terça-feira, 28 de maio de 2019

Eles nitidamente precisavam de mais tempo para gravar...


...Yes please (Factory; 1992) era o álbum dos Happy Mondays que iria safar a editora da falência mas pelo contrário engoliu-a de vez. Que se aprenda daqui, nunca fiar em agarrados e boémios para qualquer tipo de negócios. Disco considerado abaixo dos anteriores (porque é!), há pelo menos duas faixas más (Theme from Netto parece um ensaio de um grupo de baile), outras duas redundantes, aliás, quase tudo é puro Happy Mondays em repetido, o que não é propriamente mau uma vez que ninguém se queixou disso em Ramones ou Motorhead ou Slayer, por exemplo. 

Brilhante é o tema Cut'em Loose Bruce que compensa todo o caos do álbum, tema com um vocal feminino potente de Rowetta, um mini-Rap de Kermit, sons empilhados aos montes mas sobretudo com a banda transformada numa fodidíssima orquestra afro-cubana. Quem não mexer o rabo com este tema é porque tem problemas! Ah, pois, o disco foi gravado nos Barbados com a banda de rastos e totalmente intoxicada em drogas. Shaun Ryder acrescentou a voz só mais tarde, já em Inglaterra depois de alguma desintoxicação clínica. É um estranho disco, feito de camadas de Caribe e depressão branquela.

terça-feira, 21 de maio de 2019

Homis ta tchora també



Nem sempre se pode acertar, Mentis Afro (Edietox; 2008) dos Mundu Infernal é um CD de hip hop consciente com rap crioulo tuga. Pena que seja chato, mesmo com o crioulo a descoordenar as palavras deste pula, não bate, muito USA, apesar da boa produção e gravação. Ironia das ironias a melhor faixa do disco intitula-se Deja vú... Mas nunca se sabe quando se acerta! Terra Terra e o seu Volume 1 (auto-edição; 2007) já uma babilónia de sons cabo-verdianos e Hip Hop sem vergonha como se fosse um programa de rádio de "black music" (termo que não me agrada mas que serve para o mínimo denomidor comum). Disco que vai crescendo dentro de ti / It growns on you, iá! Informação na 'net, zero. Tocar no PC também não dá porque está com um programa marado (anti-pirataria?), como não perder tempo com este underground luso-africano? Adoro!

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Arabi Jazz



Antes de Amir ElSaffar e antes das foleiradas da ERC Records, em 1958 já se tinha fundido o Jazz com os sons das Arábias, graças a Ahmed Abdul-Malik (1927-1993) a tocar oud no East Meets West (Riverside). Nascido nos EUA, dizia que o pai dele era sudanês, mas "wikis" consultados dizem que o pai era das Caraíbas, bof, talvez por isso que Abdul-Malik não voltará a fazer discos assim (a peta não pegou?) - FAKE, volta a fazer um disco este-encontra-oeste em 1963!
No primeiro LP a fórmula ainda está para se descobrir mas é melhor que o segundo disco e mais tarde e melhor em Jazz Sahara (RCA, 1960) porque tem faixas mais longas, e por isso, mais adequadas às expansões melódicas da música árabe - especialmente a faixa El Haris / Anxious. Há muito saxofones intrometidos ao ritmo dromedário da coisa mas mais tarde ou mais cedo calam-se. Uma boa descoberta que me faz esquecer o excesso de ElSaffar...

terça-feira, 7 de maio de 2019

RIP Barbosa, RIP RE, RIP MMP


Faleceu o Barbosa e com isso qualquer hipótese de voltar a ver os Repórter Estrábico ou ouvir discos novos. Significa também que se já nem ouvia bandas Pop/Rock portuguesa - ficava-me por ler as tiras do Gato Mariano mas nem ia ouvir a merda que se produz - agora nada irá mover-me para ouvir o quer que for desse espectro. Foram os melhores!