quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Mr. Big


 

Marcos Farrajota 
/\ 
De William Blake ao Black Metal : Apontamentos da evolução da BD independente 

A falta de cultura no campo da BD é grave, geralmente contada pelo prisma industrial e comercial, dos vencedores. Mas é sabido que os vencidos são mais queridos, resistem ao teste do tempo e são os que realmente interessam. Temos de rever, repensar essa História e sobretudo criar novas balizas para quem se interessa não perca tempo. Esta conferência aborda as formas independentes de edição e de produção de BD, partindo de William Blake (1757-1827), passando pelo “underground comix”, até aos nossos dias. 

domingo, 17 de setembro de 2023

Old Leatherstocking


Death Banjo Sunday Music

sábado, 9 de setembro de 2023

A importância de enumerar 23



- Jarno Latva-Nikkola : Logistiikkakeskus 5 (Zum Teufel; 2022)

- Karel Čapek : A Fábrica do Absoluto (Antígona; 2022 - orig.: 1922)

- Hanane Hajj Ali : Jogging (Incrível Almadense - Salão de Festas; 9 Jul.)

- Hanneriina Moisseinen : Kannas (Kreegah Bundolo; 2018)

- Yoko Kondo sob texto de Ango Sakaguchi : Una mujer y la guerra / Sensô to hitori no onna (Gallo Nero; orig. 2012)

- Rataplan : Cannibal Zoo (Rasga; 2022)

- McKenzie Wark : Um Manifesto Hacker (DeStrauss; 2022 - orig. 2004)

- Aleksandr Sokurov : Fairytale / Sombras do Velho Mundo (2022) + Fausto (2011)

- Jafar Panahi : No bears / Ursos não há (2022)

- Elio Petri : Indagine su un cittadino al di sopra di ogni sospetto / Inquérito a um cidadão acima de qualuqer suspeita (1970) + La classe operaia va in Paradiso / A Classe operária vaia para o Paraíso (1971)

- Bill Bryson : Breve História de Quase tudo / A short history of nearly everything (Bertrand; 2020 - orig. 2003)

- Kristoffer Borgli : Farta de mim mesma / Syk Pike (2022)

- Stefane Gil Franco : Os imperativos da Arte - Encontros com a loucura em Portugal no século XX (Caleidoscópio; 2021)

- Jesse Jacobs : New Pets (Hollow Press)

- Dave Laing : One Chord Wonders - Power and Meaning in Punk Rock (PM Press; 2015 - orig. 1985)

- Rudolfo : Memórias Artificiais (Porto; 16 Jun.)

- Brian Aldiss : Nave-Mundo / Non-Stop (Livros do Brasil; 1985 - orig. 1958)

- Tsuge Tadao : Boat Life, vol. 1 (Floating World; 2022)

- Hunter S. Thompson : Hell's Angels (Texto; 2007 - orig. 1967)

- Martin Zimmermann : Eins Zwei Drei (Teatro Municipal Joaquim Benite; 10 Jul.)

- Panah Panahi : Hit the roadEstrada fora (2021)

- João Paulo Cotrim : Foi quase um prazer (Arranha-céus; 2022)

- Tsugumi Ohba e Takeshi Obata : Bakuman (20 vol., Viz;  2009-12)

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Na cama com...




Bem sei que nada já escrevo pelos blogues que participo. No da Chili, sobre zines, livros e discos independentes, quase tudo das resenhas escritas vão para o papel d'A Batalha. Por aqui, do mundo Pop da música tem sido complicado por vários motivos, mais pessoais e profissionais do que o outro que vos apresento mas que é também bastante válido. Tenho arranjado dezenas de CDs numa orgia sonora em que pouco tempo tenho para fazer resenha de tudo. Os CDs estão para morrer, estão baratos como o raio, seja na Neat Records ou no discogs, amigos oferecem colecções e tropeçamos por eles na feira da ladra e afins. Na colecção ficam guilty-pleasures (Censurados, Faith No More, Ministry, Nearly God ou Morbid Angel) que não me apetece escrever sobre eles, não parece que queira falar das desilusões de ouvir discos de Elvis Costelo ou os Living Colour ou ainda perder tempo com discos de Noise e Harsh Noise.

No entanto este The Whitey Album (1989) dos Ciccione Youth fez-me mexer o rabo para aqui. Sobre o disco em si ele está mais do que bem documentado, os Sonic Youth juntam-se a Mike Watt (dos Minutemen) e J Macis (Dinossaur Jr.) para combater uma depressão de Watt. O álbum tem a aura de inconsequente em que vale tudo desde um exercício cageano de silêncio a batidas Hip Hop ou misturas Dub, sons encontrados, versões javardas de "hit-singles" de Robert Palmer e Madonna (em teoria tudo isto é uma homenagem à Diva Pop), experiências sónicas e até alguma erudição literária. Nada bate certo com nada, tudo é levado para direcções opostas da faixa anteriormente tocada / editada. Acho que no início de 2000 quando consegui emprestado o disco só devo ter gravado as versões de Palmer e da Madonna, claro - meu, que seca tudo o resto, devo ter dito! Recentemente fiquei com curiosidade em ouvir o disco todo outra vez com outra maturidade. Bem que poderia ter ido ao "youtubáro" (nem sabia que os SY tinham uma "banda_campa") mas tão barato que estava no discogs que nem um "skecht" dos Monty Python me condena. E na realidade tenho ouvido música no computador que soa tão má que não prescindo de ouvir numa aparelhagem um disco físico, mesmo que a aparelhagem não seja a melhor do mundo. A música precisa de espaço para nos envolver, ouvir no computador ou em fones é contraproducente, não faz sentido nenhum. Achei muito curioso o disco, sobretudo a quarta faixa, Platoon II que parece Dälek!! Entretanto arranjei o Gutter Tactics (Ipecac; 2009) que me disseram que era o último bom álbum deles, coincidindo com o hiato da banda pouco depois e regresso com outro elemento na maquinaria. Ou seja, neste disco ainda está cá o Oktopus. Sinceramente não sei o que dizer deste disco até porque mantem tudo o que sempre foi a banda: um Hip Hop ruidoso que cria um corpo monstruoso que nos envolve como uma canícula. Quem já os viu ao vivo, sabe do que falo, dessa sua massa sonora que sufoca os ouvidos ao ponto de passarmos para uma outra realidade. Não há muitas bandas assim...

PS - Ao fazer estas pesquisas bati neste "bootleg oficial" do concerto dos Sonic em Lisboa - caraças, faz 30 anos que estive lá! Vale 42 paus no discogs, se calhar eu se fosse a ti guardava esses CDs, pá!

PPS - Lembrança, na semana que os SY tocaram em Lisboa em 1993 é claro que houve pompa e circunstância no jornal Blitz dessa semana. Na entrevista, provavelmente o Thurston Moore explicava porque tinha convidado os Lulu Blind para fazerem a primeira parte no concerto, dizia que a banda soava a Hardcore finlandês. Sem 'net na altura, claro que tive de esperar 11 anos para saber o que isso significava mas sinceramente não vejo relação, até porque depois da fase sónica deles os Lulu chagaram a tocar Rap Metal ou mais tarde armaram-se em Smashing Pumpkins à tuga, no fim de contas, era para onde fosse a modinha da altura... Que banda triste!

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Holocausto de Merda


Prostitutas decadentes, cirurgias plásticas bizarras, mascotes perversas de cadeias de Fast-Food, parafilias estranhas, experiências científicas malucas, ténias gigantes, crimes de faca e alguidar, portugueses no espaço e muito mais, num compilado de histórias curtas contaminadas com generosas doses de coliformes fecais e muitas outras bactérias nocivas.

Eis o que promete
  Holocausto de Merda 
de 
neste 18º volume da Mercantologia,
colecção dedicada à recolha de material perdido em fanzines e afins,
co-editado com o fanzine Olho Do Cu Comics Group.

São 52 páginas (16 a cores!) 16,5x23cm, capa a cores como bem podem ver, edição brochada e 333 exemplares apenas, ó filhote da Besta!

Disponível na nossa loja em linha, na ODC Comics Group, Tinta nos Nervos, Kingpin, Linha de Sombra, Snob, ZDB, Universal Tongue, Tigre de Papel e amanhã na BdMania.

Estamos todos a ficar velhos...

 


O Erradiador escreveu estas belas palavras sobre o Mesinha de Cabeceira... fiquei sinceramente comovido mas também com a sensação de envelhecido. Gulp!

Tanto que meti parte do património à venda... 

quinta-feira, 22 de junho de 2023

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Singela Sabotagem


Faleceu, ou pelo menos foi noticiado no passado dia 15, o "Zé Maria da Sabotage". Os aspas significa isso tudo. Ninguém sabe o seu nome como deve ser, a sua data de nascimento e ao certo as suas actividades, de tão resguardada que era esta pessoa. 

Da minha parte nada poderei dizer mais do que foi escrito na 'net excepto que lhe tenho em dívida uma cultura de música "Rock" quando ele tinha a sua distribuidora de discos Sabotage nos anos zero deste novo milénio. Não fosse ele nunca saberia quem eram os génios como End, sunn0))), Dälek ou Otto Von Schirach ou os géneros musicais como o Dancehall ou o Afrobeat ou editoras como a Anticon e Web of Mimicry.

Melómano e reservado, pouco mais poderei contar porque mais nada saberei, apesar de me encontrar com ele regularmente quando escrevia para a Underworld / Entulho Informativo, entre 2003 e 2006, e ia ao seu escritório-armazém, em Cascais, buscar "promos". O contacto era mínimo e sentia até um desconforto ao início porque vinha de uma revista ligada ao Metal. Aos poucos provei que conseguia escrever sobre os discos sem ter uma censura metaleira (que havia mas sempre consegui mandá-la à merda!) e com entusiasmo - pudera! dado os discões que recebia!

Lembro-me que a dada altura deixei livros da Chili Com Carne e da MMMNNNRRRG com a Sabotage - para eles venderem em feiras de discos? - e que ele e a sua companheira, Ana Paula, gostavam deles. Tanto que passados uns bons anos sem contacto - quer a revista quer a distribuidora desapareceram com o "fim" dos discos - quando decidem abrir uma sala de espetáculos com nome homónimo, contactaram-me para lhes sugerir alguém para fazer um mural no clube. A escolha recaiu sobre o João Maio Pinto, que quase passou a fazer tudo para eles. É irónico que não houvesse espaço visual para mais e sem "censura metaleira" mas a cultura visual portuguesa sempre foi sempre será limitada, pelos vistos...

Sem uma relação pessoal, a notícia da sua morte entristeceu-me e com dúvidas lá escrevi esta elegia. Ela tinha de ser escrita. Não teria a coragem de ser unDJ sem os terrores e os prazeres proporcionados pelos discos do "Zé Maria da Sabotage". Seria injusto não o recordar por mais "apagado" ele fosse. Seria ingrato senão o agradecesse publicamente, mesmo que o tenha agradecido várias vezes em privado pelas pérolas sonoras. 

Obrigado, mais uma vez!


PS - E lembrei-me que foi graças ao Zá Maria que conheci outro cromo, o João Mascarenhas dos Stealing Orchestra, um dos projectos musicais portugueses mais inteligentes, com quem tive a oportunidade de trabalhar com ele na banda sonora do Futuro Primitivo. Memória, onde estás?

quarta-feira, 17 de maio de 2023

segunda-feira, 15 de maio de 2023

#41 : diários dum cão danado




Este é que é o verdadeiro número 41 do Mesinha de Cabeceira passados 23 anos!

Nada mais afastado do que o outro: de um pseudónimo de um homem do Sul ao facto de ser uma selecção de desenhos de diário gráfico entre 2020 e 2023.

Já está disponível na Chili Com Carne e vai estar na Feira do Livro de Lisboa e no Festival de BD de Beja.

São 40 páginas A5 preto e branco.




Giancarlo Apollini ("Nova Luanda", 1972) vive atualmente no Alentejo. 

Iniciou em 2015 a sua atividade como escultor depois de muitos anos a trabalhar para o teatro como diretor técnico, cenógrafo e designer de iluminação cénica. 

Tem uma obra que, para além da escultura e desenho, se desdobra em várias expressões como a performance, o teatro de animação, a fotografia e o vídeo. 

Os desenhos e palavras aqui reunidos fazem parte dos seus inúmeros cadernos diários e são apenas uma pequena amostra de um sem fim de grafismos vários que o autor regista no seu dia a dia e que estão na base de todo o seu pensamento e pesquisa. 

O universo do autor balança entre o trágico e o cómico, entre o belo e o grotesco, numa expressão provocatória marcada intensamente por uma forte pulsão erótica. 

sexta-feira, 17 de março de 2023

#40: Lobisomem e outros mitos

 


Já chegou o novo Mesinha de Cabeceira!

É o #40 (#1 do vol. XIII) de autoria do inglês Andrew Smith, em que voltamos a um formato "comic-book" de 28 páginas a preto e branco.

Quanto ao conteúdo temos dificuldades em meter numa gaveta. Há autobiografia light com autoficção, BD cómica-religiosa com um elemento "meta" e ainda alucinações de drogaria e um lobisomem. Olha, o melhor é mesmo ler, meu, ou achas que vais encontrar algo melhor no quiosque?

...


Já se encontra na nossa loja em linhaSnob, Kingpin, Tigre de Papel e Tinta nos Nervos, brevemente na ZDB, Matéria Prima, Tigre de Papel e Utopia.

...

Sobre o autor: Andrew Smith (1966; Suffolk) estudou Belas Artes em Londres. Publicou as suas primeiras BDs em fanzines punk, tendo seguido para revistas profissionais como a Punch e Spectator entre outras. Foi professor e tendo descoberto Portugal com a sua esposa e cão mudaram-se todos para Serpa. Por cá tem publicado nas colecções Venham + 5 e na Toupeira, ambas da Bedeteca de Beja. Nesta última lançou o "comic-book" O Desastre do Palhaço que foi uma bela surpresa em 2022!

...




Feedback:

Ondina Pires gostou!!!


terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

#39: artblock



Chega-nos o novo Mesinha de Cabeceira do Tomás Ribeiro, intitulado Artblock
É o número 39 (#2 do vol.XVII) do vosso zine mutante preferido! Sim, mudou de formato outra vez! Quer dizer, mais ou menos... continua quadrado, só um coche maior! 38 páginas 15x15cm todo a preto e branco como qualquer bom fanzine deveria ser! Zim! 
Para quem 'tá com bloquei artístico, Tomás safa-se com muita pinta neste "comix" que é uma verdadeira passerelle de estilos gráficos e narrativos onde se exibe escalotogia underground (o "comix" foi de propósito!), infografia clínica e filme de animação bué gonzo. Tudo isto em pouquíssimas páginas!
O Mesinha desde sempre que procurou novo talento por aí. E desde 2021, quando voltámos às raízes do fanzinato, que temos tido descobertas incríveis de novos artistas, será vulgar dizer que este é só mais um? É que não queremos provocar um artblock a ninguém! 

Este trabalho foi desenvolvido em estágio via ESAD, Caldas da Rainha, entre Outubro 2022 e Janeiro 2023.

Foram impressos 100 exemplares que podem ser adquiridos na nossa loja em linha e talvez venha a aparecer em algumas livrarias... quem sabe?

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Unvisible (1 e 2)


Hoje: https://tirkultura.lv/

(especial "Carnival, Clowns and Comics" depois do especial "Dia dos Namorados")


arquivo: 
https://soundcloud.com/usagallery/sets/k-u-r-a-d-i-o-e-p-i-s-o-d-e-s




Ambos os programas Invisual foram gravados de um smartphone emprestado. 

No noise reduction!

 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Vamos rifar o último LSD na Matiné Fetra!



Cafetra anda a organizar matinés com concertos e o zine Mesinha de Cabeceira juntou-se à festa! Neste próximo encontro, leva consigo uma mesa de Mesinhas recentes e alguns raros.

Será levado o último exemplar do recente e raro Lúcidos, São e Determinados de Luís Barreto, uma das cabeça se assim se pode dizer d'O Triunfo dos Acéfalos

Este número que esgotou em poucas semanas terá UM EXEMPLAR em rifa. Sim, é isso: vamos rifar o último LSD na Matiné Fetra!

Basta comprar o bilhete da matiné e no final da festinha, será tirado um número de bilhete à sorte. O vencedor é aquele que ainda tiver o seu bilhete pouco molhado de suor ou de cerveja barata!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

10 cidades tornam-se numa aldeia

Antes de ser o livro Ten Cities : Clubbing in Nairobi, Cairo, Kyiv, Johannesburg, Naples, Berlin, Luanda, Lagos, Bristol, Lisbon 1960 - March 2020 (Spector; 2020) por Johannes Hossfeld Etyang, Joyce Nyairo e Florian Sievers (e que já lá iremos) foi um disco. Ten Cities (Soundway; 2014) reúne 50 produtores e músicos das dez cidades já referidas para uma saudável e higiénica orgia juntarem-se para criar o monstro sónico Frankenstein que... pariu um ratito aldeão! Sou contra a ideia que "a fusão é um erro" mas é verdade que pode correr muito mal quando os intervenientes não tenham coragem artística para explorar mais do que uma simples fusão de ritmos já mastigados pela Aldeia Global, sobretudo na área da música electrónica funcional ou de dança. A ideia de juntar norte e sul - Europa e África - num laboratório de música de "Clubbing" tem tudo para correr bem. Talvez o dinheiro do Goethe tenha ido para betinhos que não deixaram a malta ir para o desconhecido musical - ao contrário o que tem acontecido entretanto em Kapala. Tudo é previsível mesmo que as línguas desconhecidas africanas apareçam ao longo do disco, o que é considerado como um brinde exótico pelo responsável da edição. Metade do disco é de uma vulgaridade tal que se resume na letra de Quero Falar (Lunabe com MC Sacerdote) que apesar do apelo... nada diz. Um óbvio reflexo do estado da arte no século XXI, muito artifício, pouco conteúdo. A outra metade do disco é mais chill e também mais interessante mas sem rasgos de génio mesmo que tenha o Maurice Louca ou Alva Noto como músicos. A evitar...

O livro logo que saiu estava já aberto às consequências dos horrores humanos. A primeira e assumida é que aborda a história do Clubbing nas ditas cidades desde os anos 60 até Março de 2020 - mês que marca o final de algo contínuo e progressivo nas nossas vidas, devido ao covid-19. Dois anos depois o que aconteceu a alguns dos clubes e discotecas que existiam até então? A segunda consequência é a inclusão de Kyiv que desde Fevereiro deste ano apanhou com a tentativa de invasão russa na Ucrânia. Que noitadas haverá nesta capital desde então?

O gigantesco livro ensina-nos imenso sobre duas coisas, a história da música de clubbing nessas cidades e a sua relação política. Alguns géneros de música são fáceis de associar às cidades, do Krautrock à Capital do Mundo do Techno que é Berlim ou o Afrobeat / Highlife de Fela Kuti em Lagos. Ou ainda o Jazz sul-africano de Joanesburgo e claro o Trip Hop de Bristol. Ah, e o Kuduro de Luanda! Mas que dizer de Nápoles lembrando-me lá eu que já conhecia 99 Posse? Há descobertas para se fazer neste livro mamute. Para além do "género" muito disto passa pela exclusão social, racismo e contestação às autoridades, não esquecendo o nojo do Apartheid e das suas cidades separadas por raças ou o confronto político das Okupas e Raves ilegais na Europa.

Já perceberam que se aprende muito com o livro mas claro quando chegamos a Lisboa temos Judas na área. Rui Miguel Abreu escreve um artigo sobre a história da música urbana portuguesa (deveria ser sobre música de clubbing, boy!) sem aprofundar nada em especial (porque se calhar não há uma música que defina Lisboa) e Vítor Belanciano dá um no cravo e outro na ferradura, armado em rebelde a criticar a gentrificação da cidade mas tal como Abreu também a vende como um sítio excitante e multi-cultural. Não sei onde estes gajos saem à noite mas devem ser sítios do caraças!! Vê-se nas fotografias que acompanham os artigos! Quase todas em volta do Frágil dos anos 80! Ah! Como a cidade vibra ou sempre foi "multi-culti" de artistas e betos brancos... Onde está essa relação entre Europa e África? Sempre foi fraca e estes artigos revelam isso sem o quererem fazer. Lisboa é uma fraude e gera seres fraudulentos que escrevem sobre ela, obrigado por relembrarem isso.

Mau disco, bom livro.

PS - No livro há uma lista de sons criados por cada cidade. Em Lisboa ela começa em Heróis do Mar para acabar em DJ Lilocox. No meio inserido o Pois pois dos Repórter Estrábico. Sim é a única banda portuguesa Pop/Rock que merece estar em qualquer lista de admiração mas que eu saiba ela sempre foi do... Porto! 

PPS - Abreu e Belanciano: ide pastar!

sábado, 7 de janeiro de 2023

Dave Laing : "One Chord Wonders: Power and Meaning in Punk Rock" (PM Press; 2015)

Depois de acabar o livro, pergunta-se porque raios escreveu-se mais livros a explicar o Punk? Ainda por cima originalmente foi escrito e publicado em 1985... Duvido que a nova edição mudou muito. Grande PM!

sábado, 31 de dezembro de 2022

2022

- Tom Kaczymski : Beta Testing The Ongoing Apocalyse (Fantagraphics) + Cartoon Dialectics #3 (Uncivilized) 

- Rutu Modan : Tunnels (Drawn & Quartely; 2021) + Jamilti and other stories (Jonathan Cape; 2009)

- Ilan Manouach : Fastwalkers (Echochamber + 5eme Couche + Chili Com Carne + Forte  Pressa) + Anna Engelhardt [ed.] : Chimeras : Inventory of Synthetic Cognition (Onassis Foundation) 

- Nunsky : Companheiros da Penumbra (Chili Com Carne)

- Kazuichi Hanawa : Na prisão (Sendai; orig. 2000)

- Fun-Da-Mental : Seize the time (Nation; 1994) + Erotic Terrorism (Nation; 1998)

- Peeping Tom : Kind (Centro Cultural de Belém; 2 Fev.)

- Jafar Panahi : Offside / Fora de Jogo (2006)

- Mário Puzo : Os Loucos Morrem / Fools Die (Bertrand; 1980 - orig. 1978)

- Coldcut : What's that noise? (Ahead Of Our Time; 1989)

- Dmitry Bogolyubov :  Town of Glory (2019)

- Dino Risi : A Ultrapassagem / Il sorpasso (1962)

- Luis Buñel : Esse obscuro objecto do Desejo / Cet Obscur object de desir (1977)

- Max Ernst : A little girl dreams of taking the veil / Rêve d'une petite fille qui volout entrer au Carmel (Dover; 2021; orig.: 1930)

- Amanda Baeza : Dew Beaded Fingers, vol.1 (Magma Bruta)

- Moon-Liters / Millennium Development : Nerve Agent! (Shhpuma; 2021) 

- Robert Wilson e Lucinda Childs : I was on my patio this guy appeared I thought I was hallucinating (D. Maria II; 16 Julho)

- Baro D'Evel : Falaise (CCB; 15 Julho)

- Kieran Hurley e Gary McNair : Taco a Taco (Artistas Unidos; 19 Mar.)

- Dan Erickson : Severance

- Erwin Dejasse : Art Brut et Bande Dessinée (Atrabile)

- Diniz Conefrey e Maria João Worm : apresentação de Área (Museu Bordalo Pinheiro; 16 Outubro)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022