sábado, 25 de março de 2023

A importância de enumerar 23



- Aleksandr Sokurov : Fairytale / Sombras do Velho Mundo (2022) + Fausto (2011)

- Jafar Panahi : No bears / Ursos não há (2022)

- Dave Laing : One Chord Wonders - Power and Meaning in Punk Rock (PM Press; 2015 - orig. 1985)

- Tsuge Tadao : Boat Life, vol. 1 (Floating World; 2022)

- Sei Miguel : The Original Drum (Clean Feed)

- Pedro Moura : Fazer isto & Assignar : Banda Desenhada, autografia e memória gráfica em Rafael Bordalo Pinheiro (Museu Bordalo Pinheiro / EGEAC)

- Isao Shimizu : Manga - the pre-history of Japanese Comics (PIE International; 2013)

- Tobias Tycho Schalken : Balthazar (Les Editions de la Cerise; 2012)

- Thomas Gosselin e François Henninger : Lutte des corps et chute des classes (L'Apocalypse; 2013)

- O Triunfo dos Acéfalos (SMOP; 22 Jan.)

- Gastón Duprat e Mariano Cohn : O Cidadão Ilustre (2016)

- Leos Carax : Holy Motors (2012)

- Werner Herzog : Family Romance LLC (2019)

- Mads Brügger : The Mole - Undercover in North Korea (2020)

- Panah Panahi : Hit the roadEstrada fora (2021)

- Liam Brown : Skin (Legend; 2019)

- Yoshiharu Tsuge : Nejishiki (Gallo Nero; 2018 - orig. 1968-1980)

- HTML Flowers : No Visitors #2 (auto-edição; 2016) + Incision (2017) + Sonogram (2017) + c/ Rebecca Kirby : Sick day (auto-edição; 2020) 

- Laurie Anderson : Heart of a Dog / Coração de Cão (2016)

- João Paulo Cotrim : Foi quase um prazer (Arranha-céus; 2022)

- Juliet Doucet : Toujours de grande classe (Hôtel Saint-Simon, Festival de Angoulême; Jan.)

- Tsugumi Ohba e Takeshi Obata : Bakuman (17 vol.; Viz;  2009-12)

- Al Comet : White Planet (Watermelon; 2004)

sexta-feira, 17 de março de 2023

#40: Lobisomem e outros mitos

 


Já chegou o novo Mesinha de Cabeceira!

É o #40 (#1 do vol. XIII) de autoria do inglês Andrew Smith, em que voltamos a um formato "comic-book" de 28 páginas a preto e branco.

Quanto ao conteúdo temos dificuldades em meter numa gaveta. Há autobiografia light com autoficção, BD cómica-religiosa com um elemento "meta" e ainda alucinações de drogaria e um lobisomem. Olha, o melhor é mesmo ler, meu, ou achas que vais encontrar algo melhor no quiosque?

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Já se encontra na nossa loja em linhaSnob, Kingpin, Tigre de Papel e Tinta nos Nervos, brevemente na ZDB, Matéria Prima, Tigre de Papel e Utopia.

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Sobre o autor: Andrew Smith (1966; Suffolk) estudou Belas Artes em Londres. Publicou as suas primeiras BDs em fanzines punk, tendo seguido para revistas profissionais como a Punch e Spectator entre outras. Foi professor e tendo descoberto Portugal com a sua esposa e cão mudaram-se todos para Serpa. Por cá tem publicado nas colecções Venham + 5 e na Toupeira, ambas da Bedeteca de Beja. Nesta última lançou o "comic-book" O Desastre do Palhaço que foi uma bela surpresa em 2022!

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Feedback:

Ondina Pires gostou!!!


terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

#39: artblock



Chega-nos o novo Mesinha de Cabeceira do Tomás Ribeiro, intitulado Artblock
É o número 39 (#2 do vol.XVII) do vosso zine mutante preferido! Sim, mudou de formato outra vez! Quer dizer, mais ou menos... continua quadrado, só um coche maior! 38 páginas 15x15cm todo a preto e branco como qualquer bom fanzine deveria ser! Zim! 
Para quem 'tá com bloquei artístico, Tomás safa-se com muita pinta neste "comix" que é uma verdadeira passerelle de estilos gráficos e narrativos onde se exibe escalotogia underground (o "comix" foi de propósito!), infografia clínica e filme de animação bué gonzo. Tudo isto em pouquíssimas páginas!
O Mesinha desde sempre que procurou novo talento por aí. E desde 2021, quando voltámos às raízes do fanzinato, que temos tido descobertas incríveis de novos artistas, será vulgar dizer que este é só mais um? É que não queremos provocar um artblock a ninguém! 

Este trabalho foi desenvolvido em estágio via ESAD, Caldas da Rainha, entre Outubro 2022 e Janeiro 2023.

Foram impressos 100 exemplares que podem ser adquiridos na nossa loja em linha e talvez venha a aparecer em algumas livrarias... quem sabe?

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Unvisible (1 e 2)


Hoje: https://tirkultura.lv/

(especial "Carnival, Clowns and Comics" depois do especial "Dia dos Namorados")


arquivo: 
https://soundcloud.com/usagallery/sets/k-u-r-a-d-i-o-e-p-i-s-o-d-e-s




Ambos os programas Invisual foram gravados de um smartphone emprestado. 

No noise reduction!

 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Vamos rifar o último LSD na Matiné Fetra!



Cafetra anda a organizar matinés com concertos e o zine Mesinha de Cabeceira juntou-se à festa! Neste próximo encontro, leva consigo uma mesa de Mesinhas recentes e alguns raros.

Será levado o último exemplar do recente e raro Lúcidos, São e Determinados de Luís Barreto, uma das cabeça se assim se pode dizer d'O Triunfo dos Acéfalos

Este número que esgotou em poucas semanas terá UM EXEMPLAR em rifa. Sim, é isso: vamos rifar o último LSD na Matiné Fetra!

Basta comprar o bilhete da matiné e no final da festinha, será tirado um número de bilhete à sorte. O vencedor é aquele que ainda tiver o seu bilhete pouco molhado de suor ou de cerveja barata!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

10 cidades tornam-se numa aldeia

Antes de ser o livro Ten Cities : Clubbing in Nairobi, Cairo, Kyiv, Johannesburg, Naples, Berlin, Luanda, Lagos, Bristol, Lisbon 1960 - March 2020 (Spector; 2020) por Johannes Hossfeld Etyang, Joyce Nyairo e Florian Sievers (e que já lá iremos) foi um disco. Ten Cities (Soundway; 2014) reúne 50 produtores e músicos das dez cidades já referidas para uma saudável e higiénica orgia juntarem-se para criar o monstro sónico Frankenstein que... pariu um ratito aldeão! Sou contra a ideia que "a fusão é um erro" mas é verdade que pode correr muito mal quando os intervenientes não tenham coragem artística para explorar mais do que uma simples fusão de ritmos já mastigados pela Aldeia Global, sobretudo na área da música electrónica funcional ou de dança. A ideia de juntar norte e sul - Europa e África - num laboratório de música de "Clubbing" tem tudo para correr bem. Talvez o dinheiro do Goethe tenha ido para betinhos que não deixaram a malta ir para o desconhecido musical - ao contrário o que tem acontecido entretanto em Kapala. Tudo é previsível mesmo que as línguas desconhecidas africanas apareçam ao longo do disco, o que é considerado como um brinde exótico pelo responsável da edição. Metade do disco é de uma vulgaridade tal que se resume na letra de Quero Falar (Lunabe com MC Sacerdote) que apesar do apelo... nada diz. Um óbvio reflexo do estado da arte no século XXI, muito artifício, pouco conteúdo. A outra metade do disco é mais chill e também mais interessante mas sem rasgos de génio mesmo que tenha o Maurice Louca ou Alva Noto como músicos. A evitar...

O livro logo que saiu estava já aberto às consequências dos horrores humanos. A primeira e assumida é que aborda a história do Clubbing nas ditas cidades desde os anos 60 até Março de 2020 - mês que marca o final de algo contínuo e progressivo nas nossas vidas, devido ao covid-19. Dois anos depois o que aconteceu a alguns dos clubes e discotecas que existiam até então? A segunda consequência é a inclusão de Kyiv que desde Fevereiro deste ano apanhou com a tentativa de invasão russa na Ucrânia. Que noitadas haverá nesta capital desde então?

O gigantesco livro ensina-nos imenso sobre duas coisas, a história da música de clubbing nessas cidades e a sua relação política. Alguns géneros de música são fáceis de associar às cidades, do Krautrock à Capital do Mundo do Techno que é Berlim ou o Afrobeat / Highlife de Fela Kuti em Lagos. Ou ainda o Jazz sul-africano de Joanesburgo e claro o Trip Hop de Bristol. Ah, e o Kuduro de Luanda! Mas que dizer de Nápoles lembrando-me lá eu que já conhecia 99 Posse? Há descobertas para se fazer neste livro mamute. Para além do "género" muito disto passa pela exclusão social, racismo e contestação às autoridades, não esquecendo o nojo do Apartheid e das suas cidades separadas por raças ou o confronto político das Okupas e Raves ilegais na Europa.

Já perceberam que se aprende muito com o livro mas claro quando chegamos a Lisboa temos Judas na área. Rui Miguel Abreu escreve um artigo sobre a história da música urbana portuguesa (deveria ser sobre música de clubbing, boy!) sem aprofundar nada em especial (porque se calhar não há uma música que defina Lisboa) e Vítor Belanciano dá um no cravo e outro na ferradura, armado em rebelde a criticar a gentrificação da cidade mas tal como Abreu também a vende como um sítio excitante e multi-cultural. Não sei onde estes gajos saem à noite mas devem ser sítios do caraças!! Vê-se nas fotografias que acompanham os artigos! Quase todas em volta do Frágil dos anos 80! Ah! Como a cidade vibra ou sempre foi "multi-culti" de artistas e betos brancos... Onde está essa relação entre Europa e África? Sempre foi fraca e estes artigos revelam isso sem o quererem fazer. Lisboa é uma fraude e gera seres fraudulentos que escrevem sobre ela, obrigado por relembrarem isso.

Mau disco, bom livro.

PS - No livro há uma lista de sons criados por cada cidade. Em Lisboa ela começa em Heróis do Mar para acabar em DJ Lilocox. No meio inserido o Pois pois dos Repórter Estrábico. Sim é a única banda portuguesa Pop/Rock que merece estar em qualquer lista de admiração mas que eu saiba ela sempre foi do... Porto! 

PPS - Abreu e Belanciano: ide pastar!

sábado, 7 de janeiro de 2023

Dave Laing : "One Chord Wonders: Power and Meaning in Punk Rock" (PM Press; 2015)

Depois de acabar o livro, pergunta-se porque raios escreveu-se mais livros a explicar o Punk? Ainda por cima originalmente foi escrito e publicado em 1985... Duvido que a nova edição mudou muito. Grande PM!

sábado, 31 de dezembro de 2022

2022

- Tom Kaczymski : Beta Testing The Ongoing Apocalyse (Fantagraphics) + Cartoon Dialectics #3 (Uncivilized) 

- Rutu Modan : Tunnels (Drawn & Quartely; 2021) + Jamilti and other stories (Jonathan Cape; 2009)

- Ilan Manouach : Fastwalkers (Echochamber + 5eme Couche + Chili Com Carne + Forte  Pressa) + Anna Engelhardt [ed.] : Chimeras : Inventory of Synthetic Cognition (Onassis Foundation) 

- Nunsky : Companheiros da Penumbra (Chili Com Carne)

- Kazuichi Hanawa : Na prisão (Sendai; orig. 2000)

- Fun-Da-Mental : Seize the time (Nation; 1994) + Erotic Terrorism (Nation; 1998)

- Peeping Tom : Kind (Centro Cultural de Belém; 2 Fev.)

- Jafar Panahi : Offside / Fora de Jogo (2006)

- Mário Puzo : Os Loucos Morrem / Fools Die (Bertrand; 1980 - orig. 1978)

- Coldcut : What's that noise? (Ahead Of Our Time; 1989)

- Dmitry Bogolyubov :  Town of Glory (2019)

- Dino Risi : A Ultrapassagem / Il sorpasso (1962)

- Luis Buñel : Esse obscuro objecto do Desejo / Cet Obscur object de desir (1977)

- Max Ernst : A little girl dreams of taking the veil / Rêve d'une petite fille qui volout entrer au Carmel (Dover; 2021; orig.: 1930)

- Amanda Baeza : Dew Beaded Fingers, vol.1 (Magma Bruta)

- Moon-Liters / Millennium Development : Nerve Agent! (Shhpuma; 2021) 

- Robert Wilson e Lucinda Childs : I was on my patio this guy appeared I thought I was hallucinating (D. Maria II; 16 Julho)

- Baro D'Evel : Falaise (CCB; 15 Julho)

- Kieran Hurley e Gary McNair : Taco a Taco (Artistas Unidos; 19 Mar.)

- Dan Erickson : Severance

- Erwin Dejasse : Art Brut et Bande Dessinée (Atrabile)

- Diniz Conefrey e Maria João Worm : apresentação de Área (Museu Bordalo Pinheiro; 16 Outubro)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Alex Ogg: "Dead Kennedys : Fresh Fruits for Rotting Vegetable : The Early Year (PM Press; 2014)

 O livro sobre "Rock" mais difícil de se escrever começa aqui. Uma parte da história dos Dead Kennedys está feita, englobando a sua origem até ao seu primeiro álbum "Fresh Fruits" de 1980 - e ainda se fala um coche do segundo Plastic Surgery Disasters (Alternative Tentacles; 1982) que pelos vistos era uma "continuação" de muitas ideias do primeiro - apesar de entrar o recentemente falecido Peligro. A dificuldade passa pelo lodo de desentendimentos entre o vocalista Jello Biafra e o resto da banda sobre direitos de autoria e falsas reuniões (ou uma banda Karaoke, como apelida Biafra). É um livro para fãs Hardcore que descreve com minúcia o início da banda e a gravação do seu primeiro LP, complementado com fotos e outros artefactos da época (capas de discos, cartazes, flyers, colagens, zines, etc...). Algures no meio está a verdade entre as duas facções e é de salutar a coragem de Ogg em pegar nisto.

Explica bem a importância da banda e do primeiro disco, ao contrário dos outros punks (Sex Pistols, Ramones e Clash) esta banda nunca esteve em editoras grandes a bancarem grana nem tiveram exposição mediática. No entanto é tanto ou mais influente que as outras. Afrontaram a indústria da música, religiosos e políticos como ninguém. Para tal destacaram-se dos outros punks de várias formas, primeiro ignorando o credo que "sei tocar três acordes e posso seguir em frente", os elementos DK sabiam tocar e eram empenhados, segundo, por terem o humor e inteligência (chama-se imaginação?) como poucos tiveram, terceiro, por terem lutado em tocar em espaços para todo o público (antecedendo os straight edges) e quarto por terem apostado na Inglaterra, abrindo a carreira para além da podridão da gringolândia que ignorou o fenómeno punk assim que pode. No fim do livro percebe-se porque surgiu a vontade de desenvolverem uma cultura DIY.

Os livros radicais da PM Press encontram-se à venda em Portugal através da Tortuga, livraria do Disgraça.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

#38: Diário da Palavra

 


Diário da Palavra
de

É o Mesinha de Cabeceira #38 (#1 do vol. XVII), mais um número a comemorar os 30 anos de existência do fanzine, desta vez todo a cores num formato quadrado 12x12cm. 40p. 100 exemplares.


Será lançado no Natal Cosmos, dia 23 De Dezembro, Sexta-Feira!

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

The Specials - Ghost Town [Official HD Remastered Video]


Obrigado Terry Hall (Rest In Punk) por uma das vozes do melhor tema Pop de sempre!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Sinapses

 




Sinapses
do Ivo Puiupo é o novo volume da Mercantologia, colecção que recupera material perdido. 

O livro é resultado do concurso dos 500 paus.

Serão 12 bandas desenhadas curtas com poesia ou serão 12 poemas com desenhos sequenciados?

Segundo oFábio Zimbres:


Há uma tentação de entender as histórias aqui como fazendo parte, alternadamente, de: 1) um diário; 2) registros de sonhos; 3) ideias para um filme. Decidimos uma vez por um e depois por outro mesmo sabendo que não é necessariamente uma coisa nem outra, nem apenas isso. Mas há alguma coisa de íntimo, como um diário, e há um prazer nas associações que se desenrolam, as ambiguidades e o aspecto sensorial dos sonhos. E há às vezes a imediatez de quem registra.

Só que não é só isso. É mais que isso porque são o que são, obras acabadas, mesmo que não pareçam encerradas. É como uma estrutura no ar ainda com o processo nu, transparente. Mas são verdadeiras pontes nos transportando para lugares desconhecidos, Puiupo na frente. Cada ponte, várias possibilidades de história, de literatura, de imagem e de gente. 

Provavelmente por isso podem parecer fragmentos de diário ou de sonhos, porque a matéria-prima dessas pontes (sinapses? Ou o que permite informação passar de uma célula a outra) é, basicamente, gente, essa coisa feita de sonhos. É realmente um livro feito de pessoas. Se comunicando, se desdobrando e se tocando. Transpondo pontes, ligando possibilidades ainda desconhecidas.

No meio de cada conto, podemos olhar para trás e imaginar de onde ele veio e para onde vai, como uma estrutura expansível que atravessa mais do que o que vemos. Podemos imaginar o que acontece antes do começo e depois do fim. Não é difícil imaginar também que estamos flutuando, como uma ponte às vezes nos faz imaginar.

No meio da travessia, de repente achei que estava assistindo a uma coleção de curta-metragens, com uma trilha sonora adequada, uma coleção de trilhas sonoras que viraram filmes. E esqueci da ponte, ou seja, lá onde estava e tudo virou um fluxo me levando, que é aquele momento em que eu me esqueci que devia escrever algo sobre o livro e tive que refazer todo o caminho de volta para me lembrar o que estava fazendo ali.

Que é o que um diário/ sonho/ filme deve fazer com a gente. Nos desorientar.


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116p. 15 x 21 cm p/b (48p a cores), edição brochada

Será lançado oficialmente a 17 de Dezembro na Tinta nos Nervos, com a presença do autor e uma pequena exposição.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

web .2 tone .3

Não há nome para esta nova música  Clipping  excitante como   #Stealing Orchestra ou   #Dälek  novos territórios  Hip hop serve de base  CLPPNG de 2014 pela   Sub Pop   exemplo   video-clips   #Whitehouse goes MTV  coros infantis  único R'n'B aceitável com alarme do despertador com o único R'n'B aceitável no Universo  berbequim Techno Tarantino    #John Cage shit  Trap mutante  Noise para as massas  how high is your low brow? Razia!  Random Music mas com  atitude   O Cage foi à disco engatar

Culpados disto tudo  se calhar  Death Grips que desde cedo com o seu segundo álbum (ou primeiro oficial?)  The Money Store   (Epic; 2012)   mostraram que seriam sempre  rock híbrido - chama-se a isso de   punk rock  ? o feeling é esse mesmo que já não se possa meter o mofo da bateria + guitarra + baixo + voz   isto é rock ciborgue  electrónica rapada  para mim é impossível dizer o que soa   Eu Juro!  já ouvi este CD   mil vezes   e sempre quando ele acaba   ainda não percebi o que se passou  o que ouvi  o que aconteceu  é como ouvir a primeira vez o Last Rights dos #Skinny Puppy  ou  Beers, Steers and Queers dos #Revolting Cocks   Rembradt Pussyhorse dos #Butthole Surfers  não é todos os dias que isto acontece ...  Punk weight!



PS  O   2 tone   era nome para um   Ska   não racista em que o ponto de honra era ter uma banda que tivesse elementos branquelas e negros  Clipping e Death Grips  sabendo das cores de peles dos seus elementos   (como se na verdade isso importasse para uma coisa - bom, na Amérikkka  importa pelos vistos)  parece isso   um 2 tone para um mundo de Trampa  mergulhado na   deep web

espera

há mais


Apareceu Zeal And Ardor... WTF!?  Imaginem o coninhas do Moby a fazer Black Metal   essa seria a melhor ilustração para este disco Devil is Fine (Reflections; 2016)  música de escravos americanos a cantarem Blues ou Gospel invertido, ou seja, a louvor de Satanás Nosso Senhor invés ao Porco Nazareno   Devil is fine (o primeiro tema) abre-nos o coração, não não são samplers como o triste do Moby a voz é verdadeira  In ashes arrebenta com os primeiros Blasts de Black Metal e ficamos confusos  claro  e mais ficaremos com intermezzos de electrónica  que tanto podem ser Trip Hop ou caixa de música de criança  como gamanço de arabescos à Çuta Kebab & Party   ou What Is A Killer Like You Gonna Do Here? é uma pequena intervenção Tom Waits    Children's summon parece o sonso do  Gonza Sufi mas com Black Metal            sempre isso "mas com Black Metal"   o xoninhas do José Luís Peixoto escreveu há 10 anos um artigo qualquer a dizer que o Black Metal nunca seria popular pela sua violência - já na altura o que ele escrevia era errado porque bastava entrar no metro de Berlim e ter bem presentes outdoors do último disco de #Dimmu Borgir   God good is a dead one entretanto fizeram um segundo disco a explorar a fórmula que não tem piada nenhuma apesar das revistas especializadas virem dizer muito bem, os metaleiros andam atrasados!

vi os Ho99o9 no Milhones 2016 e foi das melhores coisas que vi há             imenso       tempo      ! Era como ver Bad Brains ou Black Flag e nunca o poder ter os visto porque não tinha idade para estar lá em Washington D.C. nos anos 80 nem nunca iria/  irei aos EU da amerdikkka    a sério!       Andei  louco até conseguir um disco deles  há um álbum - United States of Horror (Toys Have Powers; 2017)     fazem Hardcore melhor que a malta do Hardcore            e metalada, isto sim digno de sucessão de Discharge ou Slayer (vai na volta até samplam Slayer) ... mas fazem também dark Trap que a malta curte e tal em 2018 fuck! Tudo convive num disco de 46m que nada enjoa nada
a música pesada voltou a ter um ambiente de perigo depois de vinte anos de repetições ad nauseam



ESTE post ORIGINALMENTE foi escrito por uma máquina-humana-digital em 2018 e entretanto já há passado e futuro para este som indescritível ...

 FUTURO são estes Prison Religion que tocaram no BARreiro e que admito estar velho demais para consegui acompanhar esta fritice!!!! 

E PASSADO, eis os Beatnigs que em 1988 já faziam Hardcore    com    Industrial e algo   Abstracto digno de Death Grips, ora não? Mais politizados na vertente Malcolm X  Foi a Alternative Tentacles a editar o seu único LP. 
 Michael Franti (e Rono Tse) seriam mais tarde os fantásticos Disposable Heroes of Hiphopricy recuperado o excelente Television ...

Há sempre um primeiro gajo a 


sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Memories don't live like people do They always 'member you Whether things are good or bad It's just the memories that you have (Beenie Man)


 

Coincidência gira esta, queixa-me naquela que será a minha última tira de BD sobre o facto de não haver muitas biografias do Pop/Rock portugueses como acontece com qualquer gato-sapato inglês, e até aparecem uns livros que provam o contrário. Ambos em formato A4 sabe-se lá porquê...

Memórias do Rock Desalinhado é mais uma farsa académica com a Paula Guerra a co-assinar mais um livro que obviamente não lhe pertence - parece que é prática comum no meio das bolsas académicas e afins pelos vistos porque tentou fazer o mesmo comigo com o Punk Comix. Quem fez o trabalhinho foi a Ondina Pires. A outra parece uma IA a gerar textos introdutórios, para encher a sua bibliografia autofágica, sem sal nem açúcar, falhando sempre ao lado do que se pretende. E aqui o que se pretende é a reunião de vários testemunhos de vários Rockers portugueses para contarem as suas peripécias em concertos e acidentes, sobre os sacanas dos promotores rip-offs, a loucura das pessoas e todo amadorismo português em estado de (des)graça sobretudo nos 80 e 90 on the road. Há situações hilariantes de uma época em que havia mato para desbravar por uma geração que armada em artistas e que provocavam as populações e audiências com toda a espécie de malabarismos sonoros e performáticos. É uma época que lá foi, hoje, ninguém terá a vontade de provocar ninguém, como se sabe, com medo de "afundar a carreirinha". Dos Bastardos do Cardeal até aos Dirty Coal Train, passando pelos Great Lesbian Show e outras bandas, há aqui relatos na primeira pessoa para uma tarde bem passada na completa risota. Podem sacar em PDF grátis aqui.

Cliché Música de José António Mouras saiu inesperadamente pela Holuzam, editora de música "out" e ligada à loja Flur. Surpresa para aqueles que acham que a Ama Romanta foi a primeira "indie" portuguesa, nope! Há sempre alguém primeiro! Esta Cliché dos inícios dos anos 80 era assim de uma betalhada fixe (com ligações às Raincoats e a Rough Trade) que tinha uma loja de roupas (que tinha lá uns discos) e editaram uns discos fora do normal para a época como os Material (de Bill Laswell), Raincoats, Young Marble Giants, Pigbag e David Thomas (dos Pere Ubu), isto em forma de licença de direitos, claro. Discos portugueses (e originais) foi só um, Belzebu dos Telectu, tendo depois fechado  actividade editorial - engraçado aconteceu o mesmo com a SPH depois de editar um CD dos Telectu, hum... Numa Lisboa pouco cosmopolita tiveram estas actividades para não cair na modorra do país ainda traumatizado com o PREC e os baladeiros revolucionários. Um interessante cliché sobre a época.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

1000 paus da Chili vs 15000 do MC

Fiz este ano parte do Júri de atribuição das bolsas de criação literária na área de BD. Não sei se choro ou se rio porque olhando para as propostas enviadas pouco diferem das que são enviadas para o concurso dos 500 paus, organizado pela Associação Chili Com Carne, ou seja, vale um bocado de tudo... Considerando que a bolsa é do Papá-Estado a 1250 paus ao mês, esperava bem mais e melhor.

"Mais" é verdade que há mais quantidade de propostas mas não muito mais como nos 500 paus, especialmente nos últimos anos. Se calhar, fui ingénuo a pensar que há mais gente em Portugal daqueles que já conheço - quase todos. Exagero. Há sempre novos autores que nunca ouvi falar e muitos deles com potencial para criar boas obras. 

Mas os problemas mantêm-se desde sempre, nitidamente falta uma “cultura da banda desenhada” em Portugal. No entanto, existem QUATRO Bedetecas (bibliotecas especializadas em BD) espalhadas pelo país, nomeadamente em Lisboa desde 1996, na Amadora (originalmente como Centro Nacional de BD e Imagem) desde 2000, Beja (2005) e Cascais (2015), sendo que há países que nem uma Bedeteca têm! Tirando as excepções que confirmam as regras, não vejo os estudiosos a usarem esses equipamentos culturais, nem os pretensos programadores de festivais, nem jornalistas e talvez o pior de todos, nem os próprios autores. Há certezas, pelos vistos. Há certezas de que sabem o que estão a fazer ou investigar. Essa atitude está próxima do “fã”, essa vil criatura, um sociopata que lhe falta mundividência e vive sob a óptica dos universos de bolso.

Vivemos na época dos não-lugares, tão assépticos como um hospital privado, o aeroporto hiper-inflacionado ou a "novela gráfica" como novo paradigma da indústria da BD, cheia de regras novas e servilismo ao funcionalismo e à pedagogia, impedindo uma maturação do gosto público pela BD. Quer-se da BD, nestes tempos assanhados, que ultrapasse os escombros do imaginário que parece ainda dos anos 50 do século passado, a julgar por muita da produção que é publicada, especialmente em Portugal. No entanto, parece que está tudo ainda por fazer, mesmo depois dos esforços implacáveis e colossais de João Paulo Cotrim e a sua Bedeteca de Lisboa - mas também, como a outra face da moeda, com as produções tradicionalistas do CNBDI. 

Os novos não conhecem os velhos, os velhos não conhecem os novos, os novos passam a vida a inventar a roda ou a descobrir o fogo, numa ignorância atroz fomentada por editoras pobres de colhões e os que têm estão cheios de condescendência e paternalismo. Os editores e outros agentes de mercado são incapazes de publicar "certos" livros porque o "público não está preparado" mas preparam o público sempre para o pior, andamos nisto desde os anos 80. 

A Luta continua! Por isso, divulgo aqui o próximo concurso da Chili, sempre na esperança que alguém desconhecido parta a loiça toda!


segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Opposights




Nestes anos estranhos de Covid só percebi em Junho deste ano que a antologia de BD Opposights pela Silent Army finalmente saiu. Junta nas suas páginas autores portugueses e australianos a tratarem das suas experiências com o meio da BD. Da parte portuguesa estão artistas fantásticos como a Amanda Baeza (que fez também a capa) ou a Hetamoé - hilariante a sua BD, parte com tudo!!!!!!!

Entretanto o editor e artista gráfico Michael Fikaris teve uma exposição inaugurada este Sábado na Tinta nos Nervos e tivemos uma conversa... e... foi o "high five" de missão cumprida!




Da minha parte ajudei o Fikaris na selecção e pelos vistos fui recompensado aparecendo nas BDs do Rui Moura e da Mariana Pita.



Se o Rui mostra uma homenagem porque lhe foi parar uma CriCa nos tempos do saudoso Milhões de Festa, já a Pita trata-me como se fosse um maluquinho. É merecido! Mas o melhor dela é algures na BD que mete o fofinho a dizer isto: Curators for a zine fair? What the f**k is this? Talvez a cena mais brilhante alguma vez escrita na BD portuguesa!!! Quem achasse que a Pita era só fofuras, fiquem então a saber que ela sabe dar uma doses de realidade crítica assim nas entrelinhas.

Por fim, mandar vir este livro da Austrália é uma dor de cabeça de guita e de burocracia - as alfândegas portuguesas deveriam entrar numa BD da Cátia Serrão ou do Pedro Burgos, por exemplo... Se calhar fazia-se uma edição portuguesa disto, não?





segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Hero Peligro

 


Já dizia o REP que o sinal de envelhecimento é quando os teus heróis começam a morrer. Bem sei que é uma simplificação mas cheira-me que começa aqui o meu fim também. D.H. Peligro faleceu este fim-de-semana. Baterista dos Dead Kennedys, banda da minha vida e do Mesinha de Cabeceira já agora pois logo no número 0 gamei montes de imagens de um disco deles para fazer umas montagens "punkis". 

Durante anos sem acesso aos discos deles - tal como dos Pixies - porque não tinha guita, a música aparecia em k7s gravadas de sabe-se lá quem. Uma vez apareceu uma fotografia deles numa revista brasileira de música e foi tudo um choque: o Jello Biafra estava de costas - por isso ainda demorei mais uns tempos a ver-lhe a fronha -, os gajos eram punks mas não tinham as cristas gigantes coloridas como os ingleses, os guitarristas pareciam uns "nerds" de uma escola de arte e depois havia um gajo negro. Nada melhor do que isto para dar cabo de todos os clichés estéticos, raciais e musicais. Obrigado DK! Quanto a Peligro admito que recusei-me a ir vê-lo no regresso dos Dead Kennedys sem Biafra, pareceu-me esturro e fraude. Na realidade preferi esperar alguns anos para ver o Biafra sem os DK. Desculpa lá qualquer coisinha. 

Rest in Punk!