sábado, 30 de junho de 2012

#24


Lançado na 20ª Feira Laica  pela MMMNNNRRRG, este novo número do Mesinha de Cabeceira é limitado a 333 exemplares, custa 3 euros (sem descontos nem não estará à venda em lojas excepto na loja em linha da Chili Com Carne) e tem 24 páginas A5, 16 delas a duas cores.
A capa como se pode verificar é a cores e é da autoria do Dr. Uránio.

Voltando ao formato "perzine" dos velhos tempos dos números 10, 11 e 12 nos anos 90 (reeditados há alguns anos pela colecção Mercantologia), este novo número inclui BDs inéditas de Tim Morris, Marcos Farrajota e Gigi i Gigi.

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Antes de apagar a luz (o editorial editado para este "post")


(...) se nos últimos números do Mesinha de Cabeceira as BDs dos autores eram pedidos trabalhos na forma de encomenda neste número e os seguintes (não sei quantos números serão esta série) tal não acontece [algumas das BDs foram "encontradas"]. Esta é uma das situações, a principal no entanto passa pela minha vontade de voltar ao Mesinha para publicar as minhas BDs que produzi em dois meses numa residência artística na Finlândia. Todo o projecto é uma pretensa "novela gráfica" de vários capítulos, dos quais só conclui três na minha estadia escandinava. É-me inconcebível pensar em fazer mais 60 páginas (serão?) para depois sair num volume único.

(...) Parte da inércia em acabar esta "novela gráfica" deve-se ao facto de ter dúvidas do que estou a fazer, da forma como estou a tratar os temas, etc... Sem qualquer "feedback" tirando o de um círculo íntimo de amigos, sinto uma enorme necessidade de mostrar publicamente o que já está feito - e usar isso como alavanca para concluir o trabalho. De certa forma é um regresso à fórmula "perzine" que caracterizou os números 10, 11 e 12 do Mesinha em que a vontade de publicar BDs auto-biográficas era complementada com participações de outros autores.

(...) Antes de ir para a Finlândia fartei-me do Mesinha de Cabeceira, e dado ao facto do próximo número ser o 23, possibilitei o enterro do projecto pelas mãos do Pedro Brito - para quem não sabe, fomos nós os dois que criamos este título em 1992, tendo o Pedro desistido dele por volta do número 6. (...) O ano de 2012 é a comemoração dos 20 anos do zine e seria uma óptima altura de acabar com ele, afinal de contas "20 anos é demasiado tempo de existência para um zine". Um volumoso volume (passe a redundância) está a ser preparado, sem o Pedro (não anda com tempo para nada) e incluirá velhos colaboradores (Rafael Gouveia, dice industries, João Chambel, Daniel Lopes), novos autores (André Coelho) e novos talentos da cena portuguesa (Zé Burnay). É preciso esperar por Outubro.

O Mesinha é para continuar! Tanto que até salta para o número 24 sem pensar duas vezes!

(...) Dr. Uránio que fez a capa. Ele é um dos segredos mais bem guardados do Porto! Mestre da restauração e acomodação é um insanciável respigador de falhas urbanas, talvez por isso tenha desenvolvido sob efeitos cibernéticos de talidomida essa técnica ubíqua dos séculos XX e XXI chamada de “colagem”. No passado poderão encontrar trabalhos desta douta pessoa no livro de poesia Y el hambre y los ciegos de Héctor Arnau e em várias edições fonográficas da Marvellous Tone.

(...) Tim Morris, ilustrador e argumentista inglês, nasceu em Sheffield a 20 de Abril de 1957, vive e trabalha em Leicester. "Mente perversa" e "O Escapista" são as suas duas únicas obras publicadas em Portugal, ambas em 2005 pela Campo das Letras. O autor é representado cá pelo artista Tiago Manuel que lhe encomendou esta BD para a revista Quadrado (...) A revista no entanto foi cancelada o que nos levou a contactar o Sr. Manuel - que no passado já nos tinha apresentado ao premiado alemão Max Tilmann - para que a BD deste britânico não ficasse nos arquivos bafientos da “instituição abandonada” da Câmara de Lisboa.

(...) a dupla eslovaca Gigi i Gigi também aparece aqui perdida, vítima da desilusão do tal número 7 da Quadrado - há rumores que a revista volte a ser publicada em breve mas por outra equipa editorial, numa quarta série! Esta BD marca o final da parceria artística entre os dois autores que adoptaram Portugal como sua casa.

(...) Portugal não gosta de movimento. Mais uma razão para não abandonar o Mesinha de Cabeceira.

Marcos Farrajota
Lisboa, 19 Junho 2012

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Faz o que te digo, não faças o que eu faço…

 


Elliott Sharp : Tectonics : field & stream (Atonal; 1997) 

Há um comportamento óbvio nos dias da ‘net em relação à música. Lê-se um texto sobre música e depois vai-se sacar os ficheiros dos discos algures num torrent ou apenas ouvir a música em youtubes, bandcamps e afins… São 50 os textos do livro Bestiário Ilustríssimo (Chili Com Carne + Thisco; 2012) do ilustre REP, todos eles tentadores de investigações virtuais mas admito que não passei 50 dias a procurar discos do que ele escreve, tomando em conta que uma pessoa possa ler um texto por dia e como tal investigue uma banda / músico / disco / movimento – é assim que tento convencer as pessoas a comprarem o livro, diga-se de passagem.
O problema é que pela primeira vez invés de ter sido um ávido leitor do REP fui um editor de um livro do REP.... Tive de ler em primeira mão os textos, santa glória! Essas leituras foram feitas o ano passado, durante a minha estadia na Saari Residence, foram leituras concentradas em procurar erros, gralhas, incorrecções – contabilizados em valores microscópicos – mais do que em pensar em ir à ‘net sacar discos.
Mas há coisas que ficaram na cabeça e não sendo um “downloader compulsivo”, vou encontrando agora discos ou músicos referidos no livro, tal como aconteceu com este projecto do guitarrista Elliott Sharp, encontrado algures na Feira da Ladra. Trata-se do segundo disco sobre a denominação Tectonics onde o músico mistura beats e breakbeats electrónicos com uma guitarra baixo, fazendo uma cyber-caldeirada de electrónica dos anos 90 com Improv e até algumas “etnices” polirítmicas. Não serve para dançar e ninguém vai ouvir isto no sofá para descansar ou apreciar – eu pelo menos ainda não o fiz, quem descansa nos dias de hoje? Quem me dera voltar aos descansos cheios de epifanias de 1997!

sábado, 16 de junho de 2012

unDJ FarraJ || CHAPITÔ

JIBÓIA A fuga de um Maharaja perseguido pelo seu povo acaba numa emboscada em pleno mar alto, por um grupo de macacos salteadores comandados por uma espécie de Omar-quimera (Souleyman do ocidente / Rodríguez-López do Oriente), com laivos de maresia tropical e frescura espanhola à mistura.

unDJ FarraJ é mais um disfarce de um elemento ligado ao DJihad ao Bairro Autismo, outrora ligado ao colectivo OSAMAsecretLOVERS e não se sabe ao certo que relação ao unDJ MMMNNNRRRG. Nesta persona dúbia sabemos que passa música do Médio-Oriente do passado e contemporânea sem a protecção de Alá.