sábado, 23 de fevereiro de 2013

um Farrajota que bem!

(...) Tal como o próprio título indica, Amamos Duvall é um disco de afectos: tem bangers e hinos de recurso, tem lições de pai para filho (a lembrar o Lou Barlow ultra-íntimo de Sentridoh), tem crónicas irresistíveis do que era ser punk nos anos 90 (e, nisso, Tiago está próximo de um Farrajota) (...)

virei referência punk não sei porquê ou como ou para quê... imagino uma série de putos e hipsters agora mesmo a googlarem "Farrajota" para saber o que é... Farrajota? É um pintor? Um mamífero? Bof! Entretanto já tinha escrito sobre o disco do Tiago aqui.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Um bom cantautor é um bom cantautor



v/a : The Greatest Songs of Woody Guthrie (Vanguard / Edisom;  1972 / 1984)
Momus : Circus Maximus (Él / Cherry; 1986)

Há quem diga que os cantautores são uma grande esfrega, o que é bem verdade. É verdade para isto como para qualquer outra coisa criativa não tenha nada para dizer. Eis dois casos de malta que safam o cantautorismo. Woody Guthrie (1912-1967) é a figura máxima do Folk norte-americano, activista de esquerda que tanto recuperava canceoneiro popular como escreve canções para crianças - para subverte-las ao perigo vermelho como é óbvio... Uma espécie de Zeca Afonso do outro lado do Atlântico, influenciou malta tão diferente como o Bob Dylan ou o Joe Strummer, e não há punk consciente que não use a sua máxima "this machine kills fascists". Com algum receio comprei um álbum dele, que aind apor cima é o disco menos Guthrie possível porque trata-se de um álbum de homenagem com poucas intervenções do senhor. Bem melhor do que julgava, e se as versões geralmente são inferiores ao original, então tenho de encontrar um disco só dele. Curiosamente esta edição portuguesa é uma trafulhice se não tivesse tão ilustre capa, o álbum deveria ser duplo (a edição portuguesa não inclue "volume 1" na capa como esta imagem que encontrei na 'net) e claro está, a versão portuguesa só inclue um disco! É aquela mitrice 'tuga...
O Circo é o primeiro disco do britânico Momus, em que compõe e canta de guitarra, ou seja antes das máquinas entrarem em acção lá irá acontecer mais lá prá frente da sua carreira. Tudo é claro e transparente podendo ouvir-se o gozo à Bíblia e às ambiguidades homo-eróticas e sodomitas do cristianismo. Um mimo com muito estilo - sonoro e lírico - que mostra que seja em 1986 ou em 2012 ainda há 2000 anos de uma horrível cultura para desmontar e ridicularizar... De meter ao lado do Celso e do Saramago (O Evangelho Segundo Jesus Cristo) embora seja um LP que não harmonize bem com os formatos dos livros.




Entretanto na Feira da Ladra descobri o Donovan - só conhecia o Sunshine Superman - e peguei no single Riki Tiki Tavi (Epic / CBS; 1970) pela capa a feder a psicadelismo gráfico finlandês - já mesmo o título soa a suomi! Dois temas folk psicadélico que metem a produção contemporânea de rastos - ou pelo menos a fraca produção portuguesa. Se existe uma beleza puramente estética por mais freak e fatela que possa soar. Impressionante, depois disto fui meter-me sem medos noutro single: I like you de 1973 que também não é mau... Caramba, agora percebo porque os meus favoritos Butthole Sufers fizeram uma versão do Hurdy Gurdy Man! Um cromo disse-me que Donovan é bom até 1973 e que depois é para esquecer - realmente vendo youtubes recentes do homem, ele perdeu a chama e interesse, é caso para investigar...