotam o que uma banda está a gravar em estúdio, Top do ano, mixtape de um músico, músicos a adivinharem as bandas que lhes dão à escuta, entrevistas, resenhas, etc... SE novamente SE for no universo da "música pesada". Isto é fantástico! Vendo a desmaterialização da cultura por todo a parte, a revista acaba por ter pertinência num quiosque - versus a miséria editorial feita por grandes grupos económicos como a merdosa A Nossa Prima e quejandos. Não há nenhuma revista assim em Portugal, é aliás a única de música e talvez a única de crítica que se possa acreditar da sinceridade dos seus escritores - ao contrário do bordel assumido das fracas figuras (mas cheias de ego) do Público e afins.
Não expectável e que topei neste número em que participei, é a quantidade de pontuações baixas aos discos. Não deveria ser assim, ou pelos menos tradicionalmente nos fanzines de Metal não acontecia isto, afinal quando se faz parte de uma cena é típico dar pontuações altas, raramente negativas, aos "irmãos" que te dão música e carne para canhão. O que aconteceu? Apanhei um mês mau de edições? Ou existe uma corrosão nas almas dos críticos que estão fartos do excesso?
Alguém consegue dizer quantos discos de Black Metal são editados por mês? E de Death? E de outro subgénero? Resposta: centenas! Isto sem mexer um milímetro do padrão criado entre os anos 70 e 90 do século passado. Tocam algo de relevante e que alguém se lembre um disco depois? Não! Daí que a Nostalgia pelos "anos dourados" do Thrash (Slayer), Death (Morbid Angel), Black (Venom) e Grind (Carcass) sejam sempre o ângulo de observação por todos os metaleiros. Nada bate aquele disco de Sepultura ou Candlemass. Nem no Rock tradicional há esta sensação de desamparo e orfandade, mesmo depois dos Beatles, Doors ou David Bowie terem ido desta para melhor.
Os Metaleiros são velhinhos xexés perdidos neste mundo do Caos da Aldeia Global. Tentam clarificar o espírito fazendo "checklists" de quantas vezes viram Godflesh (ao menos que seja Godflesh, foda-se) a tocarem ao vivo aquele álbum específico, quantas edições em cores diferentes têm de um disco de Black Sabbath, etc... É o consumidor mais passivo de sempre, o verdadeiro burguês agarrado ao "vil metal". Não percebo muito bem porquê ou como se deu esta deformação, afinal os metaleiros e as metaleiras dos anos 90 ou eram uns anjinhos lindos ou eram uns brutamontes bêbados mas não pareciam ser materialistas. Se calhar pensei assim, romantismo meu destas criaturas na altura. Uma fantasia que acabou e agora vejo-os como hipopótamos, não só por serem o público mais gordo em qualquer concerto mas sobretudo por serem conformistas.
Talvez tenha sido o Goth e o Black nos anos 90 que estragaram o Metal, trazendo a velhacaria da Extrema Direita e da má literatura. Ou a explicação mais simples é que o Rock e o Metal já têm 70 e 51 anos, respectivamente. É difícil ter uma cabeça aberta com estas idades, sejam de forma individual seja de forma colectiva. É natural, como os ranchos folclóricos, que o metaleiros e o Metal cristalizaram em tradicionalismos. Ficam pasmados por verem os putos irem ouvir Electrónica ou Hip Hop. Claro que sim! Melhor pegar num Software do que em riffs de dinossauros!!
Mas também não são assim os gajos do Jazz? Coleccionadores anais de discos. Tal como Jazz nos anos 60 quando era popular, o Metal deveria ser um ponto de libertação da classe operária. Os metaleiros como bem se sabe, são os que conduzem os nossos metros e taxis, são eles que fazem o design dos panfletos do Continente, são eles que trazem os discos e dildos que comprastes na puta da Amazon, são eles que carregam as tubagens dos sanitários, são elas que cuidam dos nossos bebés nos jardins de infância, caramba! No entanto... nada disso, só existe Morte e Demência.
Metaleiros do Mundo, zuni-vos e erguei-vos contra a alienação consumista! Só há uns Morbid Angel! Ou uns Mayhem! Não é preciso mais e mais e mais, sei que por cada metaleiro que comprar um CD será menos um “normal” a comprar um CD de Beyoncé ou dos Cure mas lutar fogo com fogo, meus amigos, nunca deu grandes resultados. Que tal, antes um encontro de todos vós, a bloquear as entradas de um Shopping num Sábado? De garrafão e/ou litrosa na mão, com picos nos braços e piaçabas em riste à entrada da H&M? Que tal oferecer os vossos milhares de discos de milhares de bandas sucedâneas que apodrecem nas vossas mediotecas a putos à porta da escola? Eles não conhecem Death mas podem ouvir uns outros quaisquer. É preciso é começar por algum lado… E se só um puto for convertido ao Doom, o sacrifício de ter oferecido todo o vosso lixo já terá valido a pena!!
segunda-feira, 15 de abril de 2019
No fds do porco nazareno
Quem não consegue ouvir Beherit neste fim-de-semana deprimente, então que fique pelo EP Lily Lavender "Joy Of It" Fusion Confusion (Hockey Rawk; 2012) da (ou das?) Mole Says Hi. O mel social-democrata da Suécia criou uma sociedade em que tanto amolece o Death Metal (passou a chamar-se de melódico graças aos Carnage) e adocica ainda mais a Pop de doce que já é. E não há volta a dar, pensem nos Ghost e no meu querido Melanie Is Demented! Fazendo Mole Says Hi parte do movimento Twee Pop - como a "nossa" Moxila - o destino já estava traçado para um "burlesco" de e para tímidos.
Ouvir em 2019 este disco pode ser considerado um exercício para induzir depressão quando já basta este fim-de-semana dedicado à criatura mais deprimente de sempre, mas que fazer? Um sueco passou por cá e deixou-me o disco. And you know what!? Gostei imenso especialmente do Lado A que começa com sons estranhos e depois lá vai prá vozinha singela etc e troca o passo. Por momentos até achei que estava a ouvir algo original, o que se pode pedir meias em 2019?
terça-feira, 26 de março de 2019
John Peel e Sheila Ravenscroft : "Margrave of the Marshes" (Corgi; 2006)
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
Simon Spence : "The Stones Roses - War and Peace" (Penguin; 2013)
De resto é burrice, egos, curte de vida Rock'n'Roll, dinheiro ou dívidas a mais, fracassos e sucessos - aliás, é uma banda que produziu pouco mas tudo o que fez foi sempre para os Tops de vendas, mesmo quando se tratavam de reedições décadas depois, poucas poderão ter este estatuto.
Dois cenas curiosas que este livro mostra, os grandes números da indústria do Pop britânico comparados com os dos EUA são "peanuts" e é incrível a quantidade de palavras gastas por Spence para descrever as roupas dos elementos da banda cena a cena. Uma biografia da Lady Gaga será tão diferente como esta? Talvez não...
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
Punks perdidos no tempo e no espaço...
O álbum homónimo dos Lost Sounds - o sexto deles? ou o quarto de originais? - tem uma capa patética e horrorosa mas felizmente o som é fixe. Punk Rock com sintetizadores e muito groove como só os norte-americanos sabem fazer, afinal foram eles a inventar o Rock. Editado pela importante In the Red Records. Obrigado ao boss Daniel Dias pelo disco e mostrar que o rock não morreu! Mas espera lá, este disco é de dois mil... e... quatro!
Mais para trás, o segundo (?) disco dos Logical Nonsense, Soul Pollution de 1995 - reeditado em 1997 pela Alternative Tentacles. É Hardcore, Crossover e Crust ou algo no meio. Som potente. Menos interessante que o álbum seguinte Expand the hive. Chequem estes gajos, é daquelas bandas que ninguém quer saber mas que são chapada na cara. O CD foi adquirido na loja Megastore by Largo que agora tem uma enorme variedade de discos Punk & filhos.
Daí que aproveitei e fui ao passado ouvir coisas que ou me passaram ao lado ou que ouvi de raspão em k7s de amigos nos anos 90. Como por exemplo os Mucky Pup, uns Hardcores metalizados que sempre serão recordados como uns brincalhões. Daquelas bandas meio palhaças. Certo! Quase soa a Anthrax, têm trejeitos - basta ouvir Someday - mas o que impressiona depois de 30 anos de A boy in a man's world (Torrid / Roadrunner; 1989) é o à vontade da banda em que não só arrota as suas postas de pescada mas sobretudo saltitam de sons sem haver uma repetição exaustiva de um género ou sub-género. Neste novo milénio, tudo o que é do espectro de Rock Pesado é uma chachada em loop, como se fazer uma faixa dedicada aos três porquinhos fosse denegrir a imagem de uma banda porque ela tem de ser séria e profissional. Interessante como o mundo mudou para um mundo de covardes com medo das aparências. Longe de ser uma obra-prima, é apenas um disco divertido de se ouvir na esperança de descobrir a Fonte da Juventude.
Outro de 1989 é Metal Devil Cokes (R Radical) dos MDC ou Millions Of Dead Cops ou Millions Of Damn Christians ou Millions Of Dead Children ou Millions Of Deceived Citizens ou Multi Death Corporations ou Mesinha de Cabeceira (not!). Banda punk norte-americana "engajada" politicamente - das primeiras no punk dos EUA? - na defesa dos direitos dos animais, vegetarianismo, causa queer, anti-capitalismo, anti-consumismo,... Lembrava-me de algo desagradável na banda e claro, é a parte "folk" deles. Não deixa de ser surpreendente eles fazerem, especialmente deveria ter sido duro nos concertos cheios de rapazolas suados a vomitarem testosterona apanhar com momentos mais... cantantes e menos "mosheiros". Curioso ainda assim, lembra coisas muito lá para trás.
Por fim, dois bons discos que se destacam no meio desta punkalhada:
Kylesa é mais Sludge que outra coisa - mas Time will fuse it's worth (Prosthetic; 2006) foi mais tarde reeditado pela Alternative Tentacles - com duas baterias. Isto simplifica a banda, porque falta dizer que são estaladão! Um bocado repetitivo e arrastante (caramba, é Sludge!) mas capazes de ir buscar mais um som ou outro aqui e acolá como a Intro e Outro por exemplo tem tribalismo, pena ser só no inicio e fim do disco, ou um piano num dos temas. Fiquei fã, ei-de de procurar mais discos. Nada mau, confirma que os últimos bons discos foram quase todos gravados em 2006!
Oops! Wrong Stereotype é uma típica colectânea da Alternative Tentacles, com uma capa de Windsor Smith as bandas do momento. Neste caso em 1988 bombava NoMeansNo (que velocidade!), Alice Donut (adoro um disco deles, o que está aqui parece-me fora do que estava habituado mas contam uma história violenta que "only in America"), os industrialitas Beatnigs entre outros e claro o chefe da editora Jello Biafra com um excerto de um "spoken word" seu. De referir, facto que desconhecia, que Biafra começou a fazer "spoken words" porque achava mais emocionante confrontar o público com os seus textos políticos do que ir com uma banda repetir as mesmas lenga-lengas de sempre. Curioso, perigoso e audaz! Agora percebo tudo!
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
P/B
Duas bandas míticas da cena EBM / Industrial. Um disco de merda e outro bom. Os Nitzer Ebb pode ter um dos melhores temas de dança de sempre (Getting Closer, de 1990) mas nem tudo o que fizeram era bom - os Front 242 passavam-lhes à frente - e ainda menos quando é um regresso de envelhecidos. Industrial complex (Major; 2010) é tão óbvio onde querem chegar que nem dá vontade de partir. Pior ainda é o CD extra de remisturas, perfeitamente redundante e anacrónico. A evitar. É terrível quando estas cenas acontecem. Já os Skinny Puppy nunca deixaram isto acontecer, hanDover (Synthetic Symphony / SPV; 2011) obriga a ouvir várias vezes à procura de novas leituras e desnortes sonoros. Sons de máquinas levados à procura de Humanidade e humanos a tentarem ser nano-insectos-robots, em que há lugar para drama teeny-boper, foleirada Dark e dança adulta. É o terceiro álbum quando os membros da banda voltaram a dar as mãos (ó capa tosca! nem parece da banda que é) e nem que passe 40 anos nunca nunca nunca irão desiludir!
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
EVROPSKO NASLEĐE U SAVREMENOM AUTORSKOM STRIPU I ILUSTRACIJI
Marcos Farrajota (1973) works in Lisbon Comics Library and is founder of Mesinha de Cabeceira zine (27 issues), Chili Com Carne association and MMMNNNRRRG label. He’s also a comics author with nine books out, four as complete autobiographical author, other as fiction writer with João Fazenda and Pepedelrey. International bibliography includes comix and articles in zines, newspapers and books like Stereoscomics Special SPX (France), Milk+Wodka (Switzerland), Prego and Pindura (Brazil), White Buffalo Gazette (USA), Free! Magazine and Kuti (Finland), Stripburger (Slovenia), La Guia del Comic (Spain), Inguine Mah!gazine, Komikazen - Cartografia dell'Europa a fumetti, Crack On and Quadradinhos : Sguardi sul Fumetto Portoghese (Italy), Kuš! (Latvia), Metakatz (5éme Couche, Belgium), No Borders (Alt Com), Sekvenser and Bild & Bubbla (Sweden) and Skulptura? (Cultural Center of Pancevo).