domingo, 29 de julho de 2012

Adalberto Alves: O Meu Coração é Árabe (3ª edição, Assírio & Alvim; 1998)

Já aqui falei de outro livro deste autor e sem ler o actual roubei descaradamente o título para uma categoria de "posts" deste blogue.

Sinopses na 'net revelam o livro desta forma: O Meu Coração é Árabe revelou ao grande público português a sua herança poética árabe. São trezentas páginas preenchidas maioritariamente pela lírica de quarenta e sete poetas árabes que nasceram no espaço sul do Portugal hodierno. É uma poética refinada e densa, que fala do amor, da injustiça da morte, do quotidiano. Rica na sua expansividade, densa na emoção, esta poesia é também um alicerce, juntamente com a dos cancioneiros, do sentir poético português. Deve-se a Adalberto Alves este livro de paixão.

Agora que o consegui arranjar a 3 euros na Feira da Casa da Achada há umas semanas posso finalmente dizer algo sobre ele embora pouco possa acrescentar em relação à sinopse porque de longe sou crítico de poesia e poesia é mesmo algo que não consigo entender / ler / gostar / apreciar & tudo mais. Claro que não fiquei indiferente ao ler um poemicho de um tal Abû 'Uthmân, natural de Tavira (séc. XIII) que escreve como são bizarros certos reis / transformados em escravos do prazer / apenas desejam duas coisas / bocetinhas e bocas de mulher... (!?)

Mais interessante é a introdução de Alves, coordenador e tradutor, que revela a incúria que a cultura árabe na península sofre e que acontece até ao nível académicos e literário. Mais do que isso, a poesia árabe (peninsular, andaluz) é mesmo vista com desprezo e antagonismo nesses círculos intelectuais, por certo pela lavagem cerebral que o Cristianismo e o Ocidentalismo lhes fizeram. Esta edição ampliada e revista inclui também alguma iconografia árabe da qual destaco uma gravura de um cavaleiro cristão e um árabe quase a darem um linguado.

Irmão, se gostas de Poesia ou se achas que algo de errado está no teu espírito colonizado, deixa o álcool barato e procura este livro. Alá será generoso e até te passará uma bocetinha de virgem lá nos céus.

sábado, 28 de julho de 2012

unDJ FarraJ || CHAPITÔ

Foto: Sara Rafael
Filipe Felizardo (imagem) toca no Bartô no dia 28 de Julho a partir das 22h30 e o unDJ FarraJ volta lá com orientalismos farçolas disfarçado de arabescos... é mesmo manhoso!

Sobre o FF: De alguma forma, na música de Filipe Felizardo – e o novo disco, “Guitar Soil For The Moa And The Frog”, com selo da Shhpuma é disso exemplar – ouvem-se duas vozes. A da reverberação, que é a do aço (da guitarra) e a do fazer solitário, artesanal e reflexivo do performer. É essa relação intimista, irredutível, ricamente austera que as canções revelam. Uma relação hoje tão desprezada, com o som e com acto de ouvir: música de guitarras. - José Marmeleira

Sobre uDF: é mais um disfarce de um elemento ligado ao DJihad ao Bairro Autismo, outrora ligado ao colectivo OSAMAsecretLOVERS e não se sabe ao certo que relação ao unDJ MMMNNNRRRG. Nesta persona dúbia sabemos que passa música do Médio-Oriente do passado e contemporânea sem a protecção de Alá.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

O meu coração é vermelho



L' Enfance Rouge : Trapani – Halq al Waady (Wallace; 2008)

Admito que preferi ignorar os discos desta banda nas minhas resenhas críticas - fiz apenas um "post" de promoção envolta da capa do Igor Hofbauer - porque não me sentia bem com o facto de não ter curtido tanto a banda em disco contra os factos de eles terem sido super-simpáticos num encontro no ano passado. O concerto na semana passada mostrou que eles não só são pessoas impecáveis como são um granada ao vivo! Gostam e tocam até que o mundo acabe - ou mais especificamante até a bófia aparecer. Numa das músicas do concerto topei uma ou outra deste álbum, em que o trio tocava por cima de uma gravação de música árabe. Voltei ao disco e afinal de contas, depois de passado um certo chauvinismo contras os franceses - descobri que é um disco poderoso.
Talvez uma das razões, para além de estar farto de Rock, é que os L'Enfance Rouge repetiam temas que estavam em Bar-Bari (mas numa versão puramente Rock) e não caia ouvír as mesmas canções de enfiada. Que a Justiça seja feita, por Alá! Acontece isto de vez enquando, não perceber um disco na altura da primeira audição e vir a ser dada importância mais tarde - mais vale tarde do que nunca, diz-se!
O power-trio franco-italiano está de um lado com o seu Rock arranca-e-para, meio-sónico e meio-musculado na tradição de bandas norte-americanas como Shellac e Jesus Lizard, do outro lado uma série de músicos do Instituto Superior de Música da Tunísia com vozes, cordas e sopros das mil e uma noites. Não há choque ou se houve foi fora do registo áudio porque desenvolveram uma estratégia de harmonia que rejeita a world-music para velhotes e que prefere ser fiel ao Avant-Rock - tanto que é o nome de L'Enfance Rouge que credita o disco e não "L'Enfance Rouge & a Orquestra da Tunísia".
Para quem gosta de arabescos e de Rock inteligente, é aqui o porto de abrigo. Amanhã até poderão ouvir uma malha aqui.

sábado, 14 de julho de 2012

CIA info 76.3



Não é só de Amor por Cristo Protestante e Allah que vive um Homem! Têm de haver um espaço também para o Grande Cabrão! Este ano fui ao SWR  ver se os Discípulos do Diabo portavam-se bem ou não!  O objectivo foi fazer uma BD para acompanhar o DVD da comemoração dos 15 anos de Festival. Esta foi a publicidade à BD que saiu no Guia do Festival. O gato é do Atak porque fiz a PUB num caderno com desenhos dele...

Entretanto já acabei a BD, e agora estou naquela fase dos ajustes e correcções... Eis uma hipótese de contra-capa do zine (livrinho) do DVD e a página 3 da "reportagem":






Entretanto já se anda pela capa... A primeira tentativa foi uma fusão com desenhos meus da BD com um telúrico cavaleiro do grande André Coelho, que faz design e as ilustrações do DVD (e da maior parte do material gráfico do SWR).
Uma aproximação mais auto-biográfica apareceu entretanto! É o esboço e depois a sua evolução com a tinta! Amanhã deve estar acabada quando ver como eram as mesas e cadeiras da "arena" do SWR. O leitão a ser assado é que vai pica!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Comix Jam

Já tinham sido avisados eis o resultado da BD em estilo Jam entre mim e Joana Pires...


 A BD foi publicada na Jazz.pt deste mês juntamente com outra BD de autoria da Jucifer - erradamente creditada com os nossos nomes - e que relata outra actividade do XJAZZ. Comprem a revista que anda por aí pelas bancas e até tem uma entrevista ao Felipe Felizardo, que no dia 28 de Julho terei o prazer de dividir com ele o tanque do Bartô para entreter-vos numa noite de Sábado à noite - tal como aconteceu recentemente mas com o Jíboia.