Montes de discos nas últimas semanas (cóf cóf) e sem paciência para dizer muito sobre eles. Não que sejam discos maus, se calhar até muito antes pelo contrário, só ando pouco inspirado para escrever sobre música nas últimas semanas (cóf cóf), especialmente depois de ler os livros do Ian F. Svenonius. Tudo parece fítul depois de ler os seus ensaios marxistas sobre o Pop / Rock.
O álbum homónimo dos Lost Sounds - o sexto deles? ou o quarto de originais? - tem uma capa patética e horrorosa mas felizmente o som é fixe. Punk Rock com sintetizadores e muito groove como só os norte-americanos sabem fazer, afinal foram eles a inventar o Rock. Editado pela importante In the Red Records. Obrigado ao boss Daniel Dias pelo disco e mostrar que o rock não morreu! Mas espera lá, este disco é de dois mil... e... quatro!
Mais para trás, o segundo (?) disco dos Logical Nonsense, Soul Pollution de 1995 - reeditado em 1997 pela Alternative Tentacles. É Hardcore, Crossover e Crust ou algo no meio. Som potente. Menos interessante que o álbum seguinte Expand the hive. Chequem estes gajos, é daquelas bandas que ninguém quer saber mas que são chapada na cara. O CD foi adquirido na loja Megastore by Largo que agora tem uma enorme variedade de discos Punk & filhos.
Daí que aproveitei e fui ao passado ouvir coisas que ou me passaram ao lado ou que ouvi de raspão em k7s de amigos nos anos 90. Como por exemplo os Mucky Pup, uns Hardcores metalizados que sempre serão recordados como uns brincalhões. Daquelas bandas meio palhaças. Certo! Quase soa a Anthrax, têm trejeitos - basta ouvir Someday - mas o que impressiona depois de 30 anos de A boy in a man's world (Torrid / Roadrunner; 1989) é o à vontade da banda em que não só arrota as suas postas de pescada mas sobretudo saltitam de sons sem haver uma repetição exaustiva de um género ou sub-género. Neste novo milénio, tudo o que é do espectro de Rock Pesado é uma chachada em loop, como se fazer uma faixa dedicada aos três porquinhos fosse denegrir a imagem de uma banda porque ela tem de ser séria e profissional. Interessante como o mundo mudou para um mundo de covardes com medo das aparências. Longe de ser uma obra-prima, é apenas um disco divertido de se ouvir na esperança de descobrir a Fonte da Juventude.
Outro de 1989 é Metal Devil Cokes (R Radical) dos MDC ou Millions Of Dead Cops ou Millions Of Damn Christians ou Millions Of Dead Children ou Millions Of Deceived Citizens ou Multi Death Corporations ou Mesinha de Cabeceira (not!). Banda punk norte-americana "engajada" politicamente - das primeiras no punk dos EUA? - na defesa dos direitos dos animais, vegetarianismo, causa queer, anti-capitalismo, anti-consumismo,... Lembrava-me de algo desagradável na banda e claro, é a parte "folk" deles. Não deixa de ser surpreendente eles fazerem, especialmente deveria ter sido duro nos concertos cheios de rapazolas suados a vomitarem testosterona apanhar com momentos mais... cantantes e menos "mosheiros". Curioso ainda assim, lembra coisas muito lá para trás.
Por fim, dois bons discos que se destacam no meio desta punkalhada:
Kylesa é mais Sludge que outra coisa - mas Time will fuse it's worth (Prosthetic; 2006) foi mais tarde reeditado pela Alternative Tentacles - com duas baterias. Isto simplifica a banda, porque falta dizer que são estaladão! Um bocado repetitivo e arrastante (caramba, é Sludge!) mas capazes de ir buscar mais um som ou outro aqui e acolá como a Intro e Outro por exemplo tem tribalismo, pena ser só no inicio e fim do disco, ou um piano num dos temas. Fiquei fã, ei-de de procurar mais discos. Nada mau, confirma que os últimos bons discos foram quase todos gravados em 2006!
Oops! Wrong Stereotype é uma típica colectânea da Alternative Tentacles, com uma capa de Windsor Smith as bandas do momento. Neste caso em 1988 bombava NoMeansNo (que velocidade!), Alice Donut (adoro um disco deles, o que está aqui parece-me fora do que estava habituado mas contam uma história violenta que "only in America"), os industrialitas Beatnigs entre outros e claro o chefe da editora Jello Biafra com um excerto de um "spoken word" seu. De referir, facto que desconhecia, que Biafra começou a fazer "spoken words" porque achava mais emocionante confrontar o público com os seus textos políticos do que ir com uma banda repetir as mesmas lenga-lengas de sempre. Curioso, perigoso e audaz! Agora percebo tudo!
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