sexta-feira, 28 de março de 2008

Invisual #23 || RÁDIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, mais uma emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o 23º programa continua um ciclo de entrevistas a sócios da Associação Chili Com Carne. O segundo será com Pedro Zamith autor de bd, ilustrador e artista plástico.

Playlist: Jorge Ferraz, James Chance & the Contortions e Wraygun - estas duas últimas escolhidas pelo convidado.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Invisual #22 || RADIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, mais uma emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o 22º programa começa um ciclo de entrevistas a sócios da Associação Chili Com Carne. O primeiro será Lucas Almeida, autor de bd, editor do zine O Hábito faz o Monstro e impressor de serigrafias.
Playlist: Santa Maria, Gasolina em teu ventre!, Cramps e "rock do Cambodja" - estas últimas escolhidas pelo nosso convidado.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Invisual #21 || RÁDIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, mais uma emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o 21º programa irá incidir sobre algumas novidades editoriais e algumas pérolas musicais ligadas à bd/ilustração: Dirtbombs ainda por causa do último álbum com desenhos de Gary Panter e uma música de Alan Moore, que por sua vez levará a relembrar os Bauhaus e a falar do espantoso novo livro da Liga dos Cavalheiros Extraordinários e bd para óculos 3D... o "efeito borboleta" irá parar nos Repórter Estrábico.
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No ciclo de músicas dedicadas ao sub-anormal do Super-Homem ficará a cargo de Chris Appelhans com a música sacada ao seu filme de animação.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

terça-feira, 11 de março de 2008

Cromos da BD!


The Dirtbombs: "We have you surrounded" (In the Red / Sabotage)

Garage, Fuzz, Soul, Pop, Blues, Punk, Rock é o que se espera do quarto álbum de originais destes heróis desta banda de Detroit. O Apocalipse é a desculpa deste disco para pegarem num punhado de músicas sobre o tema e talvez fazer uma irritante faixa Noise de 8 minutos, quase tão desnecessária como eles cantarem em francês na última canção. Se tivessem cortando estas duas borradas seria já uma espécie de álbum do ano. Mas para além de ser um disco para melómanos, também é um disco para bedéfilos: o autor da capa e desenhos do interior do CD é o comix-punk-meister Gary Panter, e há uma versão da música Leopardman at C&A com letra do comix-über-meister Alan Moore! A letra faz parte de uma série de outras para músicas Rock escritas originalmente para a sua banda The Emperors of Ice Cream (1978/79) ou para os Bauhaus... a informação que encontrei na Internet é contraditória, seja como for, o tema nunca chegou a ser gravado por nenhuma das bandas e essas várias letras foram ilustradas e editadas na revista "Negative Burn" nos anos 90, e mais tarde compiladas no livro "Alan Moore's Songbook" (Caliber, 1998). A música, mesmo pelas mãos dos Dirtbombs, lembra de alguma forma os Bauhaus, mais concretamente os Love & Rockets. Os Dirtbomb vieram-nos relembrar que se Moore não andasse a escrever bd mas sim Rock, o mundo seria tão diferente...

domingo, 9 de março de 2008

patetas 2

na Calçada do Combro antes de chegar ao D'Artacan do Incógnito, um D'Artacão abandonado...
[+ patetas aqui]

Da ABCzinho à Mesinha de Cabeceira

Inesperado o e-mail que nos chegou!

«Exposição de revistas de banda desenhada ... até 28 de Março na Bedeteca de Beja / Cafetaria da Casa da Cultura ... De 2ª a 6ª feira, das 9h às 20h

Ao longo dos seus cerca de 150 anos de História, a banda desenhada portuguesa viu aparecer e desaparecer dezenas de revistas. Algumas perderam-se para sempre nos corredores mais ou menos obscuros da memória. Outras acabaram por se assumir como marcos incontornáveis para compreender o percurso da banda desenhada no nosso país.

Esta exposição não esgota (nem de longe) os muitos títulos que permitem compreender a riqueza e diversidade desta arte em Portugal. Assinala apenas alguns dos nomes que ajudaram a construir este percurso: ABCzinho (1921-1932), O Senhor Doutor (1933-1943), O Mosquito (1936-1953), O Diabrete (1941-1951), Cavaleiro Andante (1952-1962), Jornal do Cuto (1971-1978), Mundo de Aventuras (1949-1987), Tintin (1968-1982), LX Comics (1990-1991), Mesinha de Cabeceira (desde 1992), ou Quadrado (desde 1993) (referimos unicamente algumas das publicações presentes na exposição).

Além do valor intrínseco que cada um dos exemplares em exposição manifesta, é ainda possível admirar as capas de artistas tão distintos como Cottinelli Telmo, Stuart de Carvalhais, Emilio Freixas, Burne Hogarth ou Hugo Pratt, entre muitos outros.

Com um carácter assumidamente pedagógico e didáctico no início, as revistas de banda desenhada foram-se transformando ao longo dos tempos, acentuando uma vertente lúdica muito forte, de acordo com o gosto e exigências do seu público-alvo: o público infanto-juvenil (e de acordo com as preocupações dos pedagogos e dos censores). Nas últimas décadas, embora o carácter lúdico da banda desenhada manifeste sempre preponderância, apercebemo-nos também da mudança gradual que foram sofrendo, não só na forma, mas no conteúdo.

A este respeito interessa referir a LX Comics, a Mesinha de Cabeceira, ou a Quadrado, publicações viradas exclusivamente para o público adulto onde predomina o carácter autoral e experimentalista dos seus artistas, deixando perceber alguns dos movimentos mais significativos dentro da arte contemporânea portuguesa (e não só) no que concerne à banda desenhada.

Nota: Todas as revistas presentes nesta exposição são acompanhadas de um texto mais ou menos sumário onde se realçam algumas das características específicas da publicação em causa: cronologia, autores, curiosidades, etc.»

sexta-feira, 7 de março de 2008

Tu és gay


Invisual #20 || RÁDIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, mais uma emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o 20º programa, só com o Farrajota, irá incidir sobre algumas novidades editoriais e algumas pérolas musicais ligadas à bd/ilustração: Dead Combo (ainda em ressaca de Mão Morta), We Insist! (imagem), Angels of Light (por causa da tira) e Dirtbombs - o último álbum We have you surrounded tem como autor da capa, o autor de bd e ilustrador Gary Panter, bem como uma música com letra do grande mestre argumentista Alan Moore!
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No ciclo de músicas dedicadas ao sub-anormal do Super-Homem ficará a cargo de Public Enemy com Superman's Black in the building do álbum New Whirl Odor (SLAMjamz; 2005).
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

quarta-feira, 5 de março de 2008

CIA info 50.3

Já circula o novo número da revista Elegy Ibérica que edita o terceiro capítulo da série de bd Psycho Whip escrita pelo unDJ GoldenShower e desenhada por JCoelho, que inicia um novo ciclo nas histórias fragmentadas dos PW, intitulado "Na intimidade com os PW" - a segunda cor mudou, está azul.
Já recebi a versão portuguesa que está com um formato maior - mais arejado. Ainda é possível fazer download gratuito da revista no site oficial.

segunda-feira, 3 de março de 2008

O milénio, antes e depois...



Arcade Fire: "Neon Bible" (Merge; 2007)
Legendary Pink Dots: "The pre-millennial single" (Soleilmoon; 1998)
Tiago Guillul: "IV" (FlorCaveira; 2008)

A passagem para o Novo Milénio foi matéria-prima para muita paranoía e criação - e também alguns excessos e risota. Passado sete anos - não esquecemos que a passagem foi em 2001 e não 2000 - e não tendo o mundo acabado como se tanto previa, o que é uma pena porque além de termos de continuar nesta vida ainda por cima temos de aturar mais estúpidos com novas teorias de aniquilação - marquem na agenda, o próximo fim do mundo está combinado para 2012 ou 2016. Mas o pior, o pior de tudo mesmo tem sido toda essa gentalha que arranjou novas espiritualidades imbecis da Era de Aquário como os Yogas (até passaram a dizer "i-óu-ga") e consumos de música para meditar (New Age) ou revistas com títulos absurdos como Happy. O Novo Freakismo já não são apenas putos estúpidos com rastas e gajas com roupas de cores berrantes, não senhor! Atingiu a sociedade de forma total, ao ponto que ninguém acha estranho que a Caixa Geral de Depósitos edite uma revista hipócrita sobre "bem-estar" chamada Azul cheia de artigos de como a vida pode ser melhor ou sobre "consumo responsável" (!?).
Num espectro de bandas com problemas cosmogônicos e apocalípticos dos anos 80, os Legendary Pink Dots serão os mais ecléticos - e os PTV! - tal é a misturada de Rock, Dark Folk, Psicadelismo, electrónica, Industrial numa extensa carreira discográfica. Vindos de Inglaterra mas aterrando em Amsterdão em 1984, os cabecinhas são Edward Ka-Spel e Phil Knight (ou Silverman) embora os "outros" (que são holandeses) não sejam de ignorar na dinâmica do grupo dada a riqueza de sons que trazem com as guitarras, saxofones e electrónica em geral. Este EP é uma daquelas prendas que bandas de culto costumam fazer, oferecem aos fãs quatro temas, três deles revisões de temas antigos que dada às transformações ao longo dos concertos "pediam" ser regravadas. Uma viagem de 33 minutos em que as músicas fogem para cima dos cinco minutos chegando até no caso de Andromeda Suite'98 aos 11m- curiosamente este tema, na sua versão original foi editado em Portugal numa compilação da Fast Forward intitulada Trinity com partipações de Nouvelles Lectures Cosmopolites e Laurent Pernice. O disco explora um esquema de progressão que começa em Funk Industrial exótico e cairá em Drum'n'Bass barulhento. O "must" é Needles (Version Sirius) em que um pai explica ao filho que ele e a mãe pretendem fugir para Sírius porque este planeta está todo lixado... E que para ir para Sirius não é propriamente de carro ou de avião... O monólogo é delirante que acho que apanha bem a tensão pré-milenar.
E como a Terra não deu o peido final, como se tanto exigia, temos de aturar os Arcade Fire, esse fenómeno global de Pop Índio, pelos quais se criou uma histeria desmesurada - não seria histeria se não fosse desmesurada? - desde o primeiro álbum. Claro que as canções dos Arcade Fire têm aquele charme que as transforma em "hits" imediatos, daquelas músicas que se quer ouvir outra vez e outra vez, viciantes tal como uma maldição concebida pelo Diabo. Mas daí a serem "epifanias" ou "revelações" só me faz pensar se a Prozac Nation já não sabe antes o que raios é um "pifo"! Ou porque os putos já não bebem álcool como antigamente ou porque as pessoas perdem as referências com os impérios "hype", esquecem-se que estamos uma banda que tanto soa a Smiths como a Supertramp, abocanhando tiques pindéricos da Pop dos anos 80's que insistem em passear no Século XXI. Gravaram o disco em igrejas protestantes - uma baptista, o que deve dar um gozo especial ao pessoal da FlorCaveira - mas não sentimos uma única sensação sonora que fizesse diferença. Tive mais 'pifanias com o Demis Roussos, esse Deus Pagão Grego que se aproxima-se mais dos Arcade que os Arcade dos Pixies.
O quarto registo de Tiago Guillul - se ignorarmos o barulhento projecto Borbulhas Borboletas - é um grande disco Pope, um grande disco "lo-fi", iluminado por Deus, cantado em português como já ninguém tem a coragem de o fazer. Se o Panque Roque cristão é um estigma que Tiago se calhar até agradece e que se coloque cada vez que se fala do seu trabalho, e apesar de algumas músicas serem demasiado conotadas a (sua) Igreja (Baptista), como é o caso do glorioso hino épico Igrejas cheias ao Domingo - que fará qualquer pagão sentir-se revoltado! - por outro lado, Guillul usa este "estilo" a seu favor com o sua habitual inteligência e humor (o que quer dizer a mesma coisa) como assitimos à canção Beijas como uma freira.
Não faltam boas músicas Pope num álbum de 15 canções, e apesar do torcer do nariz às mais religiosas, são 15 valentes canções, bem compostas e orelhudas - será que ele quer-nos converter mesmo!? Um lobinho com pele de carneiro? E por falar em animais, não faltam músicas dedicados aos bichos (Dentes de lobo; 4ª-Feira de Cinzas; Diogo, és cão; Arranja-me um jumentinho) que podiam ser ilustradas pelo José Feitor, um ilustrador que adora desenhar animais. E há provocações: «Se o país tivesse de arder seria pela minha mão / Não havia de sobrar nada (...) Portugal tornar-se-ia a lareira da Europa» em A Lareira da Europa e autobiografia na Canção para o Rodrigo, que apesar da melodia evangelista fala de cristas Panques nos tempos de liceu em que se ouvia Kurt Cobain... Uma daquelas músicas que quase apela a uma nostalgia "real" sem que se torne boçal ou lamechas, como acontece com o negócio da nostalgia. Um álbum DIY que mostra que ainda há Humanidade em 2008.